quarta-feira, 30 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
DRÁCULA (Espanha, 1931)
Sinopse
Na
noite sinistra dos “Walpurgis”, após uma travessia de carruagem pelos Montes
dos Cárpatos na Europa Central, o advogado Renfield chega ao castelo do Conde
Drácula na Transilvânia. Sua missão é
finalizar o contrato de aluguel de uma propriedade em Londres, a abandonada
Abadia Carfax, para o Conde. Ele não sabe, mas seu nobre anfitrião é um vampiro, que
se alimenta de sangue humano e só pode sair à noite, seja como um humano, ou
transmutado em um morcego, lobo ou mesmo uma espessa névoa. O Conde deixa
Renfield inconsciente com uma droga misturada a um vinho, o hipnotiza e o
transforma em seu escravo. Renfield cuida para que Drácula seja transportado em
seu caixão por navio, o Vesta, até Londres.
Ao
chegar ao porto da cidade britânica, a tripulação do Vesta está toda morta e o
único aparente sobrevivente é Renfield, completamente enlouquecido e se
alimentando do sangue de pequenos animais. Ele é enviado a um manicômio,
enquanto Drácula começa seu ataque aos londrinos.
Drácula
atrai Mina Seward, filha do Dr. Jack Seward e que cuida do manicômio. Quando Mina passa a agir estranhamente, o Dr. Seward chama seu amigo, o
Dr. Abrahan Van Helsing, que percebe que a moça foi vitimada por um vampiro.
Ele encontra Drácula e logo o identifica como sendo a criatura que atacou Mina,
pois o conde não reflete no espelho e sente repulsa por uma erva (que depois
seria traduzido por alho). Então juntamente com o irmão de Mina, John, eles
tentam impedir que o maligno conde continue com seus planos inumanos.
Diferenças com a
versão em Inglês:
* A versão em
espanhol é de cerca de 104 minutos, muito mais do que a versão em Inglês, que é
de 75 minutos.
* No Pass Borgo, o
cocheiro do castelo (que é o Drácula, no disfarce) tem o rosto coberto.
* Renfield corta seu
dedo com uma faca, não com um clipe de papel.
* As noivas, em vez
de Drácula, mordem Renfield.
* Os nomes dos
personagens são hispanizados. Vemos Juan Harker, em vez de Jonathan Harker e
Lúcia Weston, em vez de Lucy Weston. Além disso, Mina é renomeada como Eva.
* As noivas são mais
sedutoras e usam roupas mais provocativas, enquanto as noivas na versão em
Inglês estão ligeiramente vestidas e se comportam de uma maneira mais calma,
menos sexual.
* Van Helsing e
Harker são vistos próximos da sepultura de Lucy.
* Renfield é mostrado
comendo a mosca no corpo de uma mulher desmaiada, na versão em Inglês, a cena é
cortada enquanto ele está chegando em sua direção.
* Drácula quebra o
espelho com a bengala.
* Nesta versão, vemos
uma foto adicional do exterior da Carfax Abbey, que não tem na versão em
Inglês.
* Quando Renfield
está em Carfax Abbey, ele carregava uma tocha, em vez de uma lâmpada. Sua morte
é mais violenta nesta versão também. Drácula também mostra prazer em causar a
morte de Renfield.
Elenco
Carlos Villarias –
Conde Dracula
Lupita Tovar – Eva
Seward
Barry Norton – Juan
Harker
Pablo Alvarez Rubio –
Renfield
Eduardo Arozamena –
Professor Van Helsing
Jose Soriano Viosca –
Dr Seward
Carmen Guerrero –
Lucia Weston
Amelia Senisterra –
Marta
Manuel Arbo – Martin
187 1946 O ESTRANHO (THE STRANGER, EUA)
Direção:
Orson Welles
Produção:
Sam Spiegel
Roteiro:
Anthony Veiller, Victor Tivas, Decia Dunning
Fotografia:
Russell Metty
Música:
Bronislau Kaper
Elenco:
Edward G. Robinson … Sr. Wilson
Loretta Young ………… Mary Longstreet
Orson Welles …………. Professor Charles Rankin
Philip Merivale ……….. .Juíz Adam Longstreet
Richard Long …………..Noah Longstreet
Ainda: Konstantin Shayne, Byron Keith, Billy House, Martha Wentworth
Indicação
ao Oscar: Victor Trivas (roteiro)
Festival
de Veneza: Orson Welles (Indicação - Leão de Ouro)
O filme
menos conhecido de Orson Welles como diretor, O estranho foi um projeto de médio
orçamento que ele aceitou do produtor Sam Spiegel para provar que conseguiria fazer
um "filme dentro dos padrões, comercial". Representante de uma série
de thrillers realizados imediatamente após a guerra sobre a perseguição de
criminosos nazistas (dentre outros exemplos estão Acossado [1945] e Interlúdio
[1946]), este filme remete à reputação antifascista conquistada por Welles com
sua famosa montagem de Júlio César e chega até a encontrar eco em um romance
que ele considerou filmar antes de decidir que Cidadão Kane (1941) seria seu
projeto de estreia: The Smiler With a Knife, o livro de mistério anterior à
guerra de Nicholas Blake sobre o fascismo inglês. Wilson (Edward G. Robinson),
designado como investigador do governo, persegue o carismático nazista Franz Kindler
- que é supostamente o inventor dos campos de extermínio - até uma pequena
cidade universitária em Connecticut. Kindler está fingindo ser o professor de
história Charles Rankin e acaba de se casar com Mary (Loretta Young), a filha
de um juiz da Suprema Corte. Menos complicado do que o triângulo político-amoroso
de Interlúdio, o filme se estrutura sobre um tema parecido, à medida que Wilson
tenta persuadir Mary a delatar seu marido cruel, antes de se tornar uma
variante daqueles thrillers populares na década de 40 (como À meia-luz [1944] e
Inspiração trágica [1947]), no qual um esposo malvado planeja assassinar sua
mulher inocente. Welles interpreta um vilão übermensch convincente entregando-se
em um diálogo em que afirma que "Marx não era alemão, ele era judeu",
sua podridão destilando-se no mundo insignificante da cidadezinha pitoresca à
medida que dá vazão a seu hobby obsessivo, consertando um relógio antigo. O
estranho ainda tem a força visual de Welles, porém, em 1946, os filmes noir já
haviam absorvido seu amor pelas sombras e pelo grotesco, de modo que ele acaba
se misturando ao outras representantes do gênero. O filme se torna
especialmente melodramático no clímax, que se dá no topo de uma escada sabotada
na torre do relógio. Kindler é encurralado como King Kong e morto por um boneco
mecânico das engrenagens do relógio, que o empala com sua espada estendida - o
tipo de violência explícita justificável em um filme hollywoodiano de 1946, se
o vilão fosse um nazista não-arrependido. Antecipando David Lynch por décadas, Welles
estabelece uma atmosfera amigável de cidadezinha do interior e a subverte, com
filósofos de farmácia que roubam no jogo de damas e rainhas do baile que se
casam com fascistas. KN
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE
MORRER 187)
sexta-feira, 25 de abril de 2014
201 1948 LADRÕES DE BICICLETAS (LADRI Dl BICICLETTE, ITÁLIA)
Direção:
Vittorio De Sica
Produção:
Giuseppe Amato, Vittorio De Sica
Roteiro:
Cesare Zavattini, Oreste Biancoli, Suso d'Amico, Vittorio De Sica, Adolfo
Franci, Gerardo Guerrieri, baseado no livro Ladri di Biciclette, de Luigl
Bartolini.
Fotografia:
Carlo Montuori
Música:
Alessandro Cicognini
Elenco:
Lamberto
Maggiorani … Antonio Ricci
Enzo
Staiola ……………Bruno
Lianella
Carell ………….Maria
Gino
Saltamerenda ……Baiocco
Vittorio
Antonucci ……...Ladrão
Ainda:
Giulio Chiari, Elena Altieri, Carlo Jachino, Michele Sakara, Emma Druettl,
Fausto Guerzoni.
Oscar:
Giuseppe Amato, Vittorio De Sica (prémio honorário – melhor filme estrangeiro)
Indicação
ao Oscar: Cesare Zavattini (Roteiro)
Antonio
Ricci (Lamberto Maggiorani), um desempregado na Roma do pós-guerra, consegue um
emprego de colador de cartazes de cinema depois que sua mulher penhora as
roupas de cama da família para tirar sua bicicleta do prego. Porém, assim que
ele começa a trabalhar, a bicicleta é roubada. Com Bruno (Enzo Staiola), seu
filho pequeno, a reboque, ele cruza a cidade tentando recuperá-la, deparando-se
no caminho com vários aspectos da sociedade romana, incluindo algumas das mais
agudas diferenças sociais. Esta obra-prima é geralmente considerada - e com
justiça - uma das peças-chave do realismo italiano. O crítico francês André
Bazin também o reconheceu como um dos grandes filmes comunistas já feitos. O
fato de ter recebido o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1949 sugere que ele
não foi visto dessa forma nos Estados Unidos à época. Ironicamente, a única
coisa que chamou a atenção dos censores americanos foi uma cena em que o garotinho
urina na rua. Para alguns defensores da teoria autoral, ele perdeu um pouco do
seu poder por não ter derivado de uma só mente. Uma colaboração entre o roteirista
Cesare Zavattini, o diretor Vittorio De Sica, atores amadores e muitos outros,
a produção é tão carregada de um espírito coletivo que é quase inútil tentar separar
os méritos. Ladrões de bicicletas contém o que talvez seja a maior
representação do relacionamento entre pai e filho da história do cinema, repleto
de oscilações e gradações progressivas em termos de respeito e confiança entre
os dois personagens, além de ser impressionantemente desolador. Ele também tem
seus momentos de comédia à Chaplin, como o comportamento contrastante de dois
menininhos almoçando no mesmo restaurante. Se comparado a um filme como A vida
é bela, ele dá uma Ideia de como o cinema comercial mundial e sua relação com a
realidade foram infantilizados no decorrer do século passado. JRos
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 201)
186 1946 PAIXÃO DE FORTES (MY DARLING CLEMENTINE, EUA)
Direção:
John Ford
Produção:
Samuel C. Engel, Darryl F.Zanuck
Fotografia:
Joseph MacDonald
Roteiro:
Samuel G Engel, Sam Hellman
Música:
Cyril J. Mockridge
Elenco:
Henry Fonda ……… Wyatt Earp
Linda Darnell ………Chihuahua
Victor Mature ………Dr. John ‘Doc’ Holliday
Walter Brennan …... Clanton
Tim Holt ………….. Tim Holt
Ward Bond …………Morgan Earp
Ainda: Cathy Downs, Alan Mowbray, John Ireland, Roy Roberts, Jane
Harwell, Grant Withers, J. Farrell Macdonald, Russell Simpson
Embora
Sem lei, sem alma, A hora da pistola. Massacre de pistoleiros, Tombstone A justiça
está chegando e Wyatt Earp sejam todos mais "historicamente precisos"
(seja qual for o valor disso), a versão romântica e em ritmo de balada de John
Ford dessa velha história continua sendo o filme sobre Wyatt Earp, Doc Holliday
e o OK Corral. Wyatt (Henry Fonda), um pacífico criador de gado, chega à cidade
infernal de Tombstone e recusa o emprego de xerife, embora seja o único homem
que ousa intervir para acabar com a confusão armada por um índio bêbado. Quando
ladrões de gado assassinam um de seus irmãos, ele trava uma conversa fordiana
com a lápide do jovem antes de assumir sua responsabilidade e colocar o
distintivo. Ao limpar a cidade, Earp torna a comunidade segura para os cidadãos
que gostam de ir à igreja e dançar quadrilha e que vinham se escondendo nas
sombras durante o domínio do cruel Old Man Clanton (Walter Brennan) e seu bando
de filhos assassinos. Contudo, apesar de todo o esplendor do Monument Valley
(um cenário típico, acrescido de um cacto pitoresco) e da integridade moral
rígida de Fonda, há um porém na cruzada vencida apenas à custa da vida de Doc
Holliday (Victor Mature), um fora-da-lei nobre que foi despachado a tiros e pela
tuberculose juntamente com os maus elementos. Esse tema sombrio retornaria mais
tarde em O homem que matou o facínora (1962), a revisão desiludida de Ford
desse subgênero do faroeste em que um homem coloca ordem na cidade. Mature tem
fama de ser inexpressivo, porém sua Interpretação aqui como o cirurgião-pistoleiro
tuberculoso é comovente e tem um quê de espirituosidade amarga. O herói de
Fonda empertiga-se lentamente, erguendo-se com uma graça de inseto em uma cena
de dança comunitária (uma das marcas registradas de Ford) e sendo retratado de
forma memorável em perfeito equilíbrio na varanda, com a cadeira apoiada em duas
pernas e uma das botas contra um pilar. Como sempre no Velho Oeste de Ford, as emoções
do elaborado tiroteio do último rolo são estimuladas por elementos cômicos, como
o bêbado shakespeariano que precisa ser arrastado por Doc no meio de seu
"Ser ou não ser" e as complicações românticas com a radiante Chihuaha
(Linda Darnell) e a professora primária Clementine (Cathy Downs). Porém, no fim
das contas, o filme é ditado tanto por sua melancolia ou pela beleza
arrebatadora das paisagens quanto por seu caráter de animada matinê de sábado
de banguebangue. KN
(1001
FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 186)segunda-feira, 21 de abril de 2014
#063 1945 NA SOLIDÃO DA NOITE (Dead of Night, Reino Unido)
Direção: Alberto Cavalcanti, Charles Crichton, Basil Dearden, Robert Hamer
Roteiro: John Baines, Angus
MacPhail (baseado em histórias de H.G.Wells, E.F. Benson, John Baines, Angus
MacPhail)
Produção: Michael Balcon,
Sidney Cole e John Croydon (Produtores Associados)
Elenco: Mervyn
Johns, Roland Curver, Mary Merrall, Googie Withers, Frederick Valk
Na Solidão da Noite é um filme atemporal, muito adiante de seu tempo. Foi o precursor de um estilo de cinema de terror que se tornaria muito comum e adorado pelos fãs do gênero: uma junção de várias histórias, formando uma antologia, sempre com um personagem que funciona como o fio condutor entre os contos. Além disso, Na Solidão da Noite é um dos primeiros filmes de terror realizados na Inglaterra desde o começo da Segunda Guerra Mundial. A censura sempre foi muito forte na terra da Rainha, e até por isso, muitos filmes americanos não chegavam nem a serem exibidos no velho continente, pois eram considerados excessivamente violentos. Então era um território praticamente inexplorado. Pois bem, a trama tem o arquiteto Walter Craig como personagem que mantém o elo das diversas histórias sobrenaturais que irão se desenrolar durante o decorrer do filme. Craig sofre de pesadelos recorrentes com um grupo de pessoas que se reúnem em uma casa de campo. Noite após noite ele é atormentado pelo mesmo sonho. Até que em determinado final de semana, ele é contratado pelos proprietários de uma casa para realizar uma reforma, e lá em seu interior, ele encontra exatamente o mesmo grupo de pessoas e as mesmas situações vividas em seu sonho, que sempre teve um desfecho macabro. É como se ele tivesse uma espécie de premonição, e tudo que Craig vira em seu sonho, vai tornando-se realidade. Cada uma dessas pessoas ali presentes irá contar uma história fantástica diferente, cinco ao total, cada uma dirigida por um diferente diretor (inclusive o brasileiro Alberto Cavalcanti) e com roteiros individuais, e entre uma e outra, o psicanalista Dr. Van Straaten vai analisando o convidado e dando várias interpretações para seus sonhos e os diferentes acontecimentos contados por aquele grupo de pessoas, sempre procurando uma resposta cética e plausível. A primeira história, The Hearse Driver, dirigida por Basil Dearden e escrita por E.F. Benson, é contada pelo piloto de corridas Hugh Grainger, que após sofrer um grave acidente na pista, sobrevive milagrosamente. Ainda internado, ele tem uma estranha visão da janela do seu quarto: um misterioso cocheiro está parado em uma carruagem toda negra e sinistra que diz a ele “tem espaço para mais um, Senhor”, e desaparece em seguida. Hugh fica com aquilo na memória, até que após ter alta do hospital, ele está prestes a tomar um ônibus, quando o motorista é o mesmo que ele havia visto dirigindo a carruagem e fala novamente a frase: “tem espaço para mais um, Senhor”. Amedrontado, Hugh desiste de pegar o ônibus, que logo em sequência, perde o controle e cai de uma ponte. Ou seja, o estranho sonho salvou o piloto da morte mais uma vez. A segunda história é Christimas Party, dirigida por Cavalcanti e escrita por Angus MacPhail. Nela, a jovem Sally O’Hara está em uma festa de Natal em uma velha mansão, onde as crianças estão brincando de esconde-esconde. A garota é encontrada por Jimmy Watson, que a esconde no sótão para não serem descobertos, e na tentativa de assustá-la, conta a história de Francis Kent, um garoto que havia sido assassinado naquele mesmo local por sua irmã. Jimmy deixa o ambiente e Sally ouve o choro de um garotinho. Ao atravessar uma porta secreta no sótão, encontra um jovenzinho triste e perdido. Sally presta assistência a ele e o coloca na cama para dormir, para mais tarde, descobrir que não há nenhum garotinho no local e que ela acabara de ter um contato com o fantasma de Kent. The Haunted Mirror é a terceira e assustadora história, dirigida por Robert Hamer e escrita por John Baines. Contada por Joan Cortland que certa vez comprou um espelho para seu marido Peter de aniversário. O espelho outrora pertenceu a um antigo aleijado que assassinou sua esposa, e começa a refletir a personalidade doentia de seu primeiro dono para Peter, que passa a perder a sanidade, sendo levado pelas visões refletidas naquele terrível espelho, a ponto de quase matar a sua esposa. Já a quarta história, Golfing Story, dirigida por Charles Crichton e escrita por H.G. Wells, é a mais fraca de todas, com um desnecessário tom cômico que destoa de todo o resto da produção, onde dois jogadores de golfe rivais, George Paratt (o narrador da história) e Larry Potter disputam uma partida pelo amor da bela Mary Lee. Enganado por George, Larry comete suicídio entrando no rio, e passa a atormentar (não no sentido assustador da palavra, mas no sentido de aporrinhar mesmo) George, acompanhando-o até em seu casamento, já que não consegue voltar para o além por ter esquecido qual o ritual necessário para tanto. A quinta e última história, The Ventriloquist’s Dummy, é a cereja do bolo, a mais bem executada e macabra dentre todas (inclusive com a maior duração). Também dirigida por Alberto Cavalcanti e escrita por John Baines (o mesmo de The Haunted Mirror), aqui o Dr. Van Straaten descreve como foi convocado para fazer o diagnóstico de um prisioneiro, o ventríloquo de sucesso Maxwell Frere, que lotava todos seus shows graças ao humor ácido do boneco Hugo. Só que Frere é um esquizofrênico que sofre de dupla personalidade e credita ao boneco o real controle de sua vida. O boneco então, à procura de um novo ventríloquo, induz Frere a assassinar o rival Sylvester Kee. Por isso Frere vai parar na cadeia, completamente insano, jurando de pé juntos que a culpa era do boneco. Esse conto foi adaptado outras vezes, inclusive na famosa série Além da Imaginação, escrito por Rod Serling e com William “Capitão Kirk” Shatner no elenco e também inspirou o excelente Magia Negra, com Anthony Hopkins. Fora isso, o boneco do filme Gritos Mortais, de James Waan, lembra muito a aparência de Hugo. Assim que todos contam suas histórias, novamente o pesadelo do arquiteto vem à tona, e ele se vê na casa perseguido por todos os personagens dos contos apresentados até então, até acordar em sua cama, e ver que novamente foi vítima do mesmo sonho recorrente. Até receber uma ligação para visitar uma casa de campo que precisa de uma reforma, e voltar novamente ao local, como no começo do filme. Mas dessa vez é outro pesadelo, ou será a realidade? Fica a pergunta no ar. Depois dessa resenha nem sobra muito sobre o que falar sobre Na Solidão da Noite. Somente que é um excelente filme de terror, e um dos melhores e mais inventivos do gênero. Indispensável para os fãs.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/01/17/63-na-solidao-da-noite-1945/
quinta-feira, 17 de abril de 2014
sábado, 12 de abril de 2014
020 1924 O LADRÃO DE BAGDÁ (THE THIEF OF BAGDAD, EUA)
Direção: Raoul Walsh
Produção: Douglas Fairbanks
Roteiro: Douglas Fairbanks, Lotta Woods
Fotografia:
Arthur Edeson
Música:
Mortimer Wilson
Elenco:
Douglas
Fairbanks …O Ladrão de Bagdá
Snitz
Edwards ………Seu associado Maldito
Charles
Belcher ……O Homem sagrado
Julanne
Johnston …A Princesa
Sôjin
…………………O Príncipe Mongol
Anna May Wong …...A Escrava Mongol
Ainda: Brandon Hurst, Tote Du Crow, Noble Johnson
O
ladrão de Bagdá marcou o ápice da carreira de Douglas Fairbanks como o maior
dos heróis de capa e espada. Este também é, visualmente falando, um dos mais
surpreendentes filmes de todos os tempos, uma concepção ímpar de um gênio da
cenografia, William Cameron Menzies. Construindo uma Bagdá mítica em uma
locação de 6,5 acres (a maior da história de Hollywood), Menzies criou um mundo
resplandecente e mágico, tão intangível e, ao mesmo tempo, tão real e
inebriante quanto um sonho, com seus pisos espelhados, imponentes minaretes,
tapetes voadores, dragões ferozes e cavalos alados. No papel do ladrão Ahmed em
busca de sua princesa, Fairbanks - de peito nu e com roupas justas de seda - explorou
uma nova forma de erotismo em sua persona cinematográfica e encontrou uma
co-estrela à altura em Anna May Wong, que interpreta a escrava mongol. Embora a
direção seja creditada ao talentoso Raoul Walsh, o conceito geral de O ladrão
de Bagdá pertence ao próprio Fairbanks, que foi produtor, roteirista, estrela,
dublê e showman de ilimitada ambição. (Nota: o príncipe persa não creditado no
filme é interpretado por uma mulher, Mathilde Comont) DR
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 020)
sexta-feira, 11 de abril de 2014
THE GANZFELD HAUTING (EUA, 2013)
Sinopse
Em
um mundo onde o passado encontra o presente e o presente se perde no tempo, a
realidade é turva para 5 estudantes da faculdade de psicologia que estão derrubando
todos os limites durante um experimento
ESP em um fim de semana perdido… Memórias, sonhos, passado, futuro… Eles podem
esquecer o que eles não se na se lembram? – Para os 5 alunos um novo tipo de
terror aguarda. Os sentidos são atordoados e tudo ocorre para que se cumpram
seus destinos. O presente colide com um segredo compartilhado no passado. É um
thriller psicológico erótico. Há alguma coisa de verdade? Um filme de terror
americano New Wave que vai explodir sua mente.
Elenco
Billy Zane Dominic Purcell Hannah
Victoria Stock
Holt McCallany Kimberly Estrada Laura Wiggins
Mikayla Figueroa Rumer Willis Ryan
Donowho
Sunny Garcia Taylor Cole Toby Hemingway
TWO MOONS (Coreia, 2012)
Sinopse
Uma
história sobre três pessoas que se reúnem, numa noite sem fim, sem saber
porque, em uma casa isolada no meio da floresta. Mas sempre há uma lenda
oriental por trás e, esta vez fala que quando duas luas aprecem no céu...
Elenco
Sujin Kim ...
Seok-Ho
Han-byeol Park ...
So-Hee
Jin-joo Park ...
In-Jeong
Won-sang Park ... PD
Jung
Mi-ran Ra ... Na
Mi-Ran
QUANDO DESCEM AS SOMBRAS (The Night Walker, EUA,1964)
Ficha técnica
Diretor: William
Castle
Roteiro: Robert Bloch
Sinopse
Irene Trent é a
bonita mulher do rico e cego cientista Howard Trent. Howard é ciumento e quando
ouve a esposa falar dormindo à noite de um amante misterioso, ele desconfia que
ela tenha um caso com o advogado Barry Moreland. Numa explosão do laboratório de
Howard, ele acaba morrendo. Irene não quer ficar mais na casa pois começa a
sonhar com um Howard desfigurado pelas queimaduras e que a persegue. Ela vai
para sua antiga moradia na cidade, mas os sonhos continuam a apavorá-la e ela
não sabe mais o que é pesadelo e o que é uma ameaçadora realidade.
Elenco
Barbara
Stanwyck...Irene Trent
Robert
Taylor...Barry Moreland
Judi
Meredith...Joyce Holland
Hayden
Rorke...Howard Trent
Rochelle
Hudson...Hilda
Marjorie
Bennett
Jess
Barker...Malone
Tetsu
Komai...Jardineiro
Lloyd
Bochner...O Sonho
domingo, 6 de abril de 2014
#475 1983 PESADELOS DIABÓLICOS (Nightmares, EUA)
Direção: Joseph Sargent
Roteiro: Jeffrey Bloom,
Christopher Crowe
Produção: Christopher Crowe, Ana
Barnette (Produtor Associado), Alex Beaton e Andrew Mirisch (Produtores
Executivos)
Elenco: Cristina Raines, Emilio
Estevez, Lance Henrikssen, Richard Masur, Veronica Cartwright
Todo mundo tem alguns filmes que lhe
trazem lembranças que transcendem a qualidade da produção e acabem tendo um
lugar cativo e saudoso na sua memória e seu coração. Bonito, não? Isso só para
dizer que Pesadelos
Diabólicos é um deles. Não é nenhuma maravilha da sétima arte e
existem dezenas de outros filmes nesses moldes de antologia com vários contos
melhores, mas eu tenho um daqueles fotogramas de um momento congelado no tempo
em minha lembrança de quando o assisti pela primeira vez. Era uma noite de
sábado, final dos anos 80, o filme era exibido no Super Cine, da Rede Globo, e
eu estava na casa de minha avó, ali na Vila Alpina, junto com meu primo mais velho,
assistindo a exibição na TV aberta no escuro da sala iluminado apenas pela luz
do aparelho televisor. Moleque de tudo, vibrei com o episódio do Bispo da
Batalha e morri de medo do rato gigante destruidor do último segmento. Mas
vamos lá. Pesadelos Diabólicos, como já disse, é um portmanteauaos
melhores moldes dos longas popularizados pelo estúdio inglês Amicus durante os
anos 60 e 70. São quatro histórias, com roteiro de Jeffrey Bloom e Christopher
Crowe, e direção de Joseph Sargent (que em sua filmografia também tem o
tenebroso Tubarão 4 – A Vingança), que na verdade foi originalmente
escrito e dirigido como episódios da série de TV Darkroom da ABC,
porém a Universal considerou muito intenso para a telinha e resolveu adicionar
algumas filmagens extras e lançar nos cinemas como um longa metragem. O
primeiro segmento, “Terror in Topanga”, parece mais uma propaganda
antitabagista. Um lunático acaba de fugir do hospício, matar um policial e se
esconder pelos lados de Topanga, na Califórnia em uma noite qualquer. Lisa
(Cristina Raines, de A Sentinela
dos Malditos) é uma fumante inveterada, que resolve sair à noite as escondidas,
depois de proibida pelo maridão Phil (Joe Lambie), para comprar um maço de
cigarro. Só que durante a volta, a gasolina do carro acaba e ela terá um
encontro com o maníaco que pode ser fatal. Já a segunda história, “Bishop of
Battle” surfa na onda do sucesso deTron – Uma Odisseia Eletrônica lançado
pela Disney no ano anterior e mistura videogame com realidade. J.J. Cooney
(papel de Emilio Estevez) é um gamer que debulha no fliperama e fica
obcecado em atingir um quase impossível nível 13 na máquina do Bispo da
Batalha. De castigo por conta das péssimas notas e não querer mais nada da vida
e só ficar no arcade o dia inteiro, ele foge de casa à noite, invade
o fliperama para jogar a partida derradeira, que o colocará no tal nível
inatingível e trará as ameaças virtuais para que ele confronte na vida real,
onde não poderá inserir mais fichas se der game over. Claro que em tempos
de PS4 e Xbox One, quem assistir ao filme vai achar os efeitos especiais
obsoletos, mas que foram surpreendentes para a época. E detalhe que as
sequências, geradas por um ACS1200, custou tanto que quase levou a produção à
falência pelo estouro de orçamento. A terceira sequência é aquela com a pegada
sobrenatural. Lance Henrikssen vive um padre que questiona sua fé no segmento
“The Benediction”. Após a morte de um garoto do vilarejo onde fica sua paróquia
e deixar de acreditar em Deus, ele pega suas coisas, coloca no porta-malas do
carros e abandona a batina, só para ter essa falta de fé testada no meio da
estrada, em pleno deserto, quando passa a ser perseguido por uma infernal
picape preta toda filmada, aos melhores moldes de Encurralado ou O Carro – A
Máquina do Diabo. Encerra o filme com o quarto e último segmento,
“Night of the Rat”, quando a casa da família Houston passa a ter problemas com
roedores. Claire (papel de Veronica Cartwright) vive às turras com o marido
ausente, Steven (Richard Masur), querendo contratar um exterminador, mas o
sujeito quer economizar dinheiro e culpa a esposa em não fazer nada por conta
própria. Quando um rato filhote é pego em uma ratoeira deixada no sótão, mal
eles sabem que irão descobrir que sua mãe é uma ratazana gigante (cujo tamanho
é criado por aqueles efeitos de sobreposição toscos), que na verdade é uma
criatura demoníaca indestrutível, que começa a destruir a casa e soltar
guinchos que parecem mais os gritos sônicos do Raio Negro da Marvel.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/11/475-pesadelos-diabolicos-1983/
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