sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

018 1923 NOSSA HOSPITALIDADE (OUR HOSPITALITY, EUA)


Direção: John G. Blystone, Buster Keaton
Produção:Joseph M.Schenck
Roteiro: Clyde Bruckman, Jean C. Havez
Fotografia: Gordon Jennings, Elgin Lessley
Elenco:
Buster Keaton ……… Willie McKay
Natalie Talmadge ……Virginia Canfield
Kitty Bradbury ………. Tia Mary
Joe Roberts …………. Joseph Canfield
Ralph Bushman ……. Clayton Canfield
Craig Ward ………….. Lee Canfield

Indiscutivelmente, um filme tão bom quanto o mais famoso A general (1927), Nossa hospitalidade - uma magistral sátira de Buster Keaton aos costumes sulistas tradicionais - começa com um prólogo dramático e bem encenado que estabelece os absurdos parâmetros da antiquíssima rixa entre duas famílias. Quando a história principal assume a narrativa, vemos Willie McKay, o personagem de Buster, um inocente rapaz de vinte e poucos anos, criado em Nova York, voltando à sua cidade de origem (graças a hilária odisseia envolvendo um trem primitivo). Porém, ao cortejar uma garota que conheceu no caminho - e que calha ser filha do clã ainda determinado a derramar seu sangue -, ele se coloca em perigo mortal, embora a hospitalidade sulista obrigue seus inimigos a tratá-lo bem enquanto estiver em sua casa. Muito do humor que se segue vem da situação irônica de Willie decidir permanecer hóspede daqueles que querem matá-lo, enquanto seus inimigos tentam forçá-lo a partir com sorrisos nos rostos. A graça de Keaton se baseia não apenas em gags isoladas, mas em um grande domínio do personagem, do problema, da época, do lugar e dos enquadramentos (um exemplo é a maneira como ele mantém a câmera em movimento depois de cair da ridícula bicicleta que ela acompanha paralelamente); o resultado é não apenas muito engraçado como também rico em dramaticidade e suspense- em especial na merecidamente célebre sequência em que Willie salva sua amada de cair de uma cachoeira. Nunca o timing de Keaton foi tão miraculoso e, ao mesmo tempo, sua habilidade de evocar risadas e emoção tão gloriosamente clara. G A
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 018)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

017 1922 ESPOSAS INGÊNUAS (FOLISH WIVES, EUA)


Direção: Erich von Stroheim
Roteiro: Marian Ainslee, Waltri
Anthony, Erich von Stroheim
Fotografia: William H. Daniels, Ben F. Reynolds
Música: Sigmund Romberg
Elenco:
Rudolph Christians ……….. Andrew J. Hughes
Miss DuPont ……………… Helen
Maude George …………… Princess Olga Petchnikoff
Mae Busch ……………….. Princess Vera Petchnikoff
Erich von Stroheim ……….. Conde Wladislaw Sergius Karamzin
Dale Fuller ……………… Maruschka

Embora Ouro e maldição seja o filme mais famoso de Erich von Stroheim, Esposas ingênuas é sua obra-prima. Da mesma forma que Ouro e maldição, este filme foi extremamente reeditado, porém o que permaneceu (especialmente depois da importante restauração de 1972) é uma obra mais completa e consistente. O próprio Stroheim interpreta o inescrupuloso conde Karamzin, um pseudo-aristocrata que vive em Monte Carlo e planeja seduzir a esposa negligenciada de um diplomata americano. Este filme sagaz e de uma objetividade implacável confirma seu diretor como o primeiro grande ironista do cinema. O anti-herói Karamzin é apresentado como uma figura cínica - absurdamente tolo, descaradamente hipócrita, sem critério algum no seu gosto para mulheres e, quando o circo pega fogo, de uma covardia desprezível -,porém ele e seus colegas decadentes são muito mais divertidos do que o marido americano cheio de virtudes e sua esposa insossa. O tom de fria indiferença do filme é realçado pela elaboração exaustiva do mundo que cerca os personagens, articulando o espaço através de estratégias visuais (como camadas sobrepostas de profundidade, movimentos periféricos e arranjos múltiplos) que dão ao espectador uma perspectiva intensa de todo o panorama das cenas. Stroheim pega pesado, colocando americanos sem graça e inexpressivos em espaços igualmente sem graça e inexpressivos; além disso são raros os planos que não encantam com sua interação rica e brilhante entre detalhes, iluminação, gestos e movimentos. M R
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 017)

CANNÍBAL (ESPANHA, 2013)


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O AMOR DE ZERO (1927)


310 1956 VAMPIROS DE ALMAS (EUA,1956)


#090 1956 VAMPIROS DE ALMAS (Invasion of the Body Snatchers, EUA) 
Direção: Don Siegel
Roteiro: Daniel Mainwaring, Richard Collins (não creditado) (baseado na obra de Jack Finney)
Produção: Walter Mirisch (Produtor Executivo/não creditado)
Elenco: Kevin McCarthy, Dana Wynter, Larry Gates, King Donovan

Vampiros de Almas é um dos clássicos absolutos do terror / sci-fi dos anos 50. E o auge da paranoia anticomunista e dos sentimentos macarthistas transpostos para a tela do cinema no auge da Guerra Fria. É cinema em forma de metáfora, de propaganda ideológica, mas mesmo assim, tirando todo esse contexto, ainda é um dos mais assustadores filmes que retrata uma invasão alienígena, imensamente superior a todos os filmes B que também utilizam deste tema feitos naquele período. Dirigido por Don Siegel, Vampiros de Almas só foi ganhar seu reconhecimento de forma tardia, mas acabou sendo selecionado pelo Instituto Americano de Cinema como um dos 10 melhores filmes de ficção de todos os tempos. E grande parte desse menosprezo é exatamente pela subversão que nos salta aos olhos ao assistir a fita e relacioná-la ao período de caça às bruxas comuna em que ela foi lançada. No longa, uma típica cidadezinha americana é vítima de uma invasão alienígena através de terríveis vagens espaciais que dão origem a cópias perfeitas, substituindo os moradores aos poucos e instalando um clima de histeria em massa. Cabe ao médico local, Dr. Miles Bennell e seu par amoroso, Becky Driscoll, os únicos “sobreviventes”, correr por suas vidas (literalmente) e tentar desbaratar a invasão, sempre lutando contra o sono, já que é ao dormir, que as pessoas são substituídas. Só que vamos fazer um exercício básico, de trocar os alienígenas e as duplicatas pelos comunistas. No subtexto do filme, os invasores são seres desprovidos de emoções, todos vivem em um mundo igual e sem problemas, só que o custo disso é a perda da individualidade, que é exatamente como os americanos imaginavam a ideia comunista e a vendiam para sua população. Soma isso ao medo de que essa “invasão ideológica” bolchevique contaminasse suas famílias, suas mulheres, filhos e vizinhos, como em determinado momento do filme, um desesperado Dr. Benell grita à beira da insanidade, “eles estão entre nós”, direto para a câmera. Eles quem, cara pálida? Só que o grande mérito de Don Siegel é que como cineasta e contador de histórias, ele tirou Vampiros de Almas da obscuridade estética de filme B e conseguiu criar um suspense perene, que vai prendendo e realmente metendo medo no espectador. Seja pela crítica política velada e o medo de uma “invasão” que não tem nada a ver com alienígenas, travestida no roteiro, ou seja pela ideia da chegada desses seres no nosso planeta pela porta dos fundos, agindo sorrateiramente em uma pequena cidade para se organizarem através de uma consciência coletiva e dominar o mundo. Isso sem contar a belíssima fotografia de Elisworht Fredericks, o ritmo frenético que o filme vai adquirindo a partir da descoberta das sementes alienígenas e a cena dos nossos heróis pelas ruas da cidade perseguidos por todos os habitantes de Santa Mira, uma das mais icônicas do gênero. E por incrível que pareça, pode-se empregar em Vampiros de Almas, visto nos dias de hoje, uma linha de raciocínio completamente diferente daquela empregada há quase 60 anos. Agora que a cortina de ferro caiu há tempos, os efeitos especiais evoluíram absurdamente e Phillip Kauffman nos brindou em 1978 com Os Invasores de Corpos, seu remake superior ao original, Vampiros de Almas continua tendo uma mensagem subliminar muito forte, que é o da a zumbificação mental. A alienação, o consumo em massa, a falta de amor ao próximo e o egoísmo exacerbado que tomaram conta da sociedade nesse século XXI, podem estar ali subentendidos para quem quiser enxergar, o que o transforma em um filme atual, por esse ponto de vista. A sociedade global de 2013 seria o mesmo prato cheio para uma invasão alienígena em grande escala, que uma invasão comunista no subúrbio americano na década de 50. E com certeza demoraríamos muito, mas muuuuuito tempo para descobrir que seu vizinho de porta foi clonado por um alienígena, sendo que estamos sempre preocupados, atrasados, estressados e cada vez mais cortamos nossas relações sociais diárias tête-à-tête com as pessoas. Isso sim é de meter medo!

FONTE: http://101horrormovies.com/2013/02/20/90-vampiros-de-almas-

1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
310 1956 VAMPIROS DE ALMAS (Invasion Of The Body Snatchers)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A ARANHA (EARTH VS THE SPIDER ,1958), EUA, 1958)

Direção : Bert I. Gordon
SINOPSE :
Preocupada porque seu pai não retornara na noite anterior, de uma viagem à Springdale onde foi comprar um presente para o aniversário dela, Carol convence seu namorado a irem de carro pela estrada à procura de notícias. Logo encontram a caminhonete dele quebrada e ao investigarem o lugar, vão em direção à uma caverna, onde se deparam com uma aranha da raça Tarântula "mexican redleg" gigante ao cairem numa enorme teia dentro de um buraco. Conseguindo fugir, relatam o fato ao professor da faculdade que pede ajuda do Sheriff para combater a terrível criatura, bem como estudar os motivos que fizeram com que se tornasse uma mutante gigantesca. Mas após capturá-la e dada como morta, o animal é levado para o ginasio do colégio, onde seria alvo de estudos. Porém acaba despertando e passa a atacar a cidade, causando morte e pavor entre os moradores locais.

COMENTÁRIOS:
por Cartwright
Não poderiamos ficar muito tempo sem mais um sucesso do Mr.BIG (Bert Ira Gordon), o rei do gigantismo, que produziu e dirigiu vários e vários filmes sci-fi B com baixa produção e o talento que lhe dava destaque nas matinées lotadas de jovens e guris. Bert, que viria a casar com Flora Gordon, eram os responsáveis pelos efeitos especiais de fotografia como a grande atração de suas histórias repletas de insetos mutantes e até mesmo um sêr humano em THE AMAZING COLOSSAL MAN, que foi um de seus maiores êxitos,proporcionando uma ótima continuação, WAR OF THE COLOSSAL BEAST.
Interessante é que na cena em que Mike, namorado da Carol, atende o telefonema dela, ele diz que seu pai acabara de receber um filme sobre mutante para o cinema dele e que estava muito afim de assistir. O cartaz mostra THE AMAZING COLOSSAL MAN e atrás dele, estão os cromos do filme na parede do cinema.
Bert convidou o ator ED KEMMER para o papel do professor, já que ele foi durante parte dos anos 50, um dos maiores ídolos da garotada na TV, com o pioneiro programa SPACE PATROL e no começo era exibido todos os dias,em histórias curtas de 15 min., mas a ABC em 51 passou a transmitir episódios de meia-hora de duração. A série era uma febre em Los Angeles e distribuído para o resto do país, através de gravações em kinescope, um aparelho que se acoplava à câmera de TV e repassava para um tipo de rolo 16 mm até 35 mm, os programas exibidos ao vivo, salvando assim o acervo, antes da introdução do video-tape em 56.

ED faria para a Disney as filmagens do Príncipe Phillip no qual o desenho A BELA ADORMECIDA de 1959 foi traçado pelos animadores, vendo sua atuação, bem como montado à cavalo. Outro nome carimbado de THE SPIDER é o ator GENE ROTH, que esteve presente em vários cults dessa época de ouro, como TORMENTED do próprio Bert I. Gordon e também ZOMBIES OF MORA TAU(como o chofer da família), ATTACK OF THE GIANT LEECHES, SHE DEMONS além de várias séries de TV, incluindo até SPACE PATROL. Mas não esqueço mesmo é seu papel como o capitão dos piratas em THE MYSTERIOUS ISLAND, serial de 15 capítulos da COLUMBIA, que foi uma série que acompanhei toda a semana no cinema,uma produção de SAM KATZMAN.
Outros nomes fazem parte da galeria de cults sci-fi em um lote de produções...JUNE KENNEY, a bela Carol foi a Asmid no trash THE SAGA OF VICKING WOMAN VS THE SEA SERPENT, além de outros como BLOODLUST, ATTACK OF THE PUPPET PEOPLE do Mr. Big e seu mais comentado trabalho, THE TEENAGE DOLL que foi dirigido por ROGER CORMAN.Mesmo assim sua carreira foi um tanto curta, com poucos trabalhos, interrompidos em 62 sem qualquer conhecimento da mídia e do público.

Já HAL TOREY sempre em pequenas participações atuou em THE INVISIBLE INVADERS, THE COSMIC MAN, WAR OF THE COLOSSAL MAN e em várias participações em séries de TV, sendo uma de suas últimas aparições em LOST IN SPACE e depois em O HOMEM DE VIRGÍNIA.

O script de A ARANHA ficou em boas mãos, já que o húngaro LÁSLÓ GOROG vinha de outro sci-fi famoso, THE MOLE PEOPLE e GEORGE WORTHING YATES nem se fala: O MONSTRO DO MAR REVOLTO THEM!, EARTH VS.FLYING SAUCERS, CONQUEST OF SPACE, THE SPACE MASTER X-8, FRANKENSTEIN 1970.
Além de A ARANHA, mais 4 filmes do MR.BIG: THE AMAZING COLOSSAL MAN, WAR OF THE COLOSSAL BEAST TORMENTED e ATTACK OF THE PUPPET PEOPLE. O roteirista era sobrinho do famoso fundador da REPUBLIC PICTURES, que lançou as pioneiras séries para cinema (todas em 12 capítulos) e fez a gestão inicial financeira da 20th CENTURY FOX, o tabagista HERBERT J. YATES.
Os make-ups e maquiagem em geral estavam nas mãos de ALLAN SNYDER, que foi o maquiador particular de MARILYN MONROE em toda a carreira dela no cinema. A loura fatal só trabalhava depois de passar pelas mãos dele.

Uma outra curiosidade é sobre o título deste filme que foi no início chamado de THE SPIDER, mas o sucesso de EARTH VS. THE FLYING SAUCER escrito pelo GEORGE YATES, levou ARKOFF e JAMES NICHOLSON, a usar o termo "Earth vs... " antes. O problema é que em 58, no ano do lançamento, outro sucesso explodiu nas telas: THE FLY e aí como a AIP sempre foi uma caçadora de bilheteria, trocou novamente o nome para THE SPIDER, só que tanto os cartazes como a veiculação na mídia já estava sendo feita com EARTH VS.THE SPIDER. Foi tanto troca-troca que não perceberam nos créditos iniciais, ao apresentar os nomes dos atores, a chamada escreve "STARRRING" com 3 R. Mas em se tratando de filme do Bert I Gordon, isso só aumenta a veneração de seu público fiel. Mais uma relíquia da AIP que foi marcante neste período fertil do sci-fi.

016 1923 HAXAN- A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (HÄXAN, Dinamarca/Suécia)


Direção: Benjamin Christensen
Roteiro: Benjamin Christensen
Fotografia: Johan Ankerstjerne
Música: Launy Grondahl (1922), Emil Reesen (versão de 1941)
Elenco:
Maren Pedersen …………Heksen / A bruxa
Clara Pontoppidan ………Nonne / Nun
Elith Pio ………………… ..Heksedommer / Bruxo juíz
Oscar Stribolt ……………. Graabroder / Médico
John Andersen …………..Chefe inquisidor
Haxan - A feitiçaria através dos tempos, célebre "documentário" de 1922 do pioneiro cineasta dinamarquês Benjamin Christensen, é um bizarro filme mudo que explora as origens da feitiçaria e do satanismo desde a Pérsia antiga até os tempos modernos à época, utilizando vários recursos cinematográficos que incluem stills, maquetes e reconstituições de época. Trata-se de um filme difícil de definir, que desafia todas as convenções de gênero, especialmente aquelas do documentário, que, no começo da década de 1920, ainda eram amorfas e indistintas. Em parte um diligente exercício acadêmico que correlaciona medos remotos com interpretações equivocadas sobre doenças mentais e em parte um luxurioso filme de terror, Haxan é uma obra verdadeiramente única que ainda mantém o poder de aterrorizar mesmo na era anestesiada em que vivemos. Para dar vida ao seu tema, Christensen preenche os quadros com todas as imagens assustadoras que consegue evocar de registros históricos, muitas vezes misturando sem pudores fatos reais e fantasia. Vemos uma velha bruxa encarquilhada tirar a mão decepada e decomposta de alguém do meio de um feixe de gravetos. Há momentos chocantes em que testemunhamos uma mulher dar à luz dois enormes demônios, assistir a um sabá e ser longamente torturada por inquisidores. Acompanhamos uma interminável procissão de demônios de todos os tamanhos e formas, alguns mais ou menos humanos, outros quase totalmente animais - porcos, pássaros deformados, gatos e afins. Christensen foi certamente um visionário do cinema e tinha uma aguçada noção dos poderosos efeitos da mise-em-scène. Embora Haxan geralmente seja citado como um essencial precursor de filmes modernos sobre possessão demoníaca, como O exorcista (1973), ele também traz à mente O massacre da serra elétrica (1974) e seu eficiente uso de objetos cênicos e detalhes para criar uma atmosfera envolvente de violência em potencial. Haxan é um filme que deve ser visto mais de uma vez para que se aprecie a totalidade da cenografia - a utilização sinistra dos objetos de cena, os cenários claustrofóbicos e a iluminação chiaroscuro que ajuda a criar o clima. Não é de espantar que os surrealistas tenham gostado tanto desse filme e que ele tenha sobrevivido até o fim da década de 1960, quando foi relançado como midnight movie, com a narração de ninguém menos do que William S. Burroughs. J k e
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 016)




#004 1922 HÄXAN (Häxan, Suécia)
Direção: Benjamin Christensen
Roteiro: Benjamin Christensen
Elenco: Benjamin Christensen, Elisabeth Christensen, Maren Pedersen

Pense em um filme bizarro… Pois bem, esse filme é Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos. Uma mistura de documentário com filme didático, Häxan em seu começo parece um daqueles filmes feitos para o Telecurso 2000, testando a paciência do espectador com seu registro místico e histórico sobre… a feitiçaria através dos tempos, como seu próprio subtítulo informa, focando-se principalmente na estreita relação entre bruxas, demônios e toda a mentalidade estúpida da Igreja durante a Idade Média, que saía por aí queimando mulheres a torto e a direito. Mas com o passar do tempo, meu amigo, segure-se que o filme se transforma em uma heresia desenfreada. Häxan é um dos mais controversos e assombrosos filmes de terror da década de 20, combinando naturalismo com efeitos especiais, que passeia entre o tom documental, por se declarar como uma apresentação do ponto de vista cultural e histórico, e o tom aterrorizante e herege que vai nos jogar na frente dos olhos bruxaria, magia negra, superstições, e por aí vai. Não consigo imaginar o efeito que esse filme teve nas pessoas em plenos anos 20, mas com certeza é o mais próximo do que deve ter sido um filme transgressor na época.  Foi o Cannibal Holocaust ou o Serbian Film da sua geração. Tanto que foi até proibido em diversos países. Ninguém mais, ninguém menos que Satã aparece em cena como protagonista, tendo de ser interpretado pelo próprio diretor, com sua clássica imagem com chifres, barba e garras. E são vários os tipos de coisa-ruim que mostram sua cara no decorrer do longa. Soma-se a isso nudez, sexualidade, demônios assustadores fazendo sabás com bruxas que beijam seus traseiros, tortura, cárcere, açoite, um bebê usado para sacrifício e uma freira possuída e perseguida pelo tinhoso, tudo dividido em sete histórias. Cronologicamente, a trajetória de Häxan começa em 1488 e termina em 1922, sempre pontuando estudos de caso, seguindo o rastro da inquisição, possessão de freiras, sabás, e outras tentações e maledicências em geral. Isso tudo mostrando como fonte documentos, livros, diagramas e ilustrações, mantendo assim o lado educativo da coisa. Fora todo o impacto visual dos elementos que o diretor Benjamin Christensen coloca em tela, que vão desde as famosas caveiras e esqueletos, passando por insetos, répteis, roupas rasgadas, e os demônios em si, que serviram como ponto de referência para o gênero futuramente. Claro que os efeitos especiais são toscos vistos atualmente, com bruxas voando em vassouras e uso de stop-motion, além de hoje em dia para quem já viu a menina de O Exorcista descendo a escada ao contrário ou a garota em A Filha do Mal se retorcer, quebrando a própria coluna, o filme não impressiona. Mas o que conta é que a produção ousou lá atrás e abriu caminho para muitos filmes chutarem o balde dali para frente. Vale a pena ter um pouco de paciência e conferir Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos,produção de valor inestimável para o cinema de terror.
FONTE: http://101horrormovies.com/2012/11/07/3-haxan-a-feiticaria-atraves-dos-tempos/

1959 DONALD NO PAÍS DA MATEMÁGICA


146 1941 DUMBO (DUMBO, EUA)


Direção: Ben Sharpsteen
Produção: Walt Disney
Roteiro: Otto Englander, baseado no livro de Helen Aberson
Música: Frank Churchill, Oliver Wallace
Elenco (vozes): Herman Bing, Billy Bletcher, Edward Brophyjim, Jim Charmichael, Hall johnson Choir, Cliff Edwards, Verna Feiton, Noreen Gammill, Sterling Holloway, Malcolm Hutton, Harold Manley, John Mcleish, Tony O'Neil, Dorothy Scott, Sarah Selby, Billy Sheets, Charles Stubes.. Margaret Wright

Oscar: Frank Churchill, Oliver Wallace (música)

Indicação ao Oscar: Frank Churchill, Ned Washington (canção)

Festival de Cannes: Walt Disney (melhor produção de animação)

Mesmo nos dias de hoje, as animações dos estúdios Disney se voltam com frequência para contos de fadas tradicionais e célebres histórias folclóricas em busca de Inspiração. No entanto, o quarto longa-metragem de animação da produtora, Dumbo, como o subsequente Bambi, tem suas origens em um livro relativamente modesto, o que aparentemente livrou os animadores do habitual romantismo no estilo príncipesalvaprincesa. Dumbo ainda é banhado em sentimentalismo, porém os protagonistas antropomorfizados - Dumbo, o elefantinho de circo rejeitado, cujas orelhas gigantes e jeito trapalhão o tornam alvo de zombaria, e Tlmothy, seu experiente companheiro roedor - se prestam a momentos de ação divertidamente caótica e também a algumas sequências circenses executadas com criatividade. Contudo, duas cenas no decorrer da busca de Dumbo por seu amor-próprio se destacam de todo o texto: a alucinação protopsicodélica do elefante cor-de-rosa e o encontra terno e angustiante de Dumbo com sua mãe equivocadamente "enjaulada". Raras vezes um filme de animação foi tão inventivo, comovente e vivo quanto nesses dois trechos, que são acompanhados por canções igualmente memoráveis. O triunfo final de Dumbo sobre as adversidades, assim como sua reunião com a mãe, podem estar subentendidos desde o início, porém a estrutura emocional do filme é tão bem construída que os desafios mirabolantes encarados pelo pobre elefante servem justamente para dar mais intensidade ao desfecho entemecedor. J K l
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 146)

138 1940 PINÓQUIO (PINOCCHIO, EUA)


Direção: Hamilton Luske, Bem Sharpsteen
Produção: Walt Disney
Roteiro: Aurelius Battaglia, baseado no livro de Carlo Collodl
Música: Leigh Harline, Paul J . Smith, Ned Washington
Elenco (vozes):
Dickie Jones ……... Pinóquio / Alexander (voz)
Mel Blanc ……….…Cleo / Figaro / Gideon / outros (voz)
Walter Catlett ………João Honesto (voz)
Cliff Edwards ………Grilo Falante (voz)
Christian Rub ……...Gepeto (voz)
Evelyn Venable ……Fada azul (voz)

Oscar: Leigh Harline, Paul J. Smith, Ned Washington (música), Leigh Harline, Ned Washington (canção)

Alguns dos mais sombrios elementos da fábula italiana original de Carlo Collodi foram, naturalmente, descartados assim que Disney pôs as mãos na história. Porém apenas alguns. O encanto duradouro deste Pinóquio em desenho animado prova que nem todas as alterações feitas pelo estúdio na história de um boneco de madeira que ganha vida foram necessariamente para pior, e muitos dos detalhes mais assustadores dela continuam presentes. O clássico ainda conserva muito de seu horror à medida que Pinóquio encara os perigos das pressões alheias que o distraem do seu objetivo de se tornar um menino de verdade. Guiado (mas nem sempre conduzido) pelo Grilo Falante, sua "consciência" na forma de inseto, ele precisa aprender não só a ser responsável, como a ter coragem e amor durante sua inconscientemente subversiva jornada em direção à vida. Como segundo longa-metragem da Disney (depois de Branca de Neve), Pinóquio mostrou que o mundo inexplorado da animação era prenhe de possibilidades, resultando em criações encantadoras e etéreas, como a luminosa Fada Azul, e sequências impressionantes, como a escapada da amaldiçoada Ilha dos Prazeres e o empolgante encontro com a Baleia, apropriadamente batizada de Monstro. Acrescentem-se a isso canções já clássicas como "When You Wish Upon a Star" e não é de se espantar que Pinóquio tenha permanecido um padrão de excelência a partir do qual tantos filmes de animação são julgados. JKl
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 138)

134 1940 FANTASIA


Direção: Ben Sharpsteen (supervisor)
Produção: Walt Disney, Ben sharpsteen
Roteiro: Joe Grant, Dick Huemer
Fotografia: James Wong Howe, Maxwell Morgan
Música não original: Bach, Beethoven, Dukas, Mussorgsky, Schubert, Stravinsky, Tchaikovsky
Elenco: Leopold Stokowski (maestro, Orquestra da Filadélfia), Deems raylor (narrador), Julietta Novis (solista)

Oscar: Walt Disney, William E. Garity, J.N.A. Hawkins (prêmio honorário), Leopold Stokowski & associados (prémio honorário)

Embora hoje em dia seja lugar-comum, criar imagens para interpretar música era revolucionário quando este audacioso marco da animação e da gravação de som em estéreo foi concebido e realizado pelos estúdios Walt Disney para aclamação e espanto universais. Agraciadas pelo astro da música clássica Leopold Stokowski na regência da Orquestra da Filadélfia, as oito abrangentes sequências de Fantasia compreendem um concerto com desenhos ambiciosos, divertidos, portentosos e experimentais que acompanham obras de Tchaikovsky, Mussorgsky e Schubert, entre outros. Mesmo em telas IMAX, a tecnologia de exibição escolhida para a mais recente das várias restaurações, regravações e relançamentos de aniversário da Disney do seu estimado marco da animação de 1940 (acrescentado com razoável sucesso de cinco novos segmentos na produção atualizada de Fantasia 2000), o filme pode decepcionar pois ainda é uma experiência descaradamente kitsch, por mais impressionante e inovador que seja. Os filhos do pós-guerra que o assistiram à base de alucinógenos na juventude talvez sejam os que mais gostam dele hoje em dia. Contudo, existem algumas sequências mágicas que resistiram ao tempo, o que faz sentido em um filme realizado por 60 animadores trabalhando com nada menos do que 11 diretores (sob a supervisão de Ben Sharpsteen). Mais assistíveis são as abstrações à frente do seu tempo em cima da música de Bach, nas quais o som multicanal é perfeitamente sincronizado aos desenhos e parece alçar voo da tela. Mickey Mouse, mais encantador do que nunca como o Aprendiz de
Feiticeiro tentando desesperadamente conter as vassouras auto-replicantes conjuradas por ele para fazerem suas tarefas; os cogumelos chineses dançarinos; um adorável coral de paquidermes de cílios pestanejamos; os hipopótamos de tutu saltitando elegantemente e fugindo de crocodilos usando gorros ao som de "A dança das horas" – tudo Isso ainda é uma diversão. Se juntarmos tudo, temos uma doce hora de grandeza. Contudo, em meio a esses momentos, há sequências que não envelheceram tão bem.
As fadas saltitantes que estão nuas mas que, por uma questão de bom gosto, não têm órgãos sexuais, o aparentemente interminável declínio dos dinossauros ao som da "Sagração da primavera", de Stravinsky, e o absurdo de vulgaridade a que a "Pastoral" de Beethoven foi submetida (centauros perseguindo, enamorados, centauros fêmeas tímidas e de aparência pubescente, todas com penteados estilo Joan Crawford) perdem feio no quesito credibilidade. AE
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 134)


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

110 1937 BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (SNOW WHITE AND THE SEVEN DWARVES, EUA)



Produção: Walt Disney
Roteiro: Ted Sears, Richard Creedon
Fotografia: Maxwell Morgan
Música: Frank Churchill, Leigh, Harline, Paul J. Smith
Elenco (vozes):
Billy Gilbert …………….Atchim
Harry Stockwell ……… Príncipe
Lucille La Verne ………Rainha
Pinto Colvig …………...Soneca / Zangado
Eddie Collins ………… Dunga
Adriana Caselotti ……. Branca de Neve

Oscar: (prêmio honorário – uma estatueta, sete estatuetas em miniatura)
Indicação ao Oscar: Frank Churchill, Leigh Harline, Paul J. Smith (música)

Branca de Neve e os sete anões começa com um zoom lento para um enorme castelo, no qual a Rainha má faz ao espelho a pergunta Imortal: "Espelho, espelho meu, existe liguem mais bela do que eu?" A resposta, obviamente, é sim: sua imaculada rival Branca de Neve, que logo se torna alvo da vaidade da Rainha. Como na clássica história dos Irmãos Grimm na qual Branca de Neve é baseado, somos Imediatamente Impelidos a esse mundo mágico e por vezes assustador. Contudo, na época, Hollywood considerou a primeira Incursão de Walt Disney na animação de longa-metragem uma loucura. Quem aguentaria assistir a 90 minutos de desenho animado? É desnecessário dizer que Branca de Neve respondeu a essa pergunta retórica tornando-se um dos maiores sucessos da história do cinema e consolidando a posição da Disney como o maior estúdio de animação do mundo. Na verdade, superar limites era um dos objetivos declarados de Walt Disney. Ele já havia quebrado a barreira do som nos desenhos animados com Steamboat Willy e, alguns anos mais tarde, deu cor às animações. Branca de Neve foi simplesmente o passo seguinte em termos artísticos e financeiros: longas-metragens significavam maior bilheteria. Inspirando-se livremente na história dos Irmãos Grimm, Disney soltou sua equipe de animadores em cima do material, dando a ela bastante liberdade no desenvolvimento desta grande inovação criativa. O filme é salpicado de gags, mas também é repleto de emoção, alcançando uma sublime combinação de belas imagens e canções duradouras, como "Whistle Whlle You Work" e "Someday My Prlnce Will Come", esta ultima praticamente um clássico. Branca de Neve também é responsável pela primeira trilha sonora a ser lançada comercialmente. É Impossível superestimar o impacto de Bronca de Neve. O filme não só estabeleceu de forma permanente a Disney como um dos maiores estúdios do mundo como também fez a animação evoluir a tal ponto que somente com o advento da computação gráfica pode-se afirmar que ela alcançou outros patamares. Um triunfo criativo, este filme inspirou centenas de imitações, criou um império e continua sendo até hoje o modelo-padrão para quase todos os longas de animação produzidos. JKl
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 110)
1º CLÁSSICO DA DISNEY

CLÁSSICOS DA DISNEY:

Título em português
Título original
Data
1937 01 Branca de Neve e os sete anões
1940 02 Pinóquio
07/02/1940
1940 03 Fantasia
1941 04 Dumbo
1942 05 Bambi
1945 06 Alô Amigos
1945 07 Você já Foi à Bahia?
1946 08 Música, maestro!
1947 09 Como é bom se divertir
1948 10 Tempo de melodia
1949 11 As aventuras de Ichabod e o sr. Sapo
1950 12 Cinderela
1951 13 Alice no país das maravilhas
1953 14 Peter Pan
1955 15 A dama e o vagabundo
1959 16 A bela adormecida DVD
1961 17 101 dálmatas
1963 18 A espada era a lei
1967 19 Mogli, o menino lobo
1970 20 Aristogatas DVD
1973 21 Robin Hood
1977 22 Puff – O ursinho guloso
1977 23 Bernardo e Bianca
1981 24 O cão e a raposa
1985 25 O caldeirão Mágico
1986 26 As peripécias do ratinho detetive
1988 27 Oliver e sua turma
1989 28 A pequena sereia
1990 29 Bernardo e Bianca na terra dos cangurus
1991 30 A bela e a fera DVD
1992 31 Aladdin
1994 32 O Rei Leão
1995 33 Pocahontas
1996 34 O corcunda de Notre Dame
1997 35 Hércules
1998 36 Mulan
1999 37 Tarzan
2000 38 Fantasia 2000
01/01/2000
2000 39 Dinossauro
Dinosaur
24/11/2000
2000 40 A nova onda do imperador
2001 41 Atlantis – O reino perdido
2002 42 Lilo & Stitch
2002 43 O planeta do tesouro
2003 44 Irmão Urso DVD
2004 45 Nem que a vaca tussa
2005 46 O galinho Chicken Little
2007 47 A família do futuro
2008 48 Bolt
11/12/2008
2009 49 A princesa e o sapo
11/12/2009
2010 50 Enrolados
24/11/2010
2011 51 Winnie the Pooh
15/07/2011
2012 52 Detona Ralph
02/11/2012
2013 53 Frozen: Uma Aventura Congelante
27/11/2013
2014 54 Operação Big Hero
Big Hero 6
07/11/2014
2016 55 Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
Zootopia
04/03/2016
2016 56 Moana:um mar de aventuras
Moana
23/11/2016