sábado, 25 de abril de 2015

#126 1960 13 FANTASMAS (13 Ghosts, EUA)


Direção: William Castle
Roteiro: Robb White
Produção: William Castle
Elenco: Charles Herbert, Jo Morrow, Martin Milner, Rosemary De Camp, Donald Woods

A lista do blog nos anos 60 começa com um filmezinho meia boca de William Castle, mas que tem sua devida importância histórica e por isso figura por aqui: 13 Fantasmas. Provavelmente você já deve ter visto o remake (que consegue ser mil vezes pior) por aí, lançado em 2001. Já falei aqui no blog sobre a inventividade de Castle como diretor e produtor. Isso não podemos negar. Colocamos na conta do sujeito alguns filmes memoráveis do gênero, todos de baixo orçamento, com artimanhas de sustos fáceis, mas os quais ele conseguiu promover inteligentemente através degimmicks de sustos e interatividade da plateia nos cinemas. Como maiores exemplos, duas fitas com Vincent Price no elenco: A Casa dos Maus Espíritos e Força Diabólica (esse último, o melhor filme de Castle em disparada). 13 Fantasmas segue a mesma regra para atrair o público aos cinemas. A engenhoca da vez, o que deve ter proporcionado a quem visse o filme no cinema maior diversão do que vê-lo anos mais tarde em alguma reprise, é o sistema conhecido como Illusion-O. O público ao entrar no cinema ganhava um óculos, no mesmo molde daqueles óculos 3D antigos, com uma lente em celofane azul e outra em celofane vermelho, para que o os mais corajosos pudessem ver os fantasmas do filme. As cenas com o Illusion-O, vistas através do óculos, enaltecia pela lente vermelha a presença dos fantasmas na tela, enquanto a azul os removia. Só que mesmo com o filtro azul eliminando os fantasmas, ainda assim eles poderiam ser vistos ao olho nu, sem a real necessidade do óculos. Por isso o filme também pode ser exibido futuramente em outras mídias. Gadgets de Castle à parte, a história é um das mais clássicas do gênero sobrenatural. Uma família, que está em precárias condições financeiras, e prestes a perder a moradia de aluguel por falta de pagamento, recebe uma daquelas heranças típicas de filmes de terror, onde herdam uma casa e tudo que há dentro dela: mobília, uma esquisita empregada velha sinistra, e fantasmas! Isso porque a casa pertencia ao excêntrico Cyrus Zorba (que não tem nenhum parentesco nem com o grego, nem com a fábrica de cuecas), um colecionador de fantasmas. O sujeito viajava o mundo inteiro aprisionando espíritos e deixava-os rondando pela sua casa. Quando Cyrus bate as botas, seu único parente vivo é Arthur “Buck” Zorba, o sobrinho falido, professor no departamento de paleontologia da universidade. Eles recebem o testamento através do primeiramente boa praça, mas depois escroque, advogado Benjamin Rush. Mesmo com todas as advertências, de que é sabida da existência destes espíritos zombeteiros na casa, a família Zorba muda-se para o local, já que não tinham mais para onde ir, e claro, vão ser atormentados pelos fantasmas que ali habitam. Só que eles não podem simplesmente sair fora, porque senão eles perdem o direito da propriedade que irá parar nas mãos do Estado. A técnica de efeitos especiais para representar os fantasmas são realmente precárias. As imagens translúcidas mal aparecem na tela (talvez para realçar o efeito Illusion-O no cinema) e o mesmo expediente clichê de sempre é utilizado para assustar, mas sem nenhum impacto (talvez funcionasse bem para a plateia ainda ingênua nesta transição entre os anos 50 e 60). Então espere por muito objetos que se mexem sozinhos como velas, camas, janelas e uma batelada de gritos e sussurros de fantasmas, ao melhor molde “arrastando corrente”, que na verdade mais irritam ao invés de meter medo. Ainda acontece no filme uma guinada na índole do advogado Ben Rush, principalmente quando descobrimos que antes de morrer, Cyrus converteu todas as suas posses e propriedades em dinheiro vivo e escondeu em algum lugar da casa. O ganancioso advogado quer de todo jeito que a família se mude o mais rápido possível, então aproveita a história dos fantasmas para dar uma força assustando-os, e assim ficar com toda a bolada. Ele ainda convence o pentelho filho mais novo dos Zorba a ajudá-lo, em segredo, nesta caça ao tesouro. Rola também um sessão espírita conduzida pela decrépita empregada Elaine Zacharides, para os Zorba tentarem contatar o tio falecido, que é até bacaninha, e no final, a vingança clássica dos fantasmas contra o malvado da vez. 13 Fantasmas tem até que uma boa ideia, escrita por Robb White, que poderia muito bem ser executada, explorando melhor esses trezes espíritos condenados que vivem aprisionado naquela casa, sem perder, por exemplo, uns preciosos dez minutos em uma cena patética de um fantasma domador sem cabeça e seu leão rugindo incessantemente. E o pior de tudo é quando você pensa no verdadeiro potencial do texto com esses fantasmas e a casa mal assombrado e como ele poderia ser explorado na refilmagem, Hollywood consegue te entregar uma verdadeira bomba nas mãos. Tsc, tsc…FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/03/126-13-fantasmas-1960/

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