Direção:
Sam Wood
Produção:
IrvingThalberg
Roteiro: James Kelvin McGuinness, George S. Kaufman
Fotografia:
Merritt B. Gerstad
Música: Nacio Herb Brown, Walter Jurmann, Bronislau
Kaper, Herbert Stothart
Elenco:
Groucho Marx …………… Otis B. Driftwood
Harpo Marx …………….. Tomasso
Chico
Marx …………….. Fiorello
Kitty
Carlisle …………. Rosa
Allan
Jones ……………. Ricardo
Margaret
Dumont ………… Sra. Claypool
Eu
era muito jovem, não tinha mais de 10 anos de idade, quando entrei em um cinema
na França para assistir a Uma noite na ópera - ou, mais precisamente, fui
levado por algum adulto que sabia tão pouco quanto eu sobre os Irmãos Marx.
Nessa idade, ler as legendas ainda era muito difícil para mim, especialmente
com aquele sujeito de bigode e charuto gritando palavras para a plateia como
uma metralhadora enlouquecida. No entanto, tive muito pouco tempo para me
preocupar com esse problema: logo eu estava deitado no chão, rindo tanto, de
forma tão incontida e, se me permitem, tão absoluta que passei a maior parte do
filme lá, entre os assentos. Desde então, tive o prazer de rever Uma noite na
ópera diversas vezes, juntamente com o restante das obras dos Irmãos Marx.
Tenho conhecimento tanto da cronologia quanto da diversidade de seus filmes, e
sempre fiquei impressionado com o grau de excelência de suas performances. Porém
ainda sinto - no meu íntimo e também na pele - a incrível força inventiva e
transgressora que este filme em particular transmite. Uma noite na ópera
continua sendo uma comédia poderosa e fascinante, não tanto por suas cenas
principais, como a da multidão que se junta numa cabine de navio, quanto por
seus momentos mais simples: uma única palavra ou gesto empregado com uma
incrível noção de ritmo. Há muito a dizer sobre a maneira como as armas
transgressoras dos três irmãos iniciam uma crise num espetáculo de ópera. O
quarto Irmão, o escada Zeppo, é inútil nesse processo. Groucho, com sua
avalanche de palavras e contorcionismo; Harpo, com seu silêncio sobrenatural e
poder de destruição infantil: Chico, com sua virtuosidade e "ethos
estrangeiro" - todos servem para tumultuar uma ópera baseada na repulsa à
arte, à ganância e à corrupção. Esses elementos existem e são, sem dúvida,
interessantes, porém eles ficam atrás da seguinte característica, mais óbvia: Uma
noite na ópera foi, e continua sendo, um filme engraçadíssimo. J-MF
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 090)
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