quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ALÉM DAS PALAVRAS (A Quiet Passion, Reino Unido e Bélgica, 2016)

Baseado na história de vida e no trabalho da grande poetisa americana Emily Dickinson (Cynthia Nixon), acompanhamos seu trajeto desde os primeiro dias como uma jovem estudante até seus últimos anos como uma artista reclusa e quase irreconhecida. Uma mulher tímida, mas com ótimo senso de humor e amizades intensas. Emily escrevia praticamente um poema por dia, porém, apenas parte da sua obra foi publicada em vida.

DEATH NOTE (EUA, 2017)


TERROR 2017 41 DEATH NOTE
Daniel Rodriguez 28/08/2017

Eis o pior “filme” de 2017
No período que compreende o anúncio da versão norte-americana de Death Note ao seu fatídico lançamento, fui um ferrenho defensor da mesma. Discordei fundamentalmente dos comentários que apontavam o filme como um caso de whitewashing (transformar personagens de etnias diferentes em pessoas brancas) e que diziam que esta era uma história japonesa e que não funcionaria no ocidente. Isso sempre me pareceu uma crítica vazia e que desconhece a própria história do cinema.
A trama de Death Note, apesar de fundamentada em elementos culturais japoneses, como os shinigami, é sim universal. Invoco aqui o Shinigami Ryuk em pessoa (demônio, ou sei lá) para corroborar essa teoria: no primeiro episódio do anime (não me lembro se no mangá também), o deus da morte conta que deixou o livro cair por acaso na terra e que por isso mesmo escreveu as regras de seu funcionamento em inglês, para que houvesse maior chance dele ser utilizado por quem quer que o encontrasse. Além disso, um dos outros deuses que aparece no episódio possui um visual inspirado em índios norte-americanos. Mais que isso, os próprios temas abordados pela série, que vão de investigação, jogos mentais, vigilantismo, conceitos deturpados de ética e moral e muito mais são sim, perfeitamente aplicáveis nos Estados Unidos ou em qualquer país ocidental. Para terminar, contamos com a direção de Adam Wingard, puta nome do cinema de gênero atual e produção da queridíssima Netflix que até detêm os direitos de exibição do anime. Com o perdão de vocês, leitores, é hora de quebrar o decoro, pois eu fui enganado por estes malditos…
Death Note É UM LIXO TOTAL E ABSOLUTO.
Parafraseando um youtuber que não lembro quem, este é o Dragonball Evolution da Netflix. E este último é o filme que mais odeio na vida. Enquanto adaptação, o longa de Wingard DEFECA impiedosamente sobre o original. Enquanto filme independente com liberdade criativa, é a maior atrocidade cinematográfica do ano. E ainda tiveram a audácia de fazer a animação do título igual a de O Enigma de Outro Mundo! Na obra original de  Tsugumi Ohba, o entediado Shinigami (deus da morte) Ryuk decide emprestar seu caderninho para um humano para, no melhor estilo Coringa, ver o mundo pegar fogo. O humano escolhido é o japonês Light Yagami, estudante de intelecto brilhante que, muito provavelmente, era fã de Taxi Driver, devido ao seu discurso de indignação frente a miséria e fracasso humanos. De posse do caderno, Light só precisaria escrever o nome de alguém e o método da morte, que logo se concretiza. Assumindo a alcunha Kira, Light começa a limpar o país de criminosos e, durante sua aventura, cruza o caminho com a jovem louquinha Mia e o detetive gênio excêntrico L. Em linhas gerais, o longa de Adam Wingard não foge disso. Porém, de alguma forma, mesmo com o material pronto nas mãos, o time de roteiristas conseguiu criar uma aberração textual tão grande, que me impressiona algum estúdio ter topado embarcar nesse barco furado. Um dos principais responsáveis por isso é o tal do Jeremy Slater, infeliz encarregado pelo roteiro do último Quarteto Fantástico, Renascida do Inferno e da série de O Exorcista. Foge da minha compreensão como alguém desse naipe consegue seguir adiante com projetos de calibre considerável, com uma bagagem tão podre. Uns anos atrás assisti a um filme sul-coreano chamado Iris, que me incomodou profundamente. Parecia uma colcha de retalhos, não havia continuidade nas cenas e saltos temporais grandes, desenvolvimento zero de personagens, narrativa ou trama. Posteriormente descobri que este filme era uma condensação de uma série homônima de dez episódios de uma hora de duração cada. Basicamente, alguém achou boa ideia espremer dez horas de conteúdo em uma hora e trinta minutos. O resultado foi atroz. A impressão que tenho hoje é de que fizeram o mesmo com Death Note. Não existe nada que se pareça com desenvolvimento aqui, só uma aglutinação de fatos e decisões imediatas sem embasamento por parte de personagens vazios e desinteressantes. Como se alguém tivesse comprimido 10 horas de filme em menos de 2 horas, de forma que sobrassem apenas lampejos e trechos pequenos de algo maior. É inconcebível levar um filme adiante dessa maneira. Não para a Netflix, aparentemente. Dentro dos primeiros 35 minutos da fita, Light encontra o death note, conhece Ryuk, utiliza o livro para vingança pessoal, conhece Mia, conta para ela que consegue matar pessoas usando um livro, começa a namorá-la, cria uma identidade secreta para si mesmo e torna-se famoso mundialmente por matar centenas de criminosos misteriosamente. L ainda é introduzido e já descobre de qual cidade do mundo Light opera. Nessa altura do campeonato, considerei abandonar o filme pela metade e me lembrei de Esquadrão Suicida. Nessa outra monstruosidade da DC, ocorre um fenômeno bem similar. Ao invés de desenvolver personagens, o longa simplesmente nos diz quem é quem e o que devemos sentir por eles. Qualquer filme da Xuxa nos anos 90 possui uma progressão narrativa melhor e mais elaborada que Death Note e afirmo isso sem qualquer ironia. Os personagens são vazios, suas ações sem sentido e as consequências não existem. Logicamente, a trama que deveria ser inteligente e elaborada, revela-se boçal e sem sentido. As alterações para com o original, do tipo, tornar Light um vacilão juvenil e L um sujeito emocionalmente desbalanceado, seriam perfeitamente aceitáveis (mentira, não seria porra nenhuma, as mudanças são vergonhosas!) se existisse aqui um MÍNIMO de investimento em um elemento básico do cinema: narrativa. Como isso não acontece, temos um somatório de fatores negativos cujo resultado é um produto ainda mais negativo. No começo, apesar do incômodo com o ritmo, me interessei pela aproximação das mortes e do belíssimo gore com a franquia Premonição. Light decide que alguém deve ser decapitado, então temos uma confluência de ações aleatórias e acidentais, influenciadas pela entidade morte/Ryuk, para que tudo ocorra como descrito no caderninho. Outro elemento visualmente interessante é o frenesi de cores pulsantes neon, que o deixam com um aspecto cool. Considerando a obra como um todo, me parece um caso de puro cinismo artístico de Adam Wingard, diretor que decepciona pela segunda vez seguida, após o fraquíssimo Bruxa de Blair. Até mesmo as qualidades de Death Note parecem desonestas e somem dentro de seu fracasso como adaptação e como peça própria. Chega a ser difícil me referir a este como “filme”.; Mega-trailer ou compilado-de-cenas talvez sejam títulos mais apropriados. Para piorar, as “mentes criativas” por trás dessa bagaceira chata e sem noção tem esperanças de fazer uma sequência. Por vezes até acredito no potencial das sequências em melhorar o original, mas aqui o caso é tão complicado, que é melhor deixar essa ideia de lado. O desgraçamento cinematográfico que recaiu sobre essa obra tão fenomenal me deixou curioso em assistir os live-action japoneses, por simples critério comparativo. Fez-me pensar também nos rumos tomados pela Netflix nos últimos dois anos. Claramente o serviço de streaming está sendo incapaz de manter o alto nível de produção, dada a massificação absoluta das mesmas. Quantidade parece ter tomado o lugar da qualidade e até mesmo projetos com grande potencial tem se estatelado. Recomendo fortemente, para todos os interessados no conceito desse compilado-de-cenas, que assistam ao anime, também disponível na nossa locadora virtual favorita. Apesar de animação, possui um tom bem sóbrio e é fácil de assistir, como qualquer outra série.
1 nome escrito no caderninho para Death Note.
Fonte; http://101horrormovies.com.br/review-2017-41-death-note/

terça-feira, 22 de agosto de 2017

470 1967 BONNIE E CLYDE Uma Rajada de Balas


469 1967 WAVENLENGTH


468 1967 À QUEIMA ROUPA Point Blank


467 1967 REBELDIA INDOMÁVEL Cool Hand Luke


466 1967 O SAMURAI Le Samourai


465 1967 WEEK END À FRANCESA


464 1967 DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS Les Demoiselles De Rochefort


463 1967 A BELA DA TARDE Belle de Jour


462 1967 HOMBRE


ROBERTO CARLOS E A JOVEM GUARDA ESPECIAL RECORD (Brasil, 1990)


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

460 1967 PLAYTIME TEMPO DE DIVERSÃO


459 1967 A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM (The Graduate)


458 1967 DUAS OU TRÊS COISAS QUE EU SEI DELA (2 Ou 3 Choses Que Je Sais D’elle)


457 1966 A GRANDE TESTEMUNHA (Au Hasard Balthazar)


456 1966 MASCULINO FEMININO (Masculin, Féminin)


455 1966 QUANDO DUAS MULHERES PECAM (Persona)


454 1966 QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF (Who’s Afraid Of Virginia Woolf)


453 1966 NO CALOR DA NOITE (In The Heat Of The Night)


452 1966 O SEGUNDO ROSTO (Seconds)


sábado, 5 de agosto de 2017

450 1966 AS PEQUENAS MARGARIDAS Sedmikrasky (Tcheco)


448 1966 BLOW UP DEPOIS DAQUELE BEIJO Blow Up


443 1965 O DEMÔNIO DAS ONZE HORAS Pierrot Le Fou


442 1965 JULIETA DOS ESPÍRITOS Giulietta Degli Spiriti (Itália)


QUANTO TEMPO O TEMPO TEM (BRASIL, 2014)


ALIEN COVENANT (EUA, 2017)


TERROR 2017 27 2017 ALIEN: COVENANT
Marcos Brolia em 10/05/2017

Muito Prometheus, pouco O Oitavo Passageiro
Há de se levar em consideração que MUITA gente gosta de Prometheus e tem lá seus motivos. Em contrapartida, o filme de Ridley Scott acabou por decepcionar também uma galera, incluindo o grosso dos fãs da franquia Alien, gerando até aquela famosa piada jocosa em PT-BR com o título, sobre o não cumprimento da promessa do veterano diretor inglês. Depois de cinco anos e muita expectativa sobre a volta de Scott ao universo que ele dera origem há quase 40 anos, a grande dúvida na cabeça do público é: mas esse será mais Prometheus, ou mais Alien? E principalmente: o cineasta teria aprendido com os próprios erros e críticas a seu filme anterior, e focar nos acertos de seu seminal horror espacial, pedra angular do subgênero? Com a estreia de Alien: Covenant nos cinemas brasileiros, as respostas são as mais deprimentes possíveis… O filme que conta a tão aguardada origem do xenomorfo, que deveria saudar os fãs de longa data e introduzir a barata espacial para uma nova geração – pavimentando caminho para a ideia sem noção de uma nova hexalogia (!!!) – nada é mais que uma continuação canhestra de um antecessor fraco, que se preocupa muito mais em seguir explorando uma ideia que desagradou geral ao invés de uma simples e certeira “volta ao básico”, entregando um terror espacial claustrofóbico focado na criatura, e não, mais uma vez, nas desventuras de um sintético afetado, elucubrações sobre a origem da vida, e uma tripulação repleta de imbecis, além de ignorar completamente a mitologia a seu bel prazer. Sério, como em pleno século XXII, a Weyland Corp. consegue juntar um grupo tão grande de astronautas ineptos, que deveriam ser os melhores em suas especialidades, afinal, a Covenant está partindo em uma importante missão de colonização? A série de pataquadas que selam a sorte daquele grupo é inadmissível, tal qual os personagens fraquíssimos que tripularam a Prometheus dez anos antes, e deu no que deu. A saudades de Ellen Ripley chega a bater forte no peito. O roteiro é cheio de clichês, recursos pobres, tudo demasiadamente previsível e soluções baseadas em coincidências ou pura cabacice do tipo: “sujeito senta para fumar bem ao lado de esporos que irá infectá-lo” ou “nego cutuca uma forma botânica alienígena sem a menor parcimônia” ou “ciclana fica desnecessariamente desesperada e atira em um tanque de combustível explodindo a dropship e deixando todo mundo preso no planeta”, tudo praticado por um conjunto de personagens rasos que nem um pires, que só estão ali para a contagem de cadáveres, que você nem dá a mínima por não conseguir criar empatia por nenhum deles. Não obstante, a primeira uma hora do filme poderia ter sido jogada na LATA DO LIXO da sala de edição. Nisso, estou falando desde o acidente que a Covenant sofre, que faz o novo capitão carola decidir pousar em um planeta não escaneado, contendo as mesmas condições biológicas e atmosféricas da Terra, ao invés de voltar a entrar em estado de animação suspensa e acordar só daqui a sete anos quando chegar ao seu destino junto dos dois mil colonos que a nave carrega, até a eclosão do chamado neomorfo, a irritante nova criatura feita totalmente em CGI, toda descompassada, sem a menor necessidade de existir, nem mesmo para o bestiário do cânone. Só que o GRANDE problema de tudo é a ineficácia de Ridley Scott em construir a atmosfera do filme e sua direção burocrática, parecendo incapaz de repetir o sucesso que obteve de forma tão assertiva em Alien, o Oitavo Passageiro, ao criar um clima de crescimento exponencial do medo e ameaça na presença de uma forma de vida terrível e indestrutível que espreita na sombra. Pior é que ao sermos apresentados à Covenant nos primeiros minutos de filme, há nela um quê de Nostromo, com seus ambientes escuros e corredores apertados captados em ângulos fechados, perfeitos para o clima de clausura e claustrofobia. Scott, mais uma vez, perde tempo dando continuidade a todos os problemas do longa anterior, preferindo campos abertos e cavernas, dando destaque para uma série de devaneios criacionistas de David e sua motivação questionável, seus diálogos cafonas com Walter (papel duplo de Michael Fassbender, único que se salva), o sintético da Covenant – uma versão downgrade de si mesmo – incluindo aí uma insuportável sequência de SEIS MINUTOS onde ele ensina o robô-irmão a TOCAR FLAUTA DOCE, e decide voltar à espaçonave e mergulhar nos confins do espaço desconhecido apenas no terceiro ato. Mas verdade seja dita: os últimos vinte minutos são realmente muito interessantes, a cereja de um bolo qualquer nota, salvo aquela VERGONHOSA cena do chuveiro, que parece saída de um slasher de quinta. Isso porque aqui, é feito o arroz com feijão ao tentar emular o original, além do fanservice em prestar uma baita homenagem ao visual da Ripley em Aliens, o Resgate. Exatamente o que eu, você, e todo mundo, imagino, queria ver desde que o longa fora anunciado, ainda mais contando com a direção do pai do xenomorfo, monstro que safadamente deve contabilizar no máximo uns trinta minutos de duração em uma projeção de mais de duas horas. Obviamente há uma deixa para o próximo filme, com uma premissa bem das boas, e muitas perguntas ainda sem resposta, mas, talvez seja a hora de Ridley Scott largar o osso – uma vez que ele já não é o mesmo há um BOM tempo – e as sequências serem entregues para novos diretores que tragam suas visões particulares, como feito com muito sucesso na série até então (James Cameron, David Fincher e Jean-Pierre Jeunet estão aí para não me deixar mentir) ou o que vem acontecendo, por exemplo, com outras franquias espaciais como Star Wars ou Star Trek. Nem precisa ir tão longe, já que é Denis Villeneuve, o nome mais quente da ficção científica da atualidade, quem comandará a sequência de Blade Runner, outro clássico de Scott. No frigir dos ovos, você me pergunta se ele é melhor que Prometheus. Eu respondo: sim! Mas pelo menos o antecessor é mais honesto e não frustra ninguém colocando ALIEN em letras garrafais no título, só para meter a barata espacial em cena por um período tão curto de tempo, completamente subaproveitado em um longa mediano e sem a mínima capacidade de construção do horror sufocante. Tentou misturar os dois filmes, e a receita não funcionou. Pior ainda, fica aquele gosto ruim na boca por esta produção, junto de um Ridley Scott agindo tipicamente como “o dono da bola”, ter sido a responsável pela Fox enterrar o promissor Alien 5 de Neil Blomkamp…
2,5 neomorfos para Alien: Covenant
FONTE: http://101horrormovies.com/2017/05/10/review-2017-27-alien-covenant/

AMERICAN EXORCISM (EUA, 2017)