sábado, 18 de outubro de 2014

112 1937 O DEMÔNIO DA ARGÉLIA (PÉPÉ LE MOKO, França)


Direção: Julien Duvivier
Produção: Raymond Hakim, Robert Hakim
Roteiro: Jacques Constant, Julien Duvivier
Fotografia: Marc Fossard, Jules Kruger
Música: Vincent Scotto, Mohamed Ygerbuchen
Elenco:
Jean Gabin ………… Pépé le Moko
Gabriel Gabrio ……… Carlos
Saturnin Fabre ……… Le Grand Père
Fernand Charpin …… Régis (as Charpin)
Lucas Gridoux ………. Slimane
Gilbert Gil ……………. Pierrot (as Gilbert-Gil)

O demônio da Argélia foi o filme que consolidou o estrelato de Jean Cabin e definiu sua persona das telas como a de um sujeito durão e malandro que, embora abertamente cínico, possui um veio romântico que causará sua derrocada. No papel de Pépé, um gângster parisiense expatriado que se tornou um manda-chuva na Casbah (a parte árabe de Argel), ele gosta do poder que tem, mas sente nostalgia de Paris. Quando uma bela turista francesa (Mireille Balln), a personificação de sua desejada terra natal, chama sua atenção, a tentação se torna forte demais. No entanto, fora da Casbah ele fica vulnerável, pois lá um incansável policial (Lucas Cridoux) está à espreita. A capacidade que o diretor Jullen Duvivier tem de evocar toda uma atmosfera cria uma visão vibrante (embora romantizada) da Casbah, um exótico labirinto de becos serpeantes, repleto de detalhes pungentes. Pegando emprestados motivos dos clássicos gângsters de Hollywood, mas temperando-os com um agourento romantismo gaulês, O demônio da Argélia prefigura o gênero nolr. Imagens de barras, grades e cercas são recorrentes no filme, frisando o aprisionamento de Pépé dentro de seu pequeno feudo. O filme é permeado por um clima de anseio, de sonhos de juventude perdidos e de desejos que jamais poderão ser saciados. Esse fatalismo o levou a ser proibido durante a guerra pelo regime de Vichy; no entanto, sua recepção calorosa após essa ausência temporária serviu apenas para confirmar seu status de clássico. PK
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 112)

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