domingo, 2 de fevereiro de 2014

#130 1960 HORROR HOTEL (The City of the Dead / Horror Hotel, Reino Unido)


Direção: John Llewellyn Moxey
Roteiro: George Baxt, Milton Subotsky (história)
Produção: Donald Taylor, Max Rosenberg (não creditado), Seymour S. Dorner e Milton Subotsky (Produtores Executivos)
Elenco: Christopher Lee, Dennis Lotis, Patricia Jessel, Tom Naylor, Betta St. John

Horror Hotel foi o primeiro filme da produtora inglesa Amicus, de Milton Subotsky e Max J. Rosenberg, ainda chamada de Vulcan Productions, famosa por rivalizar com a Hammer durante os anos 60 e 70, e responsável por uma sequência inesquecível de filmes que traziam várias antologias de terror. Filme curto, com apenas 78 minutos de duração, orçamento de 45 mil libras, fotografia preta e branca, estrelado por um jovem Christopher Lee com 38 anos na época, Horror Hotel foi escrito por George Baxt, em uma história de Subotsky, e traz uma sinistra trama de bruxaria permeada com aquele característico clima gótico que seria marca registrada de grande parte dos filmes de terror até o final dos anos 60. Um prólogo, que faz lembrar bastante o começo de outros filmes de bruxaria, como A Máscara de Satã de Mario Bava (lançado no mesmo ano) ou Terror nas Trevas de Lucio Fulci, se passa no ano de 1692, na cidade de Whitewood, Massaschusetts. Lá, uma feiticeira, Elizabeth Selwyn (vivida por Patricia Jessel) é condenada à fogueira, e como uma boa bruxa, enquanto está ardendo no fogo, ela jura vingança e joga uma maldição sobre toda a cidadezinha. Passados centenas de anos, o professor Allan Driscoll, personagem de Christopher Lee, recomenda a cidade com um local para seus estudantes se aprofundarem mais nos aspectos históricos do estudo da bruxaria. Uma de suas alunas, Nan Barlow (Venetia Stevenson) fica completamente fascinada com a história contada pelo professor e resolve passar suas férias na cidade, para incrementar as pesquisas de sua tese. Mesmo indo contra as recomendações do ciumento namorado, Bill Maitland (Tom Naylor), que tem uma série de picuinhas com o professor Driscoll por conta da garota. Pois bem, Nan viaja até o local, que é sinistro pacas, com névoas fantasmagóricas que nunca se dissipam e habitantes estranhos, e se hospeda no Ravens Inn, único hotel da cidade, cuja proprietária é a não menos sinistra Sra. Newless (que também é interpretada por Patricia Jessel). Daí, obviamente todos na cidade tem aquele comportamento padrão de um local que sofre uma maldição secular, e várias vezes durante sua pesquisa, Nan é ameaçada e recebe avisos assustadores, como do cego Reverendo Russell, que a alerta para que parta imediatamente, pois sua vida corre grande perigo. Após seu repentino desaparecimento, a neta do padre, Patrícia Russel (Betta St. John), que administra um antiquário e tinha simpatizado com a moça, resolve pedir ajuda para o irmão de Nan, Richard Barlow e seu namorado, Bill, que também partem para a cidade. Investigando a fundo in loco, eles irão descobrir as atividades de uma seita satânica, que faz o sacrifício de jovens garotas duas vezes por ano, onde ridicularizam a igreja local e assim mantém o terrível pacto de vida eterna com o demônio. Interessante é encarar o clima mórbido e pesado deHorror Hotel, algo completamente incomum para uma produção do começo dos anos 60, recheado de violência moderada, demonismo, rituais de magia negra, clima desolador e ambientação lúgubre. Há uma interessante comparação entre a linha narrativa de Horror Hotel e Psicose, de Alfred Hitchcok, sendo que ambos foram lançados no mesmo ano. Lançados em setembro e junho de 1960, respectivamente, ou seja, foram rodados praticamente juntos. 
ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Dois filmes começam estabelecendo uma jovem e atraente loira que ao ponto de vista do espectador, é a personagem principal (aqui Nan Barlow, e Marion Crane, personagem de Janet Leigh em Psicose). Em ambos os filmes, ela viaja até um local distante e hospeda-se em um hotel / motel que é dirigido por um(a) gerente excêntrico(a) e nos dois casos também a plateia é pega de surpresa quando no meio da história, a personagem é assassinada de forma abrupta e violenta. Além disso, no caso dos dois filmes começa-se uma busca pela garota envolvendo namorados e familiares e incluem uma cena chocante quando um cadáver é revelado.  Coincidência, não? Horror Hotel tem vários furos no roteiro e peca por falta de recursos, como todo filme de baixo orçamento, mas é um interessantíssimo exemplar do cinema gótico envolvendo bruxaria, satanismo e seitas diabólicas, tema sempre controverso no cinema clássico de terror e que seria explorado em algumas outras produções durante esta década, até culminar no seminal O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, em 1968.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/08/130-horror-hotel-1960/

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