Direção:
Sergei M. Eisenstein
Produção:
Boris Mikhin
Roteiro:
Grigori Aleksandrov, Sergei M. Eisenstein
Fotografia:
Vasili Khvatov, Vladimir Popov, Eduard Tisse
Elenco:
Grigori
Aleksandrov, Aleksandr Antonov, Yudif Gllzer, Mikhail Gomorov, I. Ivanov, lvan
Klyukvin, Anatoli Kuznetsov, M. Mamin, Maksim Shtraukh, Vladimir Uralsky, Vera
Yanukuva, Boris Yurtsev
Sergei
M. Eisenstein foi, em todos os aspectos, um revolucionário, forjando uma
radicalmente nova linhagem de cinema baseada na montagem a partir de uma fusão
entre a filosofia marxista, a estética construtivista e sua própria fascinação
pelos contrastes, conflitos e contradições visuais inerentes à dinâmica dos
filmes. A Greve, seu primeiro filme, foi inicialmente concebido como a primeira
de uma série de obras sobre a ascensão do domínio marxista-leninista. A censura
por parte do novo governo soviético frustrou muitos dos sonhos de Eisenstein
nos anos seguintes e essa série nunca foi além da sua primeira produção. No
entanto, A greve, com sua energia fervorosa se sustenta como um tour de force
de expressiva panfletagem e como laboratório no qual ideias seminais para suas
posteriores obras-primas mudas – O Encouraçado Potemkin (1925), Outubro (1927)
e O velho e o novo (1928) - foram testadas e refinadas. A Greve retrata um
levante operário em uma fábrica russa, onde os trabalhadores São instiigados à
rebelião pela ganância e desonestidade dos patrões. Vemos uma fervilhante inquietação
entre os trabalhadores, uma traição que os força a agir, o entusiasmo durante o
motim, seguido pelas agruras do prolongamento do desemprego, e, por fim, o contra-ataque
dos donos da fábrica, apoiados por tropas que massacram os trabalhadores. O
filme termina com um eletrizante exemplo do que Elsenstein chamava de montagem intelectual",
entrecortando o massacre dos grevistas com imagens de animais sendo abatidos em
um matadouro. A situação em A greve é tão heterodoxa quanto as técnicas de
edição, misturando representações naturalistas dos trabalhadores com retratos
estilizados dos patrões e seus espiões. O filme ilustra as teorias soviéticas
da "tipificação", ao convocar atores que guardam semelhança física
com os papéis que interpretam, e do "herói coletivo", que o
protagonista não é um único indivíduo, e sim todas as pessoas que estão do lado
certo da história. Os imperativos políticos de A greve se tornam datados desde
sua estreia em 1925, porém seu poder visual não enfraqueceu. “Não acredito no
cine-olho", afirmou certa vez Eisenstein, refeferindo-se à expressão de
Vertov, seu colega e rival. "Acredito no cine-punho." Essa violenta
filosofia permeia cada sequência.
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 021)
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