sábado, 23 de agosto de 2014

056 1931 FRANKENSTEIN (Frankenstein, EUA)

#017 1931 FRANKENSTEIN (Frankenstein, EUA)
Direção: James Whale
Roteiro: John L. Balderston, Garret Fort, Francis Edward Fragoh (baseado na obra de Mary Shelley)
Produção: Carl Laemmle Jr., E.M. Asher (Produtor Associado)
Elenco: Colin Clive, Mae Clarke, Boris Karloff, John Boles, Edward Von Sloan / Dwight Frye

Frankenstein é o segundo clássico filme de monstro da Universal. Embalado pelo sucesso de Drácula no mesmo ano, Carl Laemmle Jr. convida o diretor James Whale para contar a história do cientista que queria brincar de Deus, e que resulta em uma produção tecnicamente muito superior ao filme do conde. Em uma cena de abertura MEGA marqueteira, Edward Van Sloan (que interpreta o Dr. Waldman, e também Van Helsing em Drácula), aparece por de trás das cortinas e convida o espectador a acompanhar a história do Dr. Frankenstein, dando o aviso àqueles de nervos fracos sobre os eventos horripilantes que estão prestes a assistir.Corte de cena e o obcecado doutor Henry Frankenstein (não me pergunte porque o nome dele não é Victor como no livro) e seu assistente (Dwight Frye, mais uma vez fantástico) estão violando um cemitério em busca de corpos para dar continuidade em seu experimento macabro de trazer sua criatura à vida. Preocupado com a sanidade do noivo, Elizabeth e o amigo do casal, Victor Moritz, que nutre uma paixão secreta pela garota, pedem ajuda ao antigo tutor de Frankenstein (o tal Dr. Waldman) para demovê-lo da ideia, só que tarde demais. É claro que mais tarde o monstro vai sair do controle e tocar o terror no vilarejo, até matar uma pequena garota (sem querer, diga-se de passagem, em uma cena que lembra muito O Golem) e ser perseguido por uma turba enfurecida, antes do confronto final entre criador e criatura. E a criatura é a grande cereja do bolo do filme. Boris Karloff torna-se aqui o mais novo astro dos filmes de terror, pegando o papel que foi recusado por Bela Lugosi, porque vejam só, ele não queria ficar estigmatizado. Nos créditos iniciais do filme, aparece um “?” no lugar do nome do ator que faz o papel da aberração, e Karloff consegue ao mesmo tempo assustar e comover, como o terrível, mas também incompreendido, monstro. Jack Pierce foi o maquiador responsável por dar a aparência inesquecível ao cadáver, que tornou-se um ícone não só do cinema de horror, mas da sétima arte em si. A cabeça achatada, braços alongados, cicatrizes, os pinos no pescoço, está tudo lá, além do figurino pensado por Whale: a roupa larga e esfarrapada e as botas de asfaltador. Whale merece um parágrafo a parte pela sua direção segura, pegando o livro de Mary Shelley, que pelo menos eu considero um saco e muito mal escrito, e transformando numa obra prima do terror, introduzindo conceitos que seriam lembrados e copiados para sempre, como o arquétipo do cientista louco, o ajudante corcunda e as máquinas elétricas que deram vida à experiência do Dr. Frankenstein. Os últimos dias da vida do diretor, que era homossexual, foram retratados em um ótimo filme chamado Deuses e Monstros, dirigido por Bill Condon, ganhador do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, com Sir Ian Mckellen no papel de Whale e Brendan Fraser como seu jardineiro, por quem desenvolveu uma intensa amizade. Vale muito a pena assistir. Frankenstein gerou inúmeras continuações e a história foi readaptada diversas vezes no cinema, a última foi a versão ególatra de Kenneth Branagh filmada em 1994 com Robert De Niro no papel da criatura. É sofrível. E olha que eu já achava isso quando assisti pela primeira vez, ainda adolescente.
FONTE: http://101horrormovies.com/

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