Direção:
F. W. Murnau
Roteiro:
Henrik Galeen
Fotografia:
Günther Krampf, Fritz Arno Wagner
Música:
James Bernard (versão restaurada)
Elenco:
Max Schreck …………………….Conde Orlok / Nosferatu
Gustav von Wangenheim ……..Thomas Hutter
Greta Schröder ………………… Ellen Hutter
Alexander Granach …………….Knock
Georg H. Schnell ……………… Westenra
Ruth
Landshoff …………………Lucy
Oráculo,
de Bram Stoker, inspirou um dos mais impressionantes filmes mudos já feitos. A
obra adaptada e a mídia cinematográfica parecem casar de modo quase
sobrenatural. O romance de Stoker, escrito em sua maior parte na forma de uma
série de cartas, possui poucos diálogos tradicionais e muitas descrições, o que
é perfeito para a narrativa essencialmente visual dos filmes mudos. Faz sentido
que uma história sobre o eterno conflito entre a luz e as trevas seja
transposta para um formato que consiste quase inteiramente na interação entre
luz e sombra. O diretor F. W. Murnau já havia se estabelecido como um astro do
movimento expressionista alemão quando decidiu adaptar o romance de Stoker,
rebatizado de Nosferatu após ameaças legais dos herdeiros do autor. Na verdade,
depois de concluído, o filme escapou por pouco de uma ordem judicial para que
todas as cópias fossem destruídas. Entretanto, no fim das contas, poucas coisas
foram alteradas em relação ao romance de Stoker, exceto os nomes dos
personagens, e o sucesso de Nosferatu acabou gerando dezenas de subsequentes (e
em sua maioria autorizadas) adaptações de Dtrácula. Ainda assim, Nosferatu,
mesmo passados tantos anos, se destaca da maioria dos filmes baseados no livro.
Uma diferença essencial é a surpreendente presença de Max Schreck, cujo
sobrenome significa "medo". Schreck interpreta o vampiro do título
com uma simplicidade quase selvagem. Sua criatura da noite pouco difere dos
ratos sob seu comando, arrastando-se instintivamente em direção a qualquer
traço de sangue com uma ânsia quase incontida. Isso explica o terror de Hutter
(Gustav von Wangenheim), que viaja para o castelo isolado do conde Orlok
(Schreck) no alto dos Montes Cárpatos para ajudar o estranho homem a resolver
alguns problemas legais. A simples menção do nome Orlok faz os moradores da
cidade se calarem de medo e os temores de Hutter se aprofundam quando ele
descobre que não há ninguém conduzindo a carruagem que o leva até o castelo. O
próprio Orlok não o tranquiliza nem um pouco. Seus horários são estranhos e ele
mantém Hutter preso em uma torre. Temendo por sua vida – principalmente em
razão da sede de sangue do seu raptor -, ele escapa e retorna a Bremen, na
Alemanha. Porém Orlok o segue, interessado não em Hutter, mas em sua inocente
esposa, Eilen (Greta Schrõder): "Sua mulher tem um belo pescoço",
comenta o conde. Da mesma forma que sua ligação com Hutter a ajuda a resgatá-lo
das garras de Orlok, Eilen descobre que também lhe cabe atrair a criatura até a
sua (definitiva) extinção: ser vaporizada pelos raios do sol nascente. Com
Nosferatu, Murnau criou algumas das mais duradouras e apavorantes imagens do
cinema: o conde Orlok a rastejar por seu castelo, projetando sombras
assustadoras enquanto persegue Hutter: Orlok erguendo-se rijo do seu caixão; o
conde, atingido por um raio de sol, encolhendo-se de horror antes de
desaparecer. Ele também introduziu diversos mitos sobre vampiros que não só
alimentam outros filmes sobre Drácula como também permeiam a cultura popular.
JKL
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 015)
#005 1922 NOSFERATU (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, Alemanha)
Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Henrik Galeen
Produção:Enrico Dieckman, Albin Grau
Elenco: Max Schreck / Greta Schröeder / Gustav V. Wangenheim
O filme de F.W. Murnau, marco do expressionismo alemão, foi o primeiro a levar às telas a figura do vampiro, o monstro mais clássico e conhecido do cinema. E esqueça o aristocrata, ou o galã que atravessa oceanos de tempo para reencontrar sua amada, ou até mesmo o afeminado que brilha no sol e se alimenta de animaizinhos da floresta. Nosferatu é a encarnação do sanguessuga asqueroso, repulsivo e vil, bem como imaginado por Bram Stoker quando escreveu seu livro clássico, Drácula. Que aliás, é a fonte de inspiração do filme. Não sei se você conhece essa história, mas originalmente o filme era para ser uma adaptação do livro de Stoker, porém sua esposa unha-de-fome não cedeu os direitos do personagem, fazendo com que o famoso Conde Drácula fosse chamado de Conde Orlok, e todos os demais personagens, desde John Harker ao caçador Abraham Van Helsing, tivessem seus nomes trocados. E como se não bastasse, Murnau foi processado por violação de direitos autorais e a justiça determinou que todas as cópias do filme fossem destruídas. Você já imaginou que um dos maiores patrimônios cinematográficos de todos os tempos pudesse não ter nenhum registro e ter se perdido no tempo? Por sorte algumas cópias foram guardadas e assim que a Sra. Stoker bateu as botas, voltaram a circular e o filme transformou-se no clássico cultuado que ele é hoje. Nosferatu traz a conhecida história de Hutter, um corretor de imóveis que vai até a Trânsilvania, cidade romena à sombra dos Montes Cárpatos (cidade essa próxima de onde minha falecida avó nasceu, Bucareste), vender uma propriedade para o conde Orlok em Wisbourg (originalmente, Londres), que é na verdade um temível vampiro que o toma como prisioneiro. Atraído por Ellen, a jovem e bela noiva de Hutter, Orlok vai até Wisbourg espalhar a morte e o medo entre os habitantes, e saciar sua sede por sangue. Apesar de datado, Nosferatu – Uma Sinfonia de Horror ainda impressiona em algumas cenas, principalmente do movimento das sombras da criatura e dele se levantando do caixão, e foi o responsável por criar toda uma estética gótica e sombria que seria usada nos filmes de terror na posteridade. E mesmo com o vampiro sendo derrotado de forma xucra, o final do filme é trágico, o que foge dos padrões convencionais. Merece um parágrafo a parte a estupenda interpretação de Max Schreck como o conde. Existe uma lenda urbana de que Schreck aparecia somente para fazer suas tomadas vestido como o personagem e só queria fazer as filmagens à noite. Bizarro, não é? Existe até um filme bem legal sobre a produção de Nosferatu, que se chama A Sombra do Vampiro, trazendo John Malkovich como Murnau e Willem Dafoe (espetacular, diga-se de passagem), como Schreck e suas esquisitices. Dafoe até foi indicado ao Oscar pelo papel. Vale conferir também. Para finalizar o post, Nosferatu ganhou uma refilmagem em 1979, chamado Nosferatu – O Vampiro da Noite, dirigida por Werner Herzog, tão boa quanto o original.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/07/4-nosferatu-uma-sinfornia-de-horror-1922/
Nenhum comentário:
Postar um comentário