domingo, 31 de dezembro de 2017
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
CORAÇÃO DE CRISTAL (Herz aus Glas, Alemanha, 1976)
Direção: Werner
Herzog
Sinopse:
A maior riqueza de
um pequeno vilarejo alemão é o tipo de vidro produzido no local, um produto
fabricado apenas na cidade. No entanto, quando o único homem que conhecia o
segredo para a produção morre, a cidade entra em uma grande depressão e o
vendedor dos produtos embarca em uma jornada obsessiva para descobrir o segredo
de fabricação dos vidros de rubi. Os atores contracenaram hipnotizados.
domingo, 24 de dezembro de 2017
sábado, 23 de dezembro de 2017
LOS PARECIDOS (México, 2015)
Em uma noite escura e chuvosa, um grupo de oito estranhos fica preso em uma remota estação de ônibus esperando pela condução até a Cidade do México. Coisas estranhas começam a acontecer e eles ficam presos em uma luta pela sobrevivência e sanidade mental.
PÂNICO NAS RUAS (Panic in the Streets, EUA, 1950)
Direção: Elia Kazan
Sinopse:
Clinton Reed
(Richard Widmark) é um médico-legista que conclui que a causa principal da
morte de um imigrante não foram as balas que o atingiram, mas sim uma violenta
e letal febre pneumônica que o pegou antes. Em razão de ser uma doença
altamente contagiosa, Clinton se une a Tom Warren (Paul Douglas), uma capitão
da polícia, para prender rapidamente Blackie (Jack Palance) e Raymond Fitch
(Zero Mostel), os dois gângsteres responsáveis pelos tiros. O temor de Clinton
é que ambos tenham sido contaminados pela praga e que a estejam espalhando pela
cidade.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
domingo, 17 de dezembro de 2017
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
A MARVADA CARNE (Brasil, 1985)
Direção: André
Klotzel
Sinopse:
Nhô Quim, desejoso
tanto de casar quanto de comer carne de boi, conhece nas suas andanças Sá
Carula, que só quer arranjar um bom partido. Como o pai da moça tem um boi
reservado para o casamento da filha, Nhô Quim resolve unir o útil ao agradável.
Como o noivo é obrigado a cumprir umas provas difíceis, ele foge com Sá Carula
mas perde o boi. Muito tempo depois, na cidade grande, ele procura resolver sua
vontade.
Participação: Tonico e Tinoco
O FILME DA MINHA VIDA (Brasil, 2017)
"O Filme da
Minha Vida" Gravado na Serra Gaúcha em 2015, é dirigido por Selton Mello.
Siliane
Vieira
Até quem é local
ainda suspira fundo ao deparar com os belos cenários que cortam as paisagens da
Serra. Casas centenárias, estradas de chão que costeiam límpidos rios e até
trilhos de trem por onde desfila uma barulhenta Maria Fumaça. São terras
suspensas no tempo, exatamente como Tony Terranova (Johnny Massaro),
protagonista d'O Filme da Minha Vida, que ganha pré-estreia em Bento Gonçalves
hoje e chega aos cinemas de todo o Brasil amanhã. O personagem vive entorpecido
pela beleza que o rodeia, ao mesmo tempo que é atormentado por ausências. Tony
tem em si um estado constante de contemplação, de quem precisa tomar os trilhos
da vida, mas decidiu ficar esperando na estação férrea. Um jovem adulto à
margem da própria história, envolto por um cenário que representa muito bem
essa sensação de estar sempre sonhando acordado.
Terceiro longa do
diretor Selton Mello, a produção foi inteiramente filmada na Serra entre abril
e maio de 2015. Na telona, cidades como Garibaldi, Bento, Monte Belo do Sul e
Farroupilha ganharam ambientação dos anos 1960 — não que tenha sido necessário
mudar muita coisa — para levar às telas a história do livro Um Pai de Cinema,
do escritor chileno Antonio Skármeta. Nela, Tony é um jovem professor que
recém-voltou para a cidade (fictícia) de Remanso para lecionar na escola local.
O retorno dele, no entanto, coincide com a partida do pai francês, vivido por
Vincent Cassel. Enquanto tenta lidar com a ausência da figura mais
representativa em sua história, o personagem ainda se vê às voltas com Luna
(Bruna Linzmeyer), seu primeiro amor, e com a melancolia da mãe (Ondina Clais).
O amigo Paco (Selton) acaba sendo um escape de humor em meio ao contexto de
fortes emoções.
Um dos
responsáveis pela formação da estética cinematográfica brasileira, o diretor de
fotografia Walter Carvalho é outra presença marcante do longa, apesar de não
aparecer em cena. O mesmo olhar que formatou clássicos da filmografia nacional
como Central do Brasil, Lavoura Arcaica (parceria emblemática com
Selton), Amarelo Manga e Carandiru, agora cria uma fotografia
que lembra antigos filmes noir — a fumaça de cigarro no contra-luz é usada sem
restrição — e que remete à poesia dos cenários ao redor, fazendo cada take
parecer um passeio romântico por uma Itália ou França sessentista e onde se
fala português. Na escola, as crianças parecem tiradas do filme O Pequeno
Nicolau, enquanto a dupla Tony e Luna carrega em si um pouco da personalidade
pop/cult de uma Amelie Poulain. A trilha ajuda a transportar o espectador para
esse ambiente de sonho, redescobrindo pérolas como Voilà, de Françoise
Hardy, e Hier Encore, de Charles Aznavour.
Tony parece
envolto numa bolha de delírio, e Selton Mello brinca com isso, colocando o
personagem a flutuar em cena. O diretor, aliás, disse que o filme se chamaria
Os Sonhadores, se Bernardo Bertolucci não tivesse sido mais rápido. O roteiro
amarra essa sensação com a presença do cinema, talvez a mais antiga caixa de
sonho do mundo, justamente onde a principal reviravolta da história acontece.
Mas O Filme da Minha Vida não é filme dentro do filme, é sobre um coadjuvante
que precisa aprender a ser protagonista sem perder a capacidade de encantar-se
com o mundo.
PRESTE ATENÇÃO
01. Na presença
mágica de Rolando Boldrin como maquinista do trem, um presente aos olhos.
02. Na hilária
cena na qual o personagem Paco (Selton) contracena com uma dupla de porcos.
03. Nas frases de
efeito que rodeiam a história, proferidas por diferentes personagens.
"Toma teus
rumo, guri".
“Pediu pra ser
chato no vale odo eco”.
“De perto parecia
feia e de longe, parecia de perto”.
“Não vou
economizar rudeza com o gato. Vou bater com gato morto até o gato miar”.
“– Leva o globo
para ela. Ela vai gostar.
– Primeiro o globo
ou o dinheiro?
– O dinheiro e
depois você dá o mundo para ela”.
04. Na
participação do chileno Antonio Skármeta, autor do livro que deu origem ao
filme, fazendo uma ponta como dono de bordel.
05. Nos cenários arrebatadores
da Serra. Dá para brincar de identificar lugares, além de descobrir outros por
meio da ótica mágica do cinema.
10 locais da serra
gaúcha que aparecem em ‘O Filme da Minha Vida’
Por Paula
Sperb
"O Filme da Minha Vida" , dirigido por Selton Mello, revela locais da serra gaúcha que nem sempre
constam dos roteiros turísticos tradicionais. São casas do século XIX, estradas
rurais, pontes, rios e ferrovias que serviram de cenário para o filme. Algumas
construções foram adaptadas com modificações cenográficas nas fachadas, por
exemplo. O longa se passa em duas cidades fictícias, Remanso e Frontera. Porém,
as paisagens pertencem a seis cidades do Rio Grande do Sul: Bento
Gonçalves, Cotiporã, Garibaldi, Farroupilha, Monte Belo do Sul e Santa Tereza.
Baseado no livro Um Pai de Cinema, do chileno Antonio
Skármeta, o filme narra a história de Tony (Johnny Massaro), um jovem
professor que sofre com o abandono repentino do seu pai, o francês Nicolas
(Vincent Cassel), no início dos anos 1960. Para situar os espectadores na
geografia do filme, VEJA conversou com a produtora gaúcha Mariana Mêmis
Müller, que ajudou a preparar os sets de filmagem. Abaixo, a lista dos locais
(reais e fictícios) onde foram filmadas diversas cenas marcantes da produção,
que teve direção de fotografia de Walter Carvalho.
01. O trem
O trem é presença
constante no longa porque conduz os personagens entre as cidades de Remanso e
Frontera. O maquinista é interpretado por Rolando Boldrin. A Maria Fumaça, trem
turístico movido a vapor que percorre 23 km entre Carlos Barbosa e Bento
Gonçalves, teve um vagão adaptado para o filme. Ali também foi filmada uma cena
de O Quatrilho, longa dirigido por Fábio Barreto, que concorreu ao
Oscar em 1996. É possível fazer passeios na Maria Fumaça através da Giordani Turismo,
que também atende grupos que queiram visitar as locações do filme.
02. Casa do Tony
O protagonista
mora com a mãe, Sofia (Ondina Castilho). A residência fica em Monte
Belo do Sul, cidadezinha de apenas 2.600 habitantes a 104 km de Porto
Alegre. Nos fundos da casa, há vista para um amplo vale verde, que aparece em
diversas cenas.
03. ColégioTony ensina
francês em uma escola e professor de Augusto (João Prates), um adolescente
curioso. Augusto é irmão mais novo de Petra (Bia Arantes) e Luna (Bruna
Linzmeyer), as “irmãs Madeira”. Petra é a “Rainha das Escolas” e ajuda Luna e
suas colegas em uma coreografia, que faz parte de uma atividade escolar. A cena
da dança foi gravada no pátio da Escola Estadual Santo Antônio, em Garibaldi,
e mostra os muros de pedra do pátio.
04. Rio das Pedras
Chamado pela
produção de Rio das Pedras, o local onde Tony e Luna fazem um autorretrato é,
na verdade, o Rio das Antas, entre Bento Gonçalves e Cotiporã.
Na cena, é possível ver a ponte que passa sobre o rio. É ali, nas pedras do
leito do rio, que Luna diz uma das suas falas mais populares entre os
espectadores: “Sabe o que eu mais gosto no mundo? Imaginar. Não vejo a hora de
entrar em férias, que aí eu vou poder imaginar mais.”
05. Cinema
O cinema “Roxy”,
de Frontera, exibe a película Rio Vermelho, com John Wayne no papel
principal. A locação é, na realidade, a casa paroquial do município de
Cotiporã, que ganhou uma fachada cenográfica. A cidade tem 4.000 habitantes
e fica a 123 km da capital gaúcha. O interior do cinema foi filmado na Casa
das Artes, em Bento Gonçalves. É no Roxy que Tony vai ao cinema com Paco
(Selton Mello), amigo de seu pai. É também no Roxy que Tony tem um encontro com
Luna.
06. Prostíbulo
A “casa da luz
vermelha” não fica em Remanso, a cidade mais pacata, mas em Frontera, a cidade
com lojas e restaurantes. Tony e Paco frequentam o estabelecimento. O autor do
livro Um pai de cinema, Antonio Skármeta, faz uma ponta no local
como Esteban Coppeta. O prostíbulo é a sede da Associação dos
Moradores de Cotiporã. Assim como o cinema Roxy, a construção ganhou uma
fachada cenográfica.
07. Casa do Paco
Paco, o criador de
porcos e amigo de Nicolas, mora em uma casa de madeira e porão de pedra. A
residência fica na Linha 80, no interior do município de Farroupilha.
O local é conhecido como “Casa de Bona” e já foi cenário da
minissérie Decameron, da Globo.
08. Casa do
Nicolas
A residência de
madeira pintada de azul, onde se passam cenas com Nicolas, o pai de Tony, fica
na área rural do município de Garibaldi. A moradia fica à beira de
uma estrada de chão.
09. Restaurante
O restaurante onde
Tony e Paco tomam sopa e bebem vinho fica na fictícia Frontera. Porém, o local
é situado na cidade de Garibaldi. É no restaurante que acontece o
divertido diálogo entre os dois personagens. Tony pergunta: “Você pensa em
casar? Ter filhos?”. E Paco responde: “Filhos não, porque eu gosto de dormir”.
10. Estrada
É em uma estrada
de chão entre Garibaldi e a pequenina Santa Tereza, de apenas 1.700
habitantes, que Tony, ainda criança, aprende a andar de bicicleta ensinado pelo
seu pai, Nicolas. Ao longo de todo o filme, ele se locomove por Remanso de
bicicleta.
UM BIRUTA NA CASA DO ESPANTO (Hillbillys in a Haunted House, EUA, 1967)
Numa auto-estrada,
três cantores renomados da música country estão se dirigindo para um festival,
mas quando ficam sem combustível, se veem obrigados a pedir ajuda em uma casa
mal assombrada...
fonte: http://www.cinespacemonster.blogspot.com/apage.html#ixzz0JSUnUmvQ
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
A VOZ DA LUA (La Voce della Luna, Itália, França, 1990)
Direção: Federico Felllini
Sinopse:
Recém-saído de um
manicômio, o lunático Ivo Salvini (Roberto Benigni) vê o mundo de maneira
diferente das outras pessoas, de um jeito poético e particular. Enquanto sonha
com o amor, conta com a voz da lua para guiá-lo em suas aventuras. Uma
experiência sucede a outra e, em todas elas, Fellini trata de evocar os males
do mundo modernos e os conflitos da natureza humana, com muita sensibilidade.
Baseado em romance de Ermanno Cavazzoni.
DUNKIRK (EUA, Reino Unido, França, 2017)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Christopher Nolan enquadra
relato de guerra em mais um dos seus formatos prontos de espetáculo
Godard desaprovou
quando Spielberg recriou Auschwitz em A Lista de
Schindler, esforço de romantização que o francês julgou moralmente
questionável, e embora Dunkirk passe
longe do Holocausto (a única iconografia nazista recriada no filme são as
cruzes pretas que identificam os caças alemães) Christopher Nolan se expõe
a controvérsia semelhante. A título de elegia, sua história-baseada-em-fatos
reconta a batalha no porto de Dunquerque num suspense que existe em função do
frenesi do combate.
A
estrutura tríptica - acompanhamos simultaneamente soldados na praia por uma
semana, um barco de resgate por um dia e o caça pilotado por Tom Hardy por
uma hora - permite que Dunkirk transcorra inteiro como o
clímax não-linear de A Origem, de tempo forte em tempo forte, dilatando
momentos dramáticos com o sustento da trilha onipresente de Hans Zimmer.
Do embarque de um pequeno veleiro civil às trocas protocolares de mensagens dos
pilotos, pontos de partida da trama, tudo no filme é narrado com urgência
pré-planejada.
Se
essa urgência se justifica, se o artifício esvazia ou não o sentido da guerra,
essas dúvidas ficam imediatamente emudecidas pela ação que Zimmer acompanha em
eterno crescendo e que Nolan filma com sua generosa oferta de recursos, como os
encaixes instalados para câmera IMAX na lataria do Spitfire. A boa parte dos
personagens cabe o privilégio de assistir à ação, coadjuvantes funcionais
catatônicos como o coronel vivido por James D'Arcy, que está no
filme apenas para ouvir Kenneth Branagh explicar o contexto da
Segunda Guerra.
É
evidente que Nolan modula aqui sua ambição para se aproximar do cinema de
guerra com o mesmo tom operístico com que Stanley Kubrick criava
seus filmes mais pretensiosos. Dunkirk promete "a
guerra como você nunca viu" e entrega uma experiência cheia de
sobrecargas sensoriais, mas o que resta dela em seguida? Com o mesmo arranque
seco que havia começado, o filme se encerra num triunfo estranho, tateando
imagens em busca de significado, alternando close-ups de personagens fitando o
vazio.
Se
o filme de Nolan não encontra uma conclusão que o justifique, talvez seja
porque o espetáculo é uma justificativa em si mesmo. Não há nada de errado
nisso. James Cameron gastou os tubos recriando o horror do
Titanic com o mesmo impulso sádico de Dunkirk, mas tinha plena
noção do valor da história que contava e do gênero a que se filiava, e as fantasias
do seu melodrama sulista ajudavam a evitar, pela espetacularização, a
frontalidade da morte. Já em Dunkirk não há escapismo
possível; de todos os instrumentos ao alcance de Nolan a fantasia nunca foi um
deles.
FONTE:
https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/dunkirk/?key=131651 26/07/2017 - 17:47 MARCELO HESSEL
sábado, 9 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
O ANJO EMBRIAGADO (Yoidore Tenshi, Japão, 1948)
Sinopse:
Um doutor
alcóolatra (Takashi Shimura) no Japão pós-guerra trata o jovem Matsunaga
(Toshirô Mifune) depois de uma batalha armada com um sindicato rival. O doutor
dá ao jovem gângster o diagnóstico de tuberculose, e o convence a começar um
tratamento. Os dois aproveitam uma constrangedora amizade até que o patrão
inicial do gângster é libertado da prisão e sai em busca dos antigos membros da
gangue para reunir seu grupo novamente.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
O CRIME NÃO COMPENSA (Knock On Any Door, EUA, 1949)
Direção: Nicholas Ray
Sinopse:
Jovem
e atraente, um desajustado descendente de italianos é preso como o principal
suspeito da morte de um policial. Apesar dos esforços de seu advogado, um homem
que superou os obstáculos de uma origem humilde, ele logo está no crime outra
vez e com poucas chances de ser absolvido.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
MÃE (Mother, 2017)
TERROR 2017 44 Mãe!
Mas que c... é esse
filme de Darren Aronofsky?
Sabe o que vai
representar para você a minha crítica sobre Mãe!, o pretensioso filme
de Darren Aronofsky que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros e
está dividindo opiniões e gerando uma extrema controvérsia, a ponto da
manda-chuva da Paramount vir a público defendê-lo oficialmente? Nenhuma! Sabe
por quê? Mãe! é uma experiência cinematográfica totalmente
subjetiva, repleto de metáforas e cheio de simbolismo que será compreendido de
forma diferente por cada um sentado na sala de cinema. Assim como em
determinado momento da metragem um personagem extasiado pela obra do poeta
vivido por Javier Bardem diz que parece que a mesma fora escrito para ele. Ou
seja, cada um interpreta o poema de uma forma. É a deixa de Aronofsky sobre seu
mais novo longa. E no meio de tanta informação metafórica, uma em especial me
chamou a atenção: após gestada, sua obra não pertence mais à você. Ela pertence
ao mundo e isso dá direito a suas diversas interpretações e bem, cada um fazer
o que bem entender com ela. Tanto daquele que está assistindo, quanto do
departamento comercial de um grande estúdio, que muitas das vezes dá com os
burros n’água vendendo aquilo que de fato ele não é, soltando um trailer que é
uma arapuca errônea de público. O resultado: um F capital na nota do Metascore
e uma avalanche de queixume e rejeição. Mas o filme é ruim? Pelo contrário. Mas
foi vendido de forma equivocada, o que acaba por frustrar muita gente. E
acredite, quanto menos você souber sobre a trama, é melhor.
A verdade é que
durante quase toda duração eu me senti desconfortável, incomodado, dando
risadas de nervoso em diversos momentos cômicos de puro nonsense. Ele é
visceral, com uma entrega absoluta de Jennifer Lawrence, sempre acompanhada de
pertíssimo pelas invasivas lentes do diretor, e desanda na violência aterradora
(algumas das sequências finais são realmente pesadas) apoiada pela caótica
parafernália narrativa de guerrilha que o diretor arma em um espetáculo de
cacofonia. Mãe! é perturbado e bizarro aos borbotões e
escancara bem o uso do termo “horror psicológico”. Mas não da forma mainstream
e acessível como Cisne Negro, por exemplo, apesar
de ambos se jogarem fundo no campo das camadas da psique humana. Há também toda
uma comparação com a atmosfera de O Bebê de Rosemary, principalmente no
que tange a dubiedade das ações de Bardem, o crescimento da relação
passivo-agressiva de Lawrence e o entra e sai de personagens misteriosos e suas
atitudes incompreensíveis. Mas ao mesmo tempo, não tem absolutamente nada a
ver.
No decorrer de sua
exibição, a sensação de angústia é crescente, tal qual a crônica de uma
tragédia anunciada, num processo de slow burning de tensão absoluta que beira o
insuportável, conforme caminha para seu tresloucado terceiro ato – de uma
megalomania ímpar, diga-se de passagem, talvez o grande erro do diretor – que
te atinge direto no peito com seu surrealismo empírico.
Fato é que o filme
irá terminar e você ficará com aquele enorme WTF estampado bem na cara. A
cortina desce sem nenhuma explicação didática escarrada deixando cada um dos
espectadores a esmo. Algo que boa parte do público não vai engolir muito bem,
fato! Afinal, o processo de digestão do mesmo é longo, mas qual o problema
disso?
Quando uma obra, ao
acender as luzes, provoca uma enxurrada de dúvidas, questionamentos e
impressões, que provavelmente serão expostas na mesa de bar, nas discussões de
Facebook ou nas reuniões entre amigos cinéfilos, significa que de uma forma ou
de outra ela funcionou. A inocuidade é sempre o pior dos sentimentos em relação
a um filme.
E lembra da tal
subjetividade? Bem, com o que acabara de assistir ainda repassando em minha
cabeça febril voltando para casa, tocou no rádio do carro a música “We Don’t Deserve Love”, do Arcade Fire.
Will Butler canta que talvez não merecemos o amor. Pode ser que seja por aí… A
existência do sentimento, para alguns, está inexoravelmente ligada com as
implicações de sua perda. Talvez, perder o amor seja a forma de encontrar
inspiração. Uma maneira que nossa mente encontra para criar. Já passei por tal
experiência.
O amor é combustível
para a criação. Quando ele se quebra, aproveitando uma análise de
acontecimentos do próprio filme, há um bloqueio e é necessário uma força
cataclísmica, ou um conjunto de ações e reações, até tudo ser consumido em
chamas, transformar-se em cinzas, e só aí rolar um processo de interiorização e
tudo recomeçar. Só que nesse processo, estamos sujeitos a usar o outro para
isso.
Esse uso, surge
também em tela como uma crítica velada à sociedade patriarcal e machista. Não
interessa o verdadeiro desejo de suas esposa e seus esforços. Ela está ali como
muleta. O que importa é satisfazer suas próprias vontades, seu ego inflável. E
que a figura da mãe, a única pessoa no mundo responsável pela vida, a maior
criação de todas, não nos deixe cair no egoísmo e na destruição, amém.
Aliás, recorrente no
cinema de Aronofsky o tema “obsessão” também está lá. Fora, o contexto bíblico,
como uma recriação em menor escala do Antigo e Novo Testamento da Bíblia,
carregado de simbolismos e personagens religiosos, onde o diretor coloca a
figura de Lawrence como uma madona, de uma paciência e compaixão sobrehumana,
numa iconografia do sagrado materno e como nós idolatramos o messiânico. Um dos
pôsteres é a prova cabal disso. Buscamos a salvação em ícones e símbolos que
podem também gerar o caos e a guerra, e despertar o pior da humanidade só por
causa do fruto de vosso ventre, que igualmente podem nos levar à destruição
total, enquanto somos causa e consequência do nosso egoísmo e vaidade.
Mas claro, todo esse
ensaio é uma interpretação extremamente pessoal baseada nas minhas percepções
fílmicas e até de meu repertório pessoal. E a bem da verdade, isso NÃO é uma
resenha.
Fato é que cada um
que assistir a Mãe!, terá uma perspectiva diferente, algo para
acrescentar, comentar, ou que diabos, odiar. Mas recomenda-se cabeça muito
aberta, não cair nas armadilhas do marketing e tampouco sentar no bonde do
hype, e aproveitar uma experiência cinematográfica que é uma verdadeira força
centrífuga, nada usual aos padrões tanto do cinema de horror, quando
convencional.
4 poemas para Mãe!
Fonte:
http://101horrormovies.com.br/review-2017-44-mae/
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
domingo, 3 de dezembro de 2017
ESTE MUNDO É UM HOSPÍCIO (Arsenic and Old Lace, EUA, 1944)
Direção: Frank
Capra
Sinopse:
Mortimer
Bruster (Cary Grant) é um crítico teatral conhecido por suas manifestações
contrárias ao matrimônio que aprende uma dura lição justamente no dia de seu
próprio casamento – acaba descobrindo um estranho hábito de suas doces e idosas
tias: matar velhos solitários, como se fosse um ato de caridade.
sábado, 2 de dezembro de 2017
A VÊNUS LOIRA (Blonde Venus, EUA, 1932)
Direção: Josef Stemberg
Sinopse:
Helen
(Marlene Dietrich) já brilhou nos clubes noturnos, mas agora está casada com um
cientista, Edward Farady (Herbert Marshall), diagnosticado com um
envenenamento. Ele precisa conseguir dinheiro para encontrar a cura, que está
na Europa. Para isto, Helen volta a se apresentar nos palcos como a “Vênus
lira”, tornando-se novamente grande sucesso. Ela acaba se apaixonando por um
político, Nick (Cary Grant), que lhe oferece ajuda financeira. Helen envolve-se
com Nick, e fica dividida entre seu marido e filho, a carreira e Nick.
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TERROR 2018 10 O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO Marcos Brolia 15/02/2018 Bizarrice da vez de Yorgos Lanthimos disfarçada de thrille...