sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
005 1916 INTOLERÂNCIA (INTOLERANCE, EUA)
Direção:
D. W. Griffith
Produção:
D. W. Griffith
Roteiro: Tod Browning, D. W. Griffith
Fotografia:
G. W. Bitzer, Karl Brown
Música: Joseph Carl Breil, Carl Davis, D. W. Griffith
Elenco:
Mae
Marsh ………… A queridinha (história moderna)
Robert
Harron …….. O garoto (história moderna)
F.A.
Turner ………... O pai (história moderna)
Sam
De Grasse ……Arthur Jenkins (história moderna)
Vera
Lewis ………… Mary T. Jenkins (história moderna)
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Talvez
em parte como resposta àqueles que criticaram a política racial de O nascimento
de uma nação (1915), D. W. Griffith mostrou-se igualmente preocupado em se
posicionar contra a censura no cinema. Esse assunto foi abordado mais diretamente
no panfleto publicado na época da exibição de Intolerância, chamado Ascensão e
queda da Uberdade de expressão na América. A intenção de Griffith com este
filme, finalizado nas semanas que se seguiram ao lançamento de sua produção
épica anterior, é sobrepor quatro histórias de diferentes períodos que
ilustrassem "as lutas do amor através dos tempos".
Estas
incluem uma seleção de eventos da vida de Jesus; um relato sobre a Babilônia antiga,
cujo rei é traído por aqueles que se ressentem do seu repúdio ao sectarismo religioso;
a história do massacre dos protestantes franceses no dia de São Bartolomeu pelo
rei Carlos IX sob o conselho traiçoeiro da própria mãe; e uma história moderna
na qual um jovem, injustamente condenado pelo assassinato de um companheiro, é
salvo no último instante pela intervenção de sua amada, que ganha o perdão do
governante.
Esses
episódios não são apresentados em série. Em vez disso, Griffith corta de um
para outro e, muitas vezes, intercala seqüências plano a plano dentro dos próprios
episódios, para criar suspense. Essa estrutura revolucionária se mostrou
complexa demais para a maior parte do público da época, que também pode ter
sido desencorajado pela duração de Intolerância (quase três horas). É possível
que Griffith tenha investido até 2 milhões de dólares no projeto, porém o filme
nunca chegou perto de recuperar seus custos, nem mesmo depois de remontado e
lançado como dois filmes separados, A queda da Babilônia e A mãe e a lei. Não
houve economia nas impressionantes recriações históricas. Os enormes cenários
para a história babilônica, que permaneceriam um marco em Hollywood por anos a
fio, contaram com 3 mil figurantes. Esses números da produção foram rivalizados
pelos figurinos suntuosos e elaboradas seqüências de multidão no episódio francês.
Embora os intertítulos tenham sido escritos por terceiros, o próprio Griffith
foi responsável pelo complexo roteiro, no qual continuou a trabalhar durante a
produção.
Seu
grupo de atores de teatro obteve interpretações admiráveis em diversos papéis. Constance
Talmadge se sai especialmente bem como a "Garota das Montanhas" apaixonada
pelo malfadado príncipe Belsázar (Alfred Paget) na história babilônica, assim como
Mae Marsh e Bobby Harron como os amantes reunidos no episódio moderno.
Como
em O nascimento de uma nação, Griffith utiliza estruturas do melodrama vitoriano
para afirmar suas convicções políticas. A intolerância é examinada através das lentes
do amor trágico, o que empresta energia emocional e pathos às narrativas. Na história
babilónica, Belsázar e sua amada Attarea (Seena Owen) preferem cometer suicídio
a cair nas mãos do vitorioso Ciro, o Persa (George Siegmann), e, na história
francesa, um jovem casal, ele católico e ela protestante, não consegue escapar
do massacre.
Intolerância
é um monumento ao talento de Griffith como roteirista, diretor, criador de
planos e montador - uma obra-prima única, jamais igualada em termos de
magnitude e dimensão. Feito para persuadir, este filme exerceu mais influência
sobre o cinema revolucionário soviético de Sergei Eisenstein, entre outros, do
que sobre os contemporâneos americanos de Griffith. RBP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 005)terça-feira, 28 de janeiro de 2014
008 1920 INOCENTE PECADORA (WAY DOWN EAST, EUA)
Direção:
D. W. Griffith
Roteiro: Anthony Paul Kelly, Joseph R Grismer, D. W.
Griffith, baseado nas peças Way Down East, de Joseph Grismer e William A.
Brady, e Amur Laurie, de Lottie Blair Parker
Elenco:
Lillian
Gish …………… Anna Moore
Richard
Barthelmess …….. David Bartlett
Lowell
Sherman …………. Lennox Sanderson
Burr McIntosh ………….. Squire Bartlett
Kate Bruce …………….. A mãe Bartlett
Logo
em seguida a O nascimento de uma nação (1915), um dos filmes mais rentáveis já
produzidos, D. W. Griffith viu sua carreira entrar em decadência,
principalmente por sua incapacidade de se adaptar aos desejos volúveis do
público de cinema. Griffith se especializara em levar às telas o melodrama
vitoriano, com suas histórias de inocência feminina ameaçada. Em 1920, porém, o
público já começava a demonstrar menos interesse pelo resgate ou preservação da
virtude. Portanto, foi uma surpresa que Griffith tenha decidido adaptar para o
cinema a peça melodramática Way Down East, de Hugo e tenha conseguido dar nova vida à história e
transformá-la em um filme de grande sucesso.
Anna
Moore (Lillian Gish) deixa sua pequena vila na Nova Inglaterra para morar com mais
abastados em Boston. Lá, ela cai nos encantos de um jovem chamado Sanderson
(Lowell Sherman), que a convence dormir cm ele depois de encenar um falso
casamento. Ele então a envia de volta para a Nova Inglaterra, mandando a
guardar segredo sobre as núpcias. Ao saber que está grávida, Anna entra em
contato com Sanderson e descobre a triste verdade. Daí em diante as desgraças
não param. A mãe dela morre. Seu filho também. Ela é expulsa da pensão onde
mora, pois a senhoria suspeita que ela não é casada. Por sorte, consegue um
emprego em uma fazenda próxima, cujo dono se chama Barlett (Burr Mclntosh), mas
os Sandersons vivem perto de lá. Na fazenda, Anna conhece (Richard
Barthelmess), filho do fazendeiro, e logo os dois se apaixonam. Porém o passado
de Anna vem à tona e ela é despejada de seu emprego na fazenda. Vagando
solitária por uma terrível nevasca, ela acaba num rio congelado, presa a um
banco de gelo que corre em direção a enormes cataratas - mas é salva, no último
instante por David. O mau caráter de Sanderson é revelado e Anna se reconcilia
com o fazendeiro arrependido. O filme termina com o casamento dos dois. O ritmo
dado por Griffith à narrativa c as atuações tocantes de um talentoso elenco
sustentam a intensidade das partes dramáticas de Inocente pecadora. O final
repleto de ação, no entanto, revela um diretor no seu auge, tanto na direção da
seqüência (em parte filmada em um rio congelado de Vermont) quanto na montagem
ágil e empolgante.
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 008)segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
007 1919 LÍRIO PARTIDO (BROKEN BLOSSOMS, EUA)
Direção:
D. W. Griffith
Roteiro:
Thomas Burke, D. W. Griffith
Fotografia:
G. W. Bitzer
Música: D. W. Griffith
Elenco:
Lillian Gish ……………. Lucy Burrows
Richard Barthelmess … Cheng Huan
Donald Crisp …………...Battling Burrows
Arthur Howard ………….Técnico
SINOPSE E COMENTÁRIO:
A
reputação de Griffith nos estudos de cinema é, embora um pouco exagerada,
totalmente irrepreensível. Sem dúvida, o cinema americano (e mundial) seria bem
diferente sem as suas diversas contribuições. O nascimento de uma nação e
intolerância são, justificadamente, seus filmes mais célebres, lembrados pelo
extraordinário tratamento dado ao roteiro e à montagem. Porém outro de seus
filmes, Lírio partido, de 1919, sempre se destacou como uma de suas melhores
obras, sendo, com certeza, a mais bela de todas. Juntamente com Aves sem ninho,
o glorioso veículo de William Beaudine para Mary Pickford, Lírio partido é um
exemplo do que é conhecido em Hollywood como "estilo singelo". Este
foi o ápice cm termos de glamour fotográfico: os fotógrafos usaram todos os
recursos disponíveis - pó-de-arroz, aparelhos especiais de iluminação, lentes
besuntadas de óleo, até imensas cortinas de gaze transparente presas ao teto do
estúdio - para suavizar, realçar e acentuar a beleza de suas estrelas.
Em
Lírio partido, a face da Imortal Lillian Gish literalmente resplandece com um
brilho apaixonante e sobrenatural, ofuscando todos os demais elementos em cena.
A beleza deste filme deve ser apreciada, pois ela é verdadeiramente formidável.
Glsh e seu companheiro de cena, o excelente Richard Barthelmess, flanam
atormentados por uma paisagem londrina definida por névoa, travessas iluminadas
por luzes soturnas e enigmáticos cenários "orientalistas". A simples
história de amor proibido do filme é perfeitamente complementada pela
cenografia deslumbrante e misteriosa, concebida por Joseph Stringer. Lírio
Partido é um filme único.A colaboração entre Gish e Griffith é uma das mais
frutíferas do cinema americano: os dois também trabalharam juntos cm O
nascimento de uma nação, Órfãos da tempestade
e
Inocente pecadora, além de outras dezenas de curtas. Certamente, essa é uma
parceria diretor-ator que se iguala às de Scorsese-De Niro, Kurosawa-Mifune e
Leone-Eastwood,para citar algumas; na verdade, ela serve de modelo para julgar
todas as outras. Griffith alcança um equilíbrio perfeito entre a banalidade do
enredo e a exuberância maltrapilha da produção (a maior parte do filme se passa
em casas de ópio e espeluncas do cais do porto). É preciso um diretor talentoso
e confiante para manipular uma dicotomia forma/conteúdo como esta, e o que se
vê aqui é Griffith no auge das suas habilidades. É a tensão entre o cotidiano e
o extraordinário que conduz Lírio partido, garantindo seu lugar na história do
cinema EDES
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 007)
domingo, 26 de janeiro de 2014
006 1919 O GABINETE DO DR. CALIGARI (DAS KABINETT DES DOKTOR CALIGARI, Alemanha)
Direção:
Robert Weine
Produção:
Rudolf Meinen, Erich Pommer
Roteiro:
Hans Janowitz, Carl Mayer
Fotografia:
Wijly Hameister
Música:
Alfredo Antonini, Giuseppe Becce, Timothy Brock, Richard Marriott, Peter
Schirmann, Rainer
Viertlböck
Elenco:
Elenco:
Werner Krauss……...........................Dr. Caligari
Werner Krauss……...........................Dr. Caligari
Conrad Veidt…...........................……Cesare
Friedrich Feher……...........................Francis
Lil
Dagover….....................................Jane
Hans
Heinrich von Twardowski…….Alan
SINOPSE E COMENTÁRIO:
O
gabinete do Dr. Caligari é a pedra angular de uma corrente de cinema fantástico
e bizarro que surgiu na Alemanha na década de 20 e está ligada, de certa forma,
ao movimento artístico expressionista. Se grande parte dos filmes produzidos
nas primeiras décadas da mídia acompanhou o estilo "janela para o
mundo" dos irmãos Lumière - com histórias ficcionais ou documentais
apresentadas de maneira arrebatadora, no intuito de fazer com que os
espectadores esqueçam que estão vendo um filme -, Caligari retorna ao método de
Georges Méliès ao apresentar constantemente efeitos estilizados, mágicos e
teatrais que exageram ou caricaturam a realidade.
Neste
filme, policiais se empoleiram em bancos ridiculamente altos, sombras são
pintadas nas paredes e nos rostos, formas pontiagudas predominam em todos os
cenários, ambientes externos são claramente pintados e as telas de fundo e as
interpretações são estilizadas ao ponto da histeria.
Na
concepção dos roteiristas Carl Mayer e Hans Janowitz, o filme se passa em um mundo
fora dos eixos e o diretor Robert Weine e os cenógrafos Hermann Warm, Walter Roehrig
e Walter Rcimann distorcem cada cena e cada intertítulo para frisar isso.
Gerando
controvérsia, Fritz Lang - que inicialmente fora escalado para a direção - afirmou
que a platéia não conseguiria entender o estilo radical de Caligari sem uma
espécie de "explicação". Lang bolou um enredo base em que o herói
Francis (Friedrich Feher) conta a história - que envolve o sinistro hipnotizador
charlatão Dr. Caligari (Werner Krauss), seu escravo sonâmbulo, o zumbificado Cesare
(Conrad Veidt), e uma série de assassinatos na precária cidadezinha de Holstenwall
- que revela, no fim do filme, um paciente de hospício que imagina a narrativa incorporando
várias pessoas do seu convívio diário, num estilo O mágico de Oz. Isso
enfraquece o tom antiautoritarista do filme, uma vez que se descobre que o Dr.
Caligari, na história principal um diretor de hospício que enlouqueceu, é na
verdade um homem bom,
decidido
a ajudar o herói. No entanto, o hospício apresentado no enredo-base é
exatamente o mesmo hospício "irreal" visto no flashback, o que torna
o filme todo, não só a história entre parênteses de Francis, um tanto duvidoso.
De fato, ao revelar que sua perspectiva expressionista é a de um louco, o filme
poderia até agradar a conservadores que consideravam loucura toda a arte
moderna.
Surpreendentemente,
Weine, menos inovador do que a maioria dos seus colaboradores faz pouco uso da
técnica cinematográfica, com exceção do flashback-dentro-doflshback em que
Krauss é levado à loucura por instruções sobrepostas de que ele deve se tornar
Caligari". O filme se baseia completamente em recursos teatrais, com a ira
lixa no centro, mostrando o cenário e deixando os atores (especialmente Veidt)
encarregados de todo movimento e impacto. A colaboração de Lang tornou o filme
uma obra eclética: é ao mesmo tempo um filme de arte para platéias refinadas
que apreciam suas inovações e um engenhoso filme de terror. Com uma atmosfera
teatral, um cientista louco como vilão e um monstro vestindo malha que rapta
mocinhas, o gabinete do Dr. Caligari é um importante precursor do gênero
terror, introduzindo Imagens, temas, personagens e expressões que se tornaram
essenciais para Drácula, de Tod Bowning,
e Frankenstein, de James Whale (ambos de 1931). K N
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 006)
#001 1920 O GABINETE DO DR. CALIGARI (Das Cabinet des Dr. Caligari, Alemanha)
Direção: Robert Wiene
Roteiro: Carl Mayer, Hans Janowitz
Produção: Rudolf Meinert, Erich Pommer
Elenco: Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Feher, Lil Dagover
Apesar de, tecnicamente, O Castelo do Demônio de 1896, curta dirigido pelo visionário George Mélies nos primórdios do cinema ser considerado o primeiro filme de terror já feito, Thomas Edison já ter feito sua versão de Frankenstein em 1910, primeira adaptação do livro de Mary Shelley para as telas, e O Estudante de Praga ser considerado o primeiro longa com elementos de terror, é O Gabinete do Dr. Caligari a pedra fundamental do cinema de horror e do que seria visto no vindouro cinema fantástico alemão. Foi o filme que definiu muito da estética e da narrativa que seria empregada no gênero até os dias de hoje. Podemos dizer de uma forma grosseira que o tal Dr. Caligari foi o primeiro vilão maligno e manipulador do cinema, abrindo as portas para muitos outros cientistas e doutores loucos, por assim dizer. E fora todos os temas que o filme traz, que tornaram-se futuros clichês após quase 100 anos da produção: sonambulismo, assassinato, manipulação, trauma, sequestro, um assassino serial, reviravoltas no final e aquela dúvida sobre o que é sanidade e o que é loucura. Sim, tudo isso em um filme mudo de 1920! O longa começa com Francis, um jovem rapaz trazendo à tona durante uma conversa, a terrível experiência que viveu por decorrência da chegada do Dr. Caligari na feira anual de Hoistenwall. Em seu gabinete, Caligari apresenta ao público sua atração, um sonâmbulo chamado Cesare, interpretado por Conrad Veidt, enquanto uma série de assassinatos assola a cidade. Francis começa a investigar o famigerado doutor e seu sonâmbulo depois que seu melhor amigo é assassinado e sua amada, Jane é atacada, e aí a trama começa a se desenrolar até seu clímax impressionante. Tudo isso permeado por um clima soturno, característico do expressionismo alemão, cenários quase surreais como em um sonho, o exagero das expressões de horror e maquiagem carregada nos rostos pálidos que acentuam os olhares arregalados de pavor. Mas tirando toda a parte estética, a parte artística e cult do filme, o que mais liga na produção, pelo menos para mim, é a forma como é trabalhada a degradação psicológica do protagonista, até chegar ao seu final inesperado. Com o desenvolvimento da psicanálise e a publicação dos primeiros trabalhos de Freud e Jung, O Gabinete do Dr. Caligari traz o medo do subconsciente, o pavor de um sujeito que pode brincar com a nossa psique, um verdadeiro vilão famigerado que alimenta nossas neuroses em cada sombra ou cenário irregular, que pode controlar as mentes e usar seres humanos como fantoches, assim como faz com o pobre Cesare. Esse é o reflexo de uma Alemanha mutilada após a primeira guerra e uma metáfora ao desejo assassino incontestável de governos e soldados, algo que aquela nação viria a provar novamente anos mais tarde.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/05/1-o-gabinete-do-dr-caligari-1920-10/
sábado, 25 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
003 1915 O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (THE BIRTH OF A NATION, EUA)
Direção: D. W. Griffith
Produção: D. W. Griffith Roteiro: Tod Browning, D. W. Griffith
Roteiro: Frank E. Woods, D. W.Griffith,
baseado nos livros The ( kinsman: An Historical Romance of the Ku Klux Klan e
The Leopard's Spots e na peça The Clansman, de Thomas F. Dixon Jr.
Fotografia: G. W. Bitzer, Karl
Brown
Música: Joseph Carl Breil, Carl Davis,
D. W. Griffith
Elenco:
Henry B. Walthall ………… Coronel Ben Cameron
Lillian Gish ………………... Elsie Stoneman
Mae Marsh …………………Flora Cameron
Miriam
Cooper ……………. Margaret Cameron
Mary Alden ………………… Lydia Brown
Joseph Henabery ………….Abraham Lincoln
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Ao
mesmo tempo um dos mais reverenciados e repudiados filmes já feitos, O nascimento
de uma nação, de D. W. Griffith, é Importante pelos mesmos motivos que inspiram
essas duas reações opostas. Na verdade, raras vezes um filme mereceu com tanta justiça
tamanho louvor e desprezo, o que, de várias formas, aumenta o valor dele não só
nos anais do cinema, mas também como um artefato histórico fundamental (que alguns
chamariam de relíquia).
Embora
o filme seja baseado na peça explicitamente racista de Thomas Dixon The Clansman:
An Histórica! Romance of the Ku Klux Klan, muitos relatos afirmam que Griffith
era indiferente ao teor racista do tema central. O grau de cumplicidade do diretor
ao veicular sua mensagem Infame é motivo de discussão há quase um século. No
entanto, não há controvérsias quanto aos méritos técnicos e artísticos da obra.
Griffith estava, como de costume, mais interessado nas possibilidades do meio
do que na mensagem e, nesse âmbito, ele estabelece os padrões da Hollywood
moderna.
O
nascimento de uma nação foi, de forma muito clara, o primeiro épico histórico
já feito, provando que, mesmo na era do cinema mudo, as platéias estavam
dispostas a assistir a uma história de mais de três horas. Porém, com suas
inúmeras inovações artísticas, Griffith essencialmente criou a linguagem
cinematográfica contemporânea e, embora alguns elementos de O nascimento de uma
nação possam parecer datados diante dos padrões atuais, praticamente todos os
filmes lhe são devedores de alguma maneira.
Griffith
introduziu o uso de doses dramáticos, travelings e outros significativos
movimentos de câmera: ação paralela, alternância de seqüências e outras
técnicas de montagem; e até mesmo a primeira trilha sonora orquestrada. É uma
pena que todos esses elementos inovadores estivessem relacionados a uma
história de valor tão duvidoso.
A
primeira metade do filme começa antes da Guerra Civil, explicando a introdução da
escravidão na América antes do início da ação. Duas famílias, os Stonemans, do Norte,
e os Camerons, do Sul, são apresentadas. A história é contada através dessas (luas
famílias e, muitas vezes, de seus criados, sintetizando os piores estereótipos raciais.
À medida que a nação é dilacerada pela guerra, os escravos e os simpatizantes dos
abolicionistas são vistos como a força destrutiva por trás de tudo.
O
racismo do filme piora ainda mais na segunda metade, que se passa durante a reconstrução
e retrata a ascensão da Ku Klux Klan, cujos membros são apresentados tomo os
supostos heróis da película. O fato de Griffith ter introduzido uma história de
amor no meio desta recriação de uma guerra racial é extremamente audacioso: uma
escolha ao mesmo tempo emocionante e perturbadora.
O
nascimento de uma nação é sem dúvida uma poderosa propaganda, muito embora sua
mensagem política seja de revirar o estômago. Apenas a puritana Ku Klux Klan pode
manter a unidade da nação, é o que o filme parece dizer, de modo que não é de surpreender
que, mesmo na sua época, o filme tenha sido visto com indignação. Recebeu protestos
da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em
inglês), gerou manifestações e, posteriormente, forçou o próprio Griffith a responder
às críticas com seu ainda mais ambicioso Intolerância (1916). Ainda assim, o fato
de O nascimento de uma nação continuar sendo respeitado e estudado até os dias de
hoje - apesar do seu tema - revela sua duradoura importância. J K L
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 003)002 1903 O GRANDE ROUBO DO TREM (THE GREATTRAIN ROBBERY, EUA)
Direção: Edwin S. Porter
Roteiro: Scott Marble, Edwin S. Porter
Fotografia: Edwin S. Porter,
Blair Smith
Elenco:
Gilbert M. Anderson …….. Tenderfoot Dancer
Justus D. Barnes …………Bandit
Walter Cameron ………… Delegado
A.C. Abadie ……………… Delegado
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Hanaway, Morgan Jones, Tom London, Marie Murray, Mary
Snow
O grande roubo do trem é amplamente considerado o primeiro
faroeste já feito, iniciando o que se tornaria, dentro de poucos anos, o gênero
mais popular de cinema nos Estados Unidos. Produzido pela Edison Company em
novembro de 1903, O grande roubo do mm foi o filme mais bem-sucedido
comercialmente do período pré-Griffith do cinema americano e gerou inúmeras
imitações. O que torna o filme de Edwin S. Porter excepcional é seu grau de
sofisticação narrativa, se levarmos em conta a época em que foi feito. Existem
mais de uma dúzia de cenas distintas, cada qual aprofundando mais o enredo. Na
cena inicial, dois assaltantes mascarados obrigam um telegrafista a enviar uma
mensagem falsa para
que
o trem faça uma parada imprevista. Os ladrões entram no vagão do correio e,
depois de uma briga, abrem o cofre. Na próxima cena, dois assaltantes subjugam
o maquinista e o foguista do trem e jogam um deles para fora. Em seguida eles
param a locomotiva e rendem os passageiros. Um deles tenta fugir e leva um
tiro. Então os assaltantes escapam a bordo da locomotiva e, na cena seguinte,
os vemos montar em cavalos e fugir. Enquanto isso o telegrafista do trem envia
uma mensagem pedindo ajuda.
Em
um saloon, um recém-chegado é forçado a dançar sob uma saraivada de tiros, porém,
quando a mensagem chega, todos pegam seus rifles e saem. Corte para o bando
sendo perseguido por uma turba. Há um tiroteio e os assaltantes são mortos.
Existe
um plano extra, o mais conhecido do filme, mostrando um dos ladrões atirando
diretamente na tela. Ao que parece, esse plano algumas vezes era mostrado no começo
da película e outras, no fim. De qualquer forma, dava ao espectador a impressão
de estar bem na linha de fogo.
Um
dos atores de O grande roubo do trem era G. M. Anderson (seu nome verdadeiro era
Max Aronson). Entre outros papéis, ele interpretou o passageiro que leva um
tiro. Anderson logo se tornaria o primeiro astro do faroeste, aparecendo como
Bronco Billy em mais de 100 filmes a partir de 1907.
Anos
mais tarde, houve quem contestasse a afirmação de que O grande roubo do trem
fosse o primeiro faroeste já feito, alegando ou que não foi o primeiro, ou que
não era um faroeste.
Sem
dúvida houve filmes anteriores que faziam uso do tema, como Cripple Creek
Bar-Room Scene (1899), de Thomas Edison, porém eles não possuem a unidade
narrativa do filme de Porter. Pode-se afirmar também que suas raízes se
encontram tanto em peças de teatro que possuíam cenas espetaculares em
ferrovias como em outros filmes sobre roubos audaciosos que não pertenciam ao
gênero. Tampouco se pode sustentar que ele seja um verdadeiro faroeste tendo
por base suas locações
autênticas,
uma vez que O grande roubo do trem foi filmado na ferrovia Delaware-Lackawanna,
em Nova Jersey. No entanto, desde os tempos de Jesse James roubos de trem fazem
parte da mitologia deste tipo de filme, e outros elementos simbólicos como
revólveres de seis tiros, chapéus de caubói e cavalos dão ao filme uma genuína
atmosfera de faroeste. EB
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 002)001 1902 VIAGEM A LUA (LE VOYAGE DANS LA LUNE, França)
Direção:
Georges
Méllès
produção:
Georges
Méliès
Roteiro: Georges Méliès, baseado no livro Viagem
à Lua, de Júlio Verne
fotografia:
Michaut,
Lucien Tainguy
Elenco:
Victor
André; Bleuette Bernou, Brunnet, Jeanne d'Alcy, Henri Delanoy, Depierre,
Farjaut, Kelm,
Georges Méliès.
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Quando
pensamos sobre Viagem à Lua, nossa mente é logo tomada pela idéia inicial e
mítica de que, nos seus primórdios, o cinema era uma arte cujas
"regras" eram estabelecidas durante o próprio processo de produção.
Este filme francês foi lançado em 1902 e representa uma revolução para a época,
dada sua duração (aproximadamente 14 minutos), se comparado aos mais comuns
curtas-metragens de dois minutos produzidos no começo do século passado.
Viagem
à Lua reflete diretamente a personalidade histriônica do seu diretor, Georges
Méliès, cujo passado de ator de teatro e mágico influencia a produção do filme.
A obra faz corajosas experiências com algumas das mais famosas técnicas
cinematográficas, como superposições, fusões e práticas de montagem que seriam
amplamente utilizadas no futuro. Apesar da simplicidade dos seus efeitos
especiais, o filme costuma ser considerado o primeiro exemplo de cinema de
ficção científica. Ele apresenta muitos elementos característicos do gênero -
uma espaçonave, a descoberta de uma nova fronteira - e estabelece a maioria de
suas convenções.
O
filme começa com um congresso científico no qual o professor Barbenfouillis (interpretado
pelo próprio Méliès) tenta convencer seus colegas a participarem de uma viagem
de exploração à Lua. Assim que seu plano é aceito, a expedição é organizada e os
cientistas são enviados ao satélite natural em uma espaçonave. A nave em forma
de míssil aterrissa no olho direito da Lua, que é representada como um ser
antropomórfico. Uma vez na superfície dela, os cientistas logo encontram
habitantes hostis, os selenitas, que os levam ao seu rei. Depois de descobrirem
que os inimigos somem em uma nuvem de fumaça ao simples toque de um
guarda-chuva, os franceses conseguem escapar e retornar à Terra. Eles caem no
oceano e exploram suas profundezas até serem finalmente resgatados e recebidos
em Paris como heróis.
Aqui,
Méliès cria um filme que merece um lugar de destaque entre os ícones da história
do cinema mundial. Apesar do seu estilo surreal, Viagem à Lua é
divertido e inovador, conseguindo combinar os truques do teatro com as
infinitas possibilidades da mídia cinematográfica. Méliès, o mágico, era mais
um maestro do que um diretor, também participando como roteirista, ator,
produtor, cenógrafo, figurinista e fotógrafo, criando efeitos especiais que
foram considerados espetaculares à época. Este primeiro filme de ficção
científica é imperdível para aqueles interessados na origem das convenções que
posteriormente influenciaram todo o gênero e seus mais famosos registros.
De
modo mais geral, Viagem à Lua também pode ser considerado o filme que
estabelece a principal diferença entre ficção e não-ficção cinematográfica. Em
um tempo em que o cinema retratava, na maioria das vezes, a vida cotidiana
(como nos filmes dos irmãos Lumière, no final do século XIX), Méllès conseguiu
oferecer uma fantasia que almejava o entretenimento puro e simples. Ele abriu
as portas para os cineastas do futuro expressando visualmente sua criatividade
de maneira completamente alheia aos filmes da época. C Fe
(1001
FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 001)
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
099 1936 A DAMA DAS CAMÉLIAS (CAMILLE, EUA)
Direção:
George Cukor
Produção:
David Lewis, Bernard H. Hyman
Roteiro:
Zoe Akins, baseado no livro e na peça A dama das camélias, de Alexandre Dumas
Filho.
Fotografia:
William H. Daniels. Kail Freund
Música: Herbert Stothart, Edward Ward
Elenco:
Greta Garbo …………..Marguerite Gautier
Greta Garbo …………..Marguerite Gautier
Robert Taylor ……….. Armand Duval
Lionel Barrymore …….Monsieur Duval
Elizabeth Allan ………Nichette
Jessie Ralph …………Nanine
Henry Daniell ………. Barão de Varville
Indicação
ao Oscar: Greta Garbo (atriz)
A
dama das camélias, de George Cukor, é um dos triunfos do início do cinema
sonoro, Uma vitrine para as atuações fabulosas dos protagonistas Greta Garbo e
Robert Taylor, contando com o apoio dos habilidosos coadjuvantes do estúdio
Lionel Barrymore e Henry Daniell. Cukor evoca na medida certa a Paris da metade
do século XIX para tornar comovente a estilização
melodramática daquela que é, talvez, a mais famosa peça popular escrita,
adaptada para o teatro por Alexandre Dumas Filho, a partir de seu sensacional romance.
Com seus diálogos espirituosos e sugestivos, o roteiro dá vida aos personagens
do escritor para uma plateia americana de outra era. Marguerite Gautier
(Garbo), que é chamada de Camille por conta de sua paixão pelas camélias, é uma
"cortesã" que se apaixona pelo seu "companheiro", Armand Duval
(Taylor), herdeiro de uma família Influente. O relacionamento dos dois, que jamais
seria ser legitimado por conta do passado duvidoso dela, precisa terminar, o que
se dá em duas cenas famosas e adoradas por atrizes de todas as épocas.
Primeiro, o pai de Armand convence Camille de que ela deve desistir de seu
filho para que este possa seguir a carreira diplomática. Com o coração partido,
ela rejeita Armand com a mentira de que não se interessa mais por ele. Armand
volta mais tarde para descobri-la em seu leito de morte, no qual ela falece
enquanto ele chora copiosamente. O Breen Oficce responsável pela aplicação do
reacionário Código de Produção da época, também deve ter se sensibilizado com a
história, exigindo o corte de apenas uma cena na qual o par romântico,
tecnicamente "ilícito", troca juras de amor eterno. RBP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 099)
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
O ATAQUE DA MULHER DE 15 METROS (ATTACK OF THER 50FT. WOMAM, EUA, 1993)
Sinopse:
Nancy Archer é uma herdeira rica que ama seu marido Harry. Este só quer seu dinheiro e planeja sua morte para dividir com sua amante Honey Parker , certa noite dirigindo pelo deserto Nançy entra em contato com alienígenas e acaba sendo contaminada, se transformando numa mulher de 15 metros de altura e que não permitirá que Harry a engane mais.
Nancy Archer é uma herdeira rica que ama seu marido Harry. Este só quer seu dinheiro e planeja sua morte para dividir com sua amante Honey Parker , certa noite dirigindo pelo deserto Nançy entra em contato com alienígenas e acaba sendo contaminada, se transformando numa mulher de 15 metros de altura e que não permitirá que Harry a engane mais.
Filme de 1958 com Allison Hayes
Remake
de 1993 com Daryl Hannah
COMENTÁRIOS
Attack
of the 50 Foot Woman foi lançado em 1958, na onda de outros filmes sobre
seres com tamanhos diferentes como "The Amazing Colossal man" e
"The Incredible Shrinking Man", que obtiveram muito sucesso e retorno
nos cinemas, a produção obteve $ 88.000 de orçamento e um lucro estimado de $
480.000.
O
interessante é que o diretor Natan Juran, embaraçado pelo baixo orçamento e
pela baixíssima qualidade dos efeitos do filme, insistiu que seu nome
fosse "Natan Hertz" nos créditos, que é seu nome do meio.
O produtor Jacques Marquette contou que uma sequência chegou a ser escrita, mas o filme nunca foi produzido . Em meados dos anos de 1980, o cineasta Jim Wynorksi pretendia refilmar a história de 1958 com Sybil Danning no papel da protagonista. Wynorski chegou a tirar fotos de Danning vestida como a mulher de quinze metros de altura, mas, novamente, o projeto não foi materializado e Wynorksi acabou por optar pelo remake de "Not Of This Earth" em 1988.
O produtor Jacques Marquette contou que uma sequência chegou a ser escrita, mas o filme nunca foi produzido . Em meados dos anos de 1980, o cineasta Jim Wynorksi pretendia refilmar a história de 1958 com Sybil Danning no papel da protagonista. Wynorski chegou a tirar fotos de Danning vestida como a mulher de quinze metros de altura, mas, novamente, o projeto não foi materializado e Wynorksi acabou por optar pelo remake de "Not Of This Earth" em 1988.
Em
1993 a HBO finalmente lançou a refilmagem, Attack of the 50 Ft. Woman, dirigido
por Christopher Guest com Daryl Hannah como protagonista.
Em 1995, Fred Olen Ray produziu a paródia Attack of the 60 foot Centerfold, com J.J.North e Tammy Parks.
Em 1995, Fred Olen Ray produziu a paródia Attack of the 60 foot Centerfold, com J.J.North e Tammy Parks.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
097 1936 IRENE, A TEIMOSA (MY MAN GODFREY, EUA)
Direção:
Gregory La Cava
Produção:
Gregory La Cava, Charles l Rogers
Roteiro: Eric Hatch, Morrie Rysklnd, baseado no livro
de Eric Hatch
Fotografia: Ted Tetzlaff
Música: Charles Previn, Rudy Schrager
Elenco:
William Powell ……..Godfrey
Carole Lombard ……Irene Bullock
Alice Brady …………Angelica Bullock
Gail Patrick …………Cornelia Bullock
Eugene Pallette ……Alexander Bullock
Jean
Dixon …………Molly
Indicação
ao Oscar: Gregory La Cava (diretor), Eric Hatch, Morrie Rysklnd (roteiro),
William Powell (ator),
Mischa
Auer (ator coadjuvante), Carole Lombard (atriz), Alice Brady (atriz
coadjuvante)I
Como
um um dos mestres do género das sofisticadas comédias de salão, Gregory La Cava
pode não ter tido a consciência social mais pulsante da Hollywood da década de
30. No entanto, o, seu talento para a sátira de cunho social e político fica
claro em filmes como Gabriel over the White House (1933), She Married Her Boss
(1935) e, principalmente, Irene, a Teimosa, sua obra mais notável. Produzido no
fim da Depressão, este clássico das comédias escrachadas apresenta o mendigo
Godfrey (William Powell) sendo contratado como mordomo, como parte de uma
brincadeira feita por um grupo de figurões da Park Avenue. Alguns diálogos
afiados depois, ele assume total controle da casa dos ricaços, encanta a bela
Irene (Carole Lombard), revela que o amante Idiota da mãe (que é chamado de "protegé" por conta do Código de
Produção) é um vigarista e ajuda o pai rabujento a evitar a falência e uma
prisão por fraude. Previsivelmente, a trama revela que o próprio Godfrey estava
apenas se fazendo passar por mendigo quando o grupo de ricaços o encontrou para
poder se casar com a socialite dos seus sonhos. No entanto, a essa altura a
classe dominante já desfilou diante da câmera como um bando de idiotas narcisistas
e infantis. Sem dúvida, esse foi um dos motivos do sucesso do filme entre as
plateias da época. Irene, a teimosa perde pouco da sua acidez na segunda
metade, quando os ingredientes de contos de fadas assumem o controle e terminam
o filme com uma mensagem boba: o dinheiro não é tudo! Porém mesmo então ele
consegue cativar através da pura Inteligência do seu roteiro espirituoso,
escrito pelo romancista Eric Hatch em parceria com Morrie Riskind. Ele carrega
a marca de um legítimo grande filme ao não ter uma só linha de diálogo ruim ou
um personagem fraco que seja. Às vezes, o ritmo de La Cava é de uma velocidade impressionante,
levando duelos verbais alucinados a quase todas as cenas e utilizando uma
economia narrativa de forma tão natural que o filme poderia servir de protótipo
para o cinema clássico de Hollywood. Embora tenha estreado quase 70 anos atas, Irene,
a teimosa ainda se sustenta de forma notável e poderia facilmente ser refllmado
para qualquer tipo de público. MT
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 097)
domingo, 19 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
#030 1933 O HOMEM INVISÍVEL (The Invisible Man, EUA)
Direção: James Whale
Roteiro: R.C. Sherriff
(baseado na obra de H.G. Wells)
Produção: Carl Laemmle Jr.
Elenco: Claude Rains, Gloria
Stuart, William Harrigan, Henry Travers
A Universal ataca mais uma vez
com outro de seus monstros clássicos do cinema, em O Homem
Invisível, baseado no livro de H.G. Wells, depois do sucesso de Drácula, Frankenstein e A Múmia. E como em time que está ganhando, não se mexe, Carl
Laemmle Jr. novamente recruta o diretor James Whale para comandar o longa. Whale
parece ter sido a escolha mais certa dentre todas as possíveis, pois só ele
seria capaz de imprimir o ritmo necessário para o longa, misturando terror e
comédia com perfeição, dando asas para a construção de um personagem vil,
presunçoso e cruel, que por mais que tenha sido resultado de uma desastrosa e
mal sucedida experiência, deixa de lado os tormentos característicos de um
personagem como esse, para abraçar a vilania e a obsessão, e se divertir
horrores com isso. Além do mais, O Homem Invisível é um desbunde de
utilização de efeitos especiais, criados por John P. Fulton, John J. Mescall e
Frank D. Williams. Completamente inovador e impressionante para a época. Tanto
que quase 80 anos após seu lançamento, ele continua sendo um filme extremamente
atual e ao contrário de muitas produções da mesma época, não parecendo tão
envelhecido e datado. O longa utiliza técnicas de trucagem e sobreposição, além
de fios para puxar as roupas de Claude Rains, ou mesmo uma técnica avó do chroma
key, em cenas que o ator usa um veludo negro em um fundo escuro. Um dublê
substituiu Rains em algumas cenas e para as outras onde apenas o corpo aparece,
sem a cabeça, foi usada uma máscara especialmente preparada, com o filme sendo
tratado em laboratório para complementar o efeito visual. Fora que Claude Rains
dá um verdadeiro show de interpretação em sua estreia no cinema, com todo seu
desvio de caráter, voz sinistra e insanidade como Jack Griffin, o brilhante
cientista que desenvolveu um experimento capaz de transformá-lo em invisível.
Só que por conter duocaína (oi????) em sua fórmula, ele acabou tornando-se um
violento e agressivo sociopata. Detalhe que o papel original foi oferecido para
Boris Karloff, que recusou todas as três tentativas de Laemmle em enfiar o
papel nele, por tentar diminuir o seu salário. O ataque psicótico de Griffin
vem a tona quando ele tenta se hospedar em uma estalagem em um vilarejo
simples, a fim de ficar sozinho e confinado para tentar descobrir a cura.
Usando apenas bandagens para cobrir o rosto, óculos escuros, um nariz falso e
um pesado sobretudo com luvas e chapéu, constantemente ele é atormentado pela
enxerida esposa do estalajadeiro, até que ele surta de vez e começa a tocar o
terror nos moradores e causar um verdadeiro salseiro com a polícia, que não
consegue de forma alguma, descobrir um meio de capturar o bandido. O ponto de
equilíbrio da humanidade de Griffin é sua namorada, Flora, interpretada pela
velha maracujá de gaveta de Titanic, Gloria Stuart (aqui com 23 aninhos). Ela
até tenta demover o homem invisível de seus planos megalomaníacos de conquistar
o mundo e conseguir poder e riqueza com sua fórmula, mas de nada da certo,
principalmente quando seu antigo parceiro Dr. Kemp, um baita de um talarico que
quer ficar com sua garota quando ele some (literalmente…), resolve dedá-lo para
as autoridades e ele é obrigado a fugir, arquitetando um plano de vingança
contra o outrora aliado. Além de ser um clássico, diferente de outros filmes da
época, O Homem Invisível tem um ritmo bem mais agitado e é realmente
intrigante. Whale consegue capturar muito bem a atenção do espectador, seja com
as maldades praticadas por Griffin, seja pelas cenas cômicas da polícia
patética tentando capturá-lo enquanto ele se diverte ludibriando os gambés, ou
nas cenas com a hilária atriz Una O’Connor (que lembra muito aquela atriz
brasileira que tem aquele bordão “Ó, Coitado”), que faz a exagerada e caricata
dona da estalagem. É um bom filme para aqueles que estão começando a querer
entrar no mundo dos filmes clássicos de monstro da Universal, e um deleite para
os já fãs do gênero.
FONTE:
http://101horrormovies.com/
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
196 1946 GILDA (GILDA, EUA)
Direção:
Charles Vidor
Produção:
Virginia Van Upp
Roteiro:
Jo Eisinger, E. A. Ellington
Fotografia:
Rudolph Maté
Música: Doris Fisher, Allan Roberts, Hugo Friedhofer
Elenco:
Rita Hayworth ………Gilda Mundson Farrell
Glenn Ford ………….Johnny Farrell / Narrador
George Macready …. Ballin Mundson
Joseph Calleia ……...Detetive Maurice Obregon
Steven Geray ……….Tio Pio
Joe Sawyer ………….Casey
Ainda: Gerald Mein, Robert E. Scott, Ludwig Donath, Donald Douglas.
"As
estatísticas mostram que existem mais mulheres no mundo do que qualquer outra coisa",
dispara o herói cínico Johnny Farrell (Glenn Ford), acrescentando, com peculiar
aversão, "exceto insetos!" Ainda assim, essa misoginia coexiste, no
filme de Charles Vidor, com a própria - e bela - Gilda (Rita Hayworth). Uma
personagem que é ao mesmo tempo completamente apática e dona de uma Ironia
magistral, cuja canção-assinatura "Put the Blame on Mame" - ao som da
qual ela faz um strip-tease extraordinariamente sensual envolvendo a retirada
apenas das suas luvas de veludo que vão até os cotovelos - é uma exposição
mordaz de como as mulheres são responsabilizadas pela destruição causada por
homens que ficam obcecados por elas. Johnny, um jogador durão que parece
ligeiramente desconfortável no seu smoking, torna-se o gerente de um cassino em
Buenos Aires, trabalhando para Ballin Mundson (George Macready), um magnata
inexpressivo que carrega uma bengala que é na verdade uma espada, espia seus
clientes e sócios através de uma sala de controle na casa de jogos e é o
vértice de um triângulo amoroso que impulsiona a trama. Ford e Hayworth, ambos
atores limitados, porém cativantes e fotogênicos, têm atuações definitivas
arrancadas deles como dentes, e Macready se diverte como o complexo vilão. Como
afirmam os cartazes: "Nunca houve uma mulher como Gilda!" KN
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 196)
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