sexta-feira, 11 de julho de 2014

206 1948 RIO VERMELHO (RED RIVER, EUA)


Director Howard Hawks, Arthur Rosson
Produção: Charles K. Feldman, Howard Hawks
Roteiro: Borden Chase, Charles Sliner
Fotografia: Russell Harlan
Música: Dimitri Tiomkin
Elenco:
John Wayne ……...Thomas Dunson
Montgomery Clift …Matthew ‘Matt’ Garth
Joanne Dru ………Tess Millay
Walter Brennan …..Groot’ Nadine
Harry Carey ………Sr. Melville
Harry Carey Jr. ……Dan Latimer
Ainda: Paul Fix, Hank, Worden, Mickey Kuhn, Ray Hyke, Willv Wales

Oscar: Borden Chase (Roteiro), Christian Nyby (edição)

Uma refilmagem em forma de faroeste de O grande motim (1935), este é um filme consideravelmente mais profundo do que o original, apresentando a relação entre Bligli e Christian em termos de um conflito pai/filho. O astro John Wayne - um dos mais bonitos protagonistas masculinos da década de 30, interpretando um personagem mais velho do que ele próprio com uma aspereza autêntica e circunspecta - é contrastado de forma interessante por Hawks com o fotogênico Montgomery Clift, a síntese do tipo de neurose sensível e masculina que entraria em moda na década seguinte. Depois de um longo prólogo que se passa durante as consequências de um ataque de índios em 1851, no qual vemos o empobrecido Tom Dunson (Wayne) e o órfão Matthew Garth (Clift) juntarem seus rebanhos para formar um império do gado, somos apresentados à Red River D - como o personagem de Wayne chama sua propriedade – na depressão econômica pós-Guerra Civil. Conduzindo um rebanho até o Missouri, o inflexível Dunson se torna cada vez mais tirânico, levando Matt a se rebelar e conduzir a boiada para o Oeste através de uma rota mais segura até Abilene. Dunson admira a coragem do rapaz, mas, ainda assim, jura ira seu encalço para matá-lo, o que leva a um clímax que é dos mais emotivos do gênero, no qual dois homens que se amam duelam em meio ao gado nas ruas de Abilene. Hawks, o grande cronista das sagas masculinas do cinema, encena aqui a ópera de caubóis definitiva, ofuscando todos os outros faroestes de condução de gado com sequências belas, líricas e empolgantes de estouro de boiada, clima árido, vaquejadas e conflitos com os índios. Os protagonistas estão no auge, com Wayne surpreendentemente rivalizando Clift em termos de sutileza. Temos ainda coadjuvantes excelentes, como Walter Brennan como o tolo desdentado; John Ireland como um pistoleiro magricela; Joanne Dru como a garota pioneira que é capaz de levar uma flechada no ombro quase sem cambalear. Embora seja conhecido por seus faroestes, Hawks fez, surpreendentemente, poucos filmes do gênero. Este parece ser um tributo carinhoso a John Ford, realizado com uma certa atitude de também-posso-fazer-isso, uma vez que Hawks escalou vários membros da trupe do colega; Harry Carey e Harry Carey Jr., Hank Worden e até o próprio Wayne. O diretor usa uma abordagem fordiana dos esplendores perigosos da paisagem do Oeste, assim como uma trilha à Ford de Dimitri Tiomkin, baseada em canções folclóricas. KN
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 206)

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