Direção: Ben Sharpsteen (supervisor)
Produção: Walt Disney, Ben sharpsteen
Roteiro: Joe Grant, Dick Huemer
Fotografia: James Wong Howe, Maxwell Morgan
Música não original: Bach, Beethoven, Dukas,
Mussorgsky, Schubert, Stravinsky, Tchaikovsky
Elenco: Leopold Stokowski (maestro, Orquestra da
Filadélfia), Deems raylor (narrador), Julietta Novis (solista)
Oscar: Walt Disney, William E. Garity, J.N.A.
Hawkins (prêmio honorário), Leopold Stokowski & associados (prémio
honorário)
Embora hoje em dia seja lugar-comum, criar imagens
para interpretar música era revolucionário quando este audacioso marco da animação
e da gravação de som em estéreo foi concebido e realizado pelos estúdios Walt Disney
para aclamação e espanto universais. Agraciadas pelo astro da música clássica Leopold
Stokowski na regência da Orquestra da Filadélfia, as oito abrangentes sequências
de Fantasia compreendem um concerto com desenhos ambiciosos, divertidos,
portentosos e experimentais que acompanham obras de Tchaikovsky, Mussorgsky e
Schubert, entre outros. Mesmo em telas IMAX, a tecnologia de exibição escolhida
para a mais recente das várias restaurações, regravações e relançamentos de
aniversário da Disney do seu estimado marco da animação de 1940 (acrescentado com
razoável sucesso de cinco novos segmentos na produção atualizada de Fantasia
2000), o filme pode decepcionar pois ainda é uma experiência descaradamente kitsch,
por mais impressionante e inovador que seja. Os filhos do pós-guerra que o
assistiram à base de alucinógenos na juventude talvez sejam os que mais gostam
dele hoje em dia. Contudo, existem algumas sequências mágicas que resistiram ao
tempo, o que faz sentido em um filme realizado por 60 animadores trabalhando
com nada menos do que 11 diretores (sob a supervisão de Ben Sharpsteen). Mais
assistíveis são as abstrações à frente do seu tempo em cima da música de Bach,
nas quais o som multicanal é perfeitamente sincronizado aos desenhos e parece alçar
voo da tela. Mickey Mouse, mais encantador do que nunca como o Aprendiz de
Feiticeiro tentando desesperadamente conter as
vassouras auto-replicantes conjuradas por ele para fazerem suas tarefas; os
cogumelos chineses dançarinos; um adorável coral de paquidermes de cílios
pestanejamos; os hipopótamos de tutu saltitando elegantemente e fugindo de
crocodilos usando gorros ao som de "A dança das horas" – tudo Isso
ainda é uma diversão. Se juntarmos tudo, temos uma doce hora de grandeza. Contudo,
em meio a esses momentos, há sequências que não envelheceram tão bem.
As fadas saltitantes que estão nuas mas que, por
uma questão de bom gosto, não têm órgãos sexuais, o aparentemente interminável
declínio dos dinossauros ao som da "Sagração da primavera", de
Stravinsky, e o absurdo de vulgaridade a que a "Pastoral" de
Beethoven foi submetida (centauros perseguindo, enamorados, centauros fêmeas tímidas
e de aparência pubescente, todas com penteados estilo Joan Crawford) perdem feio
no quesito credibilidade. AE
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 134)
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