Baseado na história de vida e no trabalho da grande poetisa americana Emily Dickinson (Cynthia Nixon), acompanhamos seu trajeto desde os primeiro dias como uma jovem estudante até seus últimos anos como uma artista reclusa e quase irreconhecida. Uma mulher tímida, mas com ótimo senso de humor e amizades intensas. Emily escrevia praticamente um poema por dia, porém, apenas parte da sua obra foi publicada em vida.
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
DEATH NOTE (EUA, 2017)
TERROR 2017 41 DEATH NOTE
Eis o pior “filme” de 2017
No período que
compreende o anúncio da versão norte-americana de Death Note ao seu
fatídico lançamento, fui um ferrenho defensor da mesma. Discordei
fundamentalmente dos comentários que apontavam o filme como um caso
de whitewashing (transformar personagens de etnias diferentes em
pessoas brancas) e que diziam que esta era uma história japonesa e que não
funcionaria no ocidente. Isso sempre me pareceu uma crítica vazia e que
desconhece a própria história do cinema.
A trama de Death
Note, apesar de fundamentada em elementos culturais japoneses, como
os shinigami, é sim universal. Invoco aqui o Shinigami Ryuk
em pessoa (demônio, ou sei lá) para corroborar essa teoria: no primeiro
episódio do anime (não me lembro se no mangá também), o deus da morte conta que
deixou o livro cair por acaso na terra e que por isso mesmo escreveu as regras
de seu funcionamento em inglês, para que houvesse maior chance dele ser
utilizado por quem quer que o encontrasse. Além disso, um dos outros deuses que
aparece no episódio possui um visual inspirado em índios norte-americanos. Mais
que isso, os próprios temas abordados pela série, que vão de investigação,
jogos mentais, vigilantismo, conceitos deturpados de ética e moral e muito mais
são sim, perfeitamente aplicáveis nos Estados Unidos ou em qualquer país
ocidental. Para terminar, contamos com a direção de Adam Wingard, puta nome do
cinema de gênero atual e produção da queridíssima Netflix que até detêm os
direitos de exibição do anime. Com o perdão de vocês, leitores, é hora de
quebrar o decoro, pois eu fui enganado por estes malditos…
Death Note É UM
LIXO TOTAL E ABSOLUTO.
Parafraseando
um youtuber que não lembro quem, este é o Dragonball
Evolution da Netflix. E este último é o filme que mais odeio na vida.
Enquanto adaptação, o longa de Wingard DEFECA impiedosamente sobre o original.
Enquanto filme independente com liberdade criativa, é a maior atrocidade cinematográfica
do ano. E ainda tiveram a audácia de fazer a animação do título igual a
de O Enigma de Outro Mundo! Na obra original de Tsugumi
Ohba, o entediado Shinigami (deus da morte) Ryuk decide
emprestar seu caderninho para um humano para, no melhor estilo Coringa, ver o
mundo pegar fogo. O humano escolhido é o japonês Light Yagami, estudante de
intelecto brilhante que, muito provavelmente, era fã de Taxi Driver,
devido ao seu discurso de indignação frente a miséria e fracasso humanos. De
posse do caderno, Light só precisaria escrever o nome de alguém e o método da
morte, que logo se concretiza. Assumindo a alcunha Kira, Light começa a limpar
o país de criminosos e, durante sua aventura, cruza o caminho com a jovem
louquinha Mia e o detetive gênio excêntrico L. Em linhas gerais, o longa de
Adam Wingard não foge disso. Porém, de alguma forma, mesmo com o material
pronto nas mãos, o time de roteiristas conseguiu criar uma aberração textual
tão grande, que me impressiona algum estúdio ter topado embarcar nesse barco
furado. Um dos principais responsáveis por isso é o tal do Jeremy Slater,
infeliz encarregado pelo roteiro do último Quarteto Fantástico, Renascida do Inferno e da série de O Exorcista. Foge da minha compreensão como alguém
desse naipe consegue seguir adiante com projetos de calibre considerável, com
uma bagagem tão podre. Uns anos atrás assisti a um filme sul-coreano
chamado Iris, que me incomodou profundamente. Parecia uma colcha de
retalhos, não havia continuidade nas cenas e saltos temporais grandes,
desenvolvimento zero de personagens, narrativa ou trama. Posteriormente
descobri que este filme era uma condensação de uma série homônima de dez
episódios de uma hora de duração cada. Basicamente, alguém achou boa ideia
espremer dez horas de conteúdo em uma hora e trinta minutos. O resultado foi
atroz. A impressão que tenho hoje é de que fizeram o mesmo com Death Note.
Não existe nada que se pareça com desenvolvimento aqui, só uma aglutinação de
fatos e decisões imediatas sem embasamento por parte de personagens vazios e
desinteressantes. Como se alguém tivesse comprimido 10 horas de filme em menos
de 2 horas, de forma que sobrassem apenas lampejos e trechos pequenos de algo
maior. É inconcebível levar um filme adiante dessa maneira. Não para a Netflix,
aparentemente. Dentro dos primeiros 35 minutos da fita, Light encontra o death
note, conhece Ryuk, utiliza o livro para vingança pessoal, conhece Mia, conta
para ela que consegue matar pessoas usando um livro, começa a namorá-la, cria
uma identidade secreta para si mesmo e torna-se famoso mundialmente por matar
centenas de criminosos misteriosamente. L ainda é introduzido e já descobre de
qual cidade do mundo Light opera. Nessa altura do campeonato, considerei
abandonar o filme pela metade e me lembrei de Esquadrão Suicida. Nessa outra
monstruosidade da DC, ocorre um fenômeno bem similar. Ao invés de desenvolver
personagens, o longa simplesmente nos diz quem é quem e o que devemos sentir
por eles. Qualquer filme da Xuxa nos anos 90 possui uma progressão narrativa
melhor e mais elaborada que Death Note e afirmo isso sem qualquer
ironia. Os personagens são vazios, suas ações sem sentido e as consequências
não existem. Logicamente, a trama que deveria ser inteligente e elaborada,
revela-se boçal e sem sentido. As alterações para com o original, do tipo,
tornar Light um vacilão juvenil e L um sujeito emocionalmente desbalanceado,
seriam perfeitamente aceitáveis (mentira, não seria porra nenhuma, as mudanças
são vergonhosas!) se existisse aqui um MÍNIMO de investimento em um elemento
básico do cinema: narrativa. Como isso não acontece, temos um somatório de
fatores negativos cujo resultado é um produto ainda mais negativo. No começo,
apesar do incômodo com o ritmo, me interessei pela aproximação das mortes e do
belíssimo gore com a franquia Premonição. Light decide que
alguém deve ser decapitado, então temos uma confluência de ações aleatórias e
acidentais, influenciadas pela entidade morte/Ryuk, para que tudo ocorra como
descrito no caderninho. Outro elemento visualmente interessante é o frenesi de
cores pulsantes neon, que o deixam com um aspecto cool. Considerando a
obra como um todo, me parece um caso de puro cinismo artístico de Adam Wingard,
diretor que decepciona pela segunda vez seguida, após o fraquíssimo Bruxa de Blair. Até mesmo as qualidades de Death
Note parecem desonestas e somem dentro de seu fracasso como adaptação e
como peça própria. Chega a ser difícil me referir a este como “filme”.;
Mega-trailer ou compilado-de-cenas talvez sejam títulos mais apropriados. Para
piorar, as “mentes criativas” por trás dessa bagaceira chata e sem noção tem
esperanças de fazer uma sequência. Por vezes até acredito no potencial das
sequências em melhorar o original, mas aqui o caso é tão complicado, que é
melhor deixar essa ideia de lado. O desgraçamento cinematográfico que recaiu
sobre essa obra tão fenomenal me deixou curioso em assistir os live-action japoneses, por simples
critério comparativo. Fez-me pensar também nos rumos tomados pela
Netflix nos últimos dois anos. Claramente o serviço
de streaming está sendo incapaz de manter o alto nível de produção,
dada a massificação absoluta das mesmas. Quantidade parece ter tomado o lugar
da qualidade e até mesmo projetos com grande potencial tem se estatelado. Recomendo
fortemente, para todos os interessados no conceito desse compilado-de-cenas,
que assistam ao anime, também disponível na nossa locadora virtual favorita.
Apesar de animação, possui um tom bem sóbrio e é fácil de assistir, como
qualquer outra série.
1 nome escrito no
caderninho para Death Note.
Fonte;
http://101horrormovies.com.br/review-2017-41-death-note/
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
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sábado, 5 de agosto de 2017
ALIEN COVENANT (EUA, 2017)
TERROR 2017 27 2017 ALIEN: COVENANT
Marcos Brolia em 10/05/2017
Muito Prometheus, pouco O Oitavo Passageiro
Há de se levar em
consideração que MUITA gente gosta de Prometheus e tem lá seus
motivos. Em contrapartida, o filme de Ridley Scott acabou por decepcionar
também uma galera, incluindo o grosso dos fãs da franquia Alien, gerando
até aquela famosa piada jocosa em PT-BR com o título, sobre o não cumprimento
da promessa do veterano diretor inglês. Depois de cinco anos e muita
expectativa sobre a volta de Scott ao universo que ele dera origem há quase 40
anos, a grande dúvida na cabeça do público é: mas esse será
mais Prometheus, ou mais Alien? E principalmente: o cineasta teria
aprendido com os próprios erros e críticas a seu filme anterior, e focar nos
acertos de seu seminal horror espacial, pedra angular do subgênero? Com a
estreia de Alien: Covenant nos cinemas brasileiros, as respostas são
as mais deprimentes possíveis… O filme que conta a tão aguardada origem do
xenomorfo, que deveria saudar os fãs de longa data e introduzir a barata
espacial para uma nova geração – pavimentando caminho para a ideia sem noção de
uma nova hexalogia (!!!) – nada é mais que uma continuação canhestra de um
antecessor fraco, que se preocupa muito mais em seguir explorando uma ideia que
desagradou geral ao invés de uma simples e certeira “volta ao básico”,
entregando um terror espacial claustrofóbico focado na criatura, e não, mais
uma vez, nas desventuras de um sintético afetado, elucubrações sobre a origem
da vida, e uma tripulação repleta de imbecis, além de ignorar completamente a
mitologia a seu bel prazer. Sério, como em pleno século XXII, a Weyland Corp.
consegue juntar um grupo tão grande de astronautas ineptos, que deveriam ser os
melhores em suas especialidades, afinal, a Covenant está partindo em uma
importante missão de colonização? A série de pataquadas que selam a sorte
daquele grupo é inadmissível, tal qual os personagens fraquíssimos que
tripularam a Prometheus dez anos antes, e deu no que deu. A saudades de Ellen
Ripley chega a bater forte no peito. O roteiro é cheio de clichês, recursos
pobres, tudo demasiadamente previsível e soluções baseadas em coincidências ou
pura cabacice do tipo: “sujeito senta para fumar bem ao lado de esporos que irá
infectá-lo” ou “nego cutuca uma forma botânica alienígena sem a menor
parcimônia” ou “ciclana fica desnecessariamente desesperada e atira em um
tanque de combustível explodindo a dropship e deixando todo mundo preso no
planeta”, tudo praticado por um conjunto de personagens rasos que nem um pires,
que só estão ali para a contagem de cadáveres, que você nem dá a mínima por não
conseguir criar empatia por nenhum deles. Não obstante, a primeira uma hora do
filme poderia ter sido jogada na LATA DO LIXO da sala de edição. Nisso, estou
falando desde o acidente que a Covenant sofre, que faz o novo capitão carola
decidir pousar em um planeta não escaneado, contendo as mesmas condições
biológicas e atmosféricas da Terra, ao invés de voltar a entrar em estado de
animação suspensa e acordar só daqui a sete anos quando chegar ao seu
destino junto dos dois mil colonos que a nave carrega, até a eclosão do chamado
neomorfo, a irritante nova criatura feita totalmente em CGI, toda
descompassada, sem a menor necessidade de existir, nem mesmo para o bestiário
do cânone. Só que o GRANDE problema de tudo é a ineficácia de Ridley Scott em
construir a atmosfera do filme e sua direção burocrática, parecendo incapaz de
repetir o sucesso que obteve de forma tão assertiva em Alien, o Oitavo Passageiro, ao criar um clima
de crescimento exponencial do medo e ameaça na presença de uma forma de vida
terrível e indestrutível que espreita na sombra. Pior é que ao sermos
apresentados à Covenant nos primeiros minutos de filme, há nela um quê de
Nostromo, com seus ambientes escuros e corredores apertados captados em ângulos
fechados, perfeitos para o clima de clausura e claustrofobia. Scott, mais uma
vez, perde tempo dando continuidade a todos os problemas do longa anterior,
preferindo campos abertos e cavernas, dando destaque para uma série de
devaneios criacionistas de David e sua motivação questionável, seus diálogos
cafonas com Walter (papel duplo de Michael Fassbender, único que se salva), o
sintético da Covenant – uma versão downgrade de si mesmo – incluindo aí uma
insuportável sequência de SEIS MINUTOS onde ele ensina o robô-irmão a TOCAR
FLAUTA DOCE, e decide voltar à espaçonave e mergulhar nos confins do espaço
desconhecido apenas no terceiro ato. Mas verdade seja dita: os últimos vinte
minutos são realmente muito interessantes, a cereja de um bolo qualquer nota,
salvo aquela VERGONHOSA cena do chuveiro, que parece saída de um slasher de
quinta. Isso porque aqui, é feito o arroz com feijão ao tentar emular o
original, além do fanservice em prestar uma baita homenagem ao visual
da Ripley em Aliens, o Resgate. Exatamente o que eu, você, e todo
mundo, imagino, queria ver desde que o longa fora anunciado, ainda mais
contando com a direção do pai do xenomorfo, monstro que safadamente deve
contabilizar no máximo uns trinta minutos de duração em uma projeção de mais de
duas horas. Obviamente há uma deixa para o próximo filme, com uma premissa bem
das boas, e muitas perguntas ainda sem resposta, mas, talvez seja a hora de
Ridley Scott largar o osso – uma vez que ele já não é o mesmo há um BOM tempo –
e as sequências serem entregues para novos diretores que tragam suas visões
particulares, como feito com muito sucesso na série até então (James Cameron,
David Fincher e Jean-Pierre Jeunet estão aí para não me deixar mentir) ou o que
vem acontecendo, por exemplo, com outras franquias espaciais como Star
Wars ou Star Trek. Nem precisa ir tão longe, já que é Denis
Villeneuve, o nome mais quente da ficção científica da atualidade, quem
comandará a sequência de Blade Runner, outro clássico de Scott. No
frigir dos ovos, você me pergunta se ele é melhor que Prometheus. Eu
respondo: sim! Mas pelo menos o antecessor é mais honesto e não frustra ninguém
colocando ALIEN em letras garrafais no título, só para meter a barata espacial
em cena por um período tão curto de tempo, completamente subaproveitado em um
longa mediano e sem a mínima capacidade de construção do horror sufocante.
Tentou misturar os dois filmes, e a receita não funcionou. Pior ainda, fica
aquele gosto ruim na boca por esta produção, junto de um Ridley Scott agindo
tipicamente como “o dono da bola”, ter sido a responsável pela Fox enterrar o
promissor Alien 5 de Neil Blomkamp…
2,5
neomorfos para Alien: Covenant
FONTE: http://101horrormovies.com/2017/05/10/review-2017-27-alien-covenant/
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