terça-feira, 8 de julho de 2014

033 1927 O MONSTRO DO CIRCO (THE UNKNOWN, EUA)


Direção: Tod Browning
Roteiro: Tod Browning, Waldemar Young
Fotografia: Merritt B. Cerstad
Elenco:
Lon Chaney ……Alonzo, o homem sem braços
Norman Kerry .…Malabar, o poderoso
Joan Crawford …Nanon Zanzi
Nick De Ruiz …...Antonio Zanzi, pai de Nanon
John George ……Cojo, assistente de Alonzo
Frank Lanning …Costra
Ainda: Polly Moran

Embora mais conhecido por ter dirigido Bela Lugosi em Drácula, o clássico de terror da Universal de 1931, e famoso pelo bizarro Monstros (1932), o maior filme de Tod Browning – um artista de circo que se tornou cineasta - é O monstro do circo. A obra é um subestimado tesouro da era muda, estrelado pelo ator preferido (e mais famoso) do roterista/escritor, o chamado "Homem de Mil Rostos", Lon Chaney. Conhecido e altamente admirado pela dor física que suportava com regularidade ao interpretar vilões ou anti-herois fisicamente incapacitados, Chaney se supera como Alonzo, um criminoso com um dedo extra em uma das mãos que tenta evitar ser capturado fingindo ser um atirador de facas sem braços em um circo itinerante de ciganos. A armação, a princípio, tem um benefício extra, uma vez que Nanon (Joan Crawford em um dos seus primeiros papéis), a bela assistente de Alonzo, não suporta .In.içada por homens - especialmente pelo principal rival de Alonzo na disputa por seu amor, o brutamontes levantador de pesos Malabar, o Poderoso (Norman Kerry). Quando o pai de Nanon vê os braços dele acidentalmente, Alonzo o assassina para manter seu segredo. Enquanto isso, Nanon consegue ver o polegar duplo do assassino, mas não seu rosto. Obcecado pela mulher e atormentado pela possibilidade de ela acabar descobrindo sua verdadeira identidade, Alonzo ignora as objeções de Cojo (John George), seu assistente anão, e faz uma cirurgia para amputar os braços. No entanto, em uma das mais deliciosas e perturbadoras ironias de O monstro do circo, quando Alonzo retorna ao circo depois de uma longa convalescença, ele descobre que Nanon superou sua fobia de ser abraçada e se apaixonou por Malabar. Buscando justiça poética (ou mera vingança) por essa cruel virada do destino, Alonzo tenta sabotar o novo número de Malabar – no qual o brutamontes amarra os próprios braços a um par de cavalos que puxam cm direções opostas - para que seu rival também fique desmembrado. Contudo, seu plano é frustrado no último instante e o próprio Alonzo morre ao salvar Nanon de ser pisoteada por um dos cavalos. Extraindo uma extraordinária e assustadora interpretação de Chaney, enchendo a trama de viradas surpreendentes e personagens inesquecíveis, Browning cria uma arrepiante obra-prima do drama psicológico (e psicossexual). Nas palavras de Michael Koller: "O monstro do circo é um filme verdadeiramente horripilante que nos conduz aos mais sombrios recônditos da psique humana." SJS
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 033)

#012 1927 O MONSTRO DO CIRCO (The Unknown, EUA)
Direção: Tod Browning
Roteiro: Tod Browning
Elenco: Lon Chaney, Norman Kerry, Joan Crawford, Nick de Ruiz, John George

Dois grandes nomes do cinema de terror se encontram em O Monstro do Circo: Tod Browning, que mais tarde viria a dirigir os clássicos Drácula e Monstros, e Lon Chaney, o Homem das Mil Faces, estrela de O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Ópera. E assim como em Monstros, Browning mais uma vez utiliza o universo do circo como pano de fundo para suas bizarrices. Em uma das suas mais importantes e marcantes interpretações no cinema, Chaney faz o papel de Alonzo, um exímio atirador de facas em uma trupe circense, que é conhecido como “Homem Sem Braços”, exatamente por não possuir os membros, e utilizar os pés em seus números, onde arremessa as facas e até utiliza armas de fogo, tendo a bela Nanon (Joan Crawford) como ajudante de palco. Acontece que Nanon é a cigana filha de Antonio, dono do circo, e por quem Alozono tem uma paixão escancarada, não correspondida. O detalhe é que Nanon tem uma espécie de fobia ao toque masculino, e simplesmente não suporta mãos masculinas e repele todos os caras que tentam tocá-la, colocando Alonzo como um dos mais bem sucedidos pretendentes ao coração da moça. Só que Alonzo tem concorrência de Malabar, o homem mais forte do circo, que também a ama e tenta de qualquer forma conquistá-la. Só que na verdade, o que ninguém sabe é que Alonzo é um vigarista, ex-criminoso que possui sim os braços, e utiliza aquele disfarce apenas para fugir da polícia. O único que sabe da verdade é seu anão comparsa, Cojo. Para piorar, quando Antonio vê o sem-braço dando em cima da sua filha, ele lhe dá uma surra, e como revide, Alonzo mata-o estrangulado, e aí descobre-se que além de ter os braços, o bandido também tem dois dedões, e isso facilmente o entregaria, já que Nanon é testemunha ocular do assassinato do pai, porém sem conseguir ver claramente quem foi o assassino. Para não ser identificado e para evitar que seu embuste seja descoberto ao pedir a mão da garota em casamento, Alonzo tem a mais brilhante ideia da história do cinema (só que não!): resolve fazer uma cirurgia para cortar os próprios braços. Gênio! Só que como uma boa mulher que não sabe o que quer, adivinhe se Nanon não começa a se engraçar com o fortão Malabar? Ela perde seu medo irracional e aceita se casar com ele. Ou seja, o tonto do Alonzo, por um rabo de saia arrancou os próprios braços e Nanon na maior trairagem resolve ficar com o outro cara. É muito azar. Ou estupidez. Mas claro que o criminoso não vai deixar isso barato e querer se vingar de Malabar, elaborando um plano para que ele seja morto durante um novo espetáculo com cavalos que eles estão preparando. Além do filme ser bastante divertido, e com a direção de Browning segura e eficaz, em seu auge criativo, o que mais marca O Monstro do Circo é a atuação de Chaney, que imprime uma grande carga dramática, utilizando de suas expressões faciaIs para transmitir seus sentimentos (sempre lembrando que é um filme mudo), principalmente quando descobre que foi trocado após ter perdido os braços à toa, em uma cena que chega a ser realmente trágica e comovente. O ator Burt Lancaster aponta a interpretação de Chaney nessa fita como a mais convincente de toda a história do cinema! E no final das contas, mesmo com todas as decisões extremas e exageradas, o personagem de Chaney é movido por um amor cego, até obsessivo, mas que não mede esforços para conseguir aquilo que quer. Mesmo colocando assassinato nessa conta. Outro fator positivo de O Monstro do Circo é a participação de Paul Demuske, ator que não possuía braços na vida real, e foi o dublê de pernas e pés de Chaney, utilizado nas cenas de lançamento de facas, ou quando Alonzo fumava um cigarro, em tomadas onde o ator era focalizado apenas da cintura para cima. Um dos melhores filmes de Browning e Chaney, parceria que poderia ter se repetido em Drácula três anos depois, se o Homem das Mil Faces não tivesse morrido de forma precoce, abrindo espaço para Bela Lugosi pegar o papel.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/13/12-o-monstro-do-circo-1927/


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