sábado, 15 de fevereiro de 2014

134 1940 FANTASIA


Direção: Ben Sharpsteen (supervisor)
Produção: Walt Disney, Ben sharpsteen
Roteiro: Joe Grant, Dick Huemer
Fotografia: James Wong Howe, Maxwell Morgan
Música não original: Bach, Beethoven, Dukas, Mussorgsky, Schubert, Stravinsky, Tchaikovsky
Elenco: Leopold Stokowski (maestro, Orquestra da Filadélfia), Deems raylor (narrador), Julietta Novis (solista)

Oscar: Walt Disney, William E. Garity, J.N.A. Hawkins (prêmio honorário), Leopold Stokowski & associados (prémio honorário)

Embora hoje em dia seja lugar-comum, criar imagens para interpretar música era revolucionário quando este audacioso marco da animação e da gravação de som em estéreo foi concebido e realizado pelos estúdios Walt Disney para aclamação e espanto universais. Agraciadas pelo astro da música clássica Leopold Stokowski na regência da Orquestra da Filadélfia, as oito abrangentes sequências de Fantasia compreendem um concerto com desenhos ambiciosos, divertidos, portentosos e experimentais que acompanham obras de Tchaikovsky, Mussorgsky e Schubert, entre outros. Mesmo em telas IMAX, a tecnologia de exibição escolhida para a mais recente das várias restaurações, regravações e relançamentos de aniversário da Disney do seu estimado marco da animação de 1940 (acrescentado com razoável sucesso de cinco novos segmentos na produção atualizada de Fantasia 2000), o filme pode decepcionar pois ainda é uma experiência descaradamente kitsch, por mais impressionante e inovador que seja. Os filhos do pós-guerra que o assistiram à base de alucinógenos na juventude talvez sejam os que mais gostam dele hoje em dia. Contudo, existem algumas sequências mágicas que resistiram ao tempo, o que faz sentido em um filme realizado por 60 animadores trabalhando com nada menos do que 11 diretores (sob a supervisão de Ben Sharpsteen). Mais assistíveis são as abstrações à frente do seu tempo em cima da música de Bach, nas quais o som multicanal é perfeitamente sincronizado aos desenhos e parece alçar voo da tela. Mickey Mouse, mais encantador do que nunca como o Aprendiz de
Feiticeiro tentando desesperadamente conter as vassouras auto-replicantes conjuradas por ele para fazerem suas tarefas; os cogumelos chineses dançarinos; um adorável coral de paquidermes de cílios pestanejamos; os hipopótamos de tutu saltitando elegantemente e fugindo de crocodilos usando gorros ao som de "A dança das horas" – tudo Isso ainda é uma diversão. Se juntarmos tudo, temos uma doce hora de grandeza. Contudo, em meio a esses momentos, há sequências que não envelheceram tão bem.
As fadas saltitantes que estão nuas mas que, por uma questão de bom gosto, não têm órgãos sexuais, o aparentemente interminável declínio dos dinossauros ao som da "Sagração da primavera", de Stravinsky, e o absurdo de vulgaridade a que a "Pastoral" de Beethoven foi submetida (centauros perseguindo, enamorados, centauros fêmeas tímidas e de aparência pubescente, todas com penteados estilo Joan Crawford) perdem feio no quesito credibilidade. AE
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 134)


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