Direção:
D. W. Griffith
Produção:
D. W. Griffith
Roteiro: Tod Browning, D. W. Griffith
Fotografia:
G. W. Bitzer, Karl Brown
Música: Joseph Carl Breil, Carl Davis, D. W. Griffith
Elenco:
Mae
Marsh ………… A queridinha (história moderna)
Robert
Harron …….. O garoto (história moderna)
F.A.
Turner ………... O pai (história moderna)
Sam
De Grasse ……Arthur Jenkins (história moderna)
Vera
Lewis ………… Mary T. Jenkins (história moderna)
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Talvez
em parte como resposta àqueles que criticaram a política racial de O nascimento
de uma nação (1915), D. W. Griffith mostrou-se igualmente preocupado em se
posicionar contra a censura no cinema. Esse assunto foi abordado mais diretamente
no panfleto publicado na época da exibição de Intolerância, chamado Ascensão e
queda da Uberdade de expressão na América. A intenção de Griffith com este
filme, finalizado nas semanas que se seguiram ao lançamento de sua produção
épica anterior, é sobrepor quatro histórias de diferentes períodos que
ilustrassem "as lutas do amor através dos tempos".
Estas
incluem uma seleção de eventos da vida de Jesus; um relato sobre a Babilônia antiga,
cujo rei é traído por aqueles que se ressentem do seu repúdio ao sectarismo religioso;
a história do massacre dos protestantes franceses no dia de São Bartolomeu pelo
rei Carlos IX sob o conselho traiçoeiro da própria mãe; e uma história moderna
na qual um jovem, injustamente condenado pelo assassinato de um companheiro, é
salvo no último instante pela intervenção de sua amada, que ganha o perdão do
governante.
Esses
episódios não são apresentados em série. Em vez disso, Griffith corta de um
para outro e, muitas vezes, intercala seqüências plano a plano dentro dos próprios
episódios, para criar suspense. Essa estrutura revolucionária se mostrou
complexa demais para a maior parte do público da época, que também pode ter
sido desencorajado pela duração de Intolerância (quase três horas). É possível
que Griffith tenha investido até 2 milhões de dólares no projeto, porém o filme
nunca chegou perto de recuperar seus custos, nem mesmo depois de remontado e
lançado como dois filmes separados, A queda da Babilônia e A mãe e a lei. Não
houve economia nas impressionantes recriações históricas. Os enormes cenários
para a história babilônica, que permaneceriam um marco em Hollywood por anos a
fio, contaram com 3 mil figurantes. Esses números da produção foram rivalizados
pelos figurinos suntuosos e elaboradas seqüências de multidão no episódio francês.
Embora os intertítulos tenham sido escritos por terceiros, o próprio Griffith
foi responsável pelo complexo roteiro, no qual continuou a trabalhar durante a
produção.
Seu
grupo de atores de teatro obteve interpretações admiráveis em diversos papéis. Constance
Talmadge se sai especialmente bem como a "Garota das Montanhas" apaixonada
pelo malfadado príncipe Belsázar (Alfred Paget) na história babilônica, assim como
Mae Marsh e Bobby Harron como os amantes reunidos no episódio moderno.
Como
em O nascimento de uma nação, Griffith utiliza estruturas do melodrama vitoriano
para afirmar suas convicções políticas. A intolerância é examinada através das lentes
do amor trágico, o que empresta energia emocional e pathos às narrativas. Na história
babilónica, Belsázar e sua amada Attarea (Seena Owen) preferem cometer suicídio
a cair nas mãos do vitorioso Ciro, o Persa (George Siegmann), e, na história
francesa, um jovem casal, ele católico e ela protestante, não consegue escapar
do massacre.
Intolerância
é um monumento ao talento de Griffith como roteirista, diretor, criador de
planos e montador - uma obra-prima única, jamais igualada em termos de
magnitude e dimensão. Feito para persuadir, este filme exerceu mais influência
sobre o cinema revolucionário soviético de Sergei Eisenstein, entre outros, do
que sobre os contemporâneos americanos de Griffith. RBP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 005)
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