segunda-feira, 10 de março de 2014

019 1923 A RODA (LA ROUE, França)


Direção: Abel Gance
Produção: Abel Gance, Charles Pathé
Roteiro: Abel Gance
Fotografia: Gaston Brun, Marc Bujard, Léonce-Henri Burel, Maurice Duverger
Música: Arthur Honegger
Elenco:
Séverin -Mars ……… Sisif
Ivy Close …………… Norma
Gabriel de Gravone . Elie
Pierre Magnier ……. Jacques de Hersan
Georges Térof …… Machefer
Ainda: Gil Clary, Max Maxudian,

A roda, do visionário cineasta francês Abel Gance, começa com um espetacular acidente de trem em cortes rápidos, tão revolucionário para os espectadores em 1922 quanto o trem dos irmãos Lumière chegando a uma estação em 1895. O ferroviário Sisif (Severin-Mars) salva Norma (Ivy Close) do acidente e a cria como sua filha. Ele e seu filho Elie (Gabriel de Gravone) se encantam por ela, de modo que Sisif a casa com um homem rico. Norma e Elie acabam se apaixonando e tanto seu marido quanto seu amante morrem em uma briga. Sisif fica cego e morre, depois de ser cuidado por Norma. Desde a época em que foi feito até hoje, este filme, que originalmente teria nove horas de duração, gera controvérsias. A trama melodramática de A roda foi combinada com as mais diversas referências literárias. Incluindo a tragédia grega, conforme sugerido pelo nome de Sisif (Sísifo) e pela associação de sua cegueira com o desejo incestuoso (Édipo). Intelectuais consideraram que essas "pretensões" entravam em conflito com as extraordinárias técnicas cinematográficas do filme (como a montagem acelerada e as sequências baseadas em ritmos musicais), que relacionavam a obra às preocupações vanguardistas com um cinema "puro" e o interesse dos cubistas nas máquinas como símbolo da modernidade. As contradições do filme se juntam de forma admirável em torno da sua metáfora central: a roda do destino (a íngreme ferrovia leva Sisif/Sísifo a subir e descer o Mont Blanc), a roda do desejo, a roda do próprio filme com seus diversos padrões cíclicos. PP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 019)

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