quinta-feira, 30 de outubro de 2014

#625 1992 FOME ANIMAL (Dead Alive / Braindead, Nova Zelândia)


Direção: Peter Jackson
Roteiro: Stephen Sinclair, Frances Walsh, Peter Jackson
Produção: Jim Booth, Jaime Selkirk (Produtor Associado)
Elenco: Timothy Blame, Diana Peñalver, Elizabeth Moody, Ian Watkin

Fome Animal é o auge do cinema splatstick. Por mais que filmes anteriores como Uma Noite AlucinanteRe-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e A Volta dos Mortos-Vivostenham se esforçado, Peter Jackson aqui chuta o balde e leva esse título com honrarias, com uma produção completamente nonsense, tosca, gore e nojenta. E você nem consegue imaginar que alguns anos depois ele seria o responsável por adaptar a trilogia O Senhor dos Aneis para as telas de cinema, produção que faturou 17 Oscars ao total. Acho que Fome Animal é o filme de terror mais escatológico dessa lista, quiçá da história do gênero. É a maior quantidade de podreira por película que eu já vi. Humor negro tão escrachado e surreal que chega a ser hilário. Cinema bagaceira em sua forma mais criativa e sublime. Nas locadoras da Suécia, quem alugava a fita levava um saco de vômito junto. Foi banido (novidade!!!) e retalhado em diversos países, incluindo Alemanha, Inglaterra (sempre a Inglaterra) e a Austrália. E não é para menos, foi gasto cerca de mil litros de sangue de porco durante as filmagens, sendo que metade disso se concentra somente na cena final. Você conhece o Macaco Rato da Sumatra? Não? Nem eu. Mas ele é uma criatura tosca, que vive na ilha da Oceania e dizem na boca pequena que é usado pelos nativos para praticar magia negra. Eis que um zoológico de Wellington, capital da Nova Zelândia, quer levar o bicho para seu quadro de animais. Pois bem, em Wellington mora Lionel, um mimado e tímido filho de uma senhora controladora, Vera Cosgrove, daqueles que é criado com leite com pera. Ele se envolve romanticamente com a quitandeira Paquita, conforme estava escrito nas cartas do tarô. Aos saírem para um idílico passeio ao zoológico, a mãe enxerida vai atrás para empatar o namoro dos dois e acidentalmente acaba sendo mordida pelo animal escroto, não antes dele ter se alimentado de um dos singelos macaquinhos do viveiro. E detalhe para a cena do ataque do Macaco Rato da Sumatra, que é toda feita em stop-motion. Um primor dos efeitos especiais. Só que ao contrário. E como consequência da mordida do animal, Vera transforma-se em um zumbi e começa a espalhar a epidemia por toda a cidade, caindo nas costas do pobre Lionel tentar segurar o ímpeto da velha e impedir sua… fome animal. Para isso, ele tem a brilhante ideia de tentar controlar, à base de tranquilizantes fornecidos por um veterinário nazista (???!!!!) sua mãe e as outros zumbis, deixando-os confinados em sua casa. E isso dá pano para uma infinidade de bizarrices, como o jantar que ele prepara para os zumbis, ou colocá-los no porão para assistir televisão ou ouvir ao rádio. E esse convívio social dos zumbis resulta até em uma relação sexual entre a enfermeira zumbi e o padre zumbi, que geram um bebê zumbi (!!!!!!!????), que Lionel leva para passear no parque. O filme é repleto de momentos antológicos, que extrapolam todo e qualquer limite do bom senso. Podemos destacar alguns, como a cena em que a presidenta da WLWL (WellingtonLadies Wellfare League, algo como Liga do Bem-Estar das Senhoras de Wellington) e seu marido vão almoçar na casa dos Cosgrove, enquanto Vera vai literalmente caindo aos pedaços e soltando pus e sangue no prato de sobremesa do convidado, que se delicia sem perceber o que está comendo e a velha come sua própria orelha que cai em sua tigela. É para estômagos fortes. Ou então quando um bando de zumbis punks faz arruaça no cemitério e o padre local mostra-se um verdadeiro kickboxer, dando uma de Bruce Lee lutando contra os mortos-vivos e distribuindo roundhouse kicks. E a sequência final, que acontece quando o inescrupuloso tio de Lionel e irmão de Vera, dá uma festa e todos ali são transformados em zumbi enquanto rola um imenso banho de sangue, com direito a gente sendo trucidada pela máquina de cortar grama. Uma coisa que bebe diretamente na fonte de Sam Raimi e seu A Morte do Demônio eUma Noite Alucinante é a forma como o personagem de Lionel, que é um babaca no começo do filme, vai se transformando em um porra louca conforme vai acabando com a vida dos zumbis e sendo coberto de sangue e mais sangue até o fim do terceiro ato. Se você é daqueles puritanos que só gosta de cinema de arte, filmes cult, filosóficos, vindo do Irã ou do Paquistão, que discute as dúvidas existencialistas da vida, passe muito, mas muito longe desse filme. Porque capaz de você perder a fé na sétima arte. Agora se você é fã daquela bela podreira, dá risada com situações nojentas e escabrosas e está pouco se lixando com alguma profundidade do roteiro e só quer se divertir, Fome Animal, mais um clássico do Cine Trash da Band, foi feito com todo carinho para você.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/03/12/625-fome-animal-1992/

HOUSEBOUND (Nova Zelândia, 2014)


119 1939 NO TEMPO DAS DILIGENCIAS (STAGECOACH, EUA)


Direção: John Ford
Produção: Walter Wanger, John Ford
Roteiro: Ernest Haycox, Dudley Nichols
Fotografia: Bert Clennon
Música: Louis Gruenberg, Richard Lageman, W. Franke Harling, John Leipold, Leo Shuken
Elenco:
Claire Trevor ……………. Dallas
John Wayne ……………. Ringo Kid
Andy Devine …………… Buck
John Carradine ………… Hatfield
Thomas Mitchell …………Doc Boone
Louise Platt ……………… Lucy Mallory
Ainda: George Bancroft, Donald Meek, Berton Churchill, Tim Holt, Tom Tyler.
Oscar : Thomas Mitchell (ator coadjuvante)
Indicação ao Oscar: Walter Wanger (melhor filme), John Ford (diretor), Bert Glennon (fotografia), Alexander Toluboff (direção de arte), Otho Lovering,  Dorothy Spencer (edição), Richard Hageman, W. Franke Harling, John Leipold, Leo Shuken (música)

A década de 30 não foi uma das melhores para os faroestes. Depois de alguns fracassos que custaram caro, como A grande jornada (1930) e Cimarron (1931), os grandes estúdios de um modo geral deixaram o gênero para produtotes pés-de-chlnelo de filmes B. John Ford não fazia um filme desse estilo havia mais de uma década quando escalou John Wayne e Claire Trevor para uma história sobre uma viagem de diligência através de um perigoso território indígena. Ao tentar vendê-lo para o produtor David O. Selznick, Ford descreveu No tempo das diligências como um "faroeste clássico", um ponto acima das produções B que o próprio Wayne vinha fazendo. Isso significava, entre outras coisas, tornar o filme mais interessante pata a plateia feminina. Assim, Ford e o roteirista Dudley Nichols acrescentaram ao roteiro original de Ernest Haycox uma história de amor mais elaborada e o nascimento de uma criança. Isso, no entanto, não foi suficiente para Selznick, que rejeitou o projeto. Não que No tempo das diligências economize nos atrativos mais tradicionais do gênero. A última parte do filme é repleta de ação, Incluindo uma troca de tiros entre Wayne e o bando de Plummer e um empolgante ataque de índios enquanto a diligência dispara pelo deserto. A sequência é enriquecida por um excelente trabalho de duble de Yaklma Canutt, que, no papel de um dos apaches do ataque, salta em cima de um dos cavalos da diligência, leva um tiro e tem que cair entre os cascos dos animais e passar por debaixo das rodas. Esta foi a segunda chance de Wayne de alcançar o estrelato depois do fracasso de A grande jornada, e ele a agarrou com unhas e dentes. Desde sua entrada em cena, de pé no deserto acenando para a diligência, ele Impressiona como Ringo Kid, que fugiu da cadeia para se vingar dos Plummers, os assassinos de seu pai e seu irmão. Contudo, a aparição de Wayne é postergada enquanto Ford explora a personalidade dos demais passageiros. Cada um é esboçado com habilidade e de forma memorável: Dallas (Claire Trevor), a garota despudorada que é expulsa da cidade junto com o bêbado Doe Boone (Thomas Mitchell) pelas senhoras puritanas defensoras da lei e da ordem; Peacock (Donald Meek), um tímido vendedor de uísque; Hatfield (John Carradine), um jogador do Sul; Mrs. Mallory (Louise Platt), a esposa grávida de um soldado de cavalaria; e Garewood (Berton Churchill), um banqueiro que está fugindo com os ativos do seu banco. Do lado de fora da diligência estão Buck (Andy Devine), o corpulento cocheiro, e Curly (George Bancroft), o xerife local. A interação entre os membros desse estranho grupo permite a Ford explorar um de seus temas preferidos, as superiores qualidades morais daqueles que a sociedade "respeitável" rejeita. No tempo das diligências foi o primeiro filme que Ford rodou no Monument Valley, uma paisagem de imponentes colinas de arenito na fronteira de Utah com o Arizona. À medida que a pequena diligência segue pela vastidão do deserto, a fragilidade dos seus ocupantes é duplamente enfatizada quando a câmera se move na direção de um grupo de índios que observa seu progresso. Ford não tenta apresentar os índios como indivíduos; eles são apenas uma força da natureza. O ótimo desempenho de bilheteria do filme ajudou a restabelecer o gênero faroeste. EB
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 119)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

LUCY (LUCY, EUA, 2014)


LIVRAI-NOS DO MAL (Deliver us from devil, EUA, 2014)


http://www.assombrado.com.br/2014/09/a-verdadeira-historia-do-filme-livrai.html

DRÁCULA A HISTÓRIA NUNCA CONTADA (Dracula Untold, EUA, 2014)


É o filme de origem do vampiro produzido pela Universal.

A trama conta a história do príncipe romeno Vlad Tepes, o Empalador, um herói marcado por uma trágica história de amor, ambientada numa era sombria de magia durante a guerra da Romênia contra os turcos.

Ficha Técnica
Direção: Gary Shore
Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Luke Evans, Dominic Cooper, Samantha Barks,Sarah Gadon, Charles

Dance, Samantha Barks, Thor kristjansson, Art Parkinson, Charlie Cox

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

118 1938 LEVADA DA BRECA (BRINGING UP BABY, EUA)


Direção: Howard Hawks
Produção: Howard Hawks, Cliff Reid
Roteiro: Hagar Wilde, Dudley Nichols
Fotografia: Russell Metty
Música: Roy Webb
Elenco:
Cary Grant ………………Dr. David Huxley
Katharine Hepburn ……Susan Vance
Charles Ruggles ……… Maj. Horace Applegate
Walter Catlett ……………Constable Slocum
Barry Fitzgerald …………Sr. Gogarty
May Robson …………….Tia Elizabeth

Levada da breca, o ápice das comédias escrachadas, foi o primeiro de um contrato de seis filmes que Howard Hawks fez com a RKO em 1937. Baseando-se de forma pouco promissora em um conto sobre um jovem casal e seu leopardo de estimação, as filmagens estouraram o prazo em 40 dias, e também o orçamento. Ele arrecadou tão pouco quando lançado em 1938 que Hawks foi despedido da RKO e Katharine Hepburn teve que pagar para rescindir o próprio contrato. À frente do seu tempo, seu ritmo alucinado e diálogos espirituosos irresistíveis estabeleceram novos padrões para todas as futuras comédias do gênero. Cary Grant, no auge da sua comicidade, é o Dr. David Huxley, um belo e avoado paleontologista que passa os dias montando um esqueleto de brontossauro enquanto é arrasado pela sua noiva dominadora. Faltando apenas um osso para terminar o projeto de quatro anos do museu, Huxley consegue arruinar uma importante reunião em campo de golfe com um rico patrocinador em potencial. Lá, conhece Susan Vance (Hepburn). Tão bonita e cabeça-de-vento quanto ele, ela rouba sua bola de golfe; depois disso, o mundo de Huxley nunca mais volta ao normal. Fazendo de tudo para evitar que ele se case com outra garota, Vance usa Baby, o leopardo amestrado enviado para ela da América do Sul pelo seu irmão, para distrair o paleontologista. Quando o cachorro da família enterra o precioso osso de Huxley, o casal é preso. Os risos em Levada da breca são autênticos, a ponto de mascararem quase totalmente sua habilidosa análise das expectativas de gênero, do sexo e do casamento na década de 30. A censura suspeitou de tal forma dos significados mais profundos e possivelmente sexuais do roteiro que questionou se a procura de Huxley pelo seu "osso perdido" não faria referência à perda da masculinidade. A cena em que Huxley veste o roupão femininoemplumado de Vance não ajudou a afastar essa Ideia ao conter uma das primeiras citações da palavra "gay" com outro significado que não o de "extremamente feliz". Os críticos podem ter odiado, as plateias podem ter passado longe dele e o Oscar pode não tê-lo favorecido na época, mas Levada da breca riu por último dos seus detratores. Continua sendo uma das verdadeiras obras-primas de espirituosidade em celuloide. KK
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 118)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

116 1938 OLYMPIA-PARTE I: ÍDOLOS DO ESTÁDIO (OLYMPIA 1. TEIL - FEST DER VÖLKER, Alemanha) OLYMPIA-PARTE 2: VENCEDORES OLÍMPICOS (OLYMPIA 2. TEIL - FEST DER SCHÖNHEIT, Alemanha)



Direção: Leni Riefenstahl
Produção: Leni Riefenstahl
Roteiro: Leni Riefenstahl
Fotografia: Wilfried Basse, Werner Bundhausen, Leo De Lafrue, Wallet Frentz, Hans Karl Gottschalk, Willy
Hamelster, Walter Hege, Carl Junghans, Albert Kling, Ernst Kunstmann, Guzzi Lantschnei, Otto Lantschner, Kurt Neubert, Erich Nitzschmann, Hans Scheib, Hugo Schulze, Károly Vass, Willy Zielke. Andor von Barsy, Franz von Friedl, Heinz von Jaworsky, Hugo Von Kaweczynski, Alexander von Lagorio
Música: Herbert Windt, Waliei Gronostay

Festival de Veneza: Leni Riefenitlhl (Troféu Mussolini - melhor filme)

Documentário épico de Leni Riefenstahl sobre as Olimpíadas de 1936 em Berlim é às vezes criticado por seu viés político. Patrocinado por Hitler, o filme contém, de fato, algumas sequências que parecem apoiar a noção de superioridade “ariana". Ainda assim, a cineasta recebeu uma medalha de ouro pela sua obra do Comitê Olímpico em 1948, muito depois de o sonho de Hitler de um Reich de mil anos ter se desintegrado. Não se pretende negar com isso que Olympia seja propagandista; Riefenstahl jamais teria recebido o incrível financiamento e o apoio necessário se o resultado não fosse útil politicamente. Em muitos aspectos, no entanto, Olympia .tende a política. No geral, ele é mais uma ode às proezas atléticas e à poesia do corpo humano em movimento. Poucos cineastas demonstraram o interesse estético de Riefenstahl pela forma física e pelo movimento, e a façanha que a realização deste documentário representa jamais foi igualada. Filmar os jogos e supervisionar o imenso trabalho de pós-produção exigiria um esforço hercúleo hoje em dia. No fim da década de 30, isso foi feito com equipamentos primitivos. Apesar da mensagem abertamente política (a abertura acompanha a condução da tocha da Grécia à Alemanha como se ela fosse uma espécie de jornada sagrada), o filme é um triunfo artístico, prova não só do talento e da visão pessoais de Riefenstahl como também da energia e habilidade da sua equipe de assistentes, que chegou a várias centenas. Preparativos colossais foram necessários. Torres de ferro para as câmeras e plataformas para os travelings foram construídas no estádio e a Alemanha foi varrida de cabo a rabo em busca dos melhores profissionais. Quase 250 horas foram filmadas e a montagem (incluindo o acréscimo de efeitos sonoras e música) foi supervisionada pessoalmente por Riefenstahl. A edição, na melhor tradição do cinema de documentário alemão, possui um ritmo magistral, com cortes belamente executados e a medida certa de variação nas provas repetitivas (como as competições de atletismo), para manter o interesse visual. As alegações de Riefensthal de Inocência política podem soar pouco convincentes, porém Olympia possui um outro lado, mais duradouro. Em poucas palavras, é o mais comovente registro cinematográfico sobre o esporte e a competição física já produzido. FIESP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 116)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

115 1938 ANJOS DE CARA SUJA (ANGELS WITH DIRTY FACES, EUA)


Direção: Michael Curtlz
Produção: Samuel Bischoff
Roteiro: Rowland Brown, John Wexley, Warren Duff
Fotografia: Sol Polito
Musica: Max Steiner
Elenco:
James Cagney ……… Rocky Sullivan
Pat O’Brien ……………Jerry Connolly
Humphrey Bogart …… James Frazier
Ann Sheridan ………… Laury Ferguson
Billy Halop …………… Soapy
George Bancroft ………Mac Keefer

Indicação ao Oscar: Michael Curtiz (Diretor), Rowland Brown (roteiro), James Cagney (ator)

Os filmes de Michael Curtiz pregam responsabilidade social e Anjos de cara suja é seu mais poderoso sermão. Rocky e Jerry, dois amigos que moravam em um bairro barra pesada de Nova York, se tomam um famoso gangster (James Cagney) e um padre engajado (Pat O'Brien), respectivamente. Uma gangue de adolescentes idolatra Rocky, até o padre Jerry convencer seu amigo condenado a "se acovardar" na sua execução. Ao sustentar sua missão didática, o visual e o estilo de interpretação do filme são inflamados e explícitos ao ponto da caricatura. Na verdade, a atuação de Cagney, com sua postura arrogante e ombros erguidos, serviu de modelo para Impressionistas como Frank Gorshin e Rich Little. Curtiz pode ser um moralista, mas não é um moralista simplório. A capitulação final de Rocky é aflitiva, e o diretor não a torna mais palatável. Rocky é um rebelde carismático, e o padre Jerry é um carola chato, porém o filme deixa poucas dúvidas sobre qual desses caminhos é o melhor para o bem comum. O angustiante clímax, um pesadelo de detalhes horripilantes e sombras expressionistas à medida que Rocky é arrastado choramingando para a cadeira elétrica, ainda mantém seu poder de enfurecer espectadores que não concordam com o rígido ponto de vista moral do filme. No entanto, para o padre Jerry esse tipo de atitude é, na melhor das hipóteses, sentimentalista e, na pior delas, irresponsável. Amém. MR
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 115)

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ANNABELLE (EUA, 2014)


114 1938 AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD (THE ADVENTURES OF ROBIN HOOD, EUA)


Direção: Michael Curtis, William Keighley
Produção: Henry Blanke, Hal B. Wallis
Roteiro: Norman Reilly Raine, Seton L Miller
Fotografia: Tony Gaudio, Sol Polito
Música: Erich Wolfgang Korngold
Elenço:
Claude Rains ………… Príncipe John
Olivia de Havilland …… Maid Marian
Melville Cooper …………Grande Xerife de Nottingham
Errol Flynn ……………. Robin Hood
Basil Rathbone ………..Sir Guy of Gisbourne
Ian Hunter …………….. Rei Richard

Oscar: Carl Jules Weyl (direção de arte), Ralph Dawson (edição), Erich Wolfgang Korngold (música)

Indicação ao Oscar: Hal B. Wallis, Henry Blanke (melhor filme)

Quer seja considerado capa e espada, romance de época ou comédia histórica, As aventuras de Robin Hood é simplesmente a melhor produção do seu gênero já realizada. Com o rei Ricardo nas Cruzadas, o reino é governado por seu irmão corrupto, John, interpretado por Claude Rains, um tirano irascível que escuta gemidos vindos da câmara de torturas e reflete: "Ah, mais reclamações dos nossos amigos saxãos sobre os novos impostos." Sir Guy de Gisbourne, o aliado menos divertido porém mais mortífero de John, é encarnado pelo incomparavelmente desumano Basil Rathbone com uma malícia cortante. A dama mais bela da região é Marian, a absurdamente encantadora Olivia de Havilland, com sua pele em tons de Technicolor. No entanto, é o despossuído fora-da-lei Robin de Locksley que dá vida à trama de intrigas, com o cavanhaque faceiro e charme australiano de Errol Flynn fazendo dele um raro herói que pode ser um bem humorado vigarista em um momento e no outro sacar um punhal, tornando-se um ousado rebelde ("Normando ou saxão, que diferença faz? É a injustiça que eu odeio, não os normandos") e um romântico escalador de sacadas. A velocidade do ritmo deste filme e a quantidade de elementos que ele comporta são verdadeiramente impressionantes: a trama é tão complexa quanto uma comédia shakespeariana. As batalhas, com suas espadas se chocando e flechas sendo arremessadas, são deliciosas, e a história termina como todas deveriam terminar: com o bem triunfando e os amantes juntos. KN
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 114)

sábado, 18 de outubro de 2014

A GOOD MARRIAGE (EUA, 2014)

Darcy e Bob são casados 25 anos, e levam um relacionamento tranquilo e amoroso. Um dia, no entanto, uma série de assassinatos começa a acontecer na região, e Darcy suspeita que seu marido seja o responsável pela morte brutal de mulheres no local. Como lidar com o segredo?

113 1938 JEZEBEL (JEZEBEL, EUA)


Direção: William Wyler
Produção: Henry Blanke, Hal B Wallis, William Wyler
Roteiro: Clements Ripley, Abem Finkel, John Huston, Robert Bucknet, baseado na peça de Owen Davis
Fotografia: Ernest Haller
Música: Al Dubin, Max Steiner, Harry Warren
Elenco:
Bette Davis …………...Julie
Henry Fonda …………Preston Dillard
George Brent …………Buck Cantrell
Margaret Lindsay …….Amy
Donald Crisp …………Dr. Livingstone
Fay Bainter ……………Tia Belle

Oscar: Bette Davis (atriz)

Indicação ao Oscar: Hal B. Wallis, Henry Blanke (melhor filme), Fay Bainter (atriz), Ernest Haller (fotografia), Max Steiner (música)

O segundo mais famoso retrato de Hollywood de uma mimada bela do Sul, Jezebel ofereceu a Bette Davis o veículo perfeito para seus talentos como atriz em um papel marcante. Davis Interpreta Julie Marsden, a mais cobiçada debutante da Nova Orleans de 1850, uma sociedade regida por códigos de comportamento inflexíveis que a jovem considera sufocantes. Noiva de Preston Dillard (Henry Fonda), um nortista, Julie não termina seu relacionamento com Buck Cantrell (George Brent), um honrado cavalheiro
do Sul e a figura mais compassiva da história. Logo em seguida, Preston deixa Nova Orleans para voltar para o Norte; quando retorna à cidade, está casado com outra mulher. Por petulância, Julie causa um duelo em que Buck é assassinado, o que a transforma em pária, até para sua própria família. No entanto, ela se redime através de um heroico sacrifício durante uma epidemia de febre amarela, quando acompanha Preston, que se encontra muito doente, à ilha miserável onde as vítimas da enfermidade estão confinadas. William Wyler faz uso de um orçamento generoso e de um meticuloso desenho de arte nesta intrigante evocação do período. Um estudo de personagem multo mais completo do que E o vento levou (1939), Jezebel também foge do "mito do Sul agrário" que é tão proeminente naquele filme. Jezebel mostra uma Nova Orleans decadente, sem negros felizes e dominada por uma elite latifundiária agarrada a sua Invejosa Ideia de honra. RBP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 113)


FILMOGRAFIA BETE DAVIS
2014 El último adiós de Bette Davis Ela Mesma)
1998 Tudo Sobre Minha Mãe (Margo)
1987 AS BALEIAS DE AGOSTO (Libby Strong)
1983 Direito de Morrer (Mini Dwyer)
1982 Cliente Morto Não Paga (in "Deception") (archive footage)
1978 A Volta da Montanha Enfeitiçada (Letha)
1978 Morte Sobre o Nilo
1968 O Aniversário (Mrs Taggart)
1964 Alguém Morreu em Meu Lugar (Margaret DeLorca / Edith Phillips)
1964 Com a Maldade na Alma (Charlotte) 1001F
1962 O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (Jane Hudson) 1001F
1955 A Rainha Tirana (Rainha Elizabeth I)
1953 A Festa de Casamento (Agnes Hurley)
1952 Lágrimas Amargas (Margaret Elliot)
1950 A Malvada (Margo Channing) 1001F
1949 A Filha de Satanás (Rosa Moline)
1948 Noiva da Primavera (Linda Gilman)
1945 O Coração Não Envelhece (Srta. Lilly Moffat)
1944 Vaidosa (Fanny Trellis)
1943 Graças à Minha Boa Estrela (Ela mesma)
1942 Estranha Passageira (Charlotte Vale) 1001F
1942 Nascida para o Mal (Stanley Timberlake)
1942 Satã Janta Conosco (Maggie Cutler)
1941 Pérfida (Regina Giddens)
1940 A Carta (Leslie Crosbie)
1939 Meu Reino Por um Amor (Rainha Elizabeth)
1939 Vitória Amarga (Judith Traherne) COLEÇÃO
1938 Jezebel 1001F
1937 Somos do Amor (Joyce Arden)
1936 A Floresta Petrificada (Gabrielle Maple)
1935 Perigosa (Joyce Heath)
1934 Escravos do Desejo (Mildred Rogers)
1934 NÉVOA DE MISTÉRIO (FOG OVER FRISCO)
1932 TRÊS... AINDA É BOM (THREE ON A MATCH)

112 1937 O DEMÔNIO DA ARGÉLIA (PÉPÉ LE MOKO, França)


Direção: Julien Duvivier
Produção: Raymond Hakim, Robert Hakim
Roteiro: Jacques Constant, Julien Duvivier
Fotografia: Marc Fossard, Jules Kruger
Música: Vincent Scotto, Mohamed Ygerbuchen
Elenco:
Jean Gabin ………… Pépé le Moko
Gabriel Gabrio ……… Carlos
Saturnin Fabre ……… Le Grand Père
Fernand Charpin …… Régis (as Charpin)
Lucas Gridoux ………. Slimane
Gilbert Gil ……………. Pierrot (as Gilbert-Gil)

O demônio da Argélia foi o filme que consolidou o estrelato de Jean Cabin e definiu sua persona das telas como a de um sujeito durão e malandro que, embora abertamente cínico, possui um veio romântico que causará sua derrocada. No papel de Pépé, um gângster parisiense expatriado que se tornou um manda-chuva na Casbah (a parte árabe de Argel), ele gosta do poder que tem, mas sente nostalgia de Paris. Quando uma bela turista francesa (Mireille Balln), a personificação de sua desejada terra natal, chama sua atenção, a tentação se torna forte demais. No entanto, fora da Casbah ele fica vulnerável, pois lá um incansável policial (Lucas Cridoux) está à espreita. A capacidade que o diretor Jullen Duvivier tem de evocar toda uma atmosfera cria uma visão vibrante (embora romantizada) da Casbah, um exótico labirinto de becos serpeantes, repleto de detalhes pungentes. Pegando emprestados motivos dos clássicos gângsters de Hollywood, mas temperando-os com um agourento romantismo gaulês, O demônio da Argélia prefigura o gênero nolr. Imagens de barras, grades e cercas são recorrentes no filme, frisando o aprisionamento de Pépé dentro de seu pequeno feudo. O filme é permeado por um clima de anseio, de sonhos de juventude perdidos e de desejos que jamais poderão ser saciados. Esse fatalismo o levou a ser proibido durante a guerra pelo regime de Vichy; no entanto, sua recepção calorosa após essa ausência temporária serviu apenas para confirmar seu status de clássico. PK
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 112)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

111 1937 CUPIDO E MOLEQUE TEIMOSO (THE AWFUL TRUTH, EUA)


Direção: Leo McCarey
Produção: Leo McCarey, Everett Klskin
Roteiro: Vina Delmar, baseado na peça de Arthur Richman
Fotografia: Joseph Walker
Música: Ben Oakland, George Parrish
Elenco:
Irene Dunne ………… Lucy Warriner
Cary Grant …………… Jerry Warriner
Ralph Bellamy ………. ‘Dan’ Leeson
Cecil Cunningham …. Tia Patsy
Molly Lamont ………… Barbara Vance

Oscar: Leo McCarey (diretor)
Indicação ao Oscar: Leo McCarey, Everett Riskin (melhor filme), Vina Delmar (roteiro), Irene Dunne (atriz),
Ralph Bellamy (ator coadjuvante), Al Clark (edição)

Diz a lenda que Cupido é moleque teimoso, de Leo McCarey, foi feito à base de muita improvisação. Esta lenda combina perfeitamente com o ethos do próprio filme, no qual espontaneidade, gaiatice e a capacidade de rir de seus próprios "atos" (assim como de se ver pelos olhos da pessoa que está olhando para você naquele momento) são essenciais para seu espetacular e cálido senso de humor, assim como para sua especulação sobre como fazer um casamento dar certo. No entanto, a estrutura do roteiro, independentemente da abordagem, é satisfatória. Ele começa com uma ruptura: Jerry (Cary Grant) e Lucy (Irene Dunne), culpando-se mutuamente de infidelidade, mentiras e - o que é pior - falta de confiança, decidem se divorciar. Lucy leva metade do filme - que, nesse meio-tempo, acompanha seu flerte com Dan (Ralph Bellamy) - para perceber que ainda ama Jerry. Porém chega a hora de ele se envolver com alguém, uma "herdeira inconsequente". Assim que todas essas apostas são encerradas, o filme se torna um road movie cujo destino é uma cabana na floresta - com duas camas e 30 minutos restando para o divórcio ser definitivamente decretado. Aqui, McCarey aperfeiçoa cada ingrediente da comédia romântica, desde a oposição entre nova-iorquinos e sulistas até o papel dos jogos, canções e danças como forma de revelar os sentimentos e princípios dos personagens. Repleto de coadjuvantes esplêndidos e de maneirismos inspirados, Cupido é moleque teimoso também possui um momento de pungente seriedade, quando Jerry c Lucy se lembram do voto de casamento informal que fizeram ("Do fundo do meu coração, eu sempre te amarei"). De todos os grandes filmes, este talvez seja o mais difícil de se descrever em palavras. Isso pode ser explicado em grande parte pelas suas pequenas piadas verbalmente sutis, nas quais frases comuns são distorcidas pelo timing, ritmo e tom de voz. Acima de tudo, o filme é um monumento à pura e adorável simpatia de suas estrelas. AM
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 111)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

109 1937 A CRUZ DOS ANOS (MAKE WAY FOR TOMORROW, EUA)


Direção: Leo McCarey
Produção: Leo McCarey, Adolph Zukor
Roteiro: Vina Delmar, baseado no livro The Years Are So Long, de Josephine Lawrence.
Fotografia: William C. Mellor
Música: George Anthell, Victor Young, Sam Coslow, Leo Robin, Jean Schwartz
Elenco:
Victor Moore ………….. Barkley ‘Pa’ Cooper
Beulah Bondi ………….Lucy ‘Ma’ Cooper
Fay Bainter …………… Anita Cooper
Thomas Mitchell ………George Cooper
Porter Hall …………… Harvey Chase
Barbara Read …………Rhoda Cooper

Nesta singular obra-prima de um dos maiores diretores americanos, Victor Moore e Beulah Bondi interpretam Bark e Lucy Cooper, um casal de idosos que se encontra diante de um desastre financeiro e é forçado a se entregar à mercê dos seus filhos de meia-idade. A primeira atitude dos filhos é separar os dois para que possam dividir a inconveniência de hospedá-los. Aos poucos, a auto-estima e a dignidade dos idosos é dilapidada, até se submeterem a um acordo pelo qual um deles ficaria em uma casa de repouso em Nova York e o outro Iria para a Califórnia. A direção de Leo McCarey em A cruz dos anos supera qualquer elogio. Todas as interpretações são expansivas e naturais e a generosidade que McCarey dispensa aos seus personagens não conhece limites. Ele demonstra uma rara noção de quando cortar do casal central para revelar as atitudes das outras pessoas, sem sugerir que a compaixão deles é condescendente ou que a sua indiferença é cruel, e sem nos forçar às lágrimas ou à indignação (o que seria uma forma de penalizá-los). Não há nada de artificial na maneira como McCarey lida com a história, portanto não há como escapar de sua pungência. Dois exemplos bastam para Ilustrar a extraordinária elegância do filme. Durante a dolorosa sequência em que a presença de Lucy, sem querer, atrapalha a tentativa de sua nora de reunir amigos para jogar bridge em sua casa, ela recebe uma ligação de Bark. Por ela falar multo alto ao telefone - uma das várias características irritantes que McCarey e a roteirista Vina Delmar não hesitam em dar ao casal de Idosos -, os convidados interrompem seu jogo de cartas para ouvir. Suas reações (não enfatizadas, apenas mostradas) são uma mistura de irritação, desconforto e tristeza. A última parte do filme, que se concentra na breve reunião e derradeiro idílio do casal em Manhattan, é sublime. McCarey nos revela a compaixão dos estranhos (um vendedor de carros, uma guardadora de casacos, um gerente de hotel, um cantor de banda), mas jamais nos impõe as reações deles através de contraplanos supérfluos. Enquanto Isso, Lucy e Bark são constantemente mostrados juntos dentro dos mesmos planos. Com sua dedicação apaixonada ao universo íntimo dos dois, A cruz dos anos é verdadeira e profundamente tocante.
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 109)

sábado, 11 de outubro de 2014

108 1937 A VIDA DE EMILE ZOLA (THE LIFE OF EMILE ZOLA, EUA)


Direção: William Dieterle
Produção: Henry Blanke
Roteiro: Norman Reilly Raine, Hainz Herald, Geza Herczeg, baseado no livro de Matthew Josephson
Fotografia: Tony Gaudio
Música: Max Steiner
Elenco:
Paul Muni, Gale Sondergaard, Joseph Schildkraut, Gloria Holden, Donaid Crisp, Erin O'Brien-Monie, John Litel, Henry O'Nelll, Morris Carnovsky, Louis Calhem, Ralph Morgan, Robert Barrat
Oscar: Henry Blanke (melhor filme); Heinz Herald, Geza Herczeg, NormanReilly Raine (roteiro), Paul Muni
(ator), Anton Crot (direção de arte), Russell Saunders (assistente de diretor), Max Steiner (música), Nathan Levlnson (som)

A vida de Emile Zola, de William Dieterle, é o sucessor de sua cinebiografia A história de Louis Pasteur, que alcançou grande sucesso ao trazer o ator Paul Muni em outra trama sobre os esforços que um francês de princípios e esclarecido faz para superar preonceitos. O filme começa com Zola lutando para se estabelecer como escritor, até a publicação de Nana, seu sensacional romance sobre uma prostituta. Depois de alcançar o sucesso, o autor está preparado para gozar uma velhice próspera quando é visitado pela esposa de Alfred Dreyfus, um oficial do Exército francês falsamente acusado de servir de espião para os alemães e levado para a Ilha do Diabo. A história perturba a consciência de Zola e - em uma longa passagem feita sob medida para Muni - ele lê em voz alta seu famoso artigo "J'Accuse" ("Eu acuso") para o editor de um jornal. Em uma sequência de montagem dinâmica típica da Warner Brothers, a equipe do jornal se reúne em volta dele para escutar, as prensas cospem o artigo e as pessoas correm para comprar o jornal. A vido de Emile Zola ganhou o Oscar de Melhor Filme e sua seriedade latente é impressionante. Embora Dreyfus tenha sido vítima de anti-semitismo, a palavra "judeu" não é dita em nenhum momento. Evidentemente, a Warner Brothers temia que, em 1937 - com a escalada do anti-semitismo na Europa -, filmes sobre sentimentos anti-semitas pudessem inflamar o mesmo preconceito que foram feitos para denunciar. EB
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 108)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

107 1937 STELLA DALLAS, MÃE REDENTORA (STELLA DALLAS, EUA)


Direção: King Vidor
Produção: Samuel Coldwyn, Merrill Hulburd
Roteiro: Joe Bigelow, Harry Wagstaf Gribble, Sarah Y. Mason, Gertrude Purcell, Victor Herrman, baseado no livro de Olive Higgins Prouty
Fotografia: Rudolph Maté
Música: Alfred Newman
Elenco:
Barbara Stanwyck ……. Stella Dallas
John Boles ……………. Stephen Dallas
Anne Shirley ………….. Laurel Dallas
Barbara O’Neil …………Helen Morrison
Alan Hale …………….. Ed Munn
Marjorie Main ………….Mrs. Martin

Oscar: Barbara Stanwyck (atriz). Anne Shirley (atriz coadjuvante)

Stella Dallas, mãe redentora, de King Vidor, oferece um retrato vibrante e comovente de uma mulher proletária forte o bastante para se sacrificar em prol de uma melhor posição para sua filha na sociedade. O famoso romance de Olive Higgins Prouty já havia sido filmado com sucesso em 1925. Porém, ao contrário da versão muda de Henry King, Vidor tem a vantagem de contar com Barbara Stanwyck no papel de protagonista, Stanwyck interpreta Stella como uma mulher inabalável, glamourosa e inteligente. É fácil entender por que o bem-sucedido Stephen Dallas (John Boles) se interessa por ela quando decide abandonar sua família c seguir seu caminho sozinho. No entanto, pouco depois do nascimento de Laurel (Anne Shirley), a filha dos dois, Stephen resolve voltar para sua antiga namorada. Stella cria Laurel sozinha, devotando a vida à felicidade da filha; contudo, na adolescência, Laurel se vê atraída pelo estilo de vida mais luxuoso do pai e passa a querer viver com ele. A princípio, Stella resiste à mudança, porém acaba por ceder, forçando a filha a partir, fingindo estar entregue à bebida e não mais desejar a companhia dela. Laurel se muda para a casa do pai e logo se casa com um playboy em uma cerimônia grandiosa que sua mãe, com lágrimas escorrendo pelo rosto, acompanha da rua, por uma janela. Stella segue adiante; no entanto, jamais atravessará novamente a barreira social que a separa de Laurel. Uma história tocante e sincera que, sob a direção firme de Vidor, nunca resvala no sentimentalismo barato. RBP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 107)