Direção:
Leni Riefenstahl
Produção:
Leni Riefenstahl
Roteiro:
Leni Riefenstahl
Fotografia: Wilfried Basse, Werner Bundhausen, Leo De
Lafrue, Wallet Frentz, Hans Karl Gottschalk, Willy
Hamelster, Walter Hege, Carl Junghans, Albert Kling,
Ernst Kunstmann, Guzzi Lantschnei, Otto Lantschner, Kurt Neubert, Erich Nitzschmann,
Hans Scheib, Hugo Schulze, Károly Vass, Willy Zielke. Andor von Barsy, Franz
von Friedl, Heinz von Jaworsky, Hugo Von Kaweczynski, Alexander von Lagorio
Música:
Herbert Windt, Waliei Gronostay
Festival
de Veneza: Leni Riefenitlhl (Troféu Mussolini - melhor filme)
Documentário
épico de Leni Riefenstahl sobre as Olimpíadas de 1936 em Berlim é às vezes
criticado por seu viés político. Patrocinado por Hitler, o filme contém, de fato,
algumas sequências que parecem apoiar a noção de superioridade “ariana". Ainda
assim, a cineasta recebeu uma medalha de ouro pela sua obra do Comitê Olímpico
em 1948, muito depois de o sonho de Hitler de um Reich de mil anos ter se
desintegrado. Não se pretende negar com isso que Olympia seja propagandista; Riefenstahl
jamais teria recebido o incrível financiamento e o apoio necessário se o resultado
não fosse útil politicamente. Em muitos aspectos, no entanto, Olympia .tende a
política. No geral, ele é mais uma ode às proezas atléticas e à poesia do corpo
humano em movimento. Poucos cineastas demonstraram o interesse estético de
Riefenstahl pela forma física e pelo movimento, e a façanha que a realização
deste documentário representa jamais foi igualada. Filmar os jogos e
supervisionar o imenso trabalho de pós-produção exigiria um esforço hercúleo
hoje em dia. No fim da década de 30, isso foi feito com equipamentos
primitivos. Apesar da mensagem abertamente política (a abertura acompanha a
condução da tocha da Grécia à Alemanha como se ela fosse uma espécie de jornada
sagrada), o filme é um triunfo artístico, prova não só do talento e da visão pessoais
de Riefenstahl como também da energia e habilidade da sua equipe de assistentes,
que chegou a várias centenas. Preparativos colossais foram necessários. Torres
de ferro para as câmeras e plataformas para os travelings foram construídas no
estádio e a Alemanha foi varrida de cabo a rabo em busca dos melhores
profissionais. Quase 250 horas foram filmadas e a montagem (incluindo o
acréscimo de efeitos sonoras e música) foi supervisionada pessoalmente por
Riefenstahl. A edição, na melhor tradição do cinema de documentário alemão,
possui um ritmo magistral, com cortes belamente executados e a medida certa de
variação nas provas repetitivas (como as competições de atletismo), para manter
o interesse visual. As alegações de Riefensthal de Inocência política podem soar
pouco convincentes, porém Olympia possui um outro lado, mais duradouro. Em poucas
palavras, é o mais comovente registro cinematográfico sobre o esporte e a competição
física já produzido. FIESP
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 116)
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