terça-feira, 23 de setembro de 2014

090 1935 UMA NOITE NA OPERA (A NIGHT AT THE OPERA, EUA)

Direção: Sam Wood
Produção: IrvingThalberg
Roteiro: James Kelvin McGuinness, George S. Kaufman
Fotografia: Merritt B. Gerstad
Música: Nacio Herb Brown, Walter Jurmann, Bronislau Kaper, Herbert Stothart
Elenco:
Groucho Marx …………… Otis B. Driftwood
Harpo Marx …………….. Tomasso
Chico Marx …………….. Fiorello
Kitty Carlisle …………. Rosa
Allan Jones ……………. Ricardo
Margaret Dumont ………… Sra. Claypool

Eu era muito jovem, não tinha mais de 10 anos de idade, quando entrei em um cinema na França para assistir a Uma noite na ópera - ou, mais precisamente, fui levado por algum adulto que sabia tão pouco quanto eu sobre os Irmãos Marx. Nessa idade, ler as legendas ainda era muito difícil para mim, especialmente com aquele sujeito de bigode e charuto gritando palavras para a plateia como uma metralhadora enlouquecida. No entanto, tive muito pouco tempo para me preocupar com esse problema: logo eu estava deitado no chão, rindo tanto, de forma tão incontida e, se me permitem, tão absoluta que passei a maior parte do filme lá, entre os assentos. Desde então, tive o prazer de rever Uma noite na ópera diversas vezes, juntamente com o restante das obras dos Irmãos Marx. Tenho conhecimento tanto da cronologia quanto da diversidade de seus filmes, e sempre fiquei impressionado com o grau de excelência de suas performances. Porém ainda sinto - no meu íntimo e também na pele - a incrível força inventiva e transgressora que este filme em particular transmite. Uma noite na ópera continua sendo uma comédia poderosa e fascinante, não tanto por suas cenas principais, como a da multidão que se junta numa cabine de navio, quanto por seus momentos mais simples: uma única palavra ou gesto empregado com uma incrível noção de ritmo. Há muito a dizer sobre a maneira como as armas transgressoras dos três irmãos iniciam uma crise num espetáculo de ópera. O quarto Irmão, o escada Zeppo, é inútil nesse processo. Groucho, com sua avalanche de palavras e contorcionismo; Harpo, com seu silêncio sobrenatural e poder de destruição infantil: Chico, com sua virtuosidade e "ethos estrangeiro" - todos servem para tumultuar uma ópera baseada na repulsa à arte, à ganância e à corrupção. Esses elementos existem e são, sem dúvida, interessantes, porém eles ficam atrás da seguinte característica, mais óbvia: Uma noite na ópera foi, e continua sendo, um filme engraçadíssimo. J-MF
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 090)

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