Direção: Victor Halperin Roteiro: Garnett Weston (baseado na obra de William B. Seabrook)
Produção: Edward
Halperin, Phil Goldstone
Elenco: Bela
Lugosi, Madge Bellamy, Jospeh Cawthorn, Robert Frazer, John Harron
Antes da noite, da madrugada e do
dia. Antes dos comedores de cérebro. Antes de The Walking Dead, Zumbi Branco é
o primeiro filme de zumbis da história do cinema. Estrelado por um caricato
Bela Lugosi, o filme remonta a origem haitiana da lenda dos mortos-vivos
ressuscitados através de mágica. Portanto, não espere as famosas criaturas
canibais putrefatas imortalizada por Geroge A. Romero quase quarenta décadas
depois com A Noite dos Mortos-Vivos. O filme foi inspirado pelo livro
escrito por William B. Seabrook em 1929, A Ilha da Magia. O livro parte de um
relato sensacionalista, realidade misturada com ficção (apesar de jurar de pé
junto que todos os eventos ali contidos são a mais pura verdade), onde o autor
conviveu durante um período no Haiti e teve contato com toda a cultura e
religião local, e inclusive, teve a oportunidade de encontrar um zumbi de
verdade, trazido de volta à vida através de feitiçaria. Pois bem, pensando em
levar esses novos monstros sem cérebro e vontade própria para o cinema, e
aproveitar a carona do sucesso dos filmes de terror da Universal, os diretores
e produtores Victor e Edward Halperin resolveram financiar um filme
independente e chamaram o roteirista Garnett Weston, que já havia adaptado para
as telas um livro anterior de Seabrook, para capturar a essência da obra e
escrever um roteiro com os famosos mortos-vivos. A produção tirou a sorte
grande quando se deparou com um Bela Lugosi falido, desesperado por dinheiro,
vítima de um contrato mal articulado com a Universal para o papel de Drácula e após fazer a burrada de rejeitar o papel
de Frankenstein. Lugosi interpreta ‘Murder’ Legendre, um europeu
que torna-se mestre nas práticas rituais haitianas e descobre o segredo de “zumbificar”
e controlar as pessoas. O filme começa de uma forma muito promissora, com o
casal americano Neil e Madeline, recém chegados de Porto Príncipe, andando de
carruagem durante à noite, quando deparam com uma cerimônia de sepultamento bem
no meio da estrada. O cocheiro então explica que o motivo era o medo de
roubarem os cadáveres para serem transformados em zumbis. Ao chegarem na casa
de Beaumont (após outra interrupção no caminho, quando encontram o personagem
de Lugosi e seus zumbis rapidamente pela primeira vez), um colega também
americano, para se casarem, eles descobrem que Beaumont não é nem um pouco boa
gente quanto imaginam e que ele é apaixonado por Madeline. Para impedir a união
dos pombinhos, ele contrata o famigerado Legendre para transformá-la em uma
morta-viva. E para isso, tome close-ups do olhar penetrante de
Lugosi! Pensando na mitologia atual dos comedores de carne humana, duas cenas
são bastante peculiares. A mina de açúcar onde mostram os zumbis realizando
trabalho escravo, já mostrando olhos arregalados e capacidade motora reduzida e
repetitiva, e no embate final, quando os zumbis se aproximam lentamente, quase
se arrastando e são imunes aos tiros alvejados contra eles. A maquiagem
realista e assustadora para a época é fruto do trabalho em parceria entre Carl
Axcelle e Jack Pierce (o mesmo que no ano anterior foi responsável por
Frankenstein). Por não ser um filme de estúdio, nota-se a precariedade da
produção com relação a sua qualidade de filmagem, som e edição. Mas o filme foi
um sucesso de bilheteria em seu lançamento, em plena Grande Depressão (o que
aterrorizou o público, que logo fez analogia dos trabalhadores autômatos sem
vida com o aumento dos desempregados vagando pelas ruas) e definitivamente
colocou os zumbis no mapa dos filmes de terror do século XX.
FONTE:
http://101horrormovies.com/
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