quinta-feira, 30 de abril de 2015

#134 1960 AS NOIVAS DE DRÁCULA (The Brides of Dracula, Reino Unido)


Direção: Terence Fisher
Roteiro: Peter Bryan, Edward Percy, Jimmy Sangster, Anthony Hinds (não creditado)
Produção: Anthony Hinds, Anthony Nelson-Keyes (Produtor Associado), Michael Carreras (Produtor Executivo)
Elenco: Peter Cushing, Martita Hunt, Yvonne Monlaur, Freda Jackson, David Peel, Miles Malleson
As Noivas de Drácula (também lançado no Brasil em DVD como As Noivas do Vampiro) é a continuação da Hammer para seu sucesso de 1958, O Vampiro da Noite, primeira empreitada do estúdio britânico no universo de Drácula, inspirado no livro de Bram Stoker, trazendo Christopher Lee no papel do Conde e Peter Cushing como o intrépido caçador de vampiros, Van Helsing. E a grandessíssima falha deste filme aqui é exatamente o fato de Lee não voltar a vestir a capa e presas. Há duas histórias sobre a não participação de Lee no elenco do filme. Uma diz que ele recusou o papel para não ficar estigmatizado como Drácula futuramente. Bom, isso podemos dizer que não serviu de muita coisa. A outra é que na verdade o cachê dele era muito alto para a produção e o estúdio acabou vetando-o. E mesmo com todo o carisma de Cushing, o filme acaba não se sustentando, e o Barão Meinster, o vampiro loiro almofadinha interpretado por David Peel por aqui, não convence ninguém. Mas uma coisa interessante é notarmos alguma evolução já nesta sequência com relação ao seu antecessor, principalmente tratando-se dos efeitos especiais, a maquiagem dos vampiros, com seus longos caninos afiados e peles esbranquiçadas, o sangue sempre vermelho vivo e abundante (na medida do possível e claro) e no clássico morcego de borracha voando de um lado para o outro, manipulado por fios. Mas o roteiro escrito à oito mãos, por Jimmy Sangster (roteirista do original), Peter Bryan e Edward Percy e Anthony Hinds é bem fraquinho, uma confusão dos diabos e com mais furos que um queijo suíço. Legal mesmo é ver todo aquele padrão Hammer de costume, com o uso de carruagem, excelente figurino de época, mulheres lindas e lascivas, penumbra, cemitérios esfumaçados, um vilarejo aterrorizado e moradores incautos e supersticiosos. E também mais uma vez Terence Fisher faz um excelente trabalho na direção, com algumas sequências muito bem executadas, como a ressureição das tais noivas vampirescas, saindo de suas tumbas, ou a luta final entre bem e mal em um moinho de vento, inclusive a forma como se procede a derrota do vampiro. Na trama, a professora de francês e bons costumes Marianne Danielle (Yvonne Monlaur) viaja pela Transilvânia até a escola onde irá lecionar e é largada em uma estalagem pelo cocheiro, pois estava anoitecendo e sabe como é… Ela é acolhida pela solícita Baronesa Meinster (Martita Hunt) e levada para o seu suntuoso castelo para passar a noite como convidada, onde mantém seu filho em cárcere privado, alegando que ele sofre de uma terrível doença mental. Balela. Ele é um vampiro sanguinário e sua mãe o deixa trancafiado para proteger o mundo de sua maldade. Mas a tonta da Marianne é ludibriada pelo charme do morto-vivo e o liberta da prisão. O vampirão primeiro vai transformar sua velha mãe por simples vingança, e depois sai por aí chupando o sangue e mordiscando o pescoço das virginais garotas da cidadela, que voltam à vida como concubinas das trevas. Cabe então ao destemido Van Helsing caçar essas criaturas amaldiçoadas e utilizar todas as técnicas que aprendeu durante suas andanças pela Europa, e impedir que a pobre Marianne case com o barão vampiro e sucumba como sua próxima vítima. É bem verdade que Van Helsing dá um monte de cabaçada para destruir esses vampiros, não segue nem seus próprios conselhos e por pouco não vira um deles, quando o Barão Meinster o ataca e suga seu sangue. Mas aí os roteiristas inventam uma esdrúxula cura, onde ele cauteriza o furo no pescoço com brasa quente e fica tudo numa boa. Outra cena dantesca é quando eles estão de guarda próximo de um dos caixões da vítima, e do nada, um pesado cadeado que mantinha a morta em seu devido lugar, cai do caixão sem nem ao menos se abrir. E cadê o Drácula? Isso que você me pergunta. Não sei. Ele é apenas citado de relance nesta história para fazer um paralelo com O Vampiro da Noite. Juro que não entendo o título do filme. Mas ótimo, porque Drácula da Hammer mesmo, só Christopher Lee, e o tal David Peel nunca chegaria aos pés do mestre. Mas diferente das pífias sequências de Drácula da Universal, onde nenhuma prestou, aqui a coisa muda de figura com as próximas seis sequências, tendo algumas bastante interessantes, incluindo o Drácula – O Príncipe das Trevas (o melhor da franquia) e o sanguinário O Conde Drácula de 1970. Nota do blogueiro: E nunca podemos esquecer do fantástico título que Dracula AD ganhou no Brasil: Drácula no Mundo da Minissaia. Resumo da ópera: As Noivas de Drácula é um filme para fã e claro que como sendo uma sequência oficial da Hammer, estaria definitivamente nesta lista. Mas chega até a ser dispensável, na verdade. Se não tivesse Peter Cushing pelo menos, que salva a pátria, seria perda de tempo assistir.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/12/134-as-noivas-de-dracula-1960/

#133 1960 A MÁSCARA DE SATÃ (La Maschera del Demonio / Black Sunday / The Mask of Sata, Itália)


Direção: Mario Bava
Roteiro: Ennio De Concini, Mario Serandrei (baseado na obra de Nikolai Gogol)
Produção: Massimo De Rita
Elenco: Barbara Steele, John Richardson, Andrea Checchi, Ivo Garrani, Arturo Dominici
 A Máscara de Satã é o primeiro filme dirigido pelo mestre Mario Bava (antes já havia completado Os Vampiros, para Ricardo Freda em 1956, que abandonou as filmagens por problemas com o estúdio), e isso quando ele já tinha 46 anos de idade. Bava anteriormente havia trabalhado como Diretor de Fotografia de diversas produções italianas. Mas foi seu debute na direção que colocou seu nome definitivamente no hall da fama do horror e inspiraria uma safra talentosíssima de diretores italianos que viriam a aparecer, como Dario Argento e Lucio Fulci. Claramente influenciado pelos filmes da Universal do começo da década de 30 e pelo expressionismo alemão, assistir A Máscara de Satã novamente enquanto revia todos os filmes da minha lista nessa mesma ordem cronológica, é como se fosse a volta da volta no tempo, pois apesar da produção ser de 1960, é come se tivesse mais uma vez voltado a assistir a um filme dos primórdios do gênero, só que com duas diferenças brutais: a primeira é a imensa qualidade técnica de filmagem, fruto da vasta experiência de Bava como cinematógrafo, abusando do jogo de luz e sombra, enquadramentos, zooms e travelings, algo que carregaria por toda sua brilhantes filmografia. Já a segunda é a inclusão de elementos herdados da Hammer, como a ambientação gótica, os efeitos de maquiagem e a sensualidade feminina. A história de bruxaria, possessão e satanismo é magistralmente conduzida por Bava, com todo seu cuidado nas nuâncias da fotografia preta e branca (parceria de Bava com Ubaldo Terzano). Um perfeito e magistral conto de horror sobrenatural, A Máscara de Satã é o primeiro grande filme de terror do cinema italiano, e só isso já seria o suficiente, dado sua importância histórica, se Bava não se tornasse, começando por este mesmo filme, o maior diretor italiano do gênero de todos os tempos. A sequência de abertura é uma das melhores da história do cinema de horror até hoje. Sem delongas, o filme já começa com a bruxa/vampira Asa Vadja (vivida pela futura Scream Queen, Barbara Steele) condenada à morte na antiga Moldávia por praticar satanismo. Seu castigo é ter uma tenebrosa máscara de ferro repleta de espinhos pregada em seu rosto enquanto é queimada viva. Mas evocando as forças do capeta, uma tempestade atinge o local e o fogo se apaga, não destruindo sua alma por completo. Asa e seu amado e comparsa Javutich (Arturo Dominici) então são apenas enterrados, para que dois séculos depois, uma dupla de médicos, Dr. Andre (John Richardson) e o Dr. Kruvajan (Andre Checchi), libertem acidentalmente a maligna criatura de seu sono eterno (em uma sequência digna de Os Trapalhões) sedenta de sangue, para arquitetar sua vingança sobre toda a família Vadja, incluindo a princesa Katia, descendente direta e idêntica à bruxa, numa óbvia manifestação de maniqueísmo. O enredo é uma livre interpretação do conto russo de terror escrito por Nicolaj Gogol, que mais tarde também seria adaptado aos cinemas no clássico soviético Viy – O Espírito do Mal. A bruxa Asa e a princesa Katia, ambas interpretadas por Steele, tornaram-se incônicas no cinema de terror, assim como a própria atriz inglesa, dona de uma beleza excêntrica, que trabalharia com Fellini em 8 1/2, com Roger Corman em A Mansão do Terror, com Joe Dante em Piranha e com David Cronenberg em Calafrios. Além disso, A Máscara do Demônio, proibido na Inglaterra por 10 anos (!) foi o pontapé inicial para a guinada do cinema italiano de terror, que durante a década de 60, muito por culpa de Bava, foi alçado a condição de sofisticação visual, atmosfera gótica e barroca, uso expressivo da trilha sonora e histórias recheadas de tramas fantasmagóricas e/ou sobrenaturais. Apesar dos filmes nunca terem feito sucesso imediato em sua terra natal, tornaram-se um atrativo produto para exportação, conquistando público e respeito em países como Estados Unidos e França. Bava evoluiria ainda mais em sua carreira como diretor, entregando sete filmes nos próximos cinco anos, que iriam pavimentá-lo como o maestro do macabro, passeando por outros filmes góticos com atmosfera sobrenatural com o aterrorizante Mata, Bebê, Mata!, ficção científica com O Planeta dos Vampiros e a gênese do giallo com Seis Mulheres para o Assassino. É justo dizer que A Máscara de Satã é um filme essencial para se entender o cinema de terror moderno como um todo. Mesmo que datado e toda calcado no horror sobrenatural atmosférico, que hoje encontra pouco espaço principalmente para aquela juventude viciada em torture porn, found footages, derramamentos de litros de sangue e edições de videoclipe, mas que foi responsável por ditar todo um gênero e influenciar cineastas que até hoje se inspiram no trabalho de Bava e na sua forma de conduzir de forma perfeita um longa 
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/11/133-a-mascara-de-sata-1960/

1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER, 
364 1960 A MALDIÇÃO DO DEMÔNIO (La Maschera Del Demonio, Itália)

#132 1960 A PEQUENA LOJA DOS HORRORES (The Little Shop of Horrors, EUA)


Direção: Roger Corman
Roteiro: Charles B. Griffith
Produção: Roger Corman
Elenco: Jonathan Haze, Jackie Joseph, Mel Welles, Dick Miller, Myrtle Vail, Jack Nicholson

A Pequena Loja dos Horrores é um clássico do humor negro, mórbido, escrachado, trash até dizer chega, mas brilhantemente dirigido por Roger Corman, que apesar da pecha de Rei dos Filmes B, tem uma direção digníssima, que em certos momentos me lembrou até o expressionismo alemão, por conta da bela fotografia preta e branca e certas composições de cena. A fita foi feita em tempo recorde, filmada em apenas DOIS dias, por Corman para a American International Pictures. Apesar da precariedade dos efeitos especiais, principalmente da planta carnívora, a economia em cenários, as situações inverossímeis e as atuações propositadamente exageradas, o roteiro escrito pelo comparsa de Corman em diversas produções, Charles B. Griffith, é afiado, repleto de sacadas inteligentes e humor mordaz, além da direção de atores feita pelo carismático diretor estar no ponto certo. Tirando o trio principal, o loser floricultor aspirante a botânico com uma mãe alcoólatra, Seymour Krelboin (Jonathan Haze), o dono da floricultura, Gravis Mushnik (Mel Welles) e sua jovem filha e paixonite de Seymour, Audrey Fulquard (Jackie Joseph), há participações especiais realmente impagáveis em A Loja dos Horrores. Entre elas Dick Miller, que fez vários filmes de Corman e do seu discípulo, Joe Dante, entre eles Gremlins e Piranha, que vive Burson Funch, um comedor compulsivo de flores e Jack Nicholson, em um dos seus primeiros papeis da carreira, como um masoquista paciente de um dentista sádico, que acaba sendo “tratado” por Seymour e tem quase todos seus dentes arrancados. Hilário. A floricultura Mushnik fica no bairro pobre de Skid Row, e sempre há uma clientela maluca frequentando o local, como uma velha viciada em funerais, cujos parentes morrem todos os dias praticamente e duas garotas adolescentes com vozes irritantes que sempre querem flores para os eventos escolares. A loja não faz lá muito sucesso e dinheiro, muito por conta das trapalhadas de Seymour, que preste a perder o emprego, cria uma planta esquisitíssima, através do cruzamento de outras duas, batizada de Audrey Junior, em homenagem à filha do dono da floricultura pelo qual é apaixonado, que é uma espécie de planta carnívora mutante.
Todas as tentativas de manter a plantinha saudável são mal sucedidas, quando acidentalmente Seymour descobre que a planta se alimenta de sangue, e só assim ela consegue se desenvolver, crescer e ficar saudável. Além disso, pasmem, a planta fala!!! Todo momento ela fica pedindo mais comida (Feed me! Feed me! – impagável) e quando Seymour perde muito sangue e não consegue mais alimentar o vegetal carnívoro, ele involuntariamente provoca a morte de um bêbado e dá de comer para a planta, que vai cada vez ficando maior, e com o seu apetite insaciável proporcional ao seu tamanho. Enquanto isso a planta se tornou o maior sucesso da floricultura, atraindo diversos clientes por sua aparência exótica e os negócios começam a ir muito bem para Mushnik, aumentando a autoconfiança de Seymour e fazendo surgir o fogo da paixão (bonito isso, não é?) entre ele e Audrey, além de outras periguetes de época começarem a dar em cima do desajeitado. Audrey Junior chega até a chamar a atenção da Sociedade dos Observadores Silenciosos de Flores, que envia uma representante da Califórnia com o intuito de premiar o criador da planta com um troféu.Só que obviamente as coisas vão sair do controle, e mais gente vai morrendo no decorrer da história, entre eles uma bela prostituta e o tal dentista sádico, somente para o desafortunado Seymour alimentar sua planta, entrando cada vez mais num beco sem saída e virando um escravo de Audrey Junior, que implora cada vez mais por comida. Estes misteriosos desaparecimentos passam a chamar a atenção de dois detetives da polícia, o Sargento Joe Fink (também narrador do filme) e o detetive Frank Stoolie, que começam a investigar as mortes. Até que em seu clímax:
ALERTA DE SPOILER:
Seymour esperando colher os louros da vitória no dia da premiação, é descoberto exatamente quando a planta desabrocha várias flores, e nelas ridiculamente estão os rostos de todos os desparecidos até então que serviram de adubo pra Audrey Junior. Depois de uma patética perseguição policial, ao melhor estilo Os Trapalhões, o derradeiro desfecho. 
Seymour, cansado de fugir e do controle da planta, tenta destruí-la, mas em vão, pois ele acaba se tornando sua nova vítima, devorado e transformado também em uma flor como os outros. Eu conheci primeiramente o malfadado remake de 1986, A Pequena Loja dos Horrores, ao assistir quando criança em VHS. Musical (que achei chatíssimo na época e nunca o revi até hoje), dirigido por Frank Oz e com Rick Moranis no papel principal. E é engraçado atestar a estranha qualidade de um filme que não foi feito para ter qualidade nenhuma, assim como a maioria das produções de Corman. E A Loja dos Horrores é um grande exemplo que o diretor não se resume a um descobridor de talentos e fazedor de filmes com dinheiro de pinga e tempo recorde. É um verdadeiro (e injustiçado) gênio da sétima arte.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/10/132-a-loja-dos-horrores-1960/

sábado, 25 de abril de 2015

OS VINGADORES A ERA DE ULTRON (EUA, 2015)


VER ESTE LINK: http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-112837/


EKUSUTE (EXTENISION HAIR, JAPÃO, 2007)


#128 1960 A CARNE E O DIABO (The Flesh and the Fiends, Reino Unido)


Direção: John Gilling
Roteiro: John Gilling, Leon Griffiths
Produção:Robert S. Baker, Monty Berman
Elenco: Peter Cushing, June Laverick, Donald Pleasence, George Rose, Renee Houston

A Carne e o Diabo é mais uma das adaptações de um dos episódios mais mórbidos e macabros da história da medicina, conhecido como os Assassinatos de Burke e Hare, dupla responsável por matarem 16 pessoas na Edimburgo do Século XIX, para vender seus corpos ao Dr. Robert Knox, que os utilizava em dissecações nas aulas de anatomia que ministrava na Universidade de Medicina. Diversos outros filmes já se basearam neste fato chocante, que na verdade é um tema bastante recorrente no cinema de horror: práticas médicas nefastas e roubo de cadáveres. Além de A Carne e o Diabo, o mais famoso (e primeiro) longa que nos traz esta trama é O Túmulo Vazio, clássico estrelado por Boris Karloff e dirigido por Robert Wise, com produção de Val Lewton para a RKO Pictures, lançado em 1945. O filme não é uma adaptação literal, como é o caso deste aqui, mas sim, baseado no conto homômino de Robert Louis Stevenson, que traz desdobramentos de bastidores da história. Além destes dois, também inspirados pelo caso, temos O Maquiavélico William Hart, de 1948 e Corredores de Sangue, também com Boris Karloff no elenco, ao lado de Christopher Lee, de 1958. Em 2010, John Landis ainda dirigiu uma comédia de humor negro sobre o caso, chamada Burke & Hare, com Simon Pegg (o Shaun de Todo Mundo Quase Morto) e Andy Serkins (famoso por dar vida aos traços digitais do Gollum em O Senhor dos Aneis e O Hobbit) no elenco. A figura do proeminente e respeitado médico, Dr. Robert Knox, é interpretada pelo onipresente Peter Cushing, segundo o próprio ator, seu papel preferido em toda sua carreira cinematográfica, que de forma impecável (como de costume) dá vida ao médico, brilhante, mas ao mesmo tempo arrogante e dissimulado. Sua importância na história da medicina é inegável, mesmo sendo condescendente dos crimes cometidos pela famigerada dupla de imigrantes irlandeses, nunca se importando com a verdadeira origem dos cadáveres. William Burke é vivido por George Rose e William Hart, por Donald Pleasence (famoso pelo papel do Dr. Loomis, de Halloween – A Noite do Terror). Ambos igualmente ótimos, diga-se de passagem. Para conseguir uma grana fácil, ambos começaram a desenterrar cadáveres para vendê-los ao médico pela fortuna de sete libras o corpo. Para depois em seguida, querendo evitar a fadiga, começar a assassinar pessoas. Sabe, nada como o trabalho honesto, não é? No final das contas, ambos acabaram sendo presos, mas apenas Burke foi condenado pelo júri e executado, enforcado pouco tempo depois, assistido por uma multidão de pessoas. Interessante que no devido momento do filme, vemos um pintor local criando “ao vivo” um famoso retrato do seu enforcamento, que pode ser visto aqui. Hare foi inocentado, mas foi perseguido e depois e teve seus olhos queimados por uma tocha. O clamor popular também queria a condenação do Dr. Robert Knox, algo que não aconteceu. Na vida real, o caso foi o suficiente para arruinar sua carreira, fazendo inimigos em Edimburgo, principalmente na junta médica, e obrigando-o a se mudar para Londres, onde começou a escrever artigos em jornais médicos e outras publicações, pois não conseguia encontrar um trabalho como cirurgião. Falando um pouco de aspectos técnicos do filme, A Carne e o Diabo é dirigido por John Gilling, que também escreveu o roteiro, de forma hábil e precisa. Ao assistir a fita, que deriva dos anos 60, parece que estamos assistindo aos clássicos do gênero da década de 40. A ambientação precisa de uma decadente Edimburgo de 1827, com suas ruas infestadas de marginais, bêbados e prostitutas e a fotografia austera em preto e branco, consegue traduzir toda a atmosfera lúgubre e sinistra que permeia o longa, de forma competente e aterrorizante. Gilling também foi responsável pela direção de alguns famosos filmes da Hammer, como A SerpenteEpidemia de Zumbis e A Mortalha da Múmia. Além disso, há um certo grau de violência e crueldade maior do que estávamos acostumados a ver na época, pensando que aqui estamos apenas no primeiro ano da década de 60, recém saídos de toda uma fase inteira de filmes de ficção científica que exploravam a paranoia comunista e o medo nuclear. Na versão sem cortes, vemos assassinatos brutais, por estrangulamento ou pessoas sendo esfaqueadas, sem o menor pudor e arrependimento dos dois malignos vilões, e até diversas cenas de nudez feminina, com direito a vários peitinhos de fora nas cenas dentro dos cabarés. A Carne e o Diabo (que no Brasil também ficou conhecido como O Monstro da Morgue Sinistra) é um excelente filme. Envolvente, macabro e atmosférico. Retrata um momento funesto da história escocesa e da própria história da medicina, que apesar de todo o horror e blasfêmia, teve sua importância para as descobertas e avanços do estudo da anatomia humana.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/05/128-a-carne-e-o-diabo-1960/

#127 1960 A ALDEIA DOS AMALDIÇOADOS (Village of the Damned, Reino Unido)


Direção: Wolf Rilla
Roteiro: Wolf Rilla, Stirling Silliphant, George Barclay (baseado na obra de John Wyndham)
Produção: Ronald Kinnoch
Elenco: George Sanders, Barbara Shelley, Martin Stephens, Michael Gwyn, Laurence Naismith

Claro que durante os anos 60, ainda em plena paranoia comunista e medo da Guerra Fria, com uma tensa geopolítica mundial acontecendo, ainda haveria clássicos do terror misturados com sci-fi que abordariam o tema. A Aldeia dos Amaldiçoados é um destes exemplos. E um dos mais importantes, diga-se de passagem. O longa dirigido pelo alemão Wolf Rilla, baseado no livro The Midwich Cuckoos, escrito por John Wyndham (mesmo autor de outro inestimável clássico da literatura sci-fi, O Dia das Trífides) traz a história do pequeno vilarejo de Midwich, no interior da Inglaterra, onde subitamente todos os moradores desmaiam ao mesmo tempo ficando assim por alguma horas. O estranho ocorrido torna-se um caso de exército, porém sem nenhuma conclusão, que resolve manter sigilo da opinião pública transformando o bizarro acontecido em Midwich num caso de segredo militar. Tudo parece transcorrer bem quando depois de dois meses, descobre-se que todas as mulheres da aldeia ficaram grávidas ao mesmo tempo, e isso inclui aquelas que os maridos estavam fora de casa há tempos e até mesmo as virgens, o que gera uma onda de desconfiança e conflito com os esposos e familiares. E as coisas estranhas não param por aí, pois os fetos começam a se desenvolver de forma muito mais rápida do que em uma gestação normal. O resultado é que as mulheres dão à luz a meninos e meninas praticamente idênticos, de cabelos loiros, olhar penetrante, desenvolvimento acelerado, intelecto superior e pensamento coletivo. Não demora para os monstrinhos se unirem em um grupo fechado entre si e começarem a tocar o terror contra os aldeões que os desprezam ou tentam armar contra eles, graças aos seus dons telepáticos e seus assustadores olhos que brilham quando começam a utilizar seus poderes de controle mental. O exército quer tomar providências contra o grupo, como foi feito em outras partes do mundo (inclua aí a União Soviética), mas o professor Gordon Zellaby, pai de David, líder das crianças, interfere e pede um tempo para poder estudá-los. No final das contas, não há uma explicação lógica sobre a origem das crianças, mas a teoria mais recorrente é que sejam frutos de uma experiência alienígena maligna, como todo bom sci-fi que se preze. E só há uma coisa a se fazer para impedir seus planos malignos. Mas será que haverá coragem para tal? Destaque para a atuação fria e calculista do pequeno David (Martin Stephens), com sua expressão impassível, transparecendo maldade em cada um dos seus atos e conseguindo assustar com apenas um olhar. Em 1995, John Carpenter dirigiu um remake do filme sem o mesmo brilho, que no Brasil ganhou o título de A Cidade dos Amaldiçoados, com Cristopher “Superman”Reeve e Mark “Luke Skywalker” Hamill no elenco. Além disso, Os Simpsons, em sua décima temporada, parodiaram o filme. Homer e seus amigos de bar começam um tumulto, bêbados depois que o time de beisebol, os Isótopos de Springfield, ganha o campeonato. A culpa cai sobre as crianças da cidade, que são colocadas em um toque de recolher pelo Chefe Wigum. Bart e uma turma de garotos se revoltam e decidem quebrar esse toque de recolher para ir ao drive-in assistir a um filme de terror chamado “O Sanguinolento”, que nada mais é a versão dos Simpsons para A Aldeia dos Amaldiçoados.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/04/127-a-aldeia-dos-amaldicoados-1960/

#126 1960 13 FANTASMAS (13 Ghosts, EUA)


Direção: William Castle
Roteiro: Robb White
Produção: William Castle
Elenco: Charles Herbert, Jo Morrow, Martin Milner, Rosemary De Camp, Donald Woods

A lista do blog nos anos 60 começa com um filmezinho meia boca de William Castle, mas que tem sua devida importância histórica e por isso figura por aqui: 13 Fantasmas. Provavelmente você já deve ter visto o remake (que consegue ser mil vezes pior) por aí, lançado em 2001. Já falei aqui no blog sobre a inventividade de Castle como diretor e produtor. Isso não podemos negar. Colocamos na conta do sujeito alguns filmes memoráveis do gênero, todos de baixo orçamento, com artimanhas de sustos fáceis, mas os quais ele conseguiu promover inteligentemente através degimmicks de sustos e interatividade da plateia nos cinemas. Como maiores exemplos, duas fitas com Vincent Price no elenco: A Casa dos Maus Espíritos e Força Diabólica (esse último, o melhor filme de Castle em disparada). 13 Fantasmas segue a mesma regra para atrair o público aos cinemas. A engenhoca da vez, o que deve ter proporcionado a quem visse o filme no cinema maior diversão do que vê-lo anos mais tarde em alguma reprise, é o sistema conhecido como Illusion-O. O público ao entrar no cinema ganhava um óculos, no mesmo molde daqueles óculos 3D antigos, com uma lente em celofane azul e outra em celofane vermelho, para que o os mais corajosos pudessem ver os fantasmas do filme. As cenas com o Illusion-O, vistas através do óculos, enaltecia pela lente vermelha a presença dos fantasmas na tela, enquanto a azul os removia. Só que mesmo com o filtro azul eliminando os fantasmas, ainda assim eles poderiam ser vistos ao olho nu, sem a real necessidade do óculos. Por isso o filme também pode ser exibido futuramente em outras mídias. Gadgets de Castle à parte, a história é um das mais clássicas do gênero sobrenatural. Uma família, que está em precárias condições financeiras, e prestes a perder a moradia de aluguel por falta de pagamento, recebe uma daquelas heranças típicas de filmes de terror, onde herdam uma casa e tudo que há dentro dela: mobília, uma esquisita empregada velha sinistra, e fantasmas! Isso porque a casa pertencia ao excêntrico Cyrus Zorba (que não tem nenhum parentesco nem com o grego, nem com a fábrica de cuecas), um colecionador de fantasmas. O sujeito viajava o mundo inteiro aprisionando espíritos e deixava-os rondando pela sua casa. Quando Cyrus bate as botas, seu único parente vivo é Arthur “Buck” Zorba, o sobrinho falido, professor no departamento de paleontologia da universidade. Eles recebem o testamento através do primeiramente boa praça, mas depois escroque, advogado Benjamin Rush. Mesmo com todas as advertências, de que é sabida da existência destes espíritos zombeteiros na casa, a família Zorba muda-se para o local, já que não tinham mais para onde ir, e claro, vão ser atormentados pelos fantasmas que ali habitam. Só que eles não podem simplesmente sair fora, porque senão eles perdem o direito da propriedade que irá parar nas mãos do Estado. A técnica de efeitos especiais para representar os fantasmas são realmente precárias. As imagens translúcidas mal aparecem na tela (talvez para realçar o efeito Illusion-O no cinema) e o mesmo expediente clichê de sempre é utilizado para assustar, mas sem nenhum impacto (talvez funcionasse bem para a plateia ainda ingênua nesta transição entre os anos 50 e 60). Então espere por muito objetos que se mexem sozinhos como velas, camas, janelas e uma batelada de gritos e sussurros de fantasmas, ao melhor molde “arrastando corrente”, que na verdade mais irritam ao invés de meter medo. Ainda acontece no filme uma guinada na índole do advogado Ben Rush, principalmente quando descobrimos que antes de morrer, Cyrus converteu todas as suas posses e propriedades em dinheiro vivo e escondeu em algum lugar da casa. O ganancioso advogado quer de todo jeito que a família se mude o mais rápido possível, então aproveita a história dos fantasmas para dar uma força assustando-os, e assim ficar com toda a bolada. Ele ainda convence o pentelho filho mais novo dos Zorba a ajudá-lo, em segredo, nesta caça ao tesouro. Rola também um sessão espírita conduzida pela decrépita empregada Elaine Zacharides, para os Zorba tentarem contatar o tio falecido, que é até bacaninha, e no final, a vingança clássica dos fantasmas contra o malvado da vez. 13 Fantasmas tem até que uma boa ideia, escrita por Robb White, que poderia muito bem ser executada, explorando melhor esses trezes espíritos condenados que vivem aprisionado naquela casa, sem perder, por exemplo, uns preciosos dez minutos em uma cena patética de um fantasma domador sem cabeça e seu leão rugindo incessantemente. E o pior de tudo é quando você pensa no verdadeiro potencial do texto com esses fantasmas e a casa mal assombrado e como ele poderia ser explorado na refilmagem, Hollywood consegue te entregar uma verdadeira bomba nas mãos. Tsc, tsc…FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/03/126-13-fantasmas-1960/

sexta-feira, 17 de abril de 2015

#125 1959 VIAGEM AO PLANETA PROIBIDO (The Angry Red Planet, EUA)


Direção: Ib Melchior
Roteiro: Ib Melchior, Sidney W. Pink
Produção: Norman Maurer, Sindey W. Pink, Lou Perlof (Produtor Associado)
Elenco: Gerald Mohr, Nora Hayden, Les Tremayne, Jack Kruschen

O planeta proibido de Viagem ao Planeta Proibido não é o mesmo planeta proibido de O Planeta Proibido. Aqui em questão, em mais esse clássico do sci-fi, é o planeta Marte. E se o cinema nos ensinou algo, é que nunca devemos mexer com Marte! Pois olhe bem, já fomos invadidos diversas vezes pelos habitantes do planeta vermelho. A Guerra dos Mundos e Invasores de Marte são dois exemplos apenas. Quando os terráqueos resolveram visitar o planeta inóspito, como em O Terror Que Vem do Espaço ou mesmo aqui em Viagem ao Planeta Proibido, a coisa nunca saiu muito bem. Até em Marte Ataca! fica complicado para nosso lado. Então, não é uma boa ideia lidar com aquele planeta ou seus habitantes. Mas Viagem ao Planeta Proibido é uma verdadeira gema do gênero. Sci-fi B do mais “alto” nível, produzido pela American International Pictures e que contou com um estardalhaço na campanha de marketing por conta de um inédito efeito de imagens chamado CineMagic. Esse efeito nada mais foi um filtro vermelho que causa uma imagem extremamente saturada, com o vermelho vivo carregado estourando na tela em várias junções óticas de cenas filmadas com atores em cenários e óbvias ilustrações, criando uma concepção de imagem que representa o planeta Marte. Toda vez que os astronautas saem do seu foguete para explorar o planeta, esse efeito visual explode em nossos olhos. É de uma lisergia absurda, fruto da alucinógena parceria do diretor dinamarquês Ib Melchior e do roteirista tresloucado Sidney “Sid” Pink. Também olhem esses nomes… É uma viagem tremenda. Eu sou um caretão, não uso nada, mas para quem gosta de assistir filme chapado, Viagem ao Planeta Proibido é altamente recomendável. E os cenários? Marte cheio de vegetação esquisita, desfiladeiros e lagos. E os monstros então? Terríveis criaturas alienígenas gigantes, tanto animais quanto vegetais. O lance é o seguinte: a primeira nave tripulada vai à Marte em uma missão de exploração e coleta de informações, e obviamente, descobrir se há vida no local. Mal eles sabem que há, e até inteligente. A nave porém fica 61 dias sem dar nenhum sinal de vida, e a Nasa, através de um avançado sistema de controle remoto, consegue trazê-la de volta à Terra (prestem MUITA atenção na nave descendo de marcha ré para a Terra), para encontrar dois tripulantes mortos, um com o pé na cova com um horrível e gosmento ferimento verde no braço e uma sobrevivente com amnésia devido ao terrível choque. A equipe era composta por: Cel. Tom O’Bannion (o moribundo com a infecção), líder da missão, um sujeito que parece um caipira conquistador barato, que vive sorrindo com seus dentes de cavalo e camisa aberta no peito com os pelos salientes, estilo aqueles tiozinhos que ficam no balcão da padoca bebendo pinga Cavalinho o dia inteiro; a bióloga ruiva Dr. Iris Ryan, chamada por O’Bannion de Irish em uma brincadeirinha extremamente sem graça, que é a única garota assustada do time, e voltou sem memória; o Prof. Theodore Gettel, uma versão mais velha e de barbicha do Simon Pegg, o Shaun deTodo Mundo Quase Morto, que vive fumando seu cachimbo dentro da nave para posar de intelectual; e por último Sam “Sammy” Jacobs, especialista em eletrônica e radares, que é um clone do Batoré (ah, para, ó!), e o piadista sem graça da equipe. Todos péssimos atores e com atuações forçadíssimas. Ao chegarem em Marte, eles logo desconfiam que o planeta esconde alguma coisa terrível. Quando saem para explorar as redondezas, confirmam essa hipótese. Primeiro se defrontam com uma planta carnívora gigante, que quase faz da Dr. Ryan seu almoço. Depois, a mais emblemática das criaturas do filme, o temível Rato-Morcego-Aranha. O nome fala por si só. E se você curte rock já deve ter visto o monstrengo na capa do álbum Walk Among Us do Misfits ou no videoclipe de The Number of the Beast do Iron Maiden. Quanto tentam atravessar o lago rumo a uma cidade futurista, é a vez de sofrerem nas mãos de uma ameba gigantesca com um olho que fica rodopiando, que os persegue até o foguete, digerindo Sammy e sendo a responsável pelo cancro gosmento no braço de O’Bannion. Isso sem contar um alienígena feio todo esquisito que fica observando-os e depois manda uma importante mensagem com destino à Terra: basicamente enxotando os humanos de lá e deixando muito claro para eles não voltarem à Marte sem serem convidados, pois senão eles destruirão nosso lindo planeta azul. Na volta, após se libertarem de um poderoso campo de força marciano fazendo uma gambiarra com um monte de fios, o Prof. Gettel tem um derrame e também bate as botas. O’Bannion está quase comendo capim pela raíz e Iris, bloqueia toda e qualquer lembrança traumática sobre aquele furioso planeta vermelho, tendo sua memória resgatada através do uso de poderosos fármacos, pelos médicos, militares e cientistas que participaram do processo de trazer a nave de volta e buscam respostas para o que aconteceu por lá. Ainda dá tempo para um finalzinho dos mais safados, ao melhor estilo “felizes para sempre” entre o comandante e a bióloga, antes de ouvirmos na gravação o esporro que os marcianos deram em nós. Psicodelia, bizarrice, alienígenas esquisitíssimos, trash sci-fi gabaritado. Para juntar os amigos e assistir em uma sessão pipoca. Tudo isso está no pacote de Viagem ao Planeta Proibido, o filme que encerra de uma vez por todas o ciclo sci-fi cinquentão do blog. Claro que uma coisa ou outra vai respingar nos anos 60, mas daqui para frente o foco vai mudar completamente, exagerando no estilo gótico e barroco do cinema de horror e principalmente quando ainda no primeiro ano da década, um tal de Alfred Hitchcock vai nos mostrar que o terror, ao invés de alienígena, pode ser bem humano e morar no motel ao lado.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/02/125-viagem-ao-planeta-proibido-1959/

#124 1959 PLANO 9 DO ESPAÇO SIDERAL (Plan 9 from Outer Space, EUA)


Direção: Edward D. Wood Jr.
Roteiro: Edward D. Wood Jr
Produção: Edward D. Wood Jr., Charles Bug e Hugh Thomas Jr. (Produtores Associados), J. Edward Reynolds (Produtor Executivo)
Elenco: Gregory Walcott, Mona McKinnon, Duke Moore, Tom Keene, Tor Johnson, Vampira, Bela Lugosi

O pior filme de todos os tempos. Essa é a honraria que Plano 9 do Espaço Sideral, do emblemático Ed Wood, frequentemente carrega consigo. A verdade é que essa gema do cinema é uma pérola de valor incalculável do sci-fi trash. É objeto de idolatria e responsável pelo enorme sucesso que o diretor (também considerado o pior de todos) teria pós morte, quando seu longa viraria cult, influenciando pencas de cineastas, como o próprio Tim Burton, que dirigiu seu filme biográfico tempos depois. Na verdade existe um fila interminável de filmes que poderiam ser considerados o pior de todos os tempos. Coloque aí nessa conta Manos: The Hands of Fate (esse sim para mim é o pior MESMO), Robot Monster, e por aí vai. O fato é que o anti-marketing de Plano 9 do Espaço Sideral é o que lhe rende o sucesso eterno, até os dias de hoje. Essa é a aura que ele carrega. Afinal, quem não tem curiosidade em ver o pior filme do mundo? Plano 9 nunca soou pretensioso. Nunca se levou a sério. Ed Wood era apenas um homem que amava o cinema. E tentou ao máximo, com seus orçamentos mixórdios (este foi de parcos 60 mil dólares), grande dose de simpatia e criatividade, fazer aquilo que mais gostava na vida: dirigir filmes. Claro, as atuações são toscas, os cenários de papelão, os discos voadores são controlados por barbantes amarrados em varas de pescar, o roteiro é uma bizarrice só. Mas quer saber, e daí? Melhor que muitos filmes de terror da geração feito-direto-para-o-DVD de hoje em dia que se levam a sério. Por mais lixo, Plano 9 do Espaço Sideral é uma declaração de amor ao cinema de horror e ficção científica. Afinal quem faria um filme financiado pela congregação batista local, sendo até batizado nessa religião, e recebendo vários pitacos na sua obra, como Ed Wood fez? Além disso, Plano 9 é a última aparição de Bela Lugosi nas telas. Seu indiscutível legado, como Drácula original perpetua-se eternamente no cinema de horror. Aqui, velho, cansado, decadente, sem dinheiro e viciado em morfina, ele aparece em poucas sequências do filme, tento morrido durante as filmagens. E é emblemática, triste, melancólica e cheio de pesar a cena em que ele está parado em frente à casa, recolhendo a pétala de flor do jardim, lamentando a morte de sua esposa, antes da sua morte em cena, e de sua morte de verdade. Mas aí vem um daqueles motivos pelos quais Plano 9 é execrado. Lugosi morreu, mas Wood teve a cara de pau de colocar um outro artistas em seu lugar, nitidamente mais novo e mais alto, cobrindo o rosto com a capa de Drácula, para ninguém perceber que não era Lugosi contracenando? E ainda tem takes em que aparece Lugosi, corta, aparece o Dr. Tom Mason, não creditado, substituindo-o (no IMDB o personagem tem o nome de Ghoul Man With Cape Over Face), que era na verdade o médico quiroprático (careca, usando uma peruca no longa) da atual namorada de Eddie. Todos os personagens são caricatos. Não dá para levar nenhum sequer a sério. Tor Johnson, o ex-lutador de luta livre, que faz Lobo em A Noiva do Monstro, interpreta o inspetor Clay, que morre e volta à vida também. Vampire Girl, a esposa do Velho (nome do personagem de Lugosi) é interpretada por uma subcelebridade falida da televisão naqueles tempos, Vampira, que não tem uma fala o longa inteiro e fica andando para lá e para cá com sua expressão estática e braços duros, carregada de maquiagem. Os policiais são estúpidos. O piloto Jeff Trent (Gregory Walcott) é um canastrão de mão cheia, líder do coro da igreja que financiou o filme (e impôs a presença do sujeito à Wood). O coronel Edwards (Tom Keene) é outro tosco. Os alienígenas Eros, Tanna e seu líder ((John “Bunny” Beckinridge, velho amigo transex de Wood) então nem se fala. E os cenários? O que falar daquele cemitério com as cruzes feitas de papelão, que balançam com o vento? E o interior da nave espacial? Que é um simples quartinho com uma escada e uma mesa com uma parafernalha em cima? Fora o figurino de festa à fantasia dos visitantes do espaço. E o interior do avião que Jeff pilota, então? Alguém me explique o que é aquele manche? Isso sem contar as filmagens dos discos voadores sobrevoando as cidades com seus já famosos barbantes, ou as cenas do exército em que Wood utiliza filmagens de arquivo que adquiriu de um estúdio que tinha feito vários tomadas ao acaso. E quando os canhões do exército americano disparam contra os discos voadores, estalidos e bombinhas pipocam na tela como se estivessem sendo atingidos. Coloque também nessa conta os erros crassos de continuidade. O roteiro é uma besteira sem tamanho. Uma quase paródia trash de O Dia em que a Terra Parou. Um bando de alienígenas viajam anos luz para utilizar suas armas de elétrodos com raios e ressuscitar nossos mortos, enquanto tentam destruir a humanidade antes que os cientistas terráqueos consigam descobrir a bomba Solaronite, que imitaria partículas dos raios solares e se fosse usada, colocaria todo o universo em risco. Claro que cabe aos heróis enfrentar os zumbis, os alienígenas e salvar o mundo. Ed Wood piora muito em todos os sentidos, com relação ao seu longa anterior, A Noiva do Monstro, que é tosco, mas um verdadeiro Cidadão Kane (por sinal, filme preferido de Wood) perto de Plano 9 do Espaço Sideral. Se tivesse nascido uma década antes, seu nome seria figurinha carimbada no Poverty Row de Hollywood com certeza. Triste saber que sua fama post-mortem foi infinitamente maior do que a que teve em vida, pois com Plano 9 do Espaço Sideral, sua “obra prima”, não ganhou um níquel sequer pois os direitos do filme ficaram retidos pela igreja. Depois disso, Wood entrou em franca decadência. Crossdresser assumido, Wood passou a dirigir pornografia sob o pseudônimo de Akdov Telmig (Vodka Gimlet lido de trás para frente), escrever bizarros contos e novelas sexuais sobre travestis nos anos 70, até morrer por conta de complicações do alcoolismo.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/01/124-plano-9-do-espaco-sideral-1959/


SALEM 1ª TEMPORADA (EUA, 2014)



01x01 The Vow DIREÇÃO: Richard Shepard ROTEIRO: Brannon Braga e Adam Simon  DATA: 20/04/2014
Mary é uma menina jovem, grávida e sozinha em Salem, uma cidade puritana. Ela acredita que John Alden, o grande amor de sua vida, morreu na guerra, já que ele nunca mais retornou suas cartas. Agora, ela deve escolher entre se misturar aos puritanos ou vender sua alma ao diabo. Tendo escolhido o último, se casa com George Sibley, um dos homens mais influentes da cidade, e o escraviza para pegar suas riquezas e poder para si própria. Cotton Mather, um pregador da bíblia, acredita que as bruxas estão morando em Salem e querem governar o restante do mundo. John volta em meio a uma caça ás bruxas, enquanto Mary coloca os puritanos um contra os outros, permitindo que as bruxas dominem Salem.

01x02 The Stone Child DIREÇÃO: David Von Ancken ROTEIRO: Brannon Braga e Adam Simon DATA: 27/04/2014
John passa a investigar o que está realmente acontecendo em Salem e como a histeria de bruxas surgiu. Mary passa a executar um minucioso plano

01x03 In Vain DIREÇÃO: Alex Zakrzewski ROTEIRO: Elizabeth Sarnoff e Tricia Small DATA: 04/05/2014
Mary decide o que fazer após descobrir quem atrapalhou a cerimônia das bruxas.

01x04 Survivors DIREÇÃO: David Von Ancken ROTEIRO: Jon Harmon Feldman DATA: 11/05/2014
Alden passa a ficar preocupado quando um velho inimigo retorna à Salem com segredos que podem destruí-lo. Mary perde o controle sobre Mercy

01x05 Lies DIREÇÃO: Richard Shepard ROTEIRO: Brannon Braga e Adam Simon DATA: 18/05/2014
Mary e seu clã entram em desavenças; Alden e Cotton encontram perigosa relíquia que pertence ás bruxas.

01x06 The Red Rose and the Briar DIREÇÃO: David Von Ancken ROTEIRO: Brannon Braga e Adam Simon DATA: 01/06/2014
Alden e Cotton ficam cara a cara com uma bruxa; Mary encontra uma solução para os conflitos do clã.

01x07 DIREÇÃO: ROTEIRO: DATA: 01/06/2014

01x08 Departures DIREÇÃO: Alex Zakrzewski ROTEIRO: Jon Harmon Feldman DATA: 08/06/2014
O povoado é abalado com a chegada do pai de Cotton; o controle de Mary sobre George está comprometido.

01x09 Children Be Afraid  DIREÇÃO: David Grossman ROTEIRO: Elizabeth Sarnoff & Tricia Small  DATA: 05/06/2014
Mary tenta de tudo para ter George sobre seu controle novamente; Mercy e seus coroinhas ficam mais poderosos.

01x10 The House of Pain DIREÇÃO: David Von Ancken ROTEIRO: Adam Simon & Joe Menosky DATA: 22/06/2014
Anne se encontra em perigo em meio a uma exploração, e Alden é o único que pode salvá-la.

01x11 Cat and Mouse DIREÇÃO: Tricia Brock ROTEIRO: on Harmon Feldman DATA: 29/06/2014
Alden se encontra no meio de novas acusações; Anne finalmente descobre a verdade.

01x12 Ashes, Ashes DIREÇÃO: Bill Johnson ROTEIRO: Brannon Braga & Adam Simon DATA: 06/07/2014
As alianças se rompem e o destino de Salem é testado quando o julgamento de Alden começa.

01x13 All Fall Down DIREÇÃO: David Von Ancken ROTEIRO: Brannon Braga & Adam Simon DATA: 13/07/2014
Alden está no caminho de descobrir o maior segredo de Mary até agora.