Direção: Terence Fisher
Roteiro: Peter Bryan, Edward
Percy, Jimmy Sangster, Anthony Hinds (não creditado)
Produção: Anthony Hinds,
Anthony Nelson-Keyes (Produtor Associado), Michael Carreras (Produtor
Executivo)
Elenco: Peter
Cushing, Martita Hunt, Yvonne Monlaur, Freda Jackson, David Peel, Miles
Malleson
As Noivas de Drácula (também lançado no Brasil
em DVD como As Noivas do Vampiro) é a continuação da Hammer para seu
sucesso de 1958, O Vampiro da Noite, primeira empreitada do estúdio
britânico no universo de Drácula, inspirado no livro de Bram Stoker, trazendo
Christopher Lee no papel do Conde e Peter Cushing como o intrépido caçador de
vampiros, Van Helsing. E a grandessíssima falha deste filme aqui é exatamente o
fato de Lee não voltar a vestir a capa e presas. Há duas histórias sobre a não
participação de Lee no elenco do filme. Uma diz
que ele recusou o papel para não ficar estigmatizado como Drácula futuramente.
Bom, isso podemos dizer que não serviu de muita coisa. A outra é que na verdade
o cachê dele era muito alto para a produção e o estúdio acabou vetando-o. E mesmo com todo o carisma de
Cushing, o filme acaba não se sustentando, e o Barão Meinster, o vampiro loiro
almofadinha interpretado por David Peel por aqui, não convence ninguém. Mas uma
coisa interessante é notarmos alguma evolução já nesta sequência com relação ao
seu antecessor, principalmente tratando-se dos efeitos especiais, a maquiagem
dos vampiros, com seus longos caninos afiados e peles esbranquiçadas, o sangue
sempre vermelho vivo e abundante (na medida do possível e claro) e no clássico
morcego de borracha voando de um lado para o outro, manipulado por fios. Mas o
roteiro escrito à oito mãos, por Jimmy Sangster (roteirista do original), Peter
Bryan e Edward Percy e Anthony Hinds é bem fraquinho, uma confusão dos diabos e
com mais furos que um queijo suíço. Legal mesmo é ver todo aquele padrão Hammer
de costume, com o uso de carruagem, excelente figurino de época, mulheres
lindas e lascivas, penumbra, cemitérios esfumaçados, um vilarejo aterrorizado e
moradores incautos e supersticiosos. E também mais uma vez Terence Fisher faz
um excelente trabalho na direção, com algumas sequências muito bem executadas,
como a ressureição das tais noivas vampirescas, saindo de suas tumbas, ou a
luta final entre bem e mal em um moinho de vento, inclusive a forma como se
procede a derrota do vampiro. Na trama, a professora de francês e bons costumes
Marianne Danielle (Yvonne Monlaur) viaja pela Transilvânia até a escola onde
irá lecionar e é largada em uma estalagem pelo cocheiro, pois estava
anoitecendo e sabe como é… Ela é acolhida pela solícita Baronesa Meinster
(Martita Hunt) e levada para o seu suntuoso castelo para passar a noite como
convidada, onde mantém seu filho em cárcere privado, alegando que ele sofre de
uma terrível doença mental. Balela. Ele é um vampiro sanguinário e
sua mãe o deixa trancafiado para proteger o mundo de sua maldade. Mas a tonta
da Marianne é ludibriada pelo charme do morto-vivo e o liberta da prisão. O
vampirão primeiro vai transformar sua velha mãe por simples vingança, e depois
sai por aí chupando o sangue e mordiscando o pescoço das virginais garotas da
cidadela, que voltam à vida como concubinas das trevas. Cabe então ao destemido
Van Helsing caçar essas criaturas amaldiçoadas e utilizar todas as técnicas que
aprendeu durante suas andanças pela Europa, e impedir que a pobre Marianne case
com o barão vampiro e sucumba como sua próxima vítima. É bem
verdade que Van Helsing dá um monte de cabaçada para destruir esses vampiros,
não segue nem seus próprios conselhos e por pouco não vira um deles, quando o
Barão Meinster o ataca e suga seu sangue. Mas aí os roteiristas inventam uma
esdrúxula cura, onde ele cauteriza o furo no pescoço com brasa quente e fica
tudo numa boa. Outra
cena dantesca é quando eles estão de guarda próximo de um dos caixões da
vítima, e do nada, um pesado cadeado que mantinha a morta em seu devido lugar,
cai do caixão sem nem ao menos se abrir. E cadê o Drácula? Isso que você me
pergunta. Não sei. Ele é apenas citado de relance nesta história para fazer um
paralelo com O Vampiro da Noite. Juro que não entendo o título do
filme. Mas ótimo, porque Drácula da Hammer mesmo, só Christopher Lee, e o tal
David Peel nunca chegaria aos pés do mestre. Mas diferente das pífias
sequências de Drácula da Universal, onde nenhuma
prestou, aqui a coisa muda de figura com as próximas seis sequências, tendo
algumas bastante interessantes, incluindo o Drácula – O
Príncipe das Trevas (o melhor da franquia) e o
sanguinário O Conde
Drácula de 1970. Nota do blogueiro: E nunca podemos esquecer do
fantástico título que Dracula AD ganhou no Brasil: Drácula no Mundo da Minissaia. Resumo da ópera: As Noivas
de Drácula é um filme para fã e claro que como sendo uma sequência oficial
da Hammer, estaria definitivamente nesta lista. Mas chega
até a ser dispensável, na verdade. Se não tivesse Peter Cushing pelo menos, que salva
a pátria, seria perda de tempo assistir.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/04/12/134-as-noivas-de-dracula-1960/