quinta-feira, 1 de maio de 2014

240 1951 UM LUGAR AO SOL (A PLACE IN THE SUN, EUA)


Direção: George Stevens
Produção: Ivan Moffat, George Stevens
Roteiro: Harry Brown, Theodore Dreiser, Patrick Kearney, Michael Wilson, baseado no livro Uma tragédia americana, de Theodore Dreiser, e na peça Um lugar ao sol, de Patrick Kearney
Fotografia: William C. Mellor
Música: Franz Waxman
Elenco: Montgomery Clift, Elizabeth Taylor, Shelley Winters, Anne Revert, Keefe Brasselle, Fred Clark, RaynT Burr, Herbert Heyes, Shepperd Strudwlck, Frieda Inescort, Kathryn Glvney, Walter Sande, Ted de Cois, John Ridgely, Lois Chartrand

Oscar: George Stevens (diretor), Michael Wilson, Harry Brown (roteiro), William C. Mellor (fotografia em P&B), Edith Head (figurino), William Hornbeck (edição), Franz Waxman (música)

Indicação ao Oscar: George Stevens (melhor filme), Montgomery Clift (ator), Shelley Winters (atriz)

Ao adaptar Uma tragédia americana, de Theodore Dreiser, para as telas, o diretor George Stevens se deparou com a dificuldade de tornar a história cruelmente naturalista de luta de classes algo interessante para uma platéia da década de 50, mais ávida por entretenimento do que por doutrinação política. Sua solução foi de uma eficácia brilhante: dar destaque ao desejo sexual de George Eastman (Montgomery Clift) pela bela Angela Vickers (Elizabeth Taylor). Parente pobre de um industrial rico, George é enviado a ele pela mãe para vencer na vida. No entanto, dominado por sentimentos de privação e exclusão, George não demonstra disposição ou iniciativa para sair da sarjeta através do trabalho. Na verdade, ele é tão fraco que, mal começa a trabalhar na fábrica, viola uma de suas regras fundamentais. Ao sair com uma colega, acaba engravidando a pobre mulher, pela qual logo perde o interesse. Interpretado com uma Ingenuidade patética por Clift, os maiores bens de George passam a ser sua beleza e docilidade. Assim, Um lugar ao sol se tornou um dos romances mais comoventes e trágicos da Hollywood clássica, resultado da maneira cuidadosa como George Stevens dirigiu os protagonistas (que foram instruídos a enfatizar a linguagem corporal, e não o diálogo) e de sua manipulação habilidosa de dois estilos contrastantes. O encontro de conto de fadas de George com a inocente Angela é dominado por um trabalho de câmera intimista, com doses sobrepostos de forma especialmente cuidadosa em uma fotografia borrada. As cenas na fábrica, com a namorada Alice (Shelley Winters), e posteriormente no tribunal, no entanto, são fotografadas no estilo de filme noir, enfatizando a iluminação chiaroscuro e composições instáveis que expressam belamente a ameaça que as circunstâncias representam ao desejo de George por seu "lugar ao sol". Grávida, Alice ameaça entregar George a sua família se ele não se casar com ela: ele é salvo desse destino somente porque a prefeitura está fechada por causa de um feriado quando o casal chega. George sugere um passeio no lago em um pequeno barco; sua Intenção é que ocorra um "acidente" e Alice se afogue. Não consegue levar a cabo o assassinato, porém Alice, assustada, cai na água. Ela se afoga porque ele não tenta salvá-la e George paga com a vida pela sua indiferença. Stevens, no entanto, o torna mais memorável como amante trágico do que como objeto de lição política. BP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 240)

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