Direção: Terence
Fisher
Roteiro: Jimmy
Sangster
Produção: Michael
Carreras, Anthony Nelson-Keys (Produtor Associado)
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Yvonne
Furneaux, Eddie Byrne, Felix Alymer, George Pastell
Continuando seu processo de
renovação dos monstros da Universal, depois de Frankenstein e de Drácula, agora
é a vez de a Hammer trazer a criatura egípcia enfaixada às telas, em cores, com
todas as características peculiares do estúdio inglês. Estou falando de A Múmia.
Mais uma vez, temos o prazer de ver a eterna dupla dinâmica, Peter Cushing e
Christopher Lee atando juntos. Cushing faz o papel do arqueólogo John Banning.
A Lee ficou o papel de Kharis, o ex-alto sacerdote do deus Karnak, mumificado
por amar a princesa Ananka e tentar trazê-la de volta à vida através de um
ritual proibido. O roteiro, assinado por Jimmy Sangster, é baseado no que eu
chamo de “segunda múmia”. A primeira é aquela de Boris Kharlof no clássico
seminal A Múmia, de 1932, onde ele vive Imhotep, às voltas com a
tentativa de ressuscitar seu grande amor milenar, a princesa Ankh-es-en-amon. A
segunda é a aquela que veio dar norte a todas à franquia, que teve início com A Mão da Múmia, de 1940. Nela, um grupo de arqueólogos no
Egito encontram o túmulo perdido da princesa Ananka, e isso enfurece uma seita
religiosa dos seguidores de Karnak, que trazem a múmia Kharis de volta à vida
para destruir aqueles que cometeram tal sacrilégio. Kharis, a múmia que também
é representada neste filme, foi eternizado por Lon Chaney Jr. a partir do
terceiro da série da Universal, O Fantasma da Múmia. Mas nesta produção há uma espécie de
salada de enredos com varias passagens da série toda, inclusive do original,
com cenas que remetem estes filmes bem destacadas, ainda mais para quem reviu
todos eles recentemente, como foi meu caso, para escrever os textos no blog. E
se você acompanha assiduamente as postagens, encontrou todos os filmes da múmia
aqui resenhados. Aqui a coisa é mais ou menos a mesma. A expedição liderada
pelo experiente arqueólogo Stephen Banning, Joseph Whemple e John Banning,
descobrem a tal tumba da princesa Ananka. Mehemet Bey, um dos seguidores do
deus Karnak os avisa para não profanar o sono eterno da princesa, mas é
veementemente ignorado, e Stephen maravilhado, adentra em seu sarcófago.
Enquanto Whemple vai avisar o enfermo John sobre a descoberta, Stephen tem o
primeiro vislumbre da múmia de Kharis, trazido de volta através da leitura de
um pergaminho sagrado e no mesmo momento enlouquece, entrando em um estado
irreversível de demência, tomado pelo medo mais primitivo. John manda selar
novamente o túmulo, mas não antes de levar o corpo da princesa para o Museu
Britânico. Passados três anos, Stephen está internado em uma instituição
psiquiátrica e John tenta continuar sua vida, com sua amada Isabelle. É quando
Mehemet Bey chega até Londres com sua múmia embaixo do braço e seu plano de se
vingar de todos aqueles infiéis. Quando vemos pela primeira vez Lee embaixo da
gaze, saindo do interior de um pântano lamacento, é realmente um impacto visual
marcante. A maquiagem a cargo de Roy Ashton, que já havia mostrado ao que veio
em A Maldição de Frankenstein e O Vampiro da Noite, faz mais uma vez um excelente trabalho com
o monstro. Falando em maquiagem, não posso deixar de citar aqui a cena que
reproduz o funeral da princesa Ananka há quatro mil anos. Apesar de a
ambientação ser bastante bacana, Christopher Lee se passando por egípcio, com a
pele escura, ficou bem ridículo. Mas tudo bem, isso passa. Aproveitando o
parágrafo, o design de produção de Bernard Robinson é grandioso, dando ares de
“superprodução” do estúdio inglês, principalmente quando se trata da reprodução
do Egito Antigo e seus rituais. Voltando ao enredo, a múmia começa a perseguir
um a um para enforcá-los e concretizar sua vingança. Primeiro invade o hospício
onde Stephen está internado para matá-lo. Depois assassina Whemple. John é o
próximo. Claro que o inspetor Mulrooney, investigando os crimes, não acredita
nesta história de múmia. Indestrutível, Kharis parte para cima de John e só não
o mata quando Isabelle interfere, já que ela é praticamente idêntica à princesa
Ananka (a atriz fez o papel das duas) e confuso, Kharis obedece seu amor. Daí
cabe a John e Mulrooney descobrir toda a verdade por traz do monstro mofado e
da conspiração de Mehemet Bey, e impedi-los antes que seja tarde demais. Claro, A
Múmia não tem o mesmo charme dos filmes de Frankenstein ou de Drácula,
muito mais emblemáticos para a Hammer. Assim como acontecia também na
Universal. Os filmes da múmia eram meio série B, tanto que quando rolava um crossover entre
todos os monstros, ela sempre ficava de fora. Mas isso não deixa de fazê-lo um
bom filme, ótima direção de arte, com maquiagem primorosa da criatura, muito
bem representada por Christopher Lee se arrastando por aí, assim como a sempre
galante presença de Peter Cushing na tela.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/03/29/123-a-mumia-1959/
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