sábado, 20 de maio de 2017

A BELA E A FERA (Beauty And The Beast, EUA, 2017)


340 1959 INTRIGA INTERNACIONAL (North By Northwest, EUA)


339 1959 OS INCOMPREENDIDOS (Les Quatre Cents Coups, França)


337 1958 MEU TIO (Mon Oncle, França)


334 1958 UM CORPO QUE CAI (Vertigo, EUA)


332 1958 GIGI (EUA)


330 1958 A MARCA DA MALDADE (Touch Of Evil, EUA)


MAGICAL MYSTERY TOUR (REINO UNIDO, 1967)


quarta-feira, 17 de maio de 2017

BATMAN Vs DRACULA (EUA, 2005)


CORRA (Get Out, EUA, 2017)


TERROR 2017 28 2017 CORRA!
Marcos Brolia em 17/05/2017

O racismo velado do thriller de Jordan Peele em um dos melhores filmes do ano
O horror, apesar de marginalizado por grande parte do público, acadêmicos e cinéfilos em geral, tem cumprido um papel sociopolítico e cultural cinematográfico muito importante – e quiçá único – desde que A Mansão do Diabo, oficialmente o primeiro filme de terror da história, fora projetado em 1869. O gênero sempre foi o grande responsável por levar as fobias da sociedade vigente para as telas, ou pelo menos uma parcela importante e considerável dela, e tratar de temas, tanto em suas entrelinhas como devidamente escancarados, como xenofobia, alienação, consumo, comunismo, extrema direita, violência, sexismo, injustiça social, fundamentalismo religioso e racismo, tendo em Corra! escrito e dirigido por Jordan Peele, produzido pelo midas Jason Blum, seu mais recente exemplo, e talvez, de maior sucesso. Isso porque o thriller de Peele, mais famoso por sua veia humorística de seu programa Key & Peele no Comedy Central – mas que é fã confesso de suspense e terror – faturou impressionantes 134 milhões de dólares na bilheteria doméstica (e mais de 200 milhões no mundo todo) – o primeiro dirigido por um negro a alcançar essa marca – sendo o segundo hit comercial da Blumhouse Pictures no ano, perdendo em arrecadação apenas para Fragmentado. Isso em tempos de racismo sistêmico, #BlackLivesMatter, as campanhas contra a violência aos negros e a chegada de Donald Trump à presidência americana. E claro, num ano em que La La Land… não, ops, Moonlight, troquei aqui, levou o Oscar de Melhor Filme. Em Corra!, o diretor/roteirista se aproveitou de uma trama aos moldes Adivinha Quem Vem Para Jantar para adicionar uma pitada de suspense calcinante e fazer uma crítica racial velada, poderosa e inteligente focando no relacionamento entre Chris Washington, um afro-americano, (papel do sempre ótimo Daniel Kaluuya) e uma garota branca rica, Rose Armitage (Allison Williams). Chris vai passar um fim de semana na casa dos pais da namorada em um subúrbio branco burguês afastado onde viverá uma série de experiências desconfortáveis e “comportamentos estranhos” da família da moça e conhecidos, inclusive dos poucos negros com quem tromba no local, como o casal de “criados” dos Armitage – sinistros de gelar a espinha – ou o namorado de uma voluptuosa senhora ricaça durante um dos blasés festejos anuais da família. O termo “comportamento estranho” soa demasiadamente clichê e batido para o gênero, mas é o máximo que se pode dizer sobre o filme sem entrar no campo dos spoilers, conforme, de forma sutil e gradativa, Peele vai jogando seu protagonista em situações que em mim, homem branco parte de uma maioria opressora, já coube indignação e constrangimento, as quais nem posso imaginar tamanha gravidade no caso de quem é negro e obrigado a conviver em determinados círculos ou ocasiões sociais com essa “cara gente branca” aproveitando outra série quente sobre o tema do momento. A situação de Chris, que a princípio, parece ser a tentativa desastrada dos pais da garota em lidar com o relacionamento interracial da filha, começa a piorar após o convidado participar de uma sessão de hipnose com a sogra e, daí por diante, é bom o expectador, para evitar frustrações, abraçar de vez o fantástico para a sequência de plot twists que estão por vir até seu desfecho, carregado de tensão e nervosismo crescente num excelente exercício hitchcockiano de criação de atmosfera, auxiliado, e muito, pela trilha sonora de Michael Abels, com a pertinente influência de Bernard Herrmann a tiracolo, que recria em nossa psique o ambiente dos filmes clássicos de terror. Ainda assim, bom comediante que é, Peele não oferece somente o roer de unhas ao seu público, mas também um alívio cômico muito bem-vindo para segurar um pouco a gastrite da apreensão acumulada durante o desenrolar da projeção, na figura de Rod Williams, interpretado por LilRey Howery, o agente de segurança de aeroporto melhor amigo de Chris, único a desconfiar de que há algo de errado acontecendo com o bro durante aquele pretenso perfeito final de semana. Aliás, é dele a maior cena de desafogo do filme ao substituir um final muito mais sombrio e pessimista, mas que, infelizmente, é o desfecho certo que passa pelas nossas cabeças ao ver o giroflex se aproximando, graças a violência estatal e preconceito crônico incrustado em nossa sociedade. Corra!, com seu título imperativo em português, escancara ao espectador de um suposto mundo pós-racial que o problema não acabou e continua fortemente arraigado por aí, principalmente nas classes sociais mais altas, apesar de muita gente achar que, por conta do mandato de Barack Obama ou o sucesso de Lázaro Ramos e Taís Araújo, o racismo foi atenuado. Aquele tipo de metáfora que o terror sabe trazer à tona brilhantemente, inclusive, como alegoria da propensa inveja e mesquinharia do homem branco perante a autêntica superioridade genética e cultural do negro. Com razão, apontado como um dos melhores filmes de 2017, Corra! vale demais o ingresso, apesar dos esforços da Universal Pictures do Brasil em se boicotar – e tentar compensar com uma massiva campanha promocional – lançado-o somente agora nos cinemas, sendo que estreou em fevereiro nos EUA e que já está por aí disponível para quem quiser assisti-lo por outros meios, o que é uma pena.
4 lugares profundos para Corra!
FONTE: http://101horrormovies.com/2017/05/17/review-2017-28-corra/

quinta-feira, 4 de maio de 2017

320 1957 TRONO MANCHADO DE SANGUE Kumonosu Jo, Japão)


319 1957 NOITES DE CABÍRIA (Le Notti Di Cabiria, Itália)


318 1957 MORANGOS SILVESTRES (Smultronstället, Suécia)


317 1957 TARDE DEMAIS PARA ESQUECER (An Affair To Remember, EUA)


316 1957 O SÉTIMO SELO (Det Sjunde Inseglet, Suécia)


315 1957 DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA (12 Angry Men, EUA)


314 1956 OS DEZ MANDAMENTOS (The Ten Commandments, EUA)


A NOIVA (Невеста, Russia, 2017)


TERROR 2017 56 A NOIVA
Daniel Rodriguez 02/11/2017
Da Rússia, com amor
Boa parte do que se entende por cinema nos dias de hoje advém de transformações provocadas por cineastas russos – uns caras tipo Vertov e Eisenstein. Em contrapartida, o cinema de horror não teve muita expressão entre os sovietes. Pergunto-lhes, caros leitores, vocês já assistiram algum filme de terror russo? Eu mesmo devo contar em uma mão os que já vi! Em um caso raríssimo, um longa-metragem oriundo das terras geladas da mãe-Rússia deu as caras nos nossos cinemas tropicais. Falo de A Noiva, de Svyatoslav Podgaevskiy. Infelizmente, no meio do caminho, o longa sofreu um atentado na forma de uma dublagem em inglês. Essa atitude é comum na terra do Tio Sam, visando aplacar os ânimos dos espectadores que odeiam legendas. No Brasil me parece um pouco menos justificável, mas é o que temos pra hoje… A trama incorpora várias lendas, algumas de origem eslava, outras nem tanto. O conceito básico relaciona-se com aquela velha ideia de que fotografias seriam capazes de capturar almas. Pois isso é fundido à bizarra tradição de fotografar os mortos fazendo pose, trazendo uma ideia nova e um tanto quanto complexa. Aparentemente, ao fotografar um falecido, é possível prender a alma no plano terrestre, dentro do negativo. O portador deste seria capaz de transportar o espírito para um novo corpo, prolongando a vida. Dentro dessa ideia, existem desdobramentos confusos, que parecem oriundos de lendas da região. Mitologias e estranhezas à parte, A Noiva me parece bem um filme da Blumhouse, só que russo. Seria então nesse caso, da Blumдом? Não estranharia ler os dizeres “dos produtores de Atividade Paranormal e Invocação do Mal” em um cartaz. Os tons escuros, a ambientação e as aparições são bem semelhantes ao que vemos no cinema mainstream americano influenciado por James Wan. Temos aqui então um ponto paradoxal, positivo e negativo ao mesmo tempo. O fato de se assemelhar com um longa da infame produtora de Jason Blum não traz apenas deméritos. Existe toda uma construção estética e temática nesses filmes que comunicam muito bem com um público mais amplo. Podgaevskiy não parece lá muito experiente, mas acerta no clima que quer construir. Os jumpscares, por exemplo, não são um problema notável e o roteiro não abraça soluções faceiras do tipo “especialista em um tema avulso que por coincidência mora no mesmo prédio”. O visual da mulher que dá nome ao filme também é fruto de um trabalho bem criativo de design e maquiagem. A grande questão é que todos esses aspectos tornam-no eficientemente genérico e as alternativas não são necessariamente boas. Assim como parte considerável das produções da Blumhouse que acerta nesses pontos, fica um ar de familiaridade que faz com que o conteúdo da fita se misture com todos os outros trabalhos semelhantes que existem por aí. E acredite, são muitos. E a resolução da trama é absurda de tão inverossímil, dentro de sua própria lógica e proposta. A trama remete demais ao sucesso de Jordan Peele, Corra!, por trazer uma mulher que visita a família do namorado/noivo, apenas para descobrir que há algo de muito errado por ali. Se o longa de Peele utiliza desse pano de fundo para falar do racismo, aqui não há nada parecido. Como mencionado anteriormente, algumas lendas são citadas de forma bem diluída e esporádica, tendo pouco impacto real. Enquanto assistia ao filme, em uma sessão quase vazia, uma questão tomava minha mente com frequência. A semelhança com o mercado americano faz deste um alvo perfeito para um remake. Não surpreendente, descobri logo depois que a Lionsgate já está planejando a tal refilmagem, pelas mãos dos escritores de Invocação do Mal… A Noiva chega suprindo uma demanda constante e crescente de horror do tipo entretenimento passageiro. Podgaevskiy poderia ter facilmente se aproveitado do contexto para usar e abusar de lendas locais, tornando seu trabalho único e interessante, mas contenta-se com o generalismo. A maior decepção permanece por conta da dublagem em inglês, que tira um dos poucos charmes realmente diferenciados do longa. Curiosidade: Noiva em russo é Nevesta, ou невеста em cirílico. Aí está, vivendo e aprendendo!
2.5 anéis de noivado para A Noiva
Fonte: http://101horrormovies.com.br/review-2017-56-a-noiva/