DIREÇÃO: Kenneth G. Crane
ELENCO:
Jim Davis Dr. Quent Brady
Robert Griffin Dan Morgan
Joel Fluellen Arobi
Barbara Turner Lorna Lorentz
Eduardo Ciannelli Mahri
Vladimir Sokoloff Dr. Lorentz
SINOPSE:
Antes
de lançar o primeiro voo tripulado ao espaço, o governo dos EUA está conduzindo
uma série de experiências sobre os efeitos da radiação cósmica nos seres vivos.
Animais e insetos são enviados ao espaço, deixados em órbita por um breve
período de tempo e quando retornam são estudados para ver se continuam
saudáveis. Numa dessas experiências, um foguete contendo vespas permanece no
espaço mais tempo do que o planejado. O radar não consegue acompanhar sua
trajetória, mas computador do centro espacial calcula que o foguete deverá cair
numa determinada região da África. Meses depois, um dos cientistas responsáveis
pelas pesquisas lê uma reportagem sobre estranhos acontecimentos na África
Central. Desconfiado que isso possa ter alguma ligação com as vespas que
receberam uma dose excessiva de radiação cósmica, ele organiza uma expedição
até o local.
COMENTÁRIOS:
POR CARLOS SOLRAC
Antes
de decidir se vale a pena ler esses comentários ou assistir a essa
“superprodução”, um aviso importante: numa avaliação feita por 534 usuários no
site do IMDb (Internet Movie Database) esse filme recebeu uma nota média de 3,3
pontos (numa escala vai de 0 a 10). O Monstro do Inferno Verde foi lançado
nos Estados Unidos em 17 de maio de 1957. É um filme do gênero ficção
científica e terror. Foi dirigido por Kenneth G. Crane. O filme
começa mostrando o que é para ser uma base de lançamento de foguetes em algum
lugar do oeste americano. Logo em seguida, uma narração em off nos
esclarece que antes de lançar o primeiro voo tripulado ao espaço é preciso
saber se a vida “permanece saudável e intacta após os voos espaciais”. Essa
pesquisa está sendo conduzida pelo Dr. Quent Brady (Jim Davis –
esse Jim Davis não é o mesmo Jim Davis criador do gato Garfield)
e seu colega Dan Morgan (Robert Griffin). Animais e insetos são
enviados ao espaço por breves períodos de tempo e quando retornam, são
observados para verificar se continuam saudáveis após a exposição à radiação
cósmica. E para dar mais credibilidade ao assunto, o narrador é o próprio Dr.
Brady. Então, numa das salas do centro espacial, vemos os nossos pesquisadores
próximos de algumas gaiolas contendo, segundo o Sr. Morgan, um
macaco, vespas e um caranguejo-aranha, além de um porquinho-da-índia. Ele
propõe embarcar os “passageiros” e logo em seguida vemos um foguete sendo
preparado para o lançamento. Até aqui, nenhuma surpresa. Logo depois, dentro de
um bunker onde está localizado o centro de controle, o Sr. Morgan diz
ao seu colega Dr. Brady que já está chegando a hora de lançar os
foguetes. Lançar os foguetes? Eles vão lançar mais de um foguete? Eles mostram
um foguete sendo preparado e vão lançar dois? Será que o Sr. Morgan não
se enganou? Após uma rápida contagem regressiva vemos um foguete sendo lançado,
e logo depois um segundo foguete. Mas, espere… Um terceiro foguete foi lançado?
Três foguetes foram lançados quase que simultaneamente? Ou será que é o mesmo
lançamento sendo mostrado três vezes em ângulos diferentes para a cena ficar
mais detalhada e emocionante? Ou será que um dos foguetes era para o macaco e o
porquinho-da-índia, o outro para as vespas e mais um outro para o
caranguejo-aranha? Isso é muito estranho! Ainda no centro de controle, o Dr.
Brady e o Sr. Morgan estão jogando conversa fora quando um dos
técnicos avisa que o segundo foguete não está retornando. Nesse momento são
mostrados três monitores, sendo que no segundo as formas de ondas são
diferentes das mostradas no primeiro e no terceiro. E, de repente, a imagem da
segunda tela desaparece e a conclusão deles é que o segundo foguete está fora
do alcance do radar. Agora ficou claro que realmente eles lançaram três
foguetes! Todos ficam preocupadíssimos. O Sr. Morgan, depois de conferir
alguns dados do voo com um outro técnico, olha seriamente para o Dr. Brady e
diz: “Quent, let's go ask the computer a few questions.” (“Quent,
vamos fazer algumas perguntas ao computador.”). Será que ele está
desconfiado que o computador tem alguma coisa a ver com o sumiço do segundo
foguete e irá interrogá-lo? Eles vão até a sala onde está o computador, que é a
mesma sala onde estavam as gaiolas com os bichos. Agora podemos ver que esse
computador não passa de simples painéis instalados sobre o que parece ser um
“moderno gabinete de cozinha de aço de boa marca e ótima qualidade a venda nas
melhores casas do ramo”. O Sr. Morgan pega um microfone, lê em voz
alta os dados que ele havia anotado numa prancheta, aciona alguns dos botões e
o computador começa a fazer uns barulhos estranhos. Depois, ele pega um fone de
ouvido, coloca-o junto ao ouvido e começa a escrever alguma coisa na prancheta.
Não seria mais prático se ele tivesse uma impressora ou que lesse a resposta
num monitor do que ter que anotar com uma caneta a resposta que o computador
cochichou em seu ouvido? Mesmo com dados insuficientes o computador informa que
o foguete, depois de orbitar a terra, cairá em algum lugar próximo da costa
africana. E o Sr. Morgan nos mostra num globo terrestre o provável
local da queda. O maior receio era de que o foguete caísse sobre alguma área
habitada. Nesse caso, eles teriam sérios problemas. Algum tempo depois surgem
“problemas” na África. Mas não porque um foguete caiu sobre uma área habitada.
É que corria um boato que alguns monstros apareceram por lá. E então
conheceremos o Dr. Lorentz e sua filha Lorna, além de seu fiel
escudeiro Arobi. Depois de permanecer embrenhado nas selvas africanas dedicando
boa parte de sua vida aos nativos, o nosso bom Dr. Lorentz tornou-se
sujeito meio confuso. Isso pode ser comprovado quando ele afirma enfaticamente
que uma coisa tem certa semelhança com outra, mas que ao mesmo tempo é
completamente diferente.
Quando
as notícias sobre os estranhos acontecimentos chegam aos jornais, o Dr.
Brady informa sobre suas suspeitas ao “Alto Comando”, em Washington, que
aprova sua viagem até aquela região africana para verificar o que realmente
está acontecendo por lá. Já na África, o Dr. Brady entra em contato
com o Agente Territorial em Libreville (a cidade de Libreville é a capital do
Gabão, que de 1910 até 1959 fez parte da África Equatorial Francesa). Esse
agente diz que vai organizar um safari (o termo correto não seria uma
expedição?) para que eles cheguem até uma região que os nativos chamam de
“Inferno Verde”. Mais tarde saberemos que terão à sua disposição o melhor guia
da região, um árabe chamado Mahri. Mas o Dr. Brady começa a
ficar impaciente com a demora e diz ao seu amigo Sr. Morgan que já
faz “uma semana e três dias” que eles estão parados ali, em Libreville, e nada
do safari começar. Uma semana e três dias? Não seria muito mais fácil dizer que
são dez dias? Mas, segundo o Sr. Morgan, o motivo dessa demora é que se
leva muito tempo para conseguir as bijuterias e os espelhinhos para se oferecer
aos nativos hostis. Até que finalmente o safari tem início. A previsão é de 27
dias de caminhada pelas savanas africanas. Mahri, o experiente guia,
é um sujeito muito corajoso pois a única arma que ele precisa para enfrentar os
terríveis perigos daquela região é um simples chicote. E também é muito
esperto, pois mesmo sendo o guia do tal safari ele nunca vai na frente
liderando o grupo. Mas... eles não estavam na era dos foguetes, dos jatos, da
energia atômica, quando o homem se preparava para alcançar as estrelas? Não foi
o “Alto Comando” em Washington que aprovou a viagem deles até a África? Eles
pousam em Libreville num voo da TWA, mas não tinham à sua disposição um simples
helicóptero? Como é que o governo americano permite que dois de seus renomados
especialistas e responsáveis pelo futuro dos voos tripulados ao espaço fiquem
zanzando semanas pelas savanas africanas quando um simples helicóptero poderia
levá-los até o local desejado em questão de horas? A partir de agora, os
interessados em continuar nesse “safari” para saber como termina essa
fantástica aventura já devem estar cientes dos riscos envolvidos caso decidam
juntar-se a esse grupo de homens valorosos e destemidos. Mesmo assim, recomendo
pensar bastante antes de tomar a decisão de prosseguir nessa jornada. Só
lembrando: em Riders to the Stars (1954) também houve um
lançamento triplo quase que simultâneo com uma diferença de alguns segundos
entre cada lançamento. Mas em cada foguete havia um astronauta e a missão deles
era capturar um meteoro de tamanho razoável e trazê-lo intacto para a Terra
antes que ele se desintegrasse ao entrar em nossa atmosfera. De acordo com Riders
to the Stars os raios cósmicos cristalizavam e pulverizavam os metais e
minerais fora da proteção da atmosfera terrestre. Os foguetes não resistiam ao
forte bombardeamento dos raios cósmicos, e que também por essa mesma razão a
lua estava se transformando numa “bola de poeira”. Usar o chumbo como proteção
era inviável, porém sabia-se que os meteoros viajavam intactos através do
espaço por milhares de anos queimando-se apenas quando entravam em nossa
atmosfera, e que portanto eles deviam estar protegidos de alguma forma. A ideia
era justamente capturar, nos limites da atmosfera terrestre, algum meteoro para
descobrir que tipo de proteção natural eles possuíam.
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