sexta-feira, 22 de julho de 2016

SHERLOCK HOLMES - MELODIA FATAL (Sherlock Holmes - DRESSED TO KILL, EUA, 1946)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, PATRICIA MORISON
SINOPSE: 14º filme da série de 14 filmes

Sherlock Holmes investiga as mortes de duas pessoas que, em comum, haviam comprado duas inofensivas e idênticas caixas de música. Uma das pessoas que morreu, foi um velho amigo de Watson. Uma terceira caixa também foi vendida e, agora, nossos heróis terão que trabalhar duro, para evitar uma nova morte.


SHERLOCK HOLMES - NOITE TENEBROSA (Sherlock Holmes – Terror by Night, EUA, 1946)


Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE
SINOPSE: 13º filme da série de 14 filmes
Holmes foi encarregado de transportar com segurança o diamante Estrela da Rodésia, uma jóia rara de 400 quilates, mas quando a gema é roubada, os assassinatos começam a se acumular. Somente a capacidade dedutiva do maior detetive de todos os tempos pode revelar quem, dentre os excêntricos e muito suspeitos passageiros, é o verdadeiro criminoso.


SHERLOCK HOLMES - DESFORRA EM ARGEL (Título Original: Sherlock Holmes –Pursuit to Algiers, EUA)


Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHONE, NIGEL BRUCE.
SINOPSE: 12º filme da série de 14 filmes
Sherlock Holmes, o mestre das pistas e seu fiel assistente Dr. Watson, estão apreensivos para embarcarem no transatlântico. Deverão escoltar e proteger o menino Nikolas, que será o futuro Rei de Argel, pois seu pai, o Rei, foi assassinado.


SHERLOCK HOLMES E A MULHER DE VERDE (Sherlock Holmes and the Woman in Green, EUA, 1945)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, HILLARY BROOKE
SINOPSE: 11º filme da série de 14 filmes
Sherlock Holmes investiga uma série de assassinatos de moças cujo dedo indicador é cortado depois de mortas. Acaba descobrindo que Moriarity está envolvido nos casos.


SHERLOCK HOLMES E A CASA DO MEDO (Sherlock Holmes and the House of Fear, EUA, 1945)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE
SINOPSE: 10º filme da série de 14 filmes

Sherlock Holmes e seu inseparável companheiro, o Dr. Watson, são chamados para desvendar os crimes que ocorrem em uma mansão, onde cada vítima é previamente avisada ao receber sementes de laranja.

SHERLOCK HOLMES E A PÉROLA DA MORTE (Sherlock Holmes AND THE PEARL OF DEATH, EUA, 1944)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, EVELYN ANKERS
SINOPSE: 9º filme da série de 14 filmes

Baseado no conto “The Adventure of Six Napoleons” escrito em 1903 por Sir Arthur Conan Doyle, uma pérola de valor inestimável, porém com a reputação de má sorte para seus possuidores, é roubada. Sherlock Holmes precisa investigar vários assassinatos aparentemente desconexos, a fim de reavê-la.

SHERLOCK HOLMES E A GARRA ESCARLATE (Sherlock Holmes and the Scarlet Claw, EUA, 1944)

Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE
SINOPSE: 8º filme da série de 14 filmes

Este é um filme onde vemos Holmes e Watson longe das nebulosas ruas de Londres, mas apesar da ausência da Baker Street, ambos estão em casa! O local é uma pequena cidade sob o domínio britânico, Quebec no Canadá. O crime é um diabólico e bizarro assassinato! Holmes e Watson seguem uma pista que está esquentando cada vez mais!

SHERLOCK HOLMES E A MULHER ARANHA (Sherlock Holmesand the Spider Woman, EUA, 1944)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, GALE SONDERGAARD
SINOPSE: 7º filme da série de 14 filmes

Alarmado por uma série de suicídios de proeminentes jogadores, popularmente apelidado "Suicídios Assassinatos de Pijama" pelos jornais, Holmes encena sua própria morte e assume a identidade de Rajni Singh, um indiano militar aposentado, homem com um braço paralisado. Assim poderá investigar os crimes e solucionar o caso.


SHERLOCK HOLMES ENFRENTA A MORTE (Sherlock Holmes – Faces Death, EUA, 1943)



Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, HILLARY BROOKE
SINOPSE: 6º filme da série de 14 filmes

No desenrolar da trama, percebemos sugestões de uma guerra global, embora retrate um Holmes modernizado. Aqui Holmes e Watson estão num ambiente similar ao da maioria da série, investigando um assassinato numa grande mansão rural!

SHERLOCK HOLMES EM WASHINGTON (Sherlock Holmes in Washington, EUA, 1943)


Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, GEORGE ZUCCO, HENRY DANIELL
SINOPSE: 5º filme da série de 14 filmes

Pela primeira vez, Holmes e Watson são chamados para longe das suas locações habituais, as ilhas britânicas e são enviadas ao coração dos Estados Unidos, Washington DC, onde Holmes fica profundamente impressionado durante uma excursão pelos monumentos patrióticos da cidade. Watson se diverte com o modo de viver dos americanos!

SHERLOCK HOLMES E A ARMA SECRETA (Sherlock Holmes and the Secret Weapon, EUA, 1943)


Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, LIONEL ATWILL
SINOPSE: 4º filme da série de 14 filmes


Em Sherlock Holmes e a Arma Secreta, o detetive tem a missão de localizar o cientista que, em pleno andamento da Segunda Guerra Mundial, desenvolveu uma poderosa arma, ambicionada tanto pelas forças aliadas quanto pelos países do Eixo.

SHERLOCK HOLMES E A VOZ DO TERROR (Sherlock Holmes and the Voice of Terror, EUA, 1942)

Diretor: ROY WILLIAM NEILL
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, EVELYN ANKERS
SINOPSE: 3º filme da série de 14 filmes
Misteriosas transmissões de rádio, aparentemente vindas da Alemanha Nazista avisam sobre atos de sabotagem realizados em território Britânico momentos antes de acontecerem. O governo sem conseguir nenhuma pista dos sabotadores, recorre a Sherlock Holmes como medida desesperada.

AS AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMES (The Adventures of Sherlock Holmes, EUA, 1939)


Diretor: ALFRED WERKER
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, IDA LUPINO, GEORGE ZUCCO, ALAN MARSHALL
SINOPSE: 2º filme da série de 14 filmes

A trama envolve Holmes num sinistro plano para roubar as jóias da coroa da Inglaterra. Nesta produção aparecem novos personagens, como o vilão Prof. Moriarty,e uma sofrida heroína Ann Brandon.

SHERLOCK HOLMES E O CÃO DOS BASKERVILLES (Sherlock Holmes and the Hound of the Baskervilles, EUA, 1939)


Diretor: SIDNEY LANFIELD
Elenco: BASIL RATHBONE, NIGEL BRUCE, RICHARD GREENE, JOHN CARRADINE, WENDY BARRIE, LIONEL ATWILL
SINOPSE: 1º filme da série de 14 filmes

Uma das mais famosas histórias do detetive Sherlock Holmes. A morte do rico proprietário Charles Baskerville está envolvida em um mistério que envolve uma antiga maldição de família, uma grande herança e um enorme cão fantasmagórico. Holmes e seu assistente Watson são chamados para investigar.

ESQUADRÃO SINISTRO (Sinister Squad, EUA, 2016)


BOSQUE MACABRO (2016)


terça-feira, 12 de julho de 2016

#657 1995 ECLIPSE TOTAL (Dolores Claiborne, EUA)


Direção: Taylor Hackford
Roteiro: Tony Gilroy (baseado no livro de Stephen King)
Produção: Taylor Hackford, Charles Mulvehill; Gina Blumenfeld, Michael Kelly (Produtores Associados)
Elenco: Kathy Bates, Jennifer Jason Leigh, Judy Parfitt, Christopher Plummer, David Strathairn, John C. Reilly

Kathy Bates ganhou um Oscar pela sua atuação visceral, assustadora, descontrolada e psicopata da enfermeira Annie Wilkes em Louca Obsessão, baseado em um livro de Stephen King e sabidamente um dos melhores filmes inspirados em sua obra. A atuação monstra da atriz chamou demais a atenção do escritor que se inspirou na própria para criar a personagem Dolores Claiborne de seu livro homônimo, levados às telas pelo diretor Taylor Hackford em Eclipse Total. Obviamente, ninguém menos que Bates poderia viver a personagem título nesse intrigante suspense, sem absolutamente nenhum toque sobrenatural, mesmo tendo King por trás, que parece que vai ficando melhor com o tempo e a casa nova assistida. Eclipse Total nunca foi um de meus favoritos, mas eu mesmo acabei me surpreendendo com ele ao revisitá-lo, depois de um longo período em que o vi pela primeira vez. Claro que a atuação de Bates é hors concours, e também estão muito bem a maiorias dos coadjuvantes, como Jennifer Jason Leigh, Christopher Plummer, David Strathairn e a excelente Judy Parfitt como Vera Donovan, indicada, vinda do teatro, pela esposa de Hackford, Helen Mirren. Mas dois aspectos me chamaram demais a atenção que dão um contorno todo especial ao longa: a trilha sonora impecável de Danny Elfman e a ótima fotografia do mexicano Gabriel Beristain (que pesquisando no iMDB tem dois filmes como diretor de fotografia que agora aqui de cabeça me remeteram a esse seu trabalho: O Chamado 2 e Viagem do Medo, e atualmente está na televisão, tendo trabalhado recentemente na séries The Strain, aquela do Guillermo Del Toro e Agent Carter, da Marvel). Isso porque o filme é quase todo contado alternando o presente e o passado, com uma fotografia azulada, sóbria, quase com total ausência de cor durante a narrativa atual, e mais vívida quando em flashback. E isso sem contar a exímia cena do tal eclipse total do título, quando todas essas partes envolvidas: a atuação de Bates e Strathairn como seu marido abusivo, alcóolatra, molestador, pedófilo e misógino, Joe; a fotografia de Beristain (lindíssima); a direção de Hackford; e a trilha sonora de Elfman, funcionam poderosamente em uníssono. Pois bem, na trama, a importante jornalista Selena St. George (Leigh) deixa Nova York para voltar à sua terra natal, uma ilha no estado do Maine (ah, vá!) ao saber que sua mãe, Dolores, estava sendo acusada do assassinato da mulher de quem era criada e cuidava há 20 anos, Vera (em uma relação que de bate pronto me lembrou de Bette Davis e Joan Crawford em O Que Terá Acontecido com Baby Jane?) . O detetive John Mackey (Plummer) quer por que quer colocá-la na cadeia, pois ainda acredita que ela foi a culpada pela morte do marido há tantos anos, durante uma tarde onde aconteceu um eclipse total solar, e escapou ilesa, sendo o único caso em que o mesmo não condenara um culpado. Esses acontecimentos levaram a vida de todos para um caminho sem volta de amargura, que será pontuado de forma carregada na conturbada relação entre Dolores e sua filha, que volta cheia de mágoa e ressentimento com sua mãe, potencializados pela perda de uma grande matéria que estava investigando e que lhe renderia um livro, tomando remédios, viciada em bebida e com certa memória seletiva, bloqueando diversas lembranças traumáticas de seu passado com seu pai. Dolores mantém-se firme, forte, decidida a levar tudo até as últimas consequências e tentar reconquistar a afeição da filha há tanto ausente. Apesar do suspense água com açúcar, Eclipse Total consegue te prender desde a primeira cena, que já é o suposto assassinato de Vera, até sua bombástica revelação de como tudo transcorreu durante o eclipse, com as ações de Dolores friamente calculadas, e principalmente, todas as somas dos motivos que levaram até aquela situação. Bates e Parfitt então vociferam o girl power dos anos 90, que culmina em um tema cada vez mais atual e discutido em nossa sociedade, da mulher se levantar e agir contra problemas extremamente comuns e destrutivos em várias famílias: alcoolismo, abuso, machismo e incesto. Como Vera Donovan diz de boca cheia e instiga: “Às vezes, ser uma vaca é tudo que resta a uma mulher”. É isso que a situação limítrofe e maridos filhos da puta ao extremo levam essas mulheres de pedra a crer e agir como tal. Eclipse Total é um Stephen King acima da média (o que já é motivo de se louvar) onde o texto base do escritor mais uma vez explora muito mais o drama oriundo do verdadeiro terror das relações humanas, muito mais assustador do que monstros, fantasmas, alienígenas e coisas do tipo.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/13/657-eclipse-total-1995/

#656 1995 A CIDADE DOS AMALDIÇOADOS (Village of the Damned, EUA)


Direção: John Carpenter
Roteiro: David Himmelstein; Steven Slebert, Larry Sulkis (não creditados)(baseado no livro de John Wyndham)
Produção: Sandy King, Michael Preger; Davis Chackler (Coprodutor); Sean Daniel, James Jacks, (Coprodutores Executivos); Andre Blay, Shep Gordon, Ted Vernon (Produtores Executivos)
Elenco: Christopher Reeve, Kirstie Alley, Linda Kozlowski, Michael Paré, Meredith Stranger, Mark Hammil

John Carpenter certa vez resolveu fazer a refilmagem de um clássico B do sci-fi dos anos 50 e conseguiu entregar simplesmente um dos melhores filmes de terror de todos os tempos, que está em meu top cinco: O Enigma de Outro Mundo. Carpenter então resolve refilmar outro clássico B do sci-fi, agora dos anos 60, e consegue pisar na bola feio em A Cidade dos Amaldiçoados. A versão 90’s do sensacional A Aldeia dos Amaldiçoados de Wolf Rilla, baseado no livro “The Midwich Cuckos” de John Wyndham nos mostra um Carpenter nada inspirado, longe de seus melhores momentos no gênero, em uma direção burocrática, que parece no automático, extraindo muito pouco de seus protagonistas (de longe a Kirstie Alley é a pior!) e muito menos ainda das terríveis criancinhas com seus cabelos platinados, olhos brilhantes, ausência de sentimentos e poder de controle mental, que deveria ser de meter um medão absurdo! É pegar uma história sensacional, que já havia gerado um longa interessantíssimo recheado de alegoria da Guerra Fria e paranoia comunista e simplesmente não conseguir aproveitar absolutamente nada, e nem sequer a evolução dos efeitos especiais em comparação com o original que em seu lançamento já datava de mais de trinta anos. Diferentes de outras refilmagens de clássicos da ficção científica da época (e eu nem estou falando dos gráficos, tipo o próprio O Enigma de Outro Mundo ou A Mosca, mas, por exemplo, Os Invasores de Corpos) esta aqui tornou-se insossa e sem acrescentar absolutamente nada. A base da trama é a mesma, trocando a Midwich aldeia rural na Inglaterra para uma cidadezinha pacata do interior dos EUA, quando certo dia todos os moradores desmaiam ao mesmo tempo e depois de algum tempo, descobre-se que todas as mulheres estão grávidas, e nove meses depois, dão a luz a um grupo de poderosas crianças telepatas praticamente idênticas, dotadas de consciência coletiva e sem esboço de qualquer sentimento mundano. Aqui o grande problema da fotografia colorida com relação ao P&B do original são as peruquinhas ridículas do Prof. Raimundo nas meninas e aparência de pequeno Clodovil nos meninos! A ameaça dessas crianças é tão devastadora e imponente, que nem o Superman e nem o Luke Skywalker conseguem dar conta delas! Isso porque o protagonista, o Dr. Alan Chaffee é interpretado por Christopher Reeve, em seu último longa antes do acidente de cavalo que o deixou paralítico, e o Reverendo George é vivido por um coadjuvante Mark Hammil. Da parte do governo-cientistas-miliateres-whatever está a Dra. Susan Verner – quase a esposa do Júlio Cesar – papel da Kirstie Alley, que sabe que tem alguma coisa de errado com as crianças desde o começo (uma vez que em outras duas cidades ocorrera um fenômeno igual), rouba um dos fetos alienígenas que coloca em um daqueles vidros tipo Arquivo X, para teste, mas nunca se preocupa em alertar os moradores e principalmente, os pobres pais. Nem as mortes, em quantidade superior ao original de 1960, consegue fazer o longa valer a pena. Mesmo que o mote aqui seja o terror psicológico, Carpenter não consegue filmar uma morte decente sequer e que dê um mínimo de choque no espectador, salvo a mulher enfiando o braço dentro da panela de água fervendo, induzida por sua filha telepata. A do zelador que se joga do prédio com a vassoura para se “auto-empalar” é motivo de vergonha para o veterano mestre do terror. As cenas de suspense são bem das mais ou menos e a trilha sonora parece sampleado aquele velho toque minimalista de Carpenter de O Enigma de Outro Mundo, A Bruma Assassina e O Príncipe das Sombras. Eu não sei se houve interferência do estúdio (quase sempre há nesses casos, ainda mais se tratando de uma major como a Universal), se Carpenter estava mesmo sem um pingo de inspiração e só precisava pagar as contas, ou se os anos 90 não comportavam mais um tipo de filme como esse que funcionou perfeitamente em um período de tensão geopolítica, medo crescente e zilhões de teorias da conspiração. Eu só sei que foi um fracasso retumbante de público (faturou nove milhões de dólares contra um orçamento de 22), crítica e entrou para a conta dos mais fraquinhos do diretor. Se você assistiu criança lá nos anos 90, tendo alugado o VHS na videolocadora do bairro e sido apresentado pela primeira vez para as icônicas crianças de cabelo branco com seus olhos brilhantes, ou em alguma das centenas de reprises do Intercine da Globo, A Cidade dos Amaldiçoados entrou no seu imaginário cinematográfico do gênero. Agora para quem assistiu (antes ou mesmo depois) A Aldeia dos Amaldiçoados, esse aqui é completamente descartável e esquecível. Uma pena, Sr. Carpenter.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/12/656-a-cidade-dos-amaldicoados-1995/

#655 1995 CASTELO MALDITO (Castle Freak, EUA)


Direção: Stuart Gordon
Roteiro: Dennis Paoli, Stuart Gordon (baseado no conto de H.P. Lovecraft)
Produção: Maurizio Maggi; Michael J. Mahoney (Coprodutor); Albert Band, Charles Band (Produtores Executivos)
Elenco: Jeffrey Combs, Barbara Crampton, Jonathan Fuller, Jessica Dollarhide, Massimo Sarchelli, Elizabeth Kaza

O Castelo Maldito (que foi lançado em VHS como Herança Maldita) junta novamente o diretor Stuart Gordon, em uma adaptação vagamente baseada em um conto de H.P. Lovecraft, com Jeffrey Combs e Barbara Crampton no elenco, sob produção executiva de Charles Band, dessa vez não por sua icônica Empire Pictures, mas pela também incubadora de bagaceiras, Full Moon Pictures. Reconhece toda essa patota aí em cima né? Os responsáveis por dois dos maiores clássicos de terror dos anos 80 extraídos das páginas do Rei do Indizível: Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos Do Além. A única diferença é que este não tem a produção de Brian Yuzna, outro expert no gênero e em Lovecraft, por assim dizer. O Castelo Maldito é inferior a esses dois longas citados, mas olhe, em termos de terror nos anos 90, até que se mostra como um filme aceitável, perto de inúmeras porcarias colossais que eram lançadas. E vai, é sempre bom ver o Jeffrey Combs atuando, e melhor ainda, uma criatura asquerosa, deformada, sedenta por sangue, com uma sensacional maquiagem de Everett Burrell (que trabalhara na equipe de Kevin Yagher e de Stan Winston e tem em seu currículo  Dia dos MortosVamp – A Noite dos VampirosAliens – O ResgateO EscondidoDois Olhos Satânicos, a refilmagem de A Noite dos Mortos-Vivos e olhem só, Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos) e boa dose de violência e gore. Baseado, e de forma não creditada, no conto de dez páginas, “O Intruso” de Lovecraft, com roteiro de Dennis Paoli (também roteirista de Re-Animator e Do Além, BTW), somos apresentados a um castelo em um clima todo gótico que remete e muito aos filmes italianos dos anos 60 e 70, onde a duquesa D’Orsino (Helen String) mantém uma criatura deformada presa em seu porão, alimentando-a com pão duro embolorado e salame, e flagelando o monstrengão com chicotadas em suas costas. Depois de mais uma sessão de esforço, a velha acaba tendo um ataque cardíaco e bate as botas em sua cama. Eis que John Reilly (personagem de Combs) é parente distante da duquesa e herda o castelo no vilarejo italiano, onde leva sua esposa, Susan (Barabra Crampton) e sua filha adolescente, a cega Rebecca (Jessica Dollarhide) para conhecerem sua nova e lúgubre aquisição. Só que o casal passa por problemas conjugais sérios, uma vez que a garota ficara cega em um acidente de trânsito provocado pelo pai bêbado, assim como a morte do filho mais novo deles, JJ. Então é um verdadeiro martírio a vida de todos os envolvidos, pautada por rejeição, desconfiança e culpa. A criatura que vivera toda sua vida em reclusão, sem contato humano, a não ser a duquesa (que descobrimos que na verdade era sua mãe) que o torturava e o mantinha em segredo, acaba se libertando (de uma forma bem escabrosa, arrancando o próprio dedão para se livrar das algemas), e então incrivelmente interpretada por Jonathan Fuller, depois de uma sessão de oito horas de maquiagem, vai tocar o terror, se esgueirando pelos aposentos mofados do tétrico castelo, a espreita de vítimas para satisfazer sua sede de sangue, vingança e um estranho desejo afetivo e sexual mesmo quando descobrimos que como desgraça pouca é bobagem, ele foi castrado também pela mãe. Depois de uma briga homérica entre John e Susan, o sujeito fracassado vai parar em um bar e acaba se engraçando com uma prostituta que leva para o castelo, que será a primeira vítima da criatura, em uma morte de atrocidade mor, com direito a mamilo arrancado a dentadas e coisa pior! Com seu sumiço, um policial, Forte (Luca Zingaretti), se envolve no caso, (até por motivos pessoas) e o advogado Gianetti (Massimo Sarchielli) tenta chantagear John para se livrar da bolsa da garota de programa que Agnese (Elisabeth Kaza), sua irmã e criada do castelo, encontrou por lá como evidência. O que acabará incriminando John como o principal suspeito. Falando nisso, a tal Agnese será a próxima vítima de Giorgio e daí pra frente começa a sanguinolência e a contagem de cadáveres, com o mutante estraçalhando os policiais e tentando abusar de Susan e Rebecca, até que no último ato, vem a redenção de John no embate final contra o vilão disforme. O Castelo Maldito é um filme perverso,  cheio de personagens com problemas psicológicos e desgraças pessoais por todas as partes, climão gótico e litros e litros de sangue derramado, seguindo já a tradição das fitas dirigidas por Gordon e com o dedo (podre/de midas) de Charles Band, mas sem o costumeiro humor negro e muito mais sombrio. Não é um grande clássico do gênero e até meio obscuro e desconhecido do grande público (pelo menos foi lançado no Brasil em DVD pelo saudoso selo Dark Side da Works Editora), mas vale uma conferida mesmo encontrando-se degraus abaixo dos trabalhos anteriores dessa turminha que deu muitas alegrias aos fãs do horror e do Lovecraft.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/08/655-castelo-maldito-1995/

#654 1995 ANJOS REBELDES (The Prophecy / God’s Army, EUA)


Direção: Gregory Widen
Roteiro: Gregory Widen
Produção: Joel Soisson; Raquel Caballes Maxwell (Coprodutor); W.K. Border; Don Phillips (Produtores Executivos)
Elenco: Christopher Walken, Elias Koteas, Virginia Madsen, Eric Stoltz, Viggo Mortensen, Amanda Plummer

Sabe qual foi o primeiro filme que eu achei o Christopher Walken um ator fodão? Foi Anjos Rebeldes. E para mim, até hoje, para sempre eles será não o Cavaleiro sem Cabeça, nem o tiozinho do clipe do Fatboy Slim, mas sim, o terrível e sanguinário anjo Gabriel com sua pele de cera de vela, cabelos pretos lambidos para trás e sarcasmo pujante. Aliás, que belíssima interpretação de um anjo, hein? Quem poderia imaginar que aqueles seres tediosos, belíssimos, assexuados, cheios de luz, asas e cabelos enroladinhos ao melhor estilo barroco, poderiam se tornar criaturas tão obscuras e do MAL quanto representados por Walken e cia nesse subestimado filme de Gregory Widen? Lembro que essa visão nada angelical e o filme todo em si me marcou muito quando assisti moleque nos anos 90, e era um dos favoritos do meu primo, quem alugou o VHS pela primeira vez e trouxe na casa da minha mãe para assistirmos juntos. Virei fã! Por mais que o filme surte em determinado momento e acabe tropeçando nas próprias pernas no decorrer, tem uma trama original e interessantíssima. Gabriel está travando uma guerra no céu que dura já faz um tempão, porque ele está doido de inveja dos homens, que ele chama da “macacos”, afinal Deus os fez imagem e semelhança, lhes concedeu a alma e o livre arbítrio, e obviamente, os ama mais que seus querubins. E partindo da premissa do hardcore velho testamento, onde Deus matava até criancinhas e dizimava cidades inteiras, eram os anjos mandados para fazer o seu trabalho sujo e manchar as mãos (e asas) de sangue. Claro que eles estão putos e espumando de inveja. Walken, todo sacana e vestido de negro dos pés a cabeça, vem para a Terra então procurar a alma de um dos seres humanos mais odiosos que já existiu, um militar responsável por atrocidades de guerra, falecido recentemente, pois sua alma seria o fiel da balança nessa guerra milenar. Só que ainda há anjos bons, e Simon (Eric Stoltz) vem também para nosso mundo para tentar impedir que Gabriel e seus asseclas consigam essa alma, escondendo-a dentro de uma garotinha indígena, Mary (Moriah ‘Shining Dove’ Snyder) que mora em uma reserva no deserto. No olho desse furacão está Thomas Dagget (Elias Koteas) personagem canastra-mor que é um detetive que desistiu de ser padre quando durante a cerimônia do sacerdócio, teve uma visão avassaladora dessa guerra celestial e perdeu completamente a fé, acreditando ter sido abandonado por Deus. É ele quem vai juntar as pistas bíblicas para descobrir o que esta acontecendo de fato, tanto na Terra quando no céu, e contar com a ajuda da professora Katherine (Virginia Madsen) para impedir que Gabriel e seus carniçais que vai colecionando no decorrer do caminho, trazendo-os à vida logo um instante após a morte e os condenando a mais dor e sofrimento terreno, ponham as mãos na garotinha. Sabe outro detalhe BEM legal de Anjos Rebeldes? É que como estamos falando desses seres caídos, claro que o Diabo, o Tinhoso, o Satanás, o Belzebu, o Cramunhão, o Coisa-Ruim em pessoa, dá as caras no filme, interpretado de forma excêntrica e das melhores, pelo Viggo Mortensen, vulgo, filho de Arathorn. Lúcifer resolve jogar contra Gabriel porque com a épica batalha nos céus durando tanto tempo, todas as almas das pessoas que morreram desde então estão proibidas de subir, e consequentemente de descer, então alguém precisa dar uma força para acabar com essa briguinha colegial por ciúmes doentio, já que Deus, o sempre impassível e eterno alheio a tudo, não move um dedo sequer lá do seu trono coçando sua barbona branca. Como eu disse lá em cima, infelizmente tem horas que Anjos Rebeldes dá umas belas derrapadas, principalmente por querer misturar muita coisa junto e soar um pouco forçado. É o policial que é ex-padre, aí no meio de uma treta extremamente católica tem um bando de nativos americanos fazendo um ritual de exorcismo navajo, tem a história do general que é muito das mal contadas e o papel do Simon do Eric Stotlz amplamente subaproveitado, assim como o de Mortensen que poderia render um Capeta ainda melhor! Mas o show é de Walken. O ator leva o filme inteiro nas costas e toda vez que aparece em cena é um deleite, em uma de suas mais marcantes atuações da carreira. Dá gosto de ver! Anjos Rebeldes terminou de ser filmado em 1993 e lançado pela Miramax apenas dois anos depois. Naquela altura do campeonato, Walken e Stoltz já haviam feito dobradinha emPulp Fiction – Tempo de Violência do Tarantino, e isso só ajudou o longa, que ficou em primeiro lugar na bilheteria de seu final de semana de estreia nos EUA, surpreendendo os irmãos Weinstein, e pagando seus oito milhões de dólares de orçamento (dobrando sua arrecadação final). Claro que o que poderia ser motivo de alegria para o fã do horror, seguiria a velha cartilha do gênero e ainda mais se tratando de anos 90, transformando-se numa tosca franquia direto para o vídeo, inicialmente uma trilogia (toda estrelada por Walken) e depois mais outras duas sequências no meio dos anos 2000 que me recusei a assistir.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/07/654-anjos-rebeldes-1995/

#653 1994 PERIGO NA NOITE (Nattevagten / Nightwatch, Dinamarca)


Direção: Ole Bornedal
Roteiro: Ole Bornedal
Produção: Michael Obel; Jesper Boas Smith (Produtor Executivo)
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Sofie Grabol, Kim Bodnia, Lotte Andersen, Ulf Pilgaard, Rikke Louise Andersson

O filme com um nome genérico qualquer chamado O Principal Suspeito, com Ewan McGregor e Nick Nolte no elenco, havia achado um suspense com uma premissa incrível: um rapaz descola a ingrata profissão de vigia noturno de um necrotério, e acaba se envolvendo numa trama macabra envolvendo um serial killer, assassino de prostitutas. Beleza, o filme era bem mais ou menos com uma história subaproveitada, como acabei constatando. Mas foi-se alguns anos e numa noite qualquer em algum dos canais Telecine (RÁ!) eu vi esse Perigo na Noite, e pensei: caramba, ele me lembra muito aquele filme com o Ewan McGregor que assisti outrora. Pois é, foi quando eu descobri que aquele filme dinamarquês era o original, dirigido por Ole Bornedal e uma PUTA aula de suspense ao melhor estilo Hitchcock. Tudo aquilo que o remake (mesmo sendo dirigido pelo mesmo sujeito) tinha deixado a desejar, esse aqui com seu toque lúgubre e sádico europeu, deixando o nervo do espectador no fio da navalha, recompensa. Claro que só muitos anos depois quando o assisti novamente, que fui descobrir que o protagonista é o Jamie Lannister. Martin (Nikolaj Coster-Waldau) é um estudante de direito que resolve encarar o trampo citado lá no segundo parágrafo, achando que terá bastante tempo para estudar, ao substituir um velho decrépito no turno da noite de um necrotério, que se não bastasse ser mórbido o suficiente, tem uma história de necrofilia que foi abafada num passado recente, que terá uma ligação com o plot twist lá no final. Seu melhor amigo, Jens (Kim Bodnia, ótimo por sinal) é um sujeito meio porra louca que vive fazendo apostas e desafio com o Martin. Tudo culmina no envolvimento do até então bom moço e apaixonado por sua namorada, Kalinka (Sofie Grabol) com uma prostituta chamada Joyce (Rikke Louise Andersson), descolada por Jens em uma dessas brincadeiras sadias dos dois. Lembra do serial killerque falei? Pois é, aqui nesse filme ele é MUITO mais do MAL. E no meio de uma sequência de infortúnios, Martin passa a se tornar o principal suspeito (RÁ!) de seu assassinato, e o comissário de polícia vivido pelo ator Ulf Pilgaard começa a ficar na sua bota. Como um bom suspense hitchcockiano, Martin passa a fazer sua investigação própria para tentar livrar seu pescoço, mesmo após o espectador já descobrir quem é o tal assassino, depois da fantástica e sangrenta cena de assassinato de Joyce. Bornedal consegue com seu talento nato segurar o espectador do primeiro ao último ato do filme, conduzindo algumas cenas de suspense de forma magistral, auxiliado por uma fotografia soturna e a ambientação pesada do local, expondo cadáveres em camas geladas a todo momento e salas com restos mortais boiando em tanques que aguçam os pesadelos de Martin e de quem estiver do outro lado da tela. Isso sem contar a insanidade e crueza do assassino e seu modus operandi escabroso. Mas sem dúvida nenhuma, apesar de um excelente filme no todo, se eu tivesse que escolher um ponto alto, daquele de roer as unhas dos dedos e deixar os nervos em frangalhos, é a cena em que toca o fatídico alarme dentro da sala do necrotério, alarme esse que nunca tocou e não deveria tocar de forma alguma, afinal só tem gente morta naquele aposento, e um Martin de pernas bambas, apavorado vai investigar, para tomar talvez o maior susto de sua vida. Timing, atuação, direção e trilha sonora precisas. Caso você tenha assistido a refilmagem como eu primeiro, e não visto ainda o ótimo thrillerque é Perigo na Noite, não perca mais tempo e aprecie essa pérola do cinema de terror dinamarquês. Agora se você apenas assistiu a esse e não viu a versão americana, bom, você não está perdendo muita coisa e pode ficar do jeito que está.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/06/653-perigo-na-noite-1994/

#652 1994 PELO AMOR E PELA MORTE (Dellamorte Dellamore / Cemetery Man, Itália, França, Alemanha)


Direção: Michele Soavi
Roteiro: Gianni Romoli (Baseado na obra de Tiziano Sclavi)
Produção: Heinz Bibo, Tilde Corsi, Gianni Romoli e Michele Soavi, Conchita Airoldi e Dino Di Dionisio (Co-produtores e Produtores Executivos), Michèle Ray-Gavras (Produtora Executiva)
Elenco: Rupert Everett, François Hadji-Lazaro, Anna Falchi, Mickey Knox

O cinema de terror italiano, depois do ciclo giallo, do ciclo canibal, do ciclo zumbi e do ciclosplatter, havia praticamente desaparecido quando Michele Soavi lança seu clássico tardioPelo Amor e Pela Morte, uma comédia de terror e humor negro de zumbis, que retrata não o medo de morrer, mas sim o medo de viver em um mundo cada vez mais apático, sentimento que dominou os anos 90. E talvez o último grande filme de horror da Itália. Soavi queria fazer uma fábula sobre a geração vazia daqueles tempos, engolida pela rotina e monotonia do dia a dia. E para tal, se inspirou em um popular fumetti (como eram chamadas as histórias em quadrinhos italianas) de meados dos anos 80 chamado Dylan Dog, de Tiziano Sclavi (que depois ganhou também sua versão para os cinemas, que nem vale a pena se dar ao trabalho de comentar) para ambientar o roteiro de Pelo Amor e Pela Morte, onde um improvável Rupert Everett (escolhido por sua semelhança física com o personagem de Sclavi, mesmo sendo um profundo detrator do cinema de horror) interpreta Francesco Dellamorte, o zelador de um cemitério localizado numa cidadezinha italiana, onde todos ali enterrados retornam a vida depois de sete dias. E essa “rotina de trabalho” permeia a vida do coveiro e do seu assistente, Gnaghi, onde tentando restabelecer a ordem natural das coisas, se preparam para matar novamente todos “aqueles que retornam”, como ele os apelida, seja com tiros na cabeça ou golpes certeiros de pás ou picaretas. “Será o começo de uma invasão? Isso acontece em todo cemitério ou será o meu o único? Quem sabe? Enfim, quem se importa? Só estou fazendo o meu trabalho.” Essa frase proferida por Francesco pontua exatamente o tom pessimista e a tal apatia que Soavi quis expressar no filme. Que se danem os grandes feitos. Dellamorte está ali, cumprindo seu papel de forma automática, sem que exija muito que se pensar e pouco se lixando em obter alguma forma de mudar aquilo. Como ele mesmo diz no filme, ele só tem o segundo grau completo e leu dois livros em toda sua vida, sendo que um deles ele não terminou, que é a lista telefônica! A única coisa que traz um pouco de brilho à vida de Dellamorte é quando se vê apaixonado pela viúva de um velho que havia enterrado, que só é conhecida como “ela”, interpretada pela belíssima Anna Falchi. Ao se entregar a Francesco, os dois resolvem fazer sexo em cima do túmulo do marido, que claro, volta à vida e morde a garota, empatando a f... dos dois. Para impedir que “ela” volte perambulando no cemitério, Francesco acerta-a com um tiro na cabeça. Mas depois mesmo assim ela volta, constatando que na verdade ela não havia morrido da primeira vez. Atormentado de vez por seu fracasso e tentando arrumar algum pretexto na vida, o coveiro sai por aí querendo antecipar o trabalho da morte e matando um monte de gente, para evitar a fadiga posterior, sabe? Isso com a mesma frieza que dá cabo dos zumbis de seu cemitério, e se envolvendo com mulheres que são cópias idênticas da viúva que conheceu no cemitério, mas sem conseguir alcançar o final feliz com nenhuma delas e tendo encontros cada vez mais efêmeros. Uma grande dose de crítica social mordaz se aplica a todos os habitantes daquela estranha cidade, desde o prefeito, em seu 15º mandato, que se preocupa apenas em votos e para isso decide explorar sua própria tragédia pessoal (perdeu sua filha em um bizarro acidente onde uma gangue de motoqueiros bate contra um ônibus na estrada, matando todo mundo e dando um trabalhão para Francesco), até seu melhor amigo que rouba a autoria de seus crimes. Apesar do tom deprimente da aceitação de uma vidinha miserável e a inércia que domina os personagens, Pelo Amor e Pela Morte tem seus excelentes momentos cômicos, como a paixão entre Gnaghi e a cabeça da filha morta do prefeito, ou mesmo o próprio acidente que tirou a vida dela e dos escoteiros que estavam em excursão no ônibus que se chocou com os motoqueiros. Ou até então a melhor de todas, quando Francesco encontra uma nova versão de “ela” que tinha uma espécie de repulsa ao sexo e só conseguiria se envolver com um homem impotente, coisa que Francesco se habilita a fazer, primeiro tentando ser capado e depois tomando injeções para perder a virilidade. E a sorte do coveiro é tanta que logo em seguida “ela” é estuprada pelo novo prefeito (o antigo já havia sido morto nessa altura do campeonato) e descobre que na verdade ela adora sexo. O final de Pelo Amor e Pela Morte é extremamente pessimista, e Soavi nos dá um verdadeiro tapa na cara, jogando os personagens em um espiral de desesperança, onde estariam obrigados a viver aquela vida banal e automática para sempre. Mais conformados e menos putos, é verdade. Mas ainda assim presos em seu pequeno mundinho, que para o espectador vai além da metáfora do cemitério, podendo ser um emprego medíocre, um casamento, ou qualquer que seja a sua interpretação.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/05/652-pelo-amor-e-pela-morte-1994/