Direção: Alan Crosland
Roteiro: Alfred A. Cohn, Jackjarmuth
Fotografia:
Hal Mohr
Música:
Ernie Erdman, James V. Monaco, Louis Silvers, Irving Berlin
Elenco: Al Jolson, May McAvoy,Wliner Oland, Eugenie
Besserer, Otto Lederer, Bobby Cordon, Richard Tucker, Cantor Joseff Rosenblatt
Oscar:
Alfred A. Cohn, Jack Jarmuth (prémio especial pelo pioneirismo no cinema
falado)
Indicação
ao Oscar: Alfred A. Cohn (roteiro)
Na
história do cinema, alguns filmes foram alvo de uma atenção especial, se não
por sua estética, certamente pelo seu papel no desenvolvimento da arte
cinematográfica como nós a conhecemos. O cantor de jazz, de Alan Crosland, é
sem dúvida uma das obras que marcaram a trajetória dos filmes tanto como forma
de arte quanto como uma indústria lucrativa. Lançado cm 1927 pela Warner
Brothers e estrelado por Al Jolson, um dos mais famosos cantores da sua época,
O cantor de jazz é considerado, por unanimidade, o primeiro longa-metragem
sonoro. Embora se limite a números musicais e aos poucos diálogos que antecedem
e se seguem a eles, o uso do som introduziu mudanças inovadoras na indústria,
destinadas a revolucionar Hollywood como praticamente nenhum outro filme
conseguiu fazê-lo. Com sua mistura de vaudeville e melodrama, a trama é
relativamente simples. O adolescente Jakie (Jolson) é o único filho do devoto
solista de sinagoga Rabinowitz (Warner Oland), que o encoraja a seguir o mesmo
caminho de gerações de solistas na família. Embora profundamente influenciado
por suas raízes judaicas, a paixão de Jakie é o jazz e ele sonha com uma plateia
inspirada pela sua voz. Quando um amigo da família conta a Rabinowitz ter visto
Jakie cantando em um café, o pai castiga o filho num acesso de fúria, fazendo-o
fugir de casa e de sua inconsolável mãe Sara (Eugénie Besserer). Anos depois,
Jakie, também conhecido comojack Robin, volta como um consagrado cantor de jazz
em busca de reconciliação. Ao encontrar o pai ainda irascível e doente, Jack é
forçado a decidir entre sua carreira e sua identidade judaica. Um marco que
representa um passo decisivo em direção a um novo tipo de cinema e um novo tipo
de entretenimento, O cantor de jazz é mais do que o primeiro filme falado.
Conforme afirmou o renomado cientista político Michael Rogin, o filme pode ser
visto como um típico exemplo da transformação dos judeus na sociedade
americana: sua assimilação racial pela América branca, sua conversão religiosa
a um dogma espiritual menos rígido e sua empreendedora integração à indústria
cinematográfica americana durante a época da chegada do som.
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 035)
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