Direção: Joseph Sargent
Roteiro: Jeffrey Bloom,
Christopher Crowe
Produção: Christopher Crowe, Ana
Barnette (Produtor Associado), Alex Beaton e Andrew Mirisch (Produtores
Executivos)
Elenco: Cristina Raines, Emilio
Estevez, Lance Henrikssen, Richard Masur, Veronica Cartwright
Todo mundo tem alguns filmes que lhe
trazem lembranças que transcendem a qualidade da produção e acabem tendo um
lugar cativo e saudoso na sua memória e seu coração. Bonito, não? Isso só para
dizer que Pesadelos
Diabólicos é um deles. Não é nenhuma maravilha da sétima arte e
existem dezenas de outros filmes nesses moldes de antologia com vários contos
melhores, mas eu tenho um daqueles fotogramas de um momento congelado no tempo
em minha lembrança de quando o assisti pela primeira vez. Era uma noite de
sábado, final dos anos 80, o filme era exibido no Super Cine, da Rede Globo, e
eu estava na casa de minha avó, ali na Vila Alpina, junto com meu primo mais velho,
assistindo a exibição na TV aberta no escuro da sala iluminado apenas pela luz
do aparelho televisor. Moleque de tudo, vibrei com o episódio do Bispo da
Batalha e morri de medo do rato gigante destruidor do último segmento. Mas
vamos lá. Pesadelos Diabólicos, como já disse, é um portmanteauaos
melhores moldes dos longas popularizados pelo estúdio inglês Amicus durante os
anos 60 e 70. São quatro histórias, com roteiro de Jeffrey Bloom e Christopher
Crowe, e direção de Joseph Sargent (que em sua filmografia também tem o
tenebroso Tubarão 4 – A Vingança), que na verdade foi originalmente
escrito e dirigido como episódios da série de TV Darkroom da ABC,
porém a Universal considerou muito intenso para a telinha e resolveu adicionar
algumas filmagens extras e lançar nos cinemas como um longa metragem. O
primeiro segmento, “Terror in Topanga”, parece mais uma propaganda
antitabagista. Um lunático acaba de fugir do hospício, matar um policial e se
esconder pelos lados de Topanga, na Califórnia em uma noite qualquer. Lisa
(Cristina Raines, de A Sentinela
dos Malditos) é uma fumante inveterada, que resolve sair à noite as escondidas,
depois de proibida pelo maridão Phil (Joe Lambie), para comprar um maço de
cigarro. Só que durante a volta, a gasolina do carro acaba e ela terá um
encontro com o maníaco que pode ser fatal. Já a segunda história, “Bishop of
Battle” surfa na onda do sucesso deTron – Uma Odisseia Eletrônica lançado
pela Disney no ano anterior e mistura videogame com realidade. J.J. Cooney
(papel de Emilio Estevez) é um gamer que debulha no fliperama e fica
obcecado em atingir um quase impossível nível 13 na máquina do Bispo da
Batalha. De castigo por conta das péssimas notas e não querer mais nada da vida
e só ficar no arcade o dia inteiro, ele foge de casa à noite, invade
o fliperama para jogar a partida derradeira, que o colocará no tal nível
inatingível e trará as ameaças virtuais para que ele confronte na vida real,
onde não poderá inserir mais fichas se der game over. Claro que em tempos
de PS4 e Xbox One, quem assistir ao filme vai achar os efeitos especiais
obsoletos, mas que foram surpreendentes para a época. E detalhe que as
sequências, geradas por um ACS1200, custou tanto que quase levou a produção à
falência pelo estouro de orçamento. A terceira sequência é aquela com a pegada
sobrenatural. Lance Henrikssen vive um padre que questiona sua fé no segmento
“The Benediction”. Após a morte de um garoto do vilarejo onde fica sua paróquia
e deixar de acreditar em Deus, ele pega suas coisas, coloca no porta-malas do
carros e abandona a batina, só para ter essa falta de fé testada no meio da
estrada, em pleno deserto, quando passa a ser perseguido por uma infernal
picape preta toda filmada, aos melhores moldes de Encurralado ou O Carro – A
Máquina do Diabo. Encerra o filme com o quarto e último segmento,
“Night of the Rat”, quando a casa da família Houston passa a ter problemas com
roedores. Claire (papel de Veronica Cartwright) vive às turras com o marido
ausente, Steven (Richard Masur), querendo contratar um exterminador, mas o
sujeito quer economizar dinheiro e culpa a esposa em não fazer nada por conta
própria. Quando um rato filhote é pego em uma ratoeira deixada no sótão, mal
eles sabem que irão descobrir que sua mãe é uma ratazana gigante (cujo tamanho
é criado por aqueles efeitos de sobreposição toscos), que na verdade é uma
criatura demoníaca indestrutível, que começa a destruir a casa e soltar
guinchos que parecem mais os gritos sônicos do Raio Negro da Marvel.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/11/475-pesadelos-diabolicos-1983/
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