Direção: Edward L.
Bernds
Roteiro: Edward
L. Bernds (baseado no conto de George Langelaan)
Produção: Bernard
Glasser
Elenco: Vincent
Price, Brett Halsey, David Frankjam, John Stutton, Dan Seymour, Danielle De
Metz
Considero O Monstro de
Mil Olhos um filme menosprezado. Fracasso retumbante de
bilheteria, essa continuação de A Mosca da Cabeça Branca, que traz novamente Vincent Price no
elenco, não chega a ser indispensável, mas eu gostei mesmo do filme e principalmente
da maquiagem da cabeçona de mosca do monstro, mais bem feita do que o filme
original, por exemplo. O grande problema, opinião até compartilhada por Price
em entrevista dada em 1988, é que o que fez o filme não ser tão bem aceito
quanto seu predecessor, foi o fato dele ter sido filmado em preto e branco,
exigência da 20th Century Fox, sendo que A Mosca da Cabeça Branca era
todo cores vivas em Technicolor. Além de que o desfecho do original é
completamente pessimista e o deste aqui é uma porcaria de um final feliz. Um
parágrafo a parte para o título do filme. Sabemos que a cultura no nosso país é
dar o título mais mercadológico possível para as produções que chegam ao cinema
(e mais tarde em VHS, DVD, Blu-Ray, VOD, e por aí vai). Mas O Monstro de
Mil Olhos???? Custava ser O Retorno da Mosca? Assim como o original, precisava
se chamar A Mosca da Cabeça Branca, ao invés de simplesmente A Mosca? Mas
enfim, devaneios a parte, a história se passa 15 anos após os trágicos
acontecimentos quando a experiência de teletransporte de Andre Delambre deu
miseravelmente errado e ele se transformou em duas criaturas mutantes
distintas: um homem com cabeça e pata de mosca e uma mosca com cabeça (branca)
de homem. Agora, seu filho crescido, Phillipe (Brett Halsey), após a morte de
sua mãe, resolve retomar as experiências do pai e reconstruir a máquina capaz
de desintegrar e reintegrar matéria. Claro que seu tio e tutor, François, papel
reprisado por Vincent Price (detalhe que o garotinho do filme anterior se torna
um jovem adulto e o personagem de Price não envelhece sequer uma ruga) é
completamente contra a ideia, devido à tragédia que se abateu com a família
durante todos esses anos. Mas Phillipe não dá a menor bola a continua o
projeto, mudando-se para a antiga casa de seu avô com seu assistente Alan
Hines, onde pretende reconstruir a máquina no porão. Porém quando a grana
começa a ficar curta e ele precisa do financiamento do tio e do dinheiro das
empresas, ele chantageia François ameaçando vender sua parte na companhia o
qual é sócio, herdada de seu pai, fazendo com que não sobre alternativas para o
tio a não ser continuar investindo no experimento, até como forma de se manter
próximo de Phillipe e evitar que algum acidente parecido aconteça. Um dos
testes para constatar a confiabilidade da máquina, é colocar um porquinho da
índia no teletransportador e armazená-lo por um tempo no limbo, decidindo
trazê-lo de volta apenas no dia seguinte. E Hines, solicitamente oferece todo
seu auxílio e trabalha de graça para Phillipe. Mas como quando a esmola é
muita, o santo desconfia, Hines se mostra na verdade um espião industrial
usando um nome falso. Seu verdadeiro nome é Ronald “Roonie” Holmes, fugitivo da
polícia britânica, que fecha um acordo escuso com Max, um sujeito meio gângster
e meio dono de uma funerária (???!!!), para que ele venda os esquemas e
diagramas da invenção revolucionária para importantes companhias, traindo
Phillipe e ganhando uma bolada com isso. Certa noite, enquanto Hines (ou
Holmes) está fotografando os diagramas da máquina de teletransporte, um
detetive inglês que finalmente encontrou seu paradeiro entra no laboratório às
escondidas e dá voz de prisão ao escroque, que não se rende e enfia o detetive
dentro do teletransportador, trazendo-o de volta na sequência junto com o porquinho
da índia desmaterializado anteriormente. A fusão celular faz com que o homem
ganhe as patas do roedor, e o bichinho braços humano. Após dar sumiço do corpo
e do carro do detetive e sair para encontrar Max, a fim de lhe enviar provas
para conseguir concretizar a venda secreta do experimento, ele volta e encontra
Phillipe no laboratório questionando-o, quando em uma violenta briga, Hines (ou
Holmes) também mete o antigo parceiro na máquina e por pura maldade, enfia uma
mosca junto com ele. Phillipe volta com a horrenda cabeça de uma mosca, assim
como uma pata, tal qual aconteceu com seu pai, e o pequeno inseto ganha a
cabeça do jovem cientista. Phillipemosca foge do laboratório e vai ao encontro
de Max e Hines (ou Holmes…ah você já entendeu), matando ambos. Infelizmente a
morte do salafrário é por um simples estrangulamento com a pata de mosca. Nada
nojento como vomitar e derreter o vilão, como acontece em A Mosca de David Cronenberg. Lutando contra seus
instintos e preservando o pouco que resta da consciência de Phillipe, a
criatura volta até a casa, onde o Inspetor Beecham conseguiu aprisionar a
Moscaphillipe em uma jarra, e François coloca os dois no teletransportador,
para tentar reverter o processo. Daí o final babaca do filme (já deve imaginar
o que acontece né?). O Monstro de Mil Olhos parece mais do mesmo, mas não
é um filme cansativo e você não tem aquela impressão de que perdeu seu tempo
assistindo mais uma fraca sequência. Eu sinceramente gosto do filme,
principalmente, como disse acima, da maquiagem de Phillipemosca com seu cabeção
inseto, que chega a ser hilário e assustador ao mesmo tempo. Claro, nada
comparado à maquiagem de Rob Bottin na refilmagem de 1986, mas é bastante
interessante, pensando nos padrões do final da década de 50.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/27/121-o-monstro-de-mil-olhos-1959/
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