quarta-feira, 22 de outubro de 2014

116 1938 OLYMPIA-PARTE I: ÍDOLOS DO ESTÁDIO (OLYMPIA 1. TEIL - FEST DER VÖLKER, Alemanha) OLYMPIA-PARTE 2: VENCEDORES OLÍMPICOS (OLYMPIA 2. TEIL - FEST DER SCHÖNHEIT, Alemanha)



Direção: Leni Riefenstahl
Produção: Leni Riefenstahl
Roteiro: Leni Riefenstahl
Fotografia: Wilfried Basse, Werner Bundhausen, Leo De Lafrue, Wallet Frentz, Hans Karl Gottschalk, Willy
Hamelster, Walter Hege, Carl Junghans, Albert Kling, Ernst Kunstmann, Guzzi Lantschnei, Otto Lantschner, Kurt Neubert, Erich Nitzschmann, Hans Scheib, Hugo Schulze, Károly Vass, Willy Zielke. Andor von Barsy, Franz von Friedl, Heinz von Jaworsky, Hugo Von Kaweczynski, Alexander von Lagorio
Música: Herbert Windt, Waliei Gronostay

Festival de Veneza: Leni Riefenitlhl (Troféu Mussolini - melhor filme)

Documentário épico de Leni Riefenstahl sobre as Olimpíadas de 1936 em Berlim é às vezes criticado por seu viés político. Patrocinado por Hitler, o filme contém, de fato, algumas sequências que parecem apoiar a noção de superioridade “ariana". Ainda assim, a cineasta recebeu uma medalha de ouro pela sua obra do Comitê Olímpico em 1948, muito depois de o sonho de Hitler de um Reich de mil anos ter se desintegrado. Não se pretende negar com isso que Olympia seja propagandista; Riefenstahl jamais teria recebido o incrível financiamento e o apoio necessário se o resultado não fosse útil politicamente. Em muitos aspectos, no entanto, Olympia .tende a política. No geral, ele é mais uma ode às proezas atléticas e à poesia do corpo humano em movimento. Poucos cineastas demonstraram o interesse estético de Riefenstahl pela forma física e pelo movimento, e a façanha que a realização deste documentário representa jamais foi igualada. Filmar os jogos e supervisionar o imenso trabalho de pós-produção exigiria um esforço hercúleo hoje em dia. No fim da década de 30, isso foi feito com equipamentos primitivos. Apesar da mensagem abertamente política (a abertura acompanha a condução da tocha da Grécia à Alemanha como se ela fosse uma espécie de jornada sagrada), o filme é um triunfo artístico, prova não só do talento e da visão pessoais de Riefenstahl como também da energia e habilidade da sua equipe de assistentes, que chegou a várias centenas. Preparativos colossais foram necessários. Torres de ferro para as câmeras e plataformas para os travelings foram construídas no estádio e a Alemanha foi varrida de cabo a rabo em busca dos melhores profissionais. Quase 250 horas foram filmadas e a montagem (incluindo o acréscimo de efeitos sonoras e música) foi supervisionada pessoalmente por Riefenstahl. A edição, na melhor tradição do cinema de documentário alemão, possui um ritmo magistral, com cortes belamente executados e a medida certa de variação nas provas repetitivas (como as competições de atletismo), para manter o interesse visual. As alegações de Riefensthal de Inocência política podem soar pouco convincentes, porém Olympia possui um outro lado, mais duradouro. Em poucas palavras, é o mais comovente registro cinematográfico sobre o esporte e a competição física já produzido. FIESP
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 116)

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