Direção: Kim Henkel
Roteiro: Kim Henkel
Produção: Kim Henkel; Charles Kuhn
(Produtor Associado); Robert Kuhn (Produtor Executivo)
Elenco: Renée
Zellweger, Matthew McConaughey, Robert Jacks, Tonie Perensky, Joe Stevens, Lisa
Marie Newmyer
E lá vamos nós para uma quarta parte da saga
de Leatherface e sua turma em O Massacre da Serra Elétrica – o
Retorno.
E claro que resumindo tudo o que eu vou escrever daqui para frente, é uma
porcaria e não chega mais uma vez próximo do dedinho do pé do clássico seminal
de Tobe Hooper. Mas ainda assim, continua-se dando murro em ponta de faca a
lançando essas sequências, tsc, tsc.Talvez o grande ponto positivo deste aqui é
o fato de que Kim Henkel voltou à franquia. O roteirista e produtor do
original, lançado há vinte anos nesta altura do campeonato, resolveu dirigir
esse daqui também, pretendendo que esse fosse a verdadeira sequência do
original, sendo persuadido pelo produtor Robert Kuhn, ao comprarem de volta os
direitos do Massacre original, principalmente depois da patifaria (e fracasso)
de O Massacre da Serra Elétrica 3 produzida pela
New Line Cinema. A equação aqui era simples: Henkel e envolvidos tomaram um
prejuízo astronômico com O Massacre da Serra Elétrica, deixaram de faturar
um caminhão de dinheiro que teriam direito, e agora era o momento de acertar as
contas e pelo menos embolsar algumas verdinhas. Feito como um filme
independente para depois ser vendido para um grande estúdio distribuir (prática
comum no meio), assim como os demais filmes da série, O Massacre da Serra
Elétrica – O Retorno passou por uma série de revezes até conseguir ver a
luz do dia (ou de um projetor). Seria trágico se não fosse cômico o principal motivo
dessa sequência azarada para os realizadores, ter sido o fato do longa ser
estrelado por dois jovens atores à beira da explosão: Renée Zellweger e Matthew
McConaughey. O que deveria ajuda-los, acabou se tornando um tiro pela culatra.
Com o fim da produção em 1994, Henkel e Kuhn tentaram vender os direitos de
distribuição do longa. Essa tarefa foi um árduo processo, recheado de
desinteressados (começando pela New Line, que teria prioridade na distribuição,
mas não demostrara interesse), até após uma exibição teste em 1995, ser
comprado pela Columbia TriStar. Só que o ano passou, veio 1996 e nada do longa
ser lançado nos cinemas. Aí é que está: se você ligar os atores as datas,
lembrará que neste ano específico, Zellweger estava fazendo um baita sucesso em Jerry
Maguire: A Grande Virada e McConaughey tinha deslanchado em Tempo de
Matar. Ou seja, o que deveria ser propaganda positiva para o filme, virou um
imbróglio jurídico quando a TriStar supostamente engavetá-lo e não lançava o
longa para não “queimar o filme” das estrelas em ascensão com essa continuação
de terror de baixo orçamento. Resultado: Henkel e Kuhn processaram a Columbia
TriStar, foram processados pelo detentor dos direitos do Massacre por terem
quebrado o acordo de distribuição com ele e não levado nenhuma grana, o filme
foi lançado em 23 cinemas apenas em agosto de 1997, com outro título (Texas
Chainsaw Masscre – The Next Generation), quase dez minutos de corte (incluindo
uma cena chave no começo onde a personagem de Zellweger era molestada pelo
padrasto) e rendeu pífios 141 mil dólares de bilheteria. Mas sabe o que é o
pior? Zellwegger e McConaughey estão ótimos no filme! A moça eu juro que nunca
vi alcançar nada parecido em sua carreira (já que virou queridinha de comédias
românticas, encarnou Bridget Jones nos cinemas e afins) e o rapaz, só agora,
depois de tantos e tantos anos de péssimas escolhas em papeis, conseguiu
atuações viscerais na mesma medida, depois da série da HBO, True
Detective e Clube de Compras Dallas (que lhe valeu o Oscar de
melhor ator). A estrutura de O Retorno é basicamente uma refilmagem
ou releitura do original (dada suas devidas proporções), com cenas chaves do
primeiro filme sendo reimaginadas por Henkel, mas de um jeito levemente fora do
convencional. Temos aqui um grupo de jovens que sofrem um acidente de carro ao
saírem do baile de formatura, e ao procurar ajuda em uma floresta, se deparam
com um bando de psicopatas assassinos degenerados. Um dos sujeitos toma uma
martelada de Leatherface, a outra é pendurada em um gancho no teto, há a cena
da histeria limítrofe no jantar e depois a sobrevivente correndo pela estrada,
perseguida pelo maníaco rodando a serra elétrica e gritando. As grandes
diferenças são os personagens, que representam uma amálgama dos membros originais
da família serra elétrica. Vilmer, o papel de McConaughey, por exemplo, possui
uma perna mecânica com um dispositivo pneumático (como Leatherface em O Massacre da Serra Elétrica 2) e gosta de se
cortar com uma navalha como o caronista vivido por Edwin Neal no filme de
Hooper. Leahterface desta vez é um travesti, usando máscaras de rosto de
mulheres e perucas (assim como a verdadeira natureza de Ed Gein, serial
killer da vida real que inspirou o personagem). As adições são a
personagem Darla (Tonie Perensky), membro feminino, desequilibrada e com um
apetite sexual predatório e um tal de Sr. Rothman (James Gale) que aparece no
final, como um fetichista que parece ser um elo de ligação (dos mais mal
explicados do mundo) entre a existência daquela família e conspirações de
assassinatos e a própria perversão da humanidade. Mas com todos os problemas,
percalços e falhas em O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno, o
principal defeito é a falta de violência explícita, que caracterizou a
franquia. Toda a explosão do horror psicológico e o desgaste mental provocado
em suas vítimas por um bando de psicopatas está lá, assim como nos anteriores,
porém ficou faltando aquela porrada no estômago que você espera quando assiste
um filme com o Leatherface (absurdamente subaproveitado em detrimento do show
particular de McConaughey). O resultado é mais um filme insosso e desnecessário
que nasceu como continuação de um dos mais importantes e aclamados do gênero.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/29/650-o-massacre-da-serra-eletrica-o-retorno-1994/
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