Direção: William
Castle
Roteiro: Robb
White
Produção: William
Castle
Elenco: Charles
Herbert, Jo Morrow, Martin Milner, Rosemary De Camp, Donald Woods
A lista do blog nos anos 60
começa com um filmezinho meia boca de William Castle, mas que tem sua devida
importância histórica e por isso figura por aqui: 13 Fantasmas.
Provavelmente você já deve ter visto o remake (que consegue ser mil vezes pior)
por aí, lançado em 2001. Já falei aqui no blog sobre a inventividade de Castle
como diretor e produtor. Isso não podemos negar. Colocamos na conta do sujeito
alguns filmes memoráveis do gênero, todos de baixo orçamento, com artimanhas de
sustos fáceis, mas os quais ele conseguiu promover inteligentemente através
degimmicks de sustos e interatividade da plateia nos cinemas. Como maiores
exemplos, duas fitas com Vincent Price no elenco: A Casa dos Maus Espíritos e Força Diabólica (esse último, o melhor filme de Castle em
disparada). 13 Fantasmas segue a mesma regra para atrair o público
aos cinemas. A engenhoca da vez, o que deve ter proporcionado a quem visse o
filme no cinema maior diversão do que vê-lo anos mais tarde em alguma reprise,
é o sistema conhecido como Illusion-O. O público ao entrar no cinema
ganhava um óculos, no mesmo molde daqueles óculos 3D antigos, com uma lente em
celofane azul e outra em celofane vermelho, para que o os mais corajosos
pudessem ver os fantasmas do filme. As cenas com o Illusion-O, vistas
através do óculos, enaltecia pela lente vermelha a presença dos fantasmas na
tela, enquanto a azul os removia. Só que mesmo com o filtro azul eliminando os
fantasmas, ainda assim eles poderiam ser vistos ao olho nu, sem a real
necessidade do óculos. Por isso o filme também pode ser exibido futuramente em
outras mídias. Gadgets de Castle à parte, a história é um das mais
clássicas do gênero sobrenatural. Uma família, que está em precárias condições
financeiras, e prestes a perder a moradia de aluguel por falta de pagamento,
recebe uma daquelas heranças típicas de filmes de terror, onde herdam uma casa
e tudo que há dentro dela: mobília, uma esquisita empregada velha sinistra, e
fantasmas! Isso porque a casa pertencia ao excêntrico Cyrus Zorba (que não tem
nenhum parentesco nem com o grego, nem com a fábrica de cuecas), um
colecionador de fantasmas. O sujeito viajava o mundo inteiro aprisionando
espíritos e deixava-os rondando pela sua casa. Quando Cyrus bate as botas, seu
único parente vivo é Arthur “Buck” Zorba, o sobrinho falido, professor no
departamento de paleontologia da universidade. Eles recebem o testamento
através do primeiramente boa praça, mas depois escroque, advogado Benjamin
Rush. Mesmo com todas as advertências, de que é sabida da existência destes
espíritos zombeteiros na casa, a família Zorba muda-se para o local, já que não
tinham mais para onde ir, e claro, vão ser atormentados pelos fantasmas que ali
habitam. Só que eles não podem simplesmente sair fora, porque senão eles perdem
o direito da propriedade que irá parar nas mãos do Estado. A técnica de efeitos
especiais para representar os fantasmas são realmente precárias. As imagens
translúcidas mal aparecem na tela (talvez para realçar o
efeito Illusion-O no cinema) e o mesmo expediente clichê de sempre é
utilizado para assustar, mas sem nenhum impacto (talvez funcionasse bem para a
plateia ainda ingênua nesta transição entre os anos 50 e 60). Então espere por
muito objetos que se mexem sozinhos como velas, camas, janelas e uma batelada
de gritos e sussurros de fantasmas, ao melhor molde “arrastando corrente”, que
na verdade mais irritam ao invés de meter medo. Ainda acontece no filme uma
guinada na índole do advogado Ben Rush, principalmente quando descobrimos que
antes de morrer, Cyrus converteu todas as suas posses e propriedades em
dinheiro vivo e escondeu em algum lugar da casa. O ganancioso advogado quer de
todo jeito que a família se mude o mais rápido possível, então aproveita a
história dos fantasmas para dar uma força assustando-os, e assim ficar com toda
a bolada. Ele ainda convence o pentelho filho mais novo dos Zorba a ajudá-lo,
em segredo, nesta caça ao tesouro. Rola também um sessão espírita conduzida
pela decrépita empregada Elaine Zacharides, para os Zorba tentarem contatar o
tio falecido, que é até bacaninha, e no final, a vingança clássica dos
fantasmas contra o malvado da vez. 13 Fantasmas tem até que uma boa ideia,
escrita por Robb White, que poderia muito bem ser executada, explorando melhor
esses trezes espíritos condenados que vivem aprisionado naquela casa, sem
perder, por exemplo, uns preciosos dez minutos em uma cena patética de um
fantasma domador sem cabeça e seu leão rugindo incessantemente. E o pior de
tudo é quando você pensa no verdadeiro potencial do texto com esses fantasmas e
a casa mal assombrado e como ele poderia ser explorado na refilmagem, Hollywood
consegue te entregar uma verdadeira bomba nas mãos. Tsc, tsc…FONTE: http://101horrormovies.com/2013/04/03/126-13-fantasmas-1960/
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