Direção: Edwin S. Porter
Roteiro: Scott Marble, Edwin S. Porter
Fotografia: Edwin S. Porter,
Blair Smith
Elenco:
Gilbert M. Anderson …….. Tenderfoot Dancer
Justus D. Barnes …………Bandit
Walter Cameron ………… Delegado
A.C. Abadie ……………… Delegado
SINOPSE E COMENTÁRIO:
Hanaway, Morgan Jones, Tom London, Marie Murray, Mary
Snow
O grande roubo do trem é amplamente considerado o primeiro
faroeste já feito, iniciando o que se tornaria, dentro de poucos anos, o gênero
mais popular de cinema nos Estados Unidos. Produzido pela Edison Company em
novembro de 1903, O grande roubo do mm foi o filme mais bem-sucedido
comercialmente do período pré-Griffith do cinema americano e gerou inúmeras
imitações. O que torna o filme de Edwin S. Porter excepcional é seu grau de
sofisticação narrativa, se levarmos em conta a época em que foi feito. Existem
mais de uma dúzia de cenas distintas, cada qual aprofundando mais o enredo. Na
cena inicial, dois assaltantes mascarados obrigam um telegrafista a enviar uma
mensagem falsa para
que
o trem faça uma parada imprevista. Os ladrões entram no vagão do correio e,
depois de uma briga, abrem o cofre. Na próxima cena, dois assaltantes subjugam
o maquinista e o foguista do trem e jogam um deles para fora. Em seguida eles
param a locomotiva e rendem os passageiros. Um deles tenta fugir e leva um
tiro. Então os assaltantes escapam a bordo da locomotiva e, na cena seguinte,
os vemos montar em cavalos e fugir. Enquanto isso o telegrafista do trem envia
uma mensagem pedindo ajuda.
Em
um saloon, um recém-chegado é forçado a dançar sob uma saraivada de tiros, porém,
quando a mensagem chega, todos pegam seus rifles e saem. Corte para o bando
sendo perseguido por uma turba. Há um tiroteio e os assaltantes são mortos.
Existe
um plano extra, o mais conhecido do filme, mostrando um dos ladrões atirando
diretamente na tela. Ao que parece, esse plano algumas vezes era mostrado no começo
da película e outras, no fim. De qualquer forma, dava ao espectador a impressão
de estar bem na linha de fogo.
Um
dos atores de O grande roubo do trem era G. M. Anderson (seu nome verdadeiro era
Max Aronson). Entre outros papéis, ele interpretou o passageiro que leva um
tiro. Anderson logo se tornaria o primeiro astro do faroeste, aparecendo como
Bronco Billy em mais de 100 filmes a partir de 1907.
Anos
mais tarde, houve quem contestasse a afirmação de que O grande roubo do trem
fosse o primeiro faroeste já feito, alegando ou que não foi o primeiro, ou que
não era um faroeste.
Sem
dúvida houve filmes anteriores que faziam uso do tema, como Cripple Creek
Bar-Room Scene (1899), de Thomas Edison, porém eles não possuem a unidade
narrativa do filme de Porter. Pode-se afirmar também que suas raízes se
encontram tanto em peças de teatro que possuíam cenas espetaculares em
ferrovias como em outros filmes sobre roubos audaciosos que não pertenciam ao
gênero. Tampouco se pode sustentar que ele seja um verdadeiro faroeste tendo
por base suas locações
autênticas,
uma vez que O grande roubo do trem foi filmado na ferrovia Delaware-Lackawanna,
em Nova Jersey. No entanto, desde os tempos de Jesse James roubos de trem fazem
parte da mitologia deste tipo de filme, e outros elementos simbólicos como
revólveres de seis tiros, chapéus de caubói e cavalos dão ao filme uma genuína
atmosfera de faroeste. EB
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 002)
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