sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
#625 1992 FOME ANIMAL (Dead Alive / Braindead, Nova Zelândia)
Direção: Peter
Jackson
Roteiro: Stephen
Sinclair, Frances Walsh, Peter Jackson
Produção: Jim Booth, Jaime Selkirk
(Produtor Associado)
Elenco: Timothy
Blame, Diana Peñalver, Elizabeth Moody, Ian Watkin
Fome Animal é o auge do cinema splatstick. Por mais
que filmes anteriores como Uma Noite Alucinante, Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e A Volta dos Mortos-Vivostenham se esforçado, Peter Jackson
aqui chuta o balde e leva esse título com honrarias, com uma produção
completamente nonsense, tosca, gore e nojenta. E você nem
consegue imaginar que alguns anos depois ele seria o responsável por adaptar a
trilogia O Senhor dos Aneis para as telas de cinema, produção que faturou 17
Oscars ao total. Acho que Fome Animal é o filme de terror mais
escatológico dessa lista, quiçá da história do gênero. É a maior quantidade de
podreira por película que eu já vi. Humor negro tão escrachado e surreal que
chega a ser hilário. Cinema bagaceira em sua forma mais criativa e sublime. Nas
locadoras da Suécia, quem alugava a fita levava um saco de vômito junto. Foi
banido (novidade!!!) e retalhado em diversos países, incluindo Alemanha,
Inglaterra (sempre a Inglaterra) e a Austrália. E não é para menos, foi gasto
cerca de mil litros de sangue de porco durante as filmagens, sendo que metade
disso se concentra somente na cena final. Você conhece o Macaco Rato da Sumatra?
Não? Nem eu. Mas ele é uma criatura tosca, que vive na ilha da Oceania e dizem
na boca pequena que é usado pelos nativos para praticar magia negra. Eis que um
zoológico de Wellington, capital da Nova Zelândia, quer levar o bicho para seu
quadro de animais. Pois bem, em Wellington mora Lionel, um mimado e tímido
filho de uma senhora controladora, Vera Cosgrove, daqueles que é criado com
leite com pera. Ele se envolve romanticamente com a quitandeira Paquita,
conforme estava escrito nas cartas do tarô. Aos saírem para um idílico passeio
ao zoológico, a mãe enxerida vai atrás para empatar o namoro dos dois e
acidentalmente acaba sendo mordida pelo animal escroto, não antes dele ter se
alimentado de um dos singelos macaquinhos do viveiro. E detalhe para a cena do
ataque do Macaco Rato da Sumatra, que é toda feita em stop-motion. Um
primor dos efeitos especiais. Só que ao contrário. E como consequência da
mordida do animal, Vera transforma-se em um zumbi e começa a espalhar a epidemia
por toda a cidade, caindo nas costas do pobre Lionel tentar segurar o ímpeto da
velha e impedir sua… fome animal. Para isso, ele tem a brilhante ideia de
tentar controlar, à base de tranquilizantes fornecidos por um veterinário
nazista (???!!!!) sua mãe e as outros zumbis, deixando-os confinados em sua
casa. E isso dá pano para uma infinidade de bizarrices, como o jantar que ele
prepara para os zumbis, ou colocá-los no porão para assistir televisão ou ouvir
ao rádio. E esse convívio social dos zumbis resulta até em uma relação sexual
entre a enfermeira zumbi e o padre zumbi, que geram um bebê zumbi
(!!!!!!!????), que Lionel leva para passear no parque. O filme é repleto de
momentos antológicos, que extrapolam todo e qualquer limite do bom senso.
Podemos destacar alguns, como a cena em que a presidenta da WLWL
(WellingtonLadies Wellfare League, algo como Liga do Bem-Estar das
Senhoras de Wellington) e seu marido vão almoçar na casa dos Cosgrove, enquanto
Vera vai literalmente caindo aos pedaços e soltando pus e sangue no prato de
sobremesa do convidado, que se delicia sem perceber o que está comendo e a
velha come sua própria orelha que cai em sua tigela. É para estômagos fortes. Ou
então quando um bando de zumbis punks faz arruaça no cemitério e o
padre local mostra-se um verdadeiro kickboxer, dando uma de Bruce Lee
lutando contra os mortos-vivos e distribuindo roundhouse kicks. E a
sequência final, que acontece quando o inescrupuloso tio de Lionel e irmão de
Vera, dá uma festa e todos ali são transformados em zumbi enquanto rola um
imenso banho de sangue, com direito a gente sendo trucidada pela máquina de
cortar grama. Uma coisa que bebe diretamente na fonte de Sam Raimi e seu A Morte do Demônio eUma
Noite Alucinante é a forma como o personagem de Lionel, que é um babaca no
começo do filme, vai se transformando em um porra louca conforme vai acabando
com a vida dos zumbis e sendo coberto de sangue e mais sangue até o fim do
terceiro ato. Se você é daqueles puritanos que só gosta de cinema de arte,
filmes cult, filosóficos, vindo do Irã ou do Paquistão, que discute as
dúvidas existencialistas da vida, passe muito, mas muito longe desse filme.
Porque capaz de você perder a fé na sétima arte. Agora se você é fã daquela
bela podreira, dá risada com situações nojentas e escabrosas e está pouco se
lixando com alguma profundidade do roteiro e só quer se divertir, Fome
Animal, mais um clássico do Cine Trash da Band, foi feito com todo carinho para
você.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/03/12/625-fome-animal-1992/
119 1939 NO TEMPO DAS DILIGENCIAS (STAGECOACH, EUA)
Direção:
John Ford
Produção:
Walter Wanger, John Ford
Roteiro: Ernest Haycox, Dudley Nichols
Fotografia: Bert Clennon
Música: Louis Gruenberg, Richard Lageman, W. Franke
Harling, John Leipold, Leo Shuken
Elenco:
Claire
Trevor ……………. Dallas
John
Wayne ……………. Ringo Kid
Andy Devine …………… Buck
John Carradine ………… Hatfield
Thomas Mitchell …………Doc Boone
Louise Platt ……………… Lucy Mallory
Ainda: George Bancroft, Donald Meek, Berton Churchill,
Tim Holt, Tom Tyler.
Oscar : Thomas Mitchell (ator coadjuvante)
Indicação ao Oscar: Walter Wanger (melhor filme), John
Ford (diretor), Bert Glennon (fotografia), Alexander Toluboff (direção de
arte), Otho Lovering, Dorothy Spencer
(edição), Richard Hageman, W. Franke Harling, John Leipold, Leo Shuken (música)
A
década de 30 não foi uma das melhores para os faroestes. Depois de alguns
fracassos que custaram caro, como A grande jornada (1930) e Cimarron (1931), os
grandes estúdios de um modo geral deixaram o gênero para produtotes
pés-de-chlnelo de filmes B. John Ford não fazia um filme desse estilo havia
mais de uma década quando escalou John Wayne e Claire Trevor para uma história
sobre uma viagem de diligência através de um perigoso território indígena. Ao
tentar vendê-lo para o produtor David O. Selznick, Ford descreveu No tempo das
diligências como um "faroeste clássico", um ponto acima das produções
B que o próprio Wayne vinha fazendo. Isso significava, entre outras coisas, tornar
o filme mais interessante pata a plateia feminina. Assim, Ford e o roteirista Dudley
Nichols acrescentaram ao roteiro original de Ernest Haycox uma história de amor
mais elaborada e o nascimento de uma criança. Isso, no entanto, não foi suficiente
para Selznick, que rejeitou o projeto. Não que No tempo das diligências
economize nos atrativos mais tradicionais do gênero. A última parte do filme é
repleta de ação, Incluindo uma troca de tiros entre Wayne e o bando de Plummer
e um empolgante ataque de índios enquanto a diligência dispara pelo deserto. A
sequência é enriquecida por um excelente trabalho de duble de Yaklma Canutt,
que, no papel de um dos apaches do ataque, salta em cima de um dos cavalos da
diligência, leva um tiro e tem que cair entre os cascos dos animais e passar por
debaixo das rodas. Esta foi a segunda chance de Wayne de alcançar o estrelato
depois do fracasso de A grande jornada, e ele a agarrou com unhas e dentes.
Desde sua entrada em cena, de pé no deserto acenando para a diligência, ele
Impressiona como Ringo Kid, que fugiu da cadeia para se vingar dos Plummers, os
assassinos de seu pai e seu irmão. Contudo, a aparição de Wayne é postergada
enquanto Ford explora a personalidade dos demais passageiros. Cada um é
esboçado com habilidade e de forma memorável: Dallas (Claire Trevor), a garota
despudorada que é expulsa da cidade junto com o bêbado Doe Boone (Thomas
Mitchell) pelas senhoras puritanas defensoras da lei e da ordem; Peacock (Donald
Meek), um tímido vendedor de uísque; Hatfield (John Carradine), um jogador do
Sul; Mrs. Mallory (Louise Platt), a esposa grávida de um soldado de cavalaria;
e Garewood (Berton Churchill), um banqueiro que está fugindo com os ativos do
seu banco. Do lado de fora da diligência estão Buck (Andy Devine), o corpulento
cocheiro, e Curly (George Bancroft), o xerife local. A interação entre os
membros desse estranho grupo permite a Ford explorar um de seus temas preferidos,
as superiores qualidades morais daqueles que a sociedade
"respeitável" rejeita. No tempo das diligências foi o primeiro filme
que Ford rodou no Monument Valley, uma paisagem de imponentes colinas de arenito
na fronteira de Utah com o Arizona. À medida que a pequena diligência segue
pela vastidão do deserto, a fragilidade dos seus ocupantes é duplamente
enfatizada quando a câmera se move na direção de um grupo de índios que observa
seu progresso. Ford não tenta apresentar os índios como indivíduos; eles são
apenas uma força da natureza. O ótimo desempenho de bilheteria do filme ajudou
a restabelecer o gênero faroeste. EB
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 119)
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
DRÁCULA A HISTÓRIA NUNCA CONTADA (Dracula Untold, EUA, 2014)
É
o filme de origem do vampiro produzido pela Universal.
A
trama conta a história do príncipe romeno Vlad Tepes, o Empalador,
um herói marcado por
uma trágica história de amor, ambientada numa era sombria de magia durante a
guerra da Romênia contra os turcos.
Ficha
Técnica
Direção: Gary
Shore
Roteiro: Matt
Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Luke
Evans, Dominic Cooper, Samantha Barks,Sarah Gadon, Charles
Dance, Samantha
Barks, Thor kristjansson, Art Parkinson, Charlie
Cox
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
118 1938 LEVADA DA BRECA (BRINGING UP BABY, EUA)
Direção: Howard Hawks
Produção: Howard Hawks, Cliff Reid
Roteiro:
Hagar Wilde, Dudley Nichols
Fotografia:
Russell Metty
Música:
Roy Webb
Elenco:
Cary Grant ………………Dr. David Huxley
Katharine Hepburn ……Susan Vance
Charles Ruggles ……… Maj. Horace Applegate
Walter Catlett ……………Constable Slocum
Barry Fitzgerald …………Sr. Gogarty
May
Robson …………….Tia Elizabeth
Levada
da breca, o ápice das comédias escrachadas, foi o primeiro de um contrato de
seis filmes que Howard Hawks fez com a RKO em 1937. Baseando-se de forma pouco promissora
em um conto sobre um jovem casal e seu leopardo de estimação, as filmagens estouraram
o prazo em 40 dias, e também o orçamento. Ele arrecadou tão pouco quando
lançado em 1938 que Hawks foi despedido da RKO e Katharine Hepburn teve que
pagar para rescindir o próprio contrato. À frente do seu tempo, seu ritmo
alucinado e diálogos espirituosos irresistíveis estabeleceram novos padrões
para todas as futuras comédias do gênero. Cary Grant, no auge da sua
comicidade, é o Dr. David Huxley, um belo e avoado paleontologista que passa os
dias montando um esqueleto de brontossauro enquanto é arrasado pela sua noiva
dominadora. Faltando apenas um osso para terminar o projeto de quatro anos do
museu, Huxley consegue arruinar uma importante reunião em campo de golfe com um
rico patrocinador em potencial. Lá, conhece Susan Vance (Hepburn). Tão bonita e
cabeça-de-vento quanto ele, ela rouba sua bola de golfe; depois disso, o mundo
de Huxley nunca mais volta ao normal. Fazendo de tudo para evitar que ele se
case com outra garota, Vance usa Baby, o leopardo amestrado enviado para ela da
América do Sul pelo seu irmão, para distrair o paleontologista. Quando o
cachorro da família enterra o precioso osso de Huxley, o casal é preso. Os
risos em Levada da breca são autênticos, a ponto de mascararem quase totalmente
sua habilidosa análise das expectativas de gênero, do sexo e do casamento na
década de 30. A censura suspeitou de tal forma dos significados mais profundos
e possivelmente sexuais do roteiro que questionou se a procura de Huxley pelo
seu "osso perdido" não faria referência à perda da masculinidade. A
cena em que Huxley veste o roupão femininoemplumado de Vance não ajudou a
afastar essa Ideia ao conter uma das primeiras citações da palavra
"gay" com outro significado que não o de "extremamente
feliz". Os críticos podem ter odiado, as plateias podem ter passado longe
dele e o Oscar pode não tê-lo favorecido na época, mas Levada da breca riu por
último dos seus detratores. Continua sendo uma das verdadeiras obras-primas de
espirituosidade em celuloide. KK
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 118)
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
116 1938 OLYMPIA-PARTE I: ÍDOLOS DO ESTÁDIO (OLYMPIA 1. TEIL - FEST DER VÖLKER, Alemanha) OLYMPIA-PARTE 2: VENCEDORES OLÍMPICOS (OLYMPIA 2. TEIL - FEST DER SCHÖNHEIT, Alemanha)
Direção:
Leni Riefenstahl
Produção:
Leni Riefenstahl
Roteiro:
Leni Riefenstahl
Fotografia: Wilfried Basse, Werner Bundhausen, Leo De
Lafrue, Wallet Frentz, Hans Karl Gottschalk, Willy
Hamelster, Walter Hege, Carl Junghans, Albert Kling,
Ernst Kunstmann, Guzzi Lantschnei, Otto Lantschner, Kurt Neubert, Erich Nitzschmann,
Hans Scheib, Hugo Schulze, Károly Vass, Willy Zielke. Andor von Barsy, Franz
von Friedl, Heinz von Jaworsky, Hugo Von Kaweczynski, Alexander von Lagorio
Música:
Herbert Windt, Waliei Gronostay
Festival
de Veneza: Leni Riefenitlhl (Troféu Mussolini - melhor filme)
Documentário
épico de Leni Riefenstahl sobre as Olimpíadas de 1936 em Berlim é às vezes
criticado por seu viés político. Patrocinado por Hitler, o filme contém, de fato,
algumas sequências que parecem apoiar a noção de superioridade “ariana". Ainda
assim, a cineasta recebeu uma medalha de ouro pela sua obra do Comitê Olímpico
em 1948, muito depois de o sonho de Hitler de um Reich de mil anos ter se
desintegrado. Não se pretende negar com isso que Olympia seja propagandista; Riefenstahl
jamais teria recebido o incrível financiamento e o apoio necessário se o resultado
não fosse útil politicamente. Em muitos aspectos, no entanto, Olympia .tende a
política. No geral, ele é mais uma ode às proezas atléticas e à poesia do corpo
humano em movimento. Poucos cineastas demonstraram o interesse estético de
Riefenstahl pela forma física e pelo movimento, e a façanha que a realização
deste documentário representa jamais foi igualada. Filmar os jogos e
supervisionar o imenso trabalho de pós-produção exigiria um esforço hercúleo
hoje em dia. No fim da década de 30, isso foi feito com equipamentos
primitivos. Apesar da mensagem abertamente política (a abertura acompanha a
condução da tocha da Grécia à Alemanha como se ela fosse uma espécie de jornada
sagrada), o filme é um triunfo artístico, prova não só do talento e da visão pessoais
de Riefenstahl como também da energia e habilidade da sua equipe de assistentes,
que chegou a várias centenas. Preparativos colossais foram necessários. Torres
de ferro para as câmeras e plataformas para os travelings foram construídas no
estádio e a Alemanha foi varrida de cabo a rabo em busca dos melhores
profissionais. Quase 250 horas foram filmadas e a montagem (incluindo o
acréscimo de efeitos sonoras e música) foi supervisionada pessoalmente por
Riefenstahl. A edição, na melhor tradição do cinema de documentário alemão,
possui um ritmo magistral, com cortes belamente executados e a medida certa de
variação nas provas repetitivas (como as competições de atletismo), para manter
o interesse visual. As alegações de Riefensthal de Inocência política podem soar
pouco convincentes, porém Olympia possui um outro lado, mais duradouro. Em poucas
palavras, é o mais comovente registro cinematográfico sobre o esporte e a competição
física já produzido. FIESP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 116)
terça-feira, 21 de outubro de 2014
115 1938 ANJOS DE CARA SUJA (ANGELS WITH DIRTY FACES, EUA)
Direção:
Michael Curtlz
Produção:
Samuel Bischoff
Roteiro: Rowland Brown, John Wexley, Warren Duff
Fotografia:
Sol Polito
Musica:
Max Steiner
Elenco:
James Cagney ……… Rocky Sullivan
Pat O’Brien ……………Jerry Connolly
Humphrey Bogart …… James Frazier
Ann Sheridan ………… Laury Ferguson
Billy Halop …………… Soapy
George Bancroft ………Mac Keefer
Indicação
ao Oscar: Michael Curtiz (Diretor), Rowland Brown (roteiro), James Cagney (ator)
Os
filmes de Michael Curtiz pregam responsabilidade social e Anjos de cara suja é
seu mais poderoso sermão. Rocky e Jerry, dois amigos que moravam em um bairro
barra pesada de Nova York, se tomam um famoso gangster (James Cagney) e um
padre engajado (Pat O'Brien), respectivamente. Uma gangue de adolescentes
idolatra Rocky, até o padre Jerry convencer seu amigo condenado a "se
acovardar" na sua execução. Ao sustentar sua missão didática, o visual e o
estilo de interpretação do filme são inflamados e explícitos ao ponto da
caricatura. Na verdade, a atuação de Cagney, com sua postura arrogante e ombros
erguidos, serviu de modelo para Impressionistas como Frank Gorshin e Rich Little.
Curtiz pode ser um moralista, mas não é um moralista simplório. A capitulação
final de Rocky é aflitiva, e o diretor não a torna mais palatável. Rocky é um
rebelde carismático, e o padre Jerry é um carola chato, porém o filme deixa
poucas dúvidas sobre qual desses caminhos é o melhor para o bem comum. O
angustiante clímax, um pesadelo de detalhes horripilantes e sombras
expressionistas à medida que Rocky é arrastado choramingando para a cadeira
elétrica, ainda mantém seu poder de enfurecer espectadores que não concordam
com o rígido ponto de vista moral do filme. No entanto, para o padre Jerry esse
tipo de atitude é, na melhor das hipóteses, sentimentalista e, na pior delas,
irresponsável. Amém. MR
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 115)
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
114 1938 AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD (THE ADVENTURES OF ROBIN HOOD, EUA)
Direção: Michael Curtis, William Keighley
Produção: Henry Blanke, Hal B. Wallis
Roteiro: Norman Reilly Raine, Seton L Miller
Fotografia:
Tony Gaudio, Sol Polito
Música:
Erich Wolfgang Korngold
Elenço:
Claude
Rains ………… Príncipe John
Olivia
de Havilland …… Maid Marian
Melville
Cooper …………Grande Xerife de Nottingham
Errol Flynn ……………. Robin Hood
Basil Rathbone ………..Sir Guy of Gisbourne
Ian Hunter …………….. Rei Richard
Oscar:
Carl Jules Weyl (direção de arte), Ralph Dawson (edição), Erich Wolfgang
Korngold (música)
Indicação
ao Oscar: Hal B. Wallis, Henry Blanke (melhor filme)
Quer
seja considerado capa e espada, romance de época ou comédia histórica, As aventuras
de Robin Hood é simplesmente a melhor produção do seu gênero já realizada. Com
o rei Ricardo nas Cruzadas, o reino é governado por seu irmão corrupto, John, interpretado
por Claude Rains, um tirano irascível que escuta gemidos vindos da câmara de
torturas e reflete: "Ah, mais reclamações dos nossos amigos saxãos sobre
os novos impostos." Sir Guy de Gisbourne, o aliado menos divertido porém
mais mortífero de John, é encarnado pelo incomparavelmente desumano Basil
Rathbone com uma malícia cortante. A dama mais bela da região é Marian, a
absurdamente encantadora Olivia de Havilland, com sua pele em tons de Technicolor.
No entanto, é o despossuído fora-da-lei Robin de Locksley que dá vida à trama
de intrigas, com o cavanhaque faceiro e charme australiano de Errol Flynn
fazendo dele um raro herói que pode ser um bem humorado vigarista em um momento
e no outro sacar um punhal, tornando-se um ousado rebelde ("Normando ou
saxão, que diferença faz? É a injustiça que eu odeio, não os normandos") e
um romântico escalador de sacadas. A velocidade do ritmo deste filme e a
quantidade de elementos que ele comporta são verdadeiramente impressionantes: a
trama é tão complexa quanto uma comédia shakespeariana. As batalhas, com suas
espadas se chocando e flechas sendo arremessadas, são deliciosas, e a história
termina como todas deveriam terminar: com o bem triunfando e os amantes juntos.
KN
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 114)
domingo, 19 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
A GOOD MARRIAGE (EUA, 2014)
113 1938 JEZEBEL (JEZEBEL, EUA)
Direção: William Wyler
Produção: Henry Blanke, Hal B Wallis, William Wyler
Roteiro:
Clements Ripley, Abem Finkel, John Huston, Robert Bucknet, baseado na peça de
Owen Davis
Fotografia:
Ernest Haller
Música: Al Dubin, Max Steiner, Harry Warren
Elenco:
Bette Davis …………...Julie
Henry Fonda …………Preston Dillard
George Brent …………Buck Cantrell
Margaret Lindsay …….Amy
Donald Crisp …………Dr. Livingstone
Fay Bainter ……………Tia Belle
Oscar:
Bette Davis (atriz)
Indicação
ao Oscar: Hal B. Wallis, Henry Blanke (melhor filme), Fay Bainter (atriz),
Ernest Haller (fotografia), Max Steiner (música)
O
segundo mais famoso retrato de Hollywood de uma mimada bela do Sul, Jezebel ofereceu
a Bette Davis o veículo perfeito para seus talentos como atriz em um papel marcante.
Davis Interpreta Julie Marsden, a mais cobiçada debutante da Nova Orleans de
1850, uma sociedade regida por códigos de comportamento inflexíveis que a jovem
considera sufocantes. Noiva de Preston Dillard (Henry Fonda), um nortista,
Julie não termina seu relacionamento com Buck Cantrell (George Brent), um
honrado cavalheiro
do
Sul e a figura mais compassiva da história. Logo em seguida, Preston deixa Nova
Orleans para voltar para o Norte; quando retorna à cidade, está casado com
outra mulher. Por petulância, Julie causa um duelo em que Buck é assassinado, o
que a transforma em pária, até para sua própria família. No entanto, ela se
redime através de um heroico sacrifício durante uma epidemia de febre amarela,
quando acompanha Preston, que se encontra muito doente, à ilha miserável onde
as vítimas da enfermidade estão confinadas. William Wyler faz uso de um
orçamento generoso e de um meticuloso desenho de arte nesta intrigante evocação
do período. Um estudo de personagem multo mais completo do que E o vento levou
(1939), Jezebel também foge do "mito do Sul agrário" que é tão
proeminente naquele filme. Jezebel mostra uma Nova Orleans decadente, sem
negros felizes e dominada por uma elite latifundiária agarrada a sua Invejosa
Ideia de honra. RBP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 113)
FILMOGRAFIA BETE DAVIS
2014 El último
adiós de Bette Davis Ela Mesma)
1998 Tudo Sobre
Minha Mãe (Margo)
1987 AS BALEIAS DE AGOSTO
(Libby Strong)
1983 Direito de
Morrer (Mini Dwyer)
1982 Cliente Morto
Não Paga (in "Deception") (archive footage)
1978 A Volta da
Montanha Enfeitiçada (Letha)
1978 Morte Sobre o
Nilo
1968 O Aniversário
(Mrs Taggart)
1964 Alguém Morreu
em Meu Lugar (Margaret DeLorca / Edith Phillips)
1964 Com a Maldade na Alma (Charlotte)
1001F
1962 O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (Jane
Hudson) 1001F
1955 A Rainha
Tirana (Rainha Elizabeth I)
1953 A Festa de
Casamento (Agnes Hurley)
1952 Lágrimas
Amargas (Margaret Elliot)
1950 A Malvada (Margo Channing) 1001F
1949 A Filha de
Satanás (Rosa Moline)
1948 Noiva da
Primavera (Linda Gilman)
1945 O Coração Não
Envelhece (Srta. Lilly Moffat)
1944 Vaidosa (Fanny
Trellis)
1943 Graças à
Minha Boa Estrela (Ela mesma)
1942 Estranha Passageira (Charlotte Vale)
1001F
1942 Nascida para
o Mal (Stanley Timberlake)
1942 Satã Janta
Conosco (Maggie Cutler)
1941 Pérfida (Regina Giddens)
1940 A Carta (Leslie
Crosbie)
1939 Meu Reino Por
um Amor (Rainha Elizabeth)
1939 Vitória Amarga (Judith Traherne)
COLEÇÃO
1938 Jezebel 1001F
1937 Somos do Amor
(Joyce Arden)
1936 A Floresta
Petrificada (Gabrielle Maple)
1935 Perigosa (Joyce
Heath)
1934 Escravos do
Desejo (Mildred Rogers)
1934 NÉVOA DE MISTÉRIO (FOG OVER FRISCO)
1932 TRÊS... AINDA É BOM (THREE ON A MATCH)
1934 NÉVOA DE MISTÉRIO (FOG OVER FRISCO)
1932 TRÊS... AINDA É BOM (THREE ON A MATCH)
112 1937 O DEMÔNIO DA ARGÉLIA (PÉPÉ LE MOKO, França)
Direção:
Julien Duvivier
Produção:
Raymond Hakim, Robert Hakim
Roteiro:
Jacques Constant, Julien Duvivier
Fotografia:
Marc Fossard, Jules Kruger
Música: Vincent Scotto, Mohamed Ygerbuchen
Elenco:
Jean
Gabin ………… Pépé le Moko
Gabriel
Gabrio ……… Carlos
Saturnin Fabre ……… Le Grand Père
Fernand Charpin …… Régis (as Charpin)
Lucas
Gridoux ………. Slimane
Gilbert Gil ……………. Pierrot (as Gilbert-Gil)
O
demônio da Argélia foi o filme que consolidou o estrelato de Jean Cabin e
definiu sua persona das telas como a de um sujeito durão e malandro que, embora
abertamente cínico, possui um veio romântico que causará sua derrocada. No
papel de Pépé, um gângster parisiense expatriado que se tornou um manda-chuva
na Casbah (a parte árabe de Argel), ele gosta do poder que tem, mas sente
nostalgia de Paris. Quando uma bela turista francesa (Mireille Balln), a
personificação de sua desejada terra natal, chama sua atenção, a tentação se
torna forte demais. No entanto, fora da Casbah ele fica vulnerável, pois lá um
incansável policial (Lucas Cridoux) está à espreita. A capacidade que o diretor
Jullen Duvivier tem de evocar toda uma atmosfera cria uma visão vibrante
(embora romantizada) da Casbah, um exótico labirinto de becos serpeantes,
repleto de detalhes pungentes. Pegando emprestados motivos dos clássicos gângsters
de Hollywood, mas temperando-os com um agourento romantismo gaulês, O demônio
da Argélia prefigura o gênero nolr. Imagens de barras, grades e cercas são recorrentes
no filme, frisando o aprisionamento de Pépé dentro de seu pequeno feudo. O
filme é permeado por um clima de anseio, de sonhos de juventude perdidos e de
desejos que jamais poderão ser saciados. Esse fatalismo o levou a ser proibido
durante a guerra pelo regime de Vichy; no entanto, sua recepção calorosa após
essa ausência temporária serviu apenas para confirmar seu status de clássico.
PK
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 112)
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
111 1937 CUPIDO E MOLEQUE TEIMOSO (THE AWFUL TRUTH, EUA)
Direção:
Leo McCarey
Produção:
Leo McCarey, Everett Klskin
Roteiro:
Vina Delmar, baseado na peça de Arthur Richman
Fotografia:
Joseph Walker
Música: Ben Oakland, George Parrish
Elenco:
Irene Dunne ………… Lucy Warriner
Cary Grant …………… Jerry Warriner
Ralph
Bellamy ………. ‘Dan’ Leeson
Cecil
Cunningham …. Tia Patsy
Molly
Lamont ………… Barbara Vance
Oscar:
Leo McCarey (diretor)
Indicação
ao Oscar: Leo McCarey, Everett Riskin (melhor filme), Vina Delmar (roteiro),
Irene Dunne (atriz),
Ralph
Bellamy (ator coadjuvante), Al Clark (edição)
Diz
a lenda que Cupido é moleque teimoso, de Leo McCarey, foi feito à base de muita
improvisação. Esta lenda combina perfeitamente com o ethos do próprio filme, no qual espontaneidade, gaiatice e a
capacidade de rir de seus próprios "atos" (assim como de se ver pelos
olhos da pessoa que está olhando para você naquele momento) são essenciais para
seu espetacular e cálido senso de humor, assim como para sua especulação sobre
como fazer um casamento dar certo. No entanto, a estrutura do roteiro, independentemente
da abordagem, é satisfatória. Ele começa com uma ruptura: Jerry (Cary Grant) e
Lucy (Irene Dunne), culpando-se mutuamente de infidelidade, mentiras e - o que
é pior - falta de confiança, decidem se divorciar. Lucy leva metade do filme -
que, nesse meio-tempo, acompanha seu flerte com Dan (Ralph Bellamy) - para
perceber que ainda ama Jerry. Porém chega a hora de ele se envolver com alguém,
uma "herdeira inconsequente". Assim que todas essas apostas são
encerradas, o filme se torna um road movie cujo destino é uma cabana na floresta
- com duas camas e 30 minutos restando para o divórcio ser definitivamente decretado.
Aqui, McCarey aperfeiçoa cada ingrediente da comédia romântica, desde a
oposição entre nova-iorquinos e sulistas até o papel dos jogos, canções e
danças como forma de revelar os sentimentos e princípios dos personagens.
Repleto de coadjuvantes esplêndidos e de maneirismos inspirados, Cupido é
moleque teimoso também possui um momento de pungente seriedade, quando Jerry c
Lucy se lembram do voto de casamento informal que fizeram ("Do fundo do
meu coração, eu sempre te amarei"). De todos os grandes filmes, este
talvez seja o mais difícil de se descrever em palavras. Isso pode ser explicado
em grande parte pelas suas pequenas piadas verbalmente sutis, nas quais frases
comuns são distorcidas pelo timing, ritmo e tom de voz. Acima de tudo, o filme
é um monumento à pura e adorável simpatia de suas estrelas. AM
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 111)
terça-feira, 14 de outubro de 2014
109 1937 A CRUZ DOS ANOS (MAKE WAY FOR TOMORROW, EUA)
Direção:
Leo McCarey
Produção: Leo McCarey, Adolph Zukor
Roteiro: Vina Delmar, baseado no livro The Years Are
So Long, de Josephine Lawrence.
Fotografia: William C. Mellor
Música: George Anthell, Victor Young, Sam Coslow, Leo
Robin, Jean Schwartz
Elenco:
Victor Moore ………….. Barkley ‘Pa’ Cooper
Beulah Bondi ………….Lucy ‘Ma’ Cooper
Fay Bainter …………… Anita Cooper
Thomas Mitchell ………George Cooper
Porter Hall …………… Harvey Chase
Barbara Read …………Rhoda Cooper
Nesta
singular obra-prima de um dos maiores diretores americanos, Victor Moore e Beulah
Bondi interpretam Bark e Lucy Cooper, um casal de idosos que se encontra diante
de um desastre financeiro e é forçado a se entregar à mercê dos seus filhos de meia-idade.
A primeira atitude dos filhos é separar os dois para que possam dividir a inconveniência
de hospedá-los. Aos poucos, a auto-estima e a dignidade dos idosos é dilapidada,
até se submeterem a um acordo pelo qual um deles ficaria em uma casa de repouso
em Nova York e o outro Iria para a Califórnia. A direção de Leo McCarey em A
cruz dos anos supera qualquer elogio. Todas as interpretações são expansivas e
naturais e a generosidade que McCarey dispensa aos seus personagens não conhece
limites. Ele demonstra uma rara noção de quando cortar do casal central para
revelar as atitudes das outras pessoas, sem sugerir que a compaixão deles é
condescendente ou que a sua indiferença é cruel, e sem nos forçar às lágrimas
ou à indignação (o que seria uma forma de penalizá-los). Não há nada de artificial
na maneira como McCarey lida com a história, portanto não há como escapar de
sua pungência. Dois exemplos bastam para Ilustrar a extraordinária elegância do
filme. Durante a dolorosa sequência em que a presença de Lucy, sem querer,
atrapalha a tentativa de sua nora de reunir amigos para jogar bridge em sua
casa, ela recebe uma ligação de Bark. Por ela falar multo alto ao telefone -
uma das várias características irritantes que McCarey e a roteirista Vina
Delmar não hesitam em dar ao casal de Idosos -, os convidados interrompem seu
jogo de cartas para ouvir. Suas reações (não enfatizadas, apenas mostradas) são
uma mistura de irritação, desconforto e tristeza. A última parte do filme, que
se concentra na breve reunião e derradeiro idílio do casal em Manhattan, é
sublime. McCarey nos revela a compaixão dos estranhos (um vendedor de carros,
uma guardadora de casacos, um gerente de hotel, um cantor de banda), mas jamais
nos impõe as reações deles através de contraplanos supérfluos. Enquanto Isso,
Lucy e Bark são constantemente mostrados juntos dentro dos mesmos planos. Com
sua dedicação apaixonada ao universo íntimo dos dois, A cruz dos anos é verdadeira
e profundamente tocante.
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 109)
sábado, 11 de outubro de 2014
108 1937 A VIDA DE EMILE ZOLA (THE LIFE OF EMILE ZOLA, EUA)
Direção:
William Dieterle
Produção:
Henry Blanke
Roteiro:
Norman Reilly Raine, Hainz Herald, Geza Herczeg, baseado no livro de Matthew Josephson
Fotografia:
Tony Gaudio
Música:
Max Steiner
Elenco:
Paul Muni, Gale Sondergaard, Joseph Schildkraut,
Gloria Holden, Donaid Crisp, Erin O'Brien-Monie, John Litel, Henry O'Nelll,
Morris Carnovsky, Louis Calhem, Ralph Morgan, Robert Barrat
Oscar: Henry Blanke (melhor filme); Heinz Herald, Geza
Herczeg, NormanReilly Raine (roteiro), Paul Muni
(ator), Anton Crot (direção de arte), Russell Saunders
(assistente de diretor), Max Steiner (música), Nathan Levlnson (som)
A
vida de Emile Zola, de William Dieterle, é o sucessor de sua cinebiografia A
história de Louis Pasteur, que alcançou grande sucesso ao trazer o ator Paul
Muni em outra trama sobre os esforços que um francês de princípios e esclarecido
faz para superar preonceitos. O filme começa com Zola lutando para se
estabelecer como escritor, até a publicação de Nana, seu sensacional romance
sobre uma prostituta. Depois de alcançar o sucesso, o autor está preparado para
gozar uma velhice próspera quando é visitado pela esposa de Alfred Dreyfus, um
oficial do Exército francês falsamente acusado de servir de espião para os
alemães e levado para a Ilha do Diabo. A história perturba a consciência de
Zola e - em uma longa passagem feita sob medida para Muni - ele lê em voz alta
seu famoso artigo "J'Accuse" ("Eu acuso") para o editor de
um jornal. Em uma sequência de montagem dinâmica típica da Warner Brothers, a
equipe do jornal se reúne em volta dele para escutar, as prensas cospem o
artigo e as pessoas correm para comprar o jornal. A vido de Emile Zola ganhou o
Oscar de Melhor Filme e sua seriedade latente é impressionante. Embora Dreyfus
tenha sido vítima de anti-semitismo, a palavra "judeu" não é dita em
nenhum momento. Evidentemente, a Warner Brothers temia que, em 1937 - com a
escalada do anti-semitismo na Europa -, filmes sobre sentimentos anti-semitas pudessem
inflamar o mesmo preconceito que foram feitos para denunciar. EB
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 108)
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
107 1937 STELLA DALLAS, MÃE REDENTORA (STELLA DALLAS, EUA)
Direção:
King Vidor
Produção: Samuel Coldwyn, Merrill Hulburd
Roteiro: Joe Bigelow, Harry Wagstaf Gribble, Sarah Y.
Mason, Gertrude Purcell, Victor Herrman, baseado no livro de Olive Higgins
Prouty
Fotografia:
Rudolph Maté
Música:
Alfred Newman
Elenco:
Barbara Stanwyck ……. Stella Dallas
John Boles ……………. Stephen Dallas
Anne Shirley ………….. Laurel Dallas
Barbara O’Neil …………Helen Morrison
Alan Hale …………….. Ed Munn
Marjorie Main ………….Mrs. Martin
Oscar:
Barbara Stanwyck (atriz). Anne Shirley (atriz coadjuvante)
Stella
Dallas, mãe redentora, de King Vidor, oferece um retrato vibrante e comovente
de uma mulher proletária forte o bastante para se sacrificar em prol de uma
melhor posição para sua filha na sociedade. O famoso romance de Olive Higgins
Prouty já havia sido filmado com sucesso em 1925. Porém, ao contrário da versão
muda de Henry King, Vidor tem a vantagem de contar com Barbara Stanwyck no
papel de protagonista, Stanwyck interpreta Stella como uma mulher inabalável,
glamourosa e inteligente. É fácil entender por que o bem-sucedido Stephen
Dallas (John Boles) se interessa por ela quando decide abandonar sua família c
seguir seu caminho sozinho. No entanto, pouco depois do nascimento de Laurel
(Anne Shirley), a filha dos dois, Stephen resolve voltar para sua antiga
namorada. Stella cria Laurel sozinha, devotando a vida à felicidade da filha;
contudo, na adolescência, Laurel se vê atraída pelo estilo de vida mais luxuoso
do pai e passa a querer viver com ele. A princípio, Stella resiste à mudança,
porém acaba por ceder, forçando a filha a partir, fingindo estar entregue à
bebida e não mais desejar a companhia dela. Laurel se muda para a casa do pai e
logo se casa com um playboy em uma cerimônia grandiosa que sua mãe, com
lágrimas escorrendo pelo rosto, acompanha da rua, por uma janela. Stella segue
adiante; no entanto, jamais atravessará novamente a barreira social que a
separa de Laurel. Uma história tocante e sincera que, sob a direção firme de
Vidor, nunca resvala no sentimentalismo barato. RBP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 107)
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