sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O FILHO DE SATÃ (EUA, 2017)


BLADE RUNNER 2049 (EUA,2017)


683 1982 BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES (Blade Runner)


512 1970 ATO FINAL (Deep End)


511 1970 WOODSTOCK ONDE TUDO COMEÇOU (Woodstock)


510 1970 EL TOPO


509 1970 CADA UM VIVE COMO QUER (Five Easy Pieces)


508 1970 TRISTANA UMA PAIXÃO MÓRBIDA


terça-feira, 26 de dezembro de 2017

CORAÇÃO DE CRISTAL (Herz aus Glas, Alemanha, 1976)

Direção: Werner Herzog
Sinopse:
A maior riqueza de um pequeno vilarejo alemão é o tipo de vidro produzido no local, um produto fabricado apenas na cidade. No entanto, quando o único homem que conhecia o segredo para a produção morre, a cidade entra em uma grande depressão e o vendedor dos produtos embarca em uma jornada obsessiva para descobrir o segredo de fabricação dos vidros de rubi. Os atores contracenaram hipnotizados.

sábado, 23 de dezembro de 2017

LOS PARECIDOS (México, 2015)

Em uma noite escura e chuvosa, um grupo de oito estranhos fica preso em  uma remota estação de ônibus esperando pela condução até a Cidade do México. Coisas estranhas começam a acontecer e eles ficam presos em uma luta pela sobrevivência e sanidade mental.

PÂNICO NAS RUAS (Panic in the Streets, EUA, 1950)


Direção: Elia Kazan
Sinopse:
Clinton Reed (Richard Widmark) é um médico-legista que conclui que a causa principal da morte de um imigrante não foram as balas que o atingiram, mas sim uma violenta e letal febre pneumônica que o pegou antes. Em razão de ser uma doença altamente contagiosa, Clinton se une a Tom Warren (Paul Douglas), uma capitão da polícia, para prender rapidamente Blackie (Jack Palance) e Raymond Fitch (Zero Mostel), os dois gângsteres responsáveis pelos tiros. O temor de Clinton é que ambos tenham sido contaminados pela praga e que a estejam espalhando pela cidade.

CHURCHILL (2017)


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O PODEROSO CHEFINHO (The Boss Baby, EUA, 2017)



A MARVADA CARNE (Brasil, 1985)


Direção: André Klotzel
Sinopse:
Nhô Quim, desejoso tanto de casar quanto de comer carne de boi, conhece nas suas andanças Sá Carula, que só quer arranjar um bom partido. Como o pai da moça tem um boi reservado para o casamento da filha, Nhô Quim resolve unir o útil ao agradável. Como o noivo é obrigado a cumprir umas provas difíceis, ele foge com Sá Carula mas perde o boi. Muito tempo depois, na cidade grande, ele procura resolver sua vontade.
 Participação: Tonico e Tinoco


O FILME DA MINHA VIDA (Brasil, 2017)


"O Filme da Minha Vida" Gravado na Serra Gaúcha em 2015, é dirigido por Selton Mello.
Siliane Vieira
Até quem é local ainda suspira fundo ao deparar com os belos cenários que cortam as paisagens da Serra. Casas centenárias, estradas de chão que costeiam límpidos rios e até trilhos de trem por onde desfila uma barulhenta Maria Fumaça. São terras suspensas no tempo, exatamente como Tony Terranova (Johnny Massaro), protagonista d'O Filme da Minha Vida, que ganha pré-estreia em Bento Gonçalves hoje e chega aos cinemas de todo o Brasil amanhã. O personagem vive entorpecido pela beleza que o rodeia, ao mesmo tempo que é atormentado por ausências. Tony tem em si um estado constante de contemplação, de quem precisa tomar os trilhos da vida, mas decidiu ficar esperando na estação férrea. Um jovem adulto à margem da própria história, envolto por um cenário que representa muito bem essa sensação de estar sempre sonhando acordado.
Terceiro longa do diretor Selton Mello, a produção foi inteiramente filmada na Serra entre abril e maio de 2015. Na telona, cidades como Garibaldi, Bento, Monte Belo do Sul e Farroupilha ganharam ambientação dos anos 1960 — não que tenha sido necessário mudar muita coisa — para levar às telas a história do livro Um Pai de Cinema, do escritor chileno Antonio Skármeta. Nela, Tony é um jovem professor que recém-voltou para a cidade (fictícia) de Remanso para lecionar na escola local. O retorno dele, no entanto, coincide com a partida do pai francês, vivido por Vincent Cassel. Enquanto tenta lidar com a ausência da figura mais representativa em sua história, o personagem ainda se vê às voltas com Luna (Bruna Linzmeyer), seu primeiro amor, e com a melancolia da mãe (Ondina Clais). O amigo Paco (Selton) acaba sendo um escape de humor em meio ao contexto de fortes emoções.
Um dos responsáveis pela formação da estética cinematográfica brasileira, o diretor de fotografia Walter Carvalho é outra presença marcante do longa, apesar de não aparecer em cena. O mesmo olhar que formatou clássicos da filmografia nacional como Central do Brasil, Lavoura Arcaica (parceria emblemática com Selton), Amarelo Manga e Carandiru, agora cria uma fotografia que lembra antigos filmes noir — a fumaça de cigarro no contra-luz é usada sem restrição — e que remete à poesia dos cenários ao redor, fazendo cada take parecer um passeio romântico por uma Itália ou França sessentista e onde se fala português. Na escola, as crianças parecem tiradas do filme O Pequeno Nicolau, enquanto a dupla Tony e Luna carrega em si um pouco da personalidade pop/cult de uma Amelie Poulain. A trilha ajuda a transportar o espectador para esse ambiente de sonho, redescobrindo pérolas como Voilà, de Françoise Hardy, e Hier Encore, de Charles Aznavour. 
Tony parece envolto numa bolha de delírio, e Selton Mello brinca com isso, colocando o personagem a flutuar em cena. O diretor, aliás, disse que o filme se chamaria Os Sonhadores, se Bernardo Bertolucci não tivesse sido mais rápido. O roteiro amarra essa sensação com a presença do cinema, talvez a mais antiga caixa de sonho do mundo, justamente onde a principal reviravolta da história acontece. Mas O Filme da Minha Vida não é filme dentro do filme, é sobre um coadjuvante que precisa aprender a ser protagonista sem perder a capacidade de encantar-se com o mundo.
PRESTE ATENÇÃO
01. Na presença mágica de Rolando Boldrin como maquinista do trem, um presente aos olhos.
02. Na hilária cena na qual o personagem Paco (Selton) contracena com uma dupla de porcos.
03. Nas frases de efeito que rodeiam a história, proferidas por diferentes personagens.
"Toma teus rumo, guri".
“Pediu pra ser chato no vale odo eco”.
“De perto parecia feia e de longe, parecia de perto”.
“Não vou economizar rudeza com o gato. Vou bater com gato morto até o gato miar”.
“– Leva o globo para ela. Ela vai gostar.
– Primeiro o globo ou o dinheiro?
– O dinheiro e depois você dá o mundo para ela”.
04. Na participação do chileno Antonio Skármeta, autor do livro que deu origem ao filme, fazendo uma ponta como dono de bordel.
05. Nos cenários arrebatadores da Serra. Dá para brincar de identificar lugares, além de descobrir outros por meio da ótica mágica do cinema.

10 locais da serra gaúcha que aparecem em ‘O Filme da Minha Vida’
Por Paula Sperb

"O Filme da Minha Vida" , dirigido por Selton Mello, revela locais da serra gaúcha que nem sempre constam dos roteiros turísticos tradicionais. São casas do século XIX, estradas rurais, pontes, rios e ferrovias que serviram de cenário para o filme. Algumas construções foram adaptadas com modificações cenográficas nas fachadas, por exemplo. O longa se passa em duas cidades fictícias, Remanso e Frontera. Porém, as paisagens pertencem a seis cidades do Rio Grande do Sul: Bento Gonçalves, Cotiporã, Garibaldi, Farroupilha, Monte Belo do Sul e Santa Tereza. Baseado no livro Um Pai de Cinema, do chileno Antonio Skármeta, o filme narra a história de Tony (Johnny Massaro), um jovem professor que sofre com o abandono repentino do seu pai, o francês Nicolas (Vincent Cassel), no início dos anos 1960. Para situar os espectadores na geografia do filme, VEJA conversou com a produtora gaúcha Mariana Mêmis Müller, que ajudou a preparar os sets de filmagem. Abaixo, a lista dos locais (reais e fictícios) onde foram filmadas diversas cenas marcantes da produção, que teve direção de fotografia de Walter Carvalho.


01. O trem
O trem é presença constante no longa porque conduz os personagens entre as cidades de Remanso e Frontera. O maquinista é interpretado por Rolando Boldrin. A Maria Fumaça, trem turístico movido a vapor que percorre 23 km entre Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, teve um vagão adaptado para o filme. Ali também foi filmada uma cena de O Quatrilho, longa dirigido por Fábio Barreto, que concorreu ao Oscar em 1996. É possível fazer passeios na Maria Fumaça através da Giordani Turismo, que também atende grupos que queiram visitar as locações do filme.


02. Casa do Tony
O protagonista mora com a mãe, Sofia (Ondina Castilho). A residência fica em Monte Belo do Sul, cidadezinha de apenas 2.600 habitantes a 104 km de Porto Alegre. Nos fundos da casa, há vista para um amplo vale verde, que aparece em diversas cenas.




03. ColégioTony ensina francês em uma escola e  professor de Augusto (João Prates), um adolescente curioso. Augusto é irmão mais novo de Petra (Bia Arantes) e Luna (Bruna Linzmeyer), as “irmãs Madeira”. Petra é a “Rainha das Escolas” e ajuda Luna e suas colegas em uma coreografia, que faz parte de uma atividade escolar. A cena da dança foi gravada no pátio da Escola Estadual Santo Antônio, em Garibaldi, e mostra os muros de pedra do pátio.


04. Rio das Pedras
Chamado pela produção de Rio das Pedras, o local onde Tony e Luna fazem um autorretrato é, na verdade, o Rio das Antas, entre Bento Gonçalves e Cotiporã. Na cena, é possível ver a ponte que passa sobre o rio. É ali, nas pedras do leito do rio, que Luna diz uma das suas falas mais populares entre os espectadores: “Sabe o que eu mais gosto no mundo? Imaginar. Não vejo a hora de entrar em férias, que aí eu vou poder imaginar mais.”


05. Cinema
O cinema “Roxy”, de Frontera, exibe a película Rio Vermelho, com John Wayne no papel principal. A locação é, na realidade, a casa paroquial do município de Cotiporã, que ganhou uma fachada cenográfica. A cidade tem 4.000 habitantes e fica a 123 km da capital gaúcha. O interior do cinema foi filmado na Casa das Artes, em Bento Gonçalves. É no Roxy que Tony vai ao cinema com Paco (Selton Mello), amigo de seu pai. É também no Roxy que Tony tem um encontro com Luna.


06. Prostíbulo
A “casa da luz vermelha” não fica em Remanso, a cidade mais pacata, mas em Frontera, a cidade com lojas e restaurantes. Tony e Paco frequentam o estabelecimento. O autor do livro Um pai de cinema, Antonio Skármeta, faz uma ponta no local como Esteban Coppeta. O prostíbulo é a sede da Associação dos Moradores de Cotiporã. Assim como o cinema Roxy, a construção ganhou uma fachada cenográfica.



07. Casa do Paco
Paco, o criador de porcos e amigo de Nicolas, mora em uma casa de madeira e porão de pedra. A residência fica na Linha 80, no interior do município de Farroupilha. O local é conhecido como “Casa de Bona” e já foi cenário da minissérie Decameron, da Globo.






08. Casa do Nicolas
A residência de madeira pintada de azul, onde se passam cenas com Nicolas, o pai de Tony, fica na área rural do município de Garibaldi. A moradia fica à beira de uma estrada de chão.








09. Restaurante
O restaurante onde Tony e Paco tomam sopa e bebem vinho fica na fictícia Frontera. Porém, o local é situado na cidade de Garibaldi. É no restaurante que acontece o divertido diálogo entre os dois personagens. Tony pergunta: “Você pensa em casar? Ter filhos?”. E Paco responde: “Filhos não, porque eu gosto de dormir”.




10. Estrada
É em uma estrada de chão entre Garibaldi e a pequenina Santa Tereza, de apenas 1.700 habitantes, que Tony, ainda criança, aprende a andar de bicicleta ensinado pelo seu pai, Nicolas. Ao longo de todo o filme, ele se locomove por Remanso de bicicleta.

UM BIRUTA NA CASA DO ESPANTO (Hillbillys in a Haunted House, EUA, 1967)

Numa auto-estrada, três cantores renomados da música country estão se dirigindo para um festival, mas quando ficam sem combustível, se veem obrigados a pedir ajuda em uma casa mal assombrada...
fonte: http://www.cinespacemonster.blogspot.com/apage.html#ixzz0JSUnUmvQ 

AMITYVILLE O DESPERTAR (EUA, 2017)


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A VOZ DA LUA (La Voce della Luna, Itália, França, 1990)


Direção: Federico Felllini
Sinopse:
Recém-saído de um manicômio, o lunático Ivo Salvini (Roberto Benigni) vê o mundo de maneira diferente das outras pessoas, de um jeito poético e particular. Enquanto sonha com o amor, conta com a voz da lua para guiá-lo em suas aventuras. Uma experiência sucede a outra e, em todas elas, Fellini trata de evocar os males do mundo modernos e os conflitos da natureza humana, com muita sensibilidade. Baseado em romance de Ermanno Cavazzoni.

DUNKIRK (EUA, Reino Unido, França, 2017)


Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan

Christopher Nolan enquadra relato de guerra em mais um dos seus formatos prontos de espetáculo

Godard desaprovou quando Spielberg recriou Auschwitz em A Lista de Schindler, esforço de romantização que o francês julgou moralmente questionável, e embora Dunkirk passe longe do Holocausto (a única iconografia nazista recriada no filme são as cruzes pretas que identificam os caças alemães) Christopher Nolan se expõe a controvérsia semelhante. A título de elegia, sua história-baseada-em-fatos reconta a batalha no porto de Dunquerque num suspense que existe em função do frenesi do combate.
A estrutura tríptica - acompanhamos simultaneamente soldados na praia por uma semana, um barco de resgate por um dia e o caça pilotado por Tom Hardy por uma hora - permite que Dunkirk transcorra inteiro como o clímax não-linear de A Origem, de tempo forte em tempo forte, dilatando momentos dramáticos com o sustento da trilha onipresente de Hans Zimmer. Do embarque de um pequeno veleiro civil às trocas protocolares de mensagens dos pilotos, pontos de partida da trama, tudo no filme é narrado com urgência pré-planejada.
Se essa urgência se justifica, se o artifício esvazia ou não o sentido da guerra, essas dúvidas ficam imediatamente emudecidas pela ação que Zimmer acompanha em eterno crescendo e que Nolan filma com sua generosa oferta de recursos, como os encaixes instalados para câmera IMAX na lataria do Spitfire. A boa parte dos personagens cabe o privilégio de assistir à ação, coadjuvantes funcionais catatônicos como o coronel vivido por James D'Arcy, que está no filme apenas para ouvir Kenneth Branagh explicar o contexto da Segunda Guerra.
É evidente que Nolan modula aqui sua ambição para se aproximar do cinema de guerra com o mesmo tom operístico com que Stanley Kubrick criava seus filmes mais pretensiosos. Dunkirk promete "a guerra como você nunca viu" e entrega uma experiência cheia de sobrecargas sensoriais, mas o que resta dela em seguida? Com o mesmo arranque seco que havia começado, o filme se encerra num triunfo estranho, tateando imagens em busca de significado, alternando close-ups de personagens fitando o vazio.
Se o filme de Nolan não encontra uma conclusão que o justifique, talvez seja porque o espetáculo é uma justificativa em si mesmo. Não há nada de errado nisso. James Cameron gastou os tubos recriando o horror do Titanic com o mesmo impulso sádico de Dunkirk, mas tinha plena noção do valor da história que contava e do gênero a que se filiava, e as fantasias do seu melodrama sulista ajudavam a evitar, pela espetacularização, a frontalidade da morte. Já em Dunkirk não há escapismo possível; de todos os instrumentos ao alcance de Nolan a fantasia nunca foi um deles.

FONTE: https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/dunkirk/?key=131651 26/07/2017 - 17:47 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O ANJO EMBRIAGADO (Yoidore Tenshi, Japão, 1948)


Direção: Akira Kurosawa
Sinopse:
Um doutor alcóolatra (Takashi Shimura) no Japão pós-guerra trata o jovem Matsunaga (Toshirô Mifune) depois de uma batalha armada com um sindicato rival. O doutor dá ao jovem gângster o diagnóstico de tuberculose, e o convence a começar um tratamento. Os dois aproveitam uma constrangedora amizade até que o patrão inicial do gângster é libertado da prisão e sai em busca dos antigos membros da gangue para reunir seu grupo novamente.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O CRIME NÃO COMPENSA (Knock On Any Door, EUA, 1949)


Direção: Nicholas Ray
Sinopse:
Jovem e atraente, um desajustado descendente de italianos é preso como o principal suspeito da morte de um policial. Apesar dos esforços de seu advogado, um homem que superou os obstáculos de uma origem humilde, ele logo está no crime outra vez e com poucas chances de ser absolvido.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

MÃE (Mother, 2017)


TERROR 2017 44 Mãe!
Marcos Brolia 21/09/2017
Mas que c... é esse filme de Darren Aronofsky?
Sabe o que vai representar para você a minha crítica sobre Mãe!, o pretensioso filme de Darren Aronofsky que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros e está dividindo opiniões e gerando uma extrema controvérsia, a ponto da manda-chuva da Paramount vir a público defendê-lo oficialmente? Nenhuma! Sabe por quê? Mãe! é uma experiência cinematográfica totalmente subjetiva, repleto de metáforas e cheio de simbolismo que será compreendido de forma diferente por cada um sentado na sala de cinema. Assim como em determinado momento da metragem um personagem extasiado pela obra do poeta vivido por Javier Bardem diz que parece que a mesma fora escrito para ele. Ou seja, cada um interpreta o poema de uma forma. É a deixa de Aronofsky sobre seu mais novo longa. E no meio de tanta informação metafórica, uma em especial me chamou a atenção: após gestada, sua obra não pertence mais à você. Ela pertence ao mundo e isso dá direito a suas diversas interpretações e bem, cada um fazer o que bem entender com ela. Tanto daquele que está assistindo, quanto do departamento comercial de um grande estúdio, que muitas das vezes dá com os burros n’água vendendo aquilo que de fato ele não é, soltando um trailer que é uma arapuca errônea de público. O resultado: um F capital na nota do Metascore e uma avalanche de queixume e rejeição. Mas o filme é ruim? Pelo contrário. Mas foi vendido de forma equivocada, o que acaba por frustrar muita gente. E acredite, quanto menos você souber sobre a trama, é melhor.
A verdade é que durante quase toda duração eu me senti desconfortável, incomodado, dando risadas de nervoso em diversos momentos cômicos de puro nonsense. Ele é visceral, com uma entrega absoluta de Jennifer Lawrence, sempre acompanhada de pertíssimo pelas invasivas lentes do diretor, e desanda na violência aterradora (algumas das sequências finais são realmente pesadas) apoiada pela caótica parafernália narrativa de guerrilha que o diretor arma em um espetáculo de cacofonia. Mãe! é perturbado e bizarro aos borbotões e escancara bem o uso do termo “horror psicológico”. Mas não da forma mainstream e acessível como Cisne Negro, por exemplo, apesar de ambos se jogarem fundo no campo das camadas da psique humana. Há também toda uma comparação com a atmosfera de O Bebê de Rosemary, principalmente no que tange a dubiedade das ações de Bardem, o crescimento da relação passivo-agressiva de Lawrence e o entra e sai de personagens misteriosos e suas atitudes incompreensíveis. Mas ao mesmo tempo, não tem absolutamente nada a ver.
No decorrer de sua exibição, a sensação de angústia é crescente, tal qual a crônica de uma tragédia anunciada, num processo de slow burning de tensão absoluta que beira o insuportável, conforme caminha para seu tresloucado terceiro ato – de uma megalomania ímpar, diga-se de passagem, talvez o grande erro do diretor – que te atinge direto no peito com seu surrealismo empírico.
Fato é que o filme irá terminar e você ficará com aquele enorme WTF estampado bem na cara. A cortina desce sem nenhuma explicação didática escarrada deixando cada um dos espectadores a esmo. Algo que boa parte do público não vai engolir muito bem, fato! Afinal, o processo de digestão do mesmo é longo, mas qual o problema disso?
Quando uma obra, ao acender as luzes, provoca uma enxurrada de dúvidas, questionamentos e impressões, que provavelmente serão expostas na mesa de bar, nas discussões de Facebook ou nas reuniões entre amigos cinéfilos, significa que de uma forma ou de outra ela funcionou. A inocuidade é sempre o pior dos sentimentos em relação a um filme.
E lembra da tal subjetividade? Bem, com o que acabara de assistir ainda repassando em minha cabeça febril voltando para casa, tocou no rádio do carro a música “We Don’t Deserve Love”, do Arcade Fire. Will Butler canta que talvez não merecemos o amor. Pode ser que seja por aí… A existência do sentimento, para alguns, está inexoravelmente ligada com as implicações de sua perda. Talvez, perder o amor seja a forma de encontrar inspiração. Uma maneira que nossa mente encontra para criar. Já passei por tal experiência.
O amor é combustível para a criação. Quando ele se quebra, aproveitando uma análise de acontecimentos do próprio filme, há um bloqueio e é necessário uma força cataclísmica, ou um conjunto de ações e reações, até tudo ser consumido em chamas, transformar-se em cinzas, e só aí rolar um processo de interiorização e tudo recomeçar. Só que nesse processo, estamos sujeitos a usar o outro para isso.
Esse uso, surge também em tela como uma crítica velada à sociedade patriarcal e machista. Não interessa o verdadeiro desejo de suas esposa e seus esforços. Ela está ali como muleta. O que importa é satisfazer suas próprias vontades, seu ego inflável. E que a figura da mãe, a única pessoa no mundo responsável pela vida, a maior criação de todas, não nos deixe cair no egoísmo e na destruição, amém.
Aliás, recorrente no cinema de Aronofsky o tema “obsessão” também está lá. Fora, o contexto bíblico, como uma recriação em menor escala do Antigo e Novo Testamento da Bíblia, carregado de simbolismos e personagens religiosos, onde o diretor coloca a figura de Lawrence como uma madona, de uma paciência e compaixão sobrehumana, numa iconografia do sagrado materno e como nós idolatramos o messiânico. Um dos pôsteres é a prova cabal disso. Buscamos a salvação em ícones e símbolos que podem também gerar o caos e a guerra, e despertar o pior da humanidade só por causa do fruto de vosso ventre, que igualmente podem nos levar à destruição total, enquanto somos causa e consequência do nosso egoísmo e vaidade.
Mas claro, todo esse ensaio é uma interpretação extremamente pessoal baseada nas minhas percepções fílmicas e até de meu repertório pessoal. E a bem da verdade, isso NÃO é uma resenha.
Fato é que cada um que assistir a Mãe!, terá uma perspectiva diferente, algo para acrescentar, comentar, ou que diabos, odiar. Mas recomenda-se cabeça muito aberta, não cair nas armadilhas do marketing e tampouco sentar no bonde do hype, e aproveitar uma experiência cinematográfica que é uma verdadeira força centrífuga, nada usual aos padrões tanto do cinema de horror, quando convencional.
4 poemas para Mãe!
Fonte: http://101horrormovies.com.br/review-2017-44-mae/

domingo, 3 de dezembro de 2017

OLHOS FAMINTOS 3 (Jeepers Creepeers 3, EUA, 2017)


ESTE MUNDO É UM HOSPÍCIO (Arsenic and Old Lace, EUA, 1944)


Direção: Frank Capra
Sinopse:
Mortimer Bruster (Cary Grant) é um crítico teatral conhecido por suas manifestações contrárias ao matrimônio que aprende uma dura lição justamente no dia de seu próprio casamento – acaba descobrindo um estranho hábito de suas doces e idosas tias: matar velhos solitários, como se fosse um ato de caridade.

sábado, 2 de dezembro de 2017

A VÊNUS LOIRA (Blonde Venus, EUA, 1932)


Direção: Josef Stemberg
Sinopse:
Helen (Marlene Dietrich) já brilhou nos clubes noturnos, mas agora está casada com um cientista, Edward Farady (Herbert Marshall), diagnosticado com um envenenamento. Ele precisa conseguir dinheiro para encontrar a cura, que está na Europa. Para isto, Helen volta a se apresentar nos palcos como a “Vênus lira”, tornando-se novamente grande sucesso. Ela acaba se apaixonando por um político, Nick (Cary Grant), que lhe oferece ajuda financeira. Helen envolve-se com Nick, e fica dividida entre seu marido e filho, a carreira e Nick.