sábado, 1 de fevereiro de 2014

#028 1932 ZUMBI BRANCO (White Zombie, EUA)


Direção: Victor Halperin Roteiro: Garnett Weston (baseado na obra de William B. Seabrook)
Produção: Edward Halperin, Phil Goldstone
Elenco: Bela Lugosi, Madge Bellamy, Jospeh Cawthorn, Robert Frazer, John Harron

Antes da noite, da madrugada e do dia. Antes dos comedores de cérebro. Antes de The Walking Dead, Zumbi Branco é o primeiro filme de zumbis da história do cinema. Estrelado por um caricato Bela Lugosi, o filme remonta a origem haitiana da lenda dos mortos-vivos ressuscitados através de mágica. Portanto, não espere as famosas criaturas canibais putrefatas imortalizada por Geroge A. Romero quase quarenta décadas depois com A Noite dos Mortos-Vivos. O filme foi inspirado pelo livro escrito por William B. Seabrook em 1929, A Ilha da Magia. O livro parte de um relato sensacionalista, realidade misturada com ficção (apesar de jurar de pé junto que todos os eventos ali contidos são a mais pura verdade), onde o autor conviveu durante um período no Haiti e teve contato com toda a cultura e religião local, e inclusive, teve a oportunidade de encontrar um zumbi de verdade, trazido de volta à vida através de feitiçaria. Pois bem, pensando em levar esses novos monstros sem cérebro e vontade própria para o cinema, e aproveitar a carona do sucesso dos filmes de terror da Universal, os diretores e produtores Victor e Edward Halperin resolveram financiar um filme independente e chamaram o roteirista Garnett Weston, que já havia adaptado para as telas um livro anterior de Seabrook, para capturar a essência da obra e escrever um roteiro com os famosos mortos-vivos. A produção tirou a sorte grande quando se deparou com um Bela Lugosi falido, desesperado por dinheiro, vítima de um contrato mal articulado com a Universal para o papel de Drácula e após fazer a burrada de rejeitar o papel de Frankenstein. Lugosi interpreta ‘Murder’ Legendre, um europeu que torna-se mestre nas práticas rituais haitianas e descobre o segredo de “zumbificar” e controlar as pessoas. O filme começa de uma forma muito promissora, com o casal americano Neil e Madeline, recém chegados de Porto Príncipe, andando de carruagem durante à noite, quando deparam com uma cerimônia de sepultamento bem no meio da estrada. O cocheiro então explica que o motivo era o medo de roubarem os cadáveres para serem transformados em zumbis. Ao chegarem na casa de Beaumont (após outra interrupção no caminho, quando encontram o personagem de Lugosi e seus zumbis rapidamente pela primeira vez), um colega também americano, para se casarem, eles descobrem que Beaumont não é nem um pouco boa gente quanto imaginam e que ele é apaixonado por Madeline. Para impedir a união dos pombinhos, ele contrata o famigerado Legendre para transformá-la em uma morta-viva. E para isso, tome close-ups do olhar penetrante de Lugosi! Pensando na mitologia atual dos comedores de carne humana, duas cenas são bastante peculiares. A mina de açúcar onde mostram os zumbis realizando trabalho escravo, já mostrando olhos arregalados e capacidade motora reduzida e repetitiva, e no embate final, quando os zumbis se aproximam lentamente, quase se arrastando e são imunes aos tiros alvejados contra eles. A maquiagem realista e assustadora para a época é fruto do trabalho em parceria entre Carl Axcelle e Jack Pierce (o mesmo que no ano anterior foi responsável por Frankenstein). Por não ser um filme de estúdio, nota-se a precariedade da produção com relação a sua qualidade de filmagem, som e edição. Mas o filme foi um sucesso de bilheteria em seu lançamento, em plena Grande Depressão (o que aterrorizou o público, que logo fez analogia dos trabalhadores autômatos sem vida com o aumento dos desempregados vagando pelas ruas) e definitivamente colocou os zumbis no mapa dos filmes de terror do século XX.

FONTE: http://101horrormovies.com/

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