quarta-feira, 16 de julho de 2014

035 1927 O CANTOR DE JAZZ (THE JAZZ SINGER, EUA)


Direção: Alan Crosland
Roteiro: Alfred A. Cohn, Jackjarmuth
Fotografia: Hal Mohr
Música: Ernie Erdman, James V. Monaco, Louis Silvers, Irving Berlin
Elenco: Al Jolson, May McAvoy,Wliner Oland, Eugenie Besserer, Otto Lederer, Bobby Cordon, Richard Tucker, Cantor Joseff Rosenblatt

Oscar: Alfred A. Cohn, Jack Jarmuth (prémio especial pelo pioneirismo no cinema falado)

Indicação ao Oscar: Alfred A. Cohn (roteiro)

Na história do cinema, alguns filmes foram alvo de uma atenção especial, se não por sua estética, certamente pelo seu papel no desenvolvimento da arte cinematográfica como nós a conhecemos. O cantor de jazz, de Alan Crosland, é sem dúvida uma das obras que marcaram a trajetória dos filmes tanto como forma de arte quanto como uma indústria lucrativa. Lançado cm 1927 pela Warner Brothers e estrelado por Al Jolson, um dos mais famosos cantores da sua época, O cantor de jazz é considerado, por unanimidade, o primeiro longa-metragem sonoro. Embora se limite a números musicais e aos poucos diálogos que antecedem e se seguem a eles, o uso do som introduziu mudanças inovadoras na indústria, destinadas a revolucionar Hollywood como praticamente nenhum outro filme conseguiu fazê-lo. Com sua mistura de vaudeville e melodrama, a trama é relativamente simples. O adolescente Jakie (Jolson) é o único filho do devoto solista de sinagoga Rabinowitz (Warner Oland), que o encoraja a seguir o mesmo caminho de gerações de solistas na família. Embora profundamente influenciado por suas raízes judaicas, a paixão de Jakie é o jazz e ele sonha com uma plateia inspirada pela sua voz. Quando um amigo da família conta a Rabinowitz ter visto Jakie cantando em um café, o pai castiga o filho num acesso de fúria, fazendo-o fugir de casa e de sua inconsolável mãe Sara (Eugénie Besserer). Anos depois, Jakie, também conhecido comojack Robin, volta como um consagrado cantor de jazz em busca de reconciliação. Ao encontrar o pai ainda irascível e doente, Jack é forçado a decidir entre sua carreira e sua identidade judaica. Um marco que representa um passo decisivo em direção a um novo tipo de cinema e um novo tipo de entretenimento, O cantor de jazz é mais do que o primeiro filme falado. Conforme afirmou o renomado cientista político Michael Rogin, o filme pode ser visto como um típico exemplo da transformação dos judeus na sociedade americana: sua assimilação racial pela América branca, sua conversão religiosa a um dogma espiritual menos rígido e sua empreendedora integração à indústria cinematográfica americana durante a época da chegada do som.
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 035)




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