Direção: Brian Yuzna
Roteiro: John Penney
Produção: Gary Schmoeller, Brian Yuzna;
Andrew Hersh (Coprodutor); John Penney (Produtor Associado); Roger Burlage
(Produtor Executivo)
Elenco: Kent
McCord, James T. Callahan, Sarah Douglas, Melinda Clarke, J. Trevor Edmond
Todo mundo deve saber que A Volta dos Mortos-Vivos é um dos
maiores clássicos do gênero zumbi. Com seus cadáveres ambulantes devoradores de
mioooooolos e sua mistura na medida de terror com comédia, o filme de Dan
O’Bannon acabou fazendo um baita sucesso e ganhou uma sequência depois de três
anos, A Volta dos Mortos-Vivos 2 – Parte 2 recauchutando cenas
do original, volta de atores e seguindo a mesma pegada, ainda mais escrachada. Já
a terceira parte, da até então uma trilogia, chegou só na década de 90 e é um
filme completamente diferente dos dois, traçando um caminho independente,
deixando de lado os chistes e apostando muito mais no terror, na violência
gráfica e no sadomasoquismo. Esse é A Volta dos Mortos-Vivos 3 dirigida por
Brian Yuzna, conhecido por produzir Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos (e dirigir a
continuação, A Noiva de Re-Animator) e Do Além, baseado na obra de
H.P. Lovecraft e diretor do sensacional A Sociedade dos Amigos do Diabo e Necronomicon – O Livro Proibido dos
Mortos.
Na verdade a única ligação com os dois filmes anteriores é a presença militar e
o famoso gás trioxina, responsável por trazer os mortos de volta à vida. Em uma
base secreta militar, o Coronel John Reynolds (Kent McCord) faz parte de um
time que conduz experiências com a substância química a fim de criar verdadeiras
armas, hã, mortas-vivas. Seu filho, o adolescente rebelde, roqueiro grunge
(hey, estamos nos 90’s lembra?) Curt (J. Trevor Edmond) e sua namoradinha, a
ruivinha Julie (Melinda Clarke), que vive instigando o garotão, certa noite
invadem o complexo para xeretar e descobrem a atrocidade ali feita. Como o
experimento deu miseravelmente errado, o Cel. Reynolds é afastado e precisa se
mudar para outra base com filho. O revoltadinho brigado com o pai, pega sua
moto e resolve fugir com a garota, que acaba morrendo em um acidente (em uma
cena das mais forçadíssimas). Pois bem, qual a ideia de gênio de Curt? Invadir
a base novamente e ressuscitá-la com a trioxina, óbvio! E o resultado não podia
ser mais desastroso, afinal ela vai se transformar em um zumbi devorador de
carne humana. Mas ainda assim ela tenta lutar contra essa fome implacável,
tentando manter o mínimo de humanidade, infligindo dor a si mesma para que o
frenesi incontrolável da fome se acalme. Para isso, ela começa a se perfurar
com pregos, cacos de vidro, correntes e parafusos em uma bizarríssima (e
aflitiva) sessão de autoflagelação, transformando-se em uma zumbi adepta do body
modification. A primeira do cinema! Enquanto isso, a moça vai deixando um
rastro de sangue, cérebros e tripas pelo caminho (o contagem de cadáveres é de
17), e espalhando a infecção. Após ser capturada pelo exército, junto dos
demais zumbis, como sofrimento pouco é bobagem, eles serão submetidos a
experiências ainda piores e degradantes, a fim de transformá-los em armas
militares. Ponto também para os efeitos especiais de maquiagem, que preza pelo gore e
por nojeiras diversas que agradam os fãs. Isso é um trunfo da fita, e se
afastar dos demais A Volta dos Mortos-Vivos foi uma decisão acertada,
pelo menos criativamente falando, pois seria muito fácil e repetitivo continuar
na mesma fórmula (em certo momento da pré-produção, papeis foram oferecidos por
James Karen e Don Calfa, aqueles dois que sempre fizeram dupla de panacas nos
anteriores, porém declinaram). Mas o filme não fez muito sucesso comercial, e o
próprio Yuzna se arrependeu de ter mantido esse título, que acredita ser muito
longo, e sua sugestão original era um romântico “Kurt e Julie”, e até “Mortal
Zombie”, como chamado em algumas praças da Europa, era uma melhor opção, como
diz nos próprio comentários do DVD. Acho até aceitável essa terceira parte,
nada brilhante, mas louvável pela ousadia e da reação e conversas com
coleguinhas de classe do ensino fundamental na segunda-feira (parecia que toda
a molecada tinha assistido), e como todos haviam ficado chocados com a cenas da
automutilação da garota. Tudo um bando de noobies. Uma curiosidade nessa
minha pesquisa para esse post de A Volta dos Mortos-Vivos 3 é que ele
é uma produção nipo-americana. Não faz sentido né? Então descubro que a
coprodutora japonesa é a Bandai Visual Company. Só faltava ter uma coleção de
bonecos do filme como dos Cavaleiros do Zodíaco.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/16/644-a-volta-dos-mortos-vivos-3-1993/
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