sábado, 26 de maio de 2018

UM LUGAR SILENCIOSO (A Quiet Place, EUA, 2018)


TERROR 2018 21 UM LUGAR SILENCIOSO
MARCOS BROLIA 04/04/2018

IMPORTANTE: Assista ao melhor filme de terror até então em um lugar silencioso!

Antes de tudo, quero começar esse texto com um aviso: o título Um Lugar Silencioso não remete apenas ao local onde vive a família Abbott no mais completo silêncio, isolados em uma propriedade rural em um futuro apocalíptico não muito distante, após uma grande parcela da humanidade ter sucumbido ao ser caçada por terríveis criaturas que se guiam pelo som. É também o local e a forma, que você deve assistir ao melhor filme de terror do ano até então. Isso porque a atmosfera é imprescindível para se viver toda a experiência acachapante que é assistir ao longa de John Krasinski, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. Você precisa entrar no clima que o longa permeia, e assim poder se envolver por completo, mas para tal, É OBRIGADO a estar em um, hã, lugar silencioso também, para sofrer na pele o drama familiar da dificuldade de comunicação, viver a iminência do medo no ar, e aproveitar o excelente uso dos efeitos sonoros (principalmente das criaturas), da música e a edição e mixagem de som, mesclados com o silêncio total, deixando se envolver pela extrema tensão lancinante e desespero perene, daqueles capazes de provocar uma gastrite nervosa e fazer roer todas as unhas dos dedos. Ou seja, a primeira dica é evitar as salas multiplex em shoppings em horários que estarão lotados de adolescentes, pessoas mal educadas que ficam conversando, gente que não tem a menor empatia com o próximo e acha que cinema é lugar de fazer zona e ficar mexendo no celular. Infelizmente, perfil de grande parte do público que frequenta as sessões de filmes de terror hoje em dia. Conseguindo se safar, a segunda dica é estar preparado para praticamente quase 1h30 do mais puro estresse, podendo deixar os nervos em frangalhos, respiração ofegante e taquicardia. E aproveitar um dos melhores filmes de criaturas dos últimos tempos. E olha que estamos falando de um ano bom para o subgênero, tendo em vista que em apenas três meses, já fomos presenteados com The Ritual e Aniquilação, duas produções que estrearam diretamente na Netflix. Ajudado pelas atuações potentes de Emily Blunt e das crianças Noah Jupe e Millicent Simmonds, que levam quase que a metragem inteira praticamente sem diálogos, conversando por sinais e esgueirando-se pelas pontas dos pés tomando o máximo de cuidado possível para emitir o mínimo de ruído, Krasinski – mais conhecido por seus papéis em comédias, vejam só – merece todos os créditos em apostar no terror primal, em uma estrutura narrativa básica, acertando em todos os pontos chaves da cartilha de como se fazer um survival horror funcional. Em apenas seu segundo longa como diretor, onde também atua e escreve o roteiro junto como Bryan Woods e Scott Beck, evoca o melhor estilo Eu Sou a Lenda de Richard Matheson, sem querer inventar moda, parecer pretensioso e acabar pecando pelo excesso, provando até como o malfadado jumpscare pode ser um recurso inteligentíssimo para se assustar, quando utilizado de forma correta, ainda mais em uma filme onde o uso do som é sagrado. E olha que estamos falando de uma produção da Platinum Dunes de Michael Bay! Um Lugar Silencioso aposta em uma dose descomunal de aflição lancinante, principalmente da metade do filme para frente, que, sem exageros, se torna um verdadeiro trem descarrilado com uma sequência de acontecimentos atrás da outra, sem dar tempo sequer do espectador recuperar o fôlego. Sabe a expressão: “saiu da panela para cair na frigideira”? É bem isso! E antes das coisas começarem a dar ruim, apesar da brutal tragédia logo em seus primeiros dez minutos, aposta suas fichas no drama humano e em elementos emotivos carregadíssimos, para criar identificação com os personagens antes de jogá-los na batalha por sobrevivência. Como se não bastasse todas as qualidades, o motivo de maior louvor e seu maior acerto, é que em momento algum tenta explicar o que são aqueles monstros ou de onde surgiram, e nem como a humanidade foi para o vinagre, tirando alguns recortes de jornal aqui e ali. Sem nenhum pingo de didatismo e sem julgar a inteligência do público. E falando nas criaturas, vale também destacar toda a concepção de seu visual artrópode, com tímpano ultra desenvolvido, agilidade super humana, sedentos de sangue e virtualmente indestrutíveis, que parecem um cruzamento do xenomorfo, com o Pumpkinhead e o Demogorgon, trabalho classe A misturando animatrônicos com CGI, sob supervisão de Jacob Buck pela Industrial Light and Magic, que tem na bagagem os efeitos especiais de Transformers e Círculo de Fogo. Um Lugar Silencioso é daquele tipo de filme de terror extremamente correto que acerta em tudo e dá-se gosto de assistir, aflora as emoções, e figura facilmente como mais uma daquelas excelente produções da nova safra do gênero nesta última década, com pleno potencial para se criar uma franquia e quem sabe, até uma expansão de universo e mitologia. É só o público saber fazer o barulho que ele merece.
5 aparelhos auditivos para Um Lugar Silencioso
FONTE: http://101horrormovies.com.br/review-2018-21-um-lugar-silencioso/

GOTHAM 4ª TEMPORADA(EUA, 2018)


THE BIG BANG THEORY 11ª TEMPORADA (EUA, 2018


SUPERNATURAL 13ª TEMPORADA (EUA, 2018)


CHAMADO DA GAROTA DE CTHULHU (Call Girl of Cthulhu, EUA, 2018)


quarta-feira, 16 de maio de 2018

EL CHARRO DE LAS CALAVERAS (MÉXICO, 1965)


Direção:  Alfredo Salazar

Elenco:
Dagoberto Rodríguez, David Silva, Alicia Caro, Pascual García Peña, Laura Martínez, Rosario Montes, Carlos del Muro e Jose Luis Cabrera.

SINOPSE:

No México rural, um pistoleiro mascarado conhecido apenas como "O Cavaleiro das Caveiras" combate ameaças sobrenaturais, como lobisomens, vampiros, mortos-vivos, bruxas e o cavaleiro sem-cabeça.

Curiosidade:
Este foi o primeiro filme, escrito e dirigido por Alfredo Salazar, irmão de Abel Salazar, dois nomes de importância fundamental para o cinema fantástico Mexicano, foram responsáveis por clássicos cultuados e com fãs em todo o mundo como, El Vampiro, El Ataúde del Vampiro, El Mundo dos Vampiros, El Hombre y el Monstruo, Brainiac, La Nave de los Monstruos, varios filmes dos Luchadores mascarados Santo e Blue Demon, entre outras inúmeras pérolas do Terror e Sci Fi.

COMENTÁRIOS POR FELIPE M GUERRA (retirado de seu blog FILMES PARA DOIDOS)

Você sabe que está testemunhando um daqueles momentos mágicos da sétima arte quando topa com um filme como o obscuro western mexicano EL CHARRO DE LAS CALAVERAS, aka "The Rider of the Skulls" - em bom português, "O Cavaleiro das Caveiras". Não porque é um filme maravilhoso, nem porque é algum clássico perdido da cultura mundial, mas simplesmente porque ele resgata um tipo de mágica e de ingenuidade cinematográficas que parecem ter se perdido há décadas. Topei com EL CHARRO DE LAS CALAVERAS por puro acaso. Estava procurando alguma outra coisa no Google e a busca indicou este filme. A descrição era fantástica: "Weirdest western ever!". Sempre pensei que o western mais esquisito de todos os tempos fosse o fantástico "Matalo", de Cesare Canevari, então resolvi dar uma conferida nesse outro. Fiquei hipnotizado. Sabe o Dylan Dog, aquele personagem italiano de histórias em quadrinhos que investiga ameaças sobrenaturais? Pois o herói aqui, o tal "Charro de las Calaveras" do título, pode ser considerado uma espécie de avô cucaracha do Dylan Dog, igualmente combatendo monstros e fantasmas na zona rural mexicana - apesar da aparência de western, com pequenas vilas e pessoas a cavalo, o filme não se passa no século 19, mas sim numa cidadezinha dos anos 1960. Interpretado por Dagoberto Rodríguez, El Charro é um cavaleiro misterioso, todo vestido de preto e com três crânios bordados na camisa. Esconde o rosto com uma máscara porque, segundo ele, "a justiça não tem face". (Mais tarde descobrimos que seus pais foram mortos pelos bandidos e ele vingou-se de cada um deles, jurando sobre seus cadáveres que combateria todo o mal e injustiça do mundo. Enfim, um plágio disfarçado do Fantasma do Lee Falk, misturado com o visual do Zorro/Lone Ranger!). O primeiro e único filme do personagem na verdade não é um filme, mas a união de três episódios de um daqueles velhos seriados exibidos nos cinemas de antigamente antes que começasse a atração principal. O cartaz anuncia até o título dos episódios: "El Lobo Humano", "El Vampiro Sinistro" e "El Jinete sin Cabeza". Assim, a cada 25 ou 30 minutos, nosso herói inicia uma nova aventura fechada e auto-conclusiva com outros personagens e monstros. Não quer dizer, entretanto, que El Charro algum dia foi exibido como seriado. Inclusive nunca foram produzidas outras aventuras: só existem mesmo estes três episódios unidos em forma de longa. Eu li certa vez, em algum lugar, que esta prática era comum no México da época, pois havia muito mais incentivos para a produção de seriados do que para longas. Por isso, realizadores espertinhos filmavam dois ou três episódios de uma suposta futura série e depois juntavam todo o material para lançar como se fosse um único longa-metragem! EL CHARRO DE LAS CALAVERAS começa com a viciante canção-tema do herói, cantada a plenos pulmões pelo "TRIO CALAVERAS". Como os menestréis da Idade Média, eles celebram os feitos do personagem ("Amigo del justo / Y con los canallas / Fue por sus hazañas / Un gran paladín"), dando todo o clima do espetáculo que virá pela frente! EL CHARRO DE LAS CALAVERAS é o primeiro filme dirigido pelo célebre roteirista Alfredo Salazar, que faz uma ponta como a primeira vítima do vampiro. Nascido em 1922, durante quatro décadas ele foi responsável por escrever roteiros que mais pareciam histórias em quadrinhos ou "pulp fictions" (aqueles livrinhos de rodoviária), mais ou menos como o Rubens Francisco Luchetti fez aqui no Brasil (escrevendo primeiro os roteiros do Mojica, depois do Ivan Cardoso). Salazar costumava escrever aventuras absurdas juntando criaturas fantásticas de maneira surreal, em títulos como "La Momia Azteca Contra el Robot Humano", de Rafael Portillo, "Las Luchadoras Contra la Momia", de René Cardona, e até uma versão feminina do Batman, "La Mujer Murciélago", também dirigido por Cardona. Também foi Salazar quem mais colocou o lutador mascarado El Santo para combater ameaças sobrenaturais, escrevendo as aventuras "Santo y Blue Demon vs Drácula y el Hombre Lobo", "Santo en La Venganza de la Momia", "Santo en El Tesoro de Drácula", e muitas outras. Ou seja, o negócio do sujeito era fazer crossover entre todos esses monstros e heróis mascarados, mas sem muito compromisso com a lógica nem muita explicação (usando a velha estratégia "se colar, colou")!  Tanto que ninguém perde tempo explicando a origem do lobisomem e do vampiro em EL CHARRO DE LAS CALAVERAS, e a história por trás do cavaleiro sem cabeça é narrada em três minutinhos. Salazar joga no lixo até as convenções clássicas dos personagens, pois o lobisomem é morto sem a necessidade de balas de prata! Roteiro e direção do filme também lembram muito uma história em quadrinhos, em seu desenvolvimento, narrativa e até composição das imagens (há uma cena em que ele mostra tiros em primeira pessoa décadas antes de isso ficar popularizado nos videogames). Salazar não enrola e dá ao público exatamente o que ele quer, inclusive repetindo numerosas vezes as cenas fantásticas (transformação de homem em lobisomem e de morcego em vampiro), mesmo que os efeitos não sejam lá grande coisa. Salazar não é erudito, é econômico: seu vampiro não fica lamentando a vida imortal, e seu lobisomem não fica choramingando a maldição de virar fera na Lua Cheia, como é moda no cinema fantástico atual. O mais perto disso que o filme chega é no último episódio, quando o cavaleiro sem cabeça discute com Deus (!!!), reclamando que não vai descansar em paz. Ainda assim, é uma cena curta e que não está ali só para encher linguiça. É uma pena, portanto, que esse seja o primeiro e único filme de El Charro de las Calaveras, pois, além de ser muito divertido, o personagem teria grande potencial para continuar varrendo o México de ameaças sobrenaturais. Se bem que depois de vampiros, lobisomens e mortos-vivos, não sobraram muitas criaturas poderosas para o herói detonar numa futura aventura... Bem que alguém podia criar um "Cavaleiro das Caveiras" brasileiro, para livrar o interior do país de criaturas igualmente ameaçadoras como a Mula Sem Cabeça, o Chupa-cabras, o ET de Varginha (ou, agora, ET Bilú) e o zumbi Oscar Niemeyer! 

O FANTASMA DOS MARES (The Ghost Ship, EUA, 1943)


Direção: Mark Robson

ELENCO:

Richard Dix - Russell Wade - Edith Barrett - Ben Bard - Edmund Glover - Robert Bice - Eddie Borden - John Burford - Tom Burton - Harry Clay - Alec Craig - Boyd Davis

SINOPSE:
Suspense psicológico da RKO produzido por Val Lewton. Richard Dix estrela como o capitão do navio, uma alma torturada que oscila à beira da loucura. Russell Wade interpreta o jovem oficial que percebe a deterioração do capitão, mas suas advertências são ignoradas pela tripulação. Dix e Wade se enfrentam em um sádico jogo de gato e rato pondo em risco a vida de todos à bordo.

COMENTÁRIOS

Val Lewton, mais conhecido pelos filmes de terror que produziu, não se limitou a esse gênero, produzindo romance, comédia e filmes como esse, um thriller psicológico. Embora "The Ghost Ship" não tenha aparições ou fantasmas com lençóis brancos, compensa em arrepios e momentos inesquecíveis, apresentando o retrato assustador de um homem com um complexo de Deus e do poder total sobre sua tripulação, um tipo de monstro que é muito mais provável encontrar na vida cotidiana. Richard Dix, o galã do cinema mudo e início do cinema falado é visto aqui em seus últimos anos, interpretando um capitão de navio, para quem a autoridade é tudo. Ele se vê como mais do que simplesmente um homem no comando. Ele acredita ter domínio sobre aqueles que ele jurou proteger e que, se ele é grande o suficiente para dar-lhes tudo o que precisam, ele também é grande o suficiente para tirar-lhes tudo o que eles têm. A este navio incorpora-se um novo oficial, uma versão idealista, impressionável e mais jovem do capitão, interpretado por Russell Wade. Wade é um jovem sério, ansioso para ganhar, confiando e escutando atentamente, mas sempre com uma ligeira desconfiança com os comentários de Dix e seu comportamento estranho. À medida que a trama se desenrola, Dix revela -se não como a figura de um pai carinhoso, que, literalmente, não faria mal a uma mosca, mas como um ser mesquinho, vingativo, louco, arrogante e perigoso (muito bem disfarçado). Dix é assustador, permanecendo na maior parte calmo, afirmando insistentemente suas teorias. Ele jorra sua sabedoria, mas quando é confrontado, não faz questão de ouvir. Fica isolado, perdido em suas próprias interpretações e julgamentos. The Ghost Ship foi o primeiro trabalho de Mark Robson como diretor. Dois anos antes desta estreia, ele havia impressionado Lewton com o seu trabalho de edição em Cat People e trabalhou com o produtor em vários filmes antes de se enveredar por projetos maiores, dirigindo muitos atores indicados ao Oscar e realizando filmes como "Campeão", "As Pontes de Toko-Ri", "Peyton Place" e "The Harder They Fall". The Ghost Ship foi escrito por Donald Henderson Clarke, mas como de costume, Lewton escreveu a maior parte dos diálogos e afirmou que a história vinha de uma ideia sua. Após o lançamento do filme os escritores Samuel R. Golding e Norbert Falkner o processou, dizendo que eles haviam enviado à Lewton uma história semelhante na qual ele plagiou. Eles venceram o processo, Lewton e a RKO perderam os direitos e os expectadores ficaram sem The Ghost Ship por quase 50 anos.

domingo, 6 de maio de 2018

CONTINUE ASSISTINDO (Keep Watching, EUA, 2018)


O PESADELO À ESPREITA (Stickman, EUA, 2018)


O 27º DIA (THE 27th DAY, EUA, 1957)



ELENCO:
Gene Barry: Jonathan Clark,
Valerie French: Eve Wingate
George Voskovec: Prof. Klaus Bechner
Arnold Moss: Alien
Stefan Schnabel: General Soviético
Ralph Clanton: Mr. Ingram
Friedrich von Ledebur: Dr. Karl Neuhaus

Diretor: William Asher
Roteiro: John Mantley (novela e screenplay) Robert M. Fresco (não creditado)

SINOPSE:
Um americano, uma inglesa, uma chinesa, um russo e um alemão são abduzidos por um alienígena que os leva para sua nave e entrega para cada um, um estôjo com 3 cápsulas, cujo poder de destruição acabaria com toda a raça humana sem afetar outras espécies vivas do planeta. Mas o prazo para a utilização das cápsulas seriam de 27 dias e após, elas perderiam sua capacidade de poder.

COMENTÁRIOS:
CARTWRIGHT
Com o sucesso de bilheteria de Earth vs Flying Saucers, a Columbia incentivou a realizar no ano seguinte mais um filme sobre o tema aliens e invasão. Para tal receberam com agrado, o primeiro script de John Mantley, baseado em seu próprio livro e com produção modesta mas eficiente da ex-atriz, Helen Ainsworth, responsável por introduzir Marilyn Monroe no mundo do cinema.
Com poucos recursos em mãos, as imagens da nave extra terrestre foi tirada de Earth vs Flying Saucers em cenas não aproveitadas.
John Mantley, que era primo de Mary Pickford, ficaria bem mais conhecido por vários roteiros seus para séries da Desilu (Lucille Ball e Desi Arnaz) principalmente Os Intocáveis e outros sucessos da TV, como Gunsmoke e The Outer Limits.Foi a pedido de sua famosa prima é que ele iniciou a carreira de escritor com seu livro adaptado para o filme, após sucesso de vendas.
Convidado para encabeçar a lista de atores, o conhecido Gene Barry foi escolhido após o sucesso do filme de George Pal, "War of the Worlds" de 1953. Ao seguir para a TV no ano seguinte, ficou marcado pelo personagem Bat Masterson, que no Brasil teve uma das maiores audiencias em se tratando de séries americanas, lançado pela TV Rio em 59 com patrocinio do sabonete Cinta Azul, que oferecia réplicas da bengala do personagem a quem encontrasse uma capsula dentro do interior do sabonete.
Steven Spielberg o convidou para uma participação no remake de War of the Worlds e que foi sua última aparição, vindo a falecer em dezembro de 2009. Mas o grande destaque ficou por conta do diretor William Asher, famoso por sua direção em 101 episódios de I Love Lucy e também nos anos 60, com os 5 filmes da saga da turma da Praia (Frankie Avalone & Annette Funicello) dos áureos tempos da AIP de Arkoff e Nicholson e depois seu nome ficou sacramentado, com o popularíssimo Bewitched (A Feiticeira estrelado por sua espôsa, Elizabeth Montgomery), o qual dirigiu 132 episódios dos 147 realizados, todos de sua produção. The 27th Day foi focado bem mais na febre causada com a corrida armamentista entre a União Soviética e Estados Unidos após a famigerada ameaça da bomba H. Nessa época, os americanos viviam a paranoia de uma guerra devastadora e construíam abrigos contra radiação embaixo de suas casas. A história expõe essa fobia e o confronto que se fazia esperar para qualquer dia seguinte, com o famoso botão vermelho lançando as bombas nas cidades americanas e russas. Por isso mesmo, o filme despertou grande curiosidade do público, apesar da fria recepção da crítica especializada e de ser considerado muito influenciado pelo cultuado O Dia em que a Terra Parou. O filme revela sem rodeios, o medo da que seria a 3ª Guerra Mundial, uma guerra marcada pela radioatividade e destruição total da raça humana. Uma trama interessante revelando a fragilidade humana diante das ambições e medo que conduz as decisões dos governos em busca da superioridade sobre os demais.

EXORCISMOS E DEMÔNIOS (The Crucifixion, 2018)


TERROR 2018 24 EXORCISMOS E DEMÔNIOS
Marcos Brolia 18/04/2018

Produção com exorcismos, demônios e possessões das mais ortodoxas

Em 2018 no Ano do Nosso Senhor, aparentemente o senso comum, quando se trata do subgênero exorcismo, demônios e possessões, é que já vimos absolutamente de tudo nas telas, formatado dentro de um velho padrão maniqueísta e repleto de clichês (corpos levitando, se contorcendo, vozes guturais, olhos com as pálpebras negras sem pupila, boca suja, lascívia, etc.), quase nunca trazendo nenhum tipo de novidade para o front. Quando, vez ou outra, algum sopro de frescor no roteiro, ambientação ou narrativa é apresentado ao público, é sempre louvável, exatamente por podermos assistir outros desmembramentos de um tema tão batido. Como exemplos recentes, temos: O Último Exorcismo, sob o ponto de vista protestante; Possessão, sob o ponto de vista judeu; A Possessão de Deborah Logan, um mockumentary que traz a adoração do coisa-ruim por uma seita oculta, ou Marcas da Possessão, que enfoca com humor as consequências da vida de uma vítima pós-exorcismo. Exorcistas e Demônios podia muito bem ser mais um desses casos, uma vez que sua trama se passa em um vilarejo rural da Romênia e retrata as tradições da Igreja Ortodoxa. Um aviso legal aqui: minha avó materna era romena, então eu sempre paguei um pau para as missas ortodoxas, que frequentava quando criança junto com a minha família na Igreja Santíssima Trindade, a primeira igreja russa ortodoxa da cidade de São Paulo, na Vila Alpina, região que concentrava muitos imigrantes do Leste Europeu na capital paulista e o qual morávamos próximos. Adorava todo o ritual, o clima soturno – bem diferente da Igreja Católica Apostólica Romana – as pinturas, afrescos e imagens com uma figura de Jesus moreno – que não tinha aquele visual caucasiano bronzeado e sarado, loiro de olhos azuis, que parece ter saído da mistura de um comercial da Banana Boat com a Wella – o padre sisudo de longa barba negra e bata arrastando no chão que passava defumando o ambiente revezando-se enquanto rezava a missa, grande parte cantada em russo, de costas para os beatos e virado para o altar. A triste verdade é que o novo filme de Xavier Gens, cria do new french extremity e diretor dos absurdamente fodas (A) Fronteira e O Abrigo, já é seríssimo candidato a um dos piores do ano, infelizmente. Exorcistas e Demônios é um caminhão de situações clichês, didatismo exacerbado que julga a inteligência do espectador (a ponto de explicar passo a passo as etapas de um exorcismo segundo um antigo livro whatever meu cu), jumpscare sem limites, personagens fraquíssimos, um final mequetrefe e manjadíssimo e uma cacetada de incongruências e falhas no roteiro que fica difícil de engolir. Talvez o pior de todos seja o fato da protagonista que é praticamente uma jornalista foca americana, com seus 20 e poucos anos (nada contra, tenho até amigas que são!), viaja para a Romênia para investigar o caso de uma freira possuída que foi morta durante um ritual de exorcismo, envolvendo sua crucificação, que deu miseravelmente errado e o padre responsável preso, se manda para a paróquia que fica em um vilarejo afastado no interior do país que parece não ter saído da Idade Média, repleto de velhos religiosos, fazendeiros e ciganos, e consegue facilmente acesso a toda informação que precisa com todos mega solícitos. E ah, detalhe mais importante: TODO MUNDO LÁ FALA INGLÊS! Bom, pior que isso é só aquela velha situação de terror forçadísisma enquanto a moçoila passa a ser acossada pelas forças das trevas, sofrer altos tipos de tentações medíocres (mosca aparecendo no copo de vinho e sonhos eróticos com o padre? Qualé?), abusar de tudo quanto é tipo de expediente do gênero já visto à exaustão, uma fácil e ridícula conclusão, e tudo regado a muito barulho abrupto ensurdecedor para assustar, ao invés de investir em um longa completamente atmosférico, abusando da linda paisagem medieval e sinistra do interior romeno, captada pela excelente fotografia de Daniel Aranyó, única coisa que se salva do filme inteiro. Exorcistas e Demônios é aquele exemplo perfeito de uma oportunidade de ouro – a abordagem soturna dos rituais de exorcismo sob o ponto de vista de uma dissidência da Igreja Católica, uma história baseada em um fato real e comandada pelo diretor de dois dos melhores filmes dos últimos 11 anos – completamente desperdiçada para entregar um engodo de um terror convencional e bastante ortodoxo (no mal sentido!) que não vale nem a pipoca.
1 Igreja Ortodoxa no interior da Romênia para Exorcismos e Demônios.
FONTE: http://101horrormovies.com.br/review-2018-24-exorcismos-e-demonios/

THE MAUS (2018)