Direção:
F. W. Murnau
Produção:
Erich Pommer
Roteiro:
Carl Mayer
Fotografia:
Robert Baberske, Karl Freund ,
Música: Giuseppe Becce, Timothy Brock, Peter Schirmann
ELENCO:
Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller,
Emilie Kurz, Hans Unterkircher, Olaf Storm, Hermann
Vallentin, Georg John, Emmy Wyda.
Apesar
do ridiculamente inverossímil final feliz inserido por insistência da UFA, A
última gargalhada, de F. W. Murnau, continua sendo uma admirável tentativa de
se contar uma história sem o uso de intertítulos. A trama em si não tem nada de
especial - um porteiro de hotel, humilhado pela perda de status quando é rebaixado
a ajudante de banheiro por conta da idade, desce tão baixo que se sente tentado
a roubar de volta seu amado uniforme (o símbolo do seu orgulho profissional).
De certa forma, o filme é apenas um veículo para mais uma das interpretações
tipicamente exuberantes de Emil Jannings. Indo além dessa parábola um tanto
patética, Murnau explora de forma eloquente, como de hábito, o espaço cinematográfico:
a câmera perambula com uma espantosa fluidez, articulando a relação do
protagonista com o mundo à medida que o segue pelo hotel, pelas ruas da cidade
e por sua casa num bairro pobre. Alguns dos movimentos de câmera são
"subjetivos", como quando a percepção embriagada do protagonista é
representada por distorções óticas; em outros casos, é a mobilidade da câmera
que é evocativa, como na cena em que ela passa pelas portas giratórias que
simbolizam o destino. A deslumbrante técnica apresentada talvez seja, na
verdade, grandiloquente demais para a simples história de um senhor de idade,
no entanto, o virtuosismo tanto da mise-en-scène de Murnau quanto do trabalho
de câmera de Karl Freund é inegável. G A
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 024)
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