Direção: William
Castle
Roteiro: Robb
White
Produção: William
Castle
Elenco: Vincent
Price, Judith Evely, Daryl Hickman, Phillip Coolidge, Patricia Cutts, Pamela
Lindon
Força Diabólica é dirigido
por um dos mais inventivos diretores do cinema de terror, William Castle, que
ficou famoso por introduzir uma série de truques e gadgets para
atrair espectadoras e garantir interatividade com o público que assistia aos
seus filmes no cinema. Em um de seus longas anteriores, Macabro, (1958), ele
criou um seguro de vida para aqueles que assistissem ao filme. Em outro, o
clássico A Casa dos Maus Espíritos, criou uma engenhoca chamada Emergo,
que fazia com que esqueletos circulassem pela sala de exibição, provocando
sustos na plateia. E com Força Diabólica, não poderia ser diferente, onde
inventou o sistema Percepto, instalando pequenos mecanismos que davam
choque em algumas cadeiras do cinema, para aumentar o susto e consequentemente,
os gritos. O filme, que já começa com o próprio Castle avisando ao público que
se você gritar no momento certo, isso poderá salvar a sua vida. Estrelado pelo
icônico astro dos filmes de terror Vincent Price (curiosamente o primeiro dele
nessa lista), Força Diabólica é diversão absoluta. Uma mistura de
terror e sci-fi barato, com toques de comédia e filme noir. Price é o
Dr. Warren Chapman, que estuda uma estapafúrdia teoria de que todos nós
possuímos uma espécie de parasita microscópico alojado em nossa coluna, que se
alimenta de nosso medo, apelidado de Efeito Calafrio (o Tingler do
título original). E se nos momentos de maior pavor não gritarmos para aliviar a
tensão, esse parasita é capaz de quebrar nossa espinha em dois pedaços! Por
mais ridículo que seja, o roteiro é muito bem construído com uma seriedade
espantosa. Entra em cena uma surda-muda, a Sra. Higgins, que junto com Ollie,
seu esposo, administra um cinema especializado em filmes mudos. Então se a Sra.
Higgins não pode falar, logo também não pode gritar, e pode muito bem acabar
morrendo de medo se a teoria do Dr. Chapman for comprovada.
Atenção para o SPOILER ALERT. Leia por sua conta e risco:
Afim de pegar a grana da esposa,
Ollie prepara um susto daqueles para ela, usando de artifícios como máscaras de
terror, janelas e portas que se fecham sozinhas e uma banheiro cheia de sangue
vermelho-vivo (destoando do resto do filme em preto e branco), que mais parece
uma alucinação maluca da Sra. Higgins. Claro que a mulher empacota e durante
sua autópsia realizada por Warren, ele retira da sua espinha uma larva que
parece uma tosca centopeia gigante, que cresceu exageradamente pela falta de
grito da mulher. A criatura é hilária e toda vez que ela aparece em cena,
ouve-se o efeito sonoro de batimentos cardíacos. Acontece que o “Tingler”
escapa e vai parar numa sala de cinema, e daí é o momento mais surreal do
filme, criado especialmente para interação com a plateia. Primeiramente a
imagem some e só se ouve o vozeirão característico de Price falando para todos
manterem a calma. Logo em seguida, o bichinho entra na sala de projeção e o
filme sai do ar, com a tela ficando em branco e a larvona passando na frente da
tela. Até que mais uma vez fica tudo escuro e Price convoca todos a gritarem o
máximo que puderem, para garantir suas vidas e destruir a criatura. GE-NI-AL. Ainda
com um final completamente bizarro, o que vemos é uma espetacular junção de um
excêntrico diretor, um ator sem igual como Price e uma criatura tosca demais.
Diversão garantida.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/22/117-forca-diabolica-1959/
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