quinta-feira, 28 de agosto de 2014

#013 1927 O PENSIONISTA (The Lodger – A Story of the London Fog, Reino Unido)


Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Eliot Stannard (baseado no livro de Marie Belloc Lowndes)
Produção: Michael Balcon, Carlyle Blackwell
Elenco: Marie Ault, Arthur Chesney, June, Malcom Keen, Ivor Novello

O Pensionista é o terceiro filme do mestre do suspense Alfred Hitchcock, que muita gente não sabe, começou sua carreira durante a época do cinema mudo. Na realidade o diretor considerava essa fase como importantíssima para que ele dominasse as linguagens cinematográficas e tornar-se um perfeccionista pela imagem, já que o som nos filmes, segundo ele, era apenas consequência. Apesar de ser o terceiro filme assinado pelo diretor inglês, os outros dois se perderam quase por completo, só se conhecendo fragmentos de ambos. O Pensionista foi o primeiro no qual ele conseguiu impor um estilo criativo, como ele mesmo disse na famosa entrevista dada para outros grande cineasta, François Truffaut. E grande parte desse domínio, Hitchcock credita ao fato de ter passado um período fazendo “estágio” em estúdios alemães. Por isso, é muito perceptível a influência do expressionismo alemão na execução narrativa e visual de O Pensionista, na construção das cenas, na montagem, utilização do jogo de luz e sombra e na forma de interpretação dos personagens, tanto do suposto vilão quanto da mocinha e de seu interesse amoroso. Baseado no livro de Marie Belloc Lowndes, inspirado na histeria causada no final do século XIX pelos crimes de Jack, O Estripador (seu último assassinato antes de desaparecer foi em novembro de 1888, o livro é de 1913 e o filme de 1927), a trama conta a história de um misterioso assassino de louras (sempre elas, não é, Sr. Hitchcock?) nas penumbras das ruas de Londres, provocando um clima de pânico descontrolado na cidade. O metódico serial killer, que dá cabo das platinadas toda terça-feira à noite, é conhecido como Vingador, e sempre deixa um bilhete assinado em todas as suas vítimas. Isso faz com que as garotas comecem a se precaver e algumas até utilizam cachos de cabelo moreno por baixo dos chapéus. Nesse período conturbado, um novo inquilino se muda para uma pensão no centro e começa a levantar suspeitas do senhorio, o casal Bunting, principalmente quando ele começa a se envolver com sua filha Daisy, que, adivinhem só a cor das madeixas? O pior é que Daisy corresponde, apaixonando-se pelo inquilino, deixando louco de ciúmes o detetive Joe, que tem uma queda pela mocinha e começa a investigar o pensionista, também suspeitando dele. E Hitchcock brinca muito bem com esse fato de dar toda a pinta que ele é o assassino, mas será que é mesmo? Em O Pensionista, o diretor já começa a mostrar lampejos de sua genialidade e a capacidade em criar cenas de verdadeiro pânico e suspense, que seria marca registrada e o consagraria com um dos melhores cineastas da história da sétima arte, utilizando muito bem a construção das sequências, mesmo derrapando em dar mais ênfase para o triângulo amoroso do que a investigação em si. Mas consegue manter sempre a dúvida sobre a verdadeira identidade do assassino, sua motivação e principalmente, usa todos os recursos visuais para suprir a falta de diálogos e de som para ajudar a assustar os espectadores.

FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/14/14-o-pensionista-1927/


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