Direção: John
Power
Roteiro: Stephen
King, Lawrence D. Cohen (baseado no livro de Stephen King)
Produção: Jayne
Bieber, Jane Scott; Lawrence D. Cohen (Coprodutor); Frank Konigsberg, Larry
Sanitsky (Produtores Executivos)
Elenco:Jimmy
Smits, Marg Helgenberger, John Ashton, Allyce Beasley, Robert Carradine, Joanna
Cassidy, Traci Lords
Tommyknockers – Tranquem Suas Portas (título que
recebeu ao ser lançado no Brasil pela Warner Home Vídeo, em um dos casos mais
imbecis de spoiler em uma capa
de VHS da história – mais tarde ao ser exibido na TV ganhou o nome alternativo
de Os Estranhos). Olhe, essa porcaria dessa minissérie é tão RUIM, mas tão
RUIM, que eu lembrei porque nunca mais tive a pachorra de vê-la novamente. E eu
posso estar sendo miseravelmente traído pela minha memória falha, mas tenho
quase certeza que a versão lançada em VHS por aqui era severamente editada e
não a minissérie completa exibida no canal americano ABC. Bom, isso deveria ser
motivo de sorte maior que assistir às três horas de Tommynockers, que chega a
ser quase tão sacal quanto as seis horas de A Dança da Morte (que
ainda chegarei lá). Olha, o próprio King disse em uma entrevista futura à
Rolling Stone que o livro o qual a minissérie é baseado, é “horrível”. Então
acho impossível alguém discordar do próprio pai da criança. Se o livro é uma
bomba (eu particularmente nunca li), imagine uma produção pobre feita para a TV
(em épocas que as séries da HBO e do Netflix da vida nem pensavam em existira
da forma como são feitas hoje), com atores do pior quilate, uma direção modorrenta,
efeitos especiais toscos e uma metragem interminável? Fato é que Stephen King
passou por um momento barra-pesada em sua vida e o sujeito era completamente
alcoólatra e viciado. Se desse até detergente pro cara ele deveria mandar ver.
Saíram várias bobagens escritas durante esse período e em muitas delas vimos o
escritor do Maine dando um jeito de enfiar personagens baseados em suas
experiências e lutas pessoais. Isso chega a dar no saco, porque todo pinguço
que vimos em suas adaptações, como aqui o personagem Jim Gardner (interpretado
pelo tosquíssimo Jimmy Smits), ou até mesmo o Jack Torrance de O Iluminado ou o Thad Beaumont de A Metade Negra, você pega, olha e fala: ah tá, mas uma vez
o cara tá se retratando na tela/ páginas. E mais que isso, Tommyknockers é
uma espécie de metáfora sobre seus próprios vícios e sua luta contra o abuso de
drogas. Além do protagonista alcóolatra, toda uma cidadezinha do Maine, chamada
Haven, se vê dominada por uma estranha força da cor verde, vinda de um objeto
misterioso enterrado em uma floresta, que os faz ter atitudes violentas e fugir
da razão. Tá, se você já viu a tal capa do VHS (ou a fotinho aí embaixo)
nem é nenhum spoilerdizer que na verdade o objeto é uma nave
alienígena com ETs malévolos que querem se alimentar da mente dos incautos
moradores, escravizando-os, para recarregar as baterias da sua espaçonave e
voltar para o infinito e além. King mesmo em sua autobiografia diz que se
inspirou no famoso conto “A Cor que Caiu do Céu” de H.P. Lovecraft. Nossa, mas
nem aqui e nem na China se compara. Além disso, o escritor e crítico Kim Newman
ousa dizer que ele praticamente tentou “reescrever” a famosa série de sci-fi inglesa
da BBC dos anos 50, “Quatermass and the Pit”, depois refilmado pela Hammer na
década de 70 como Sepultura para a Eternidade. Fato é que apesar
do viés de terror, Tommyknockers é mais uma daquelas amálgamas do gênero
com a ficção científica. Mas firulas à parte, como é RUIM essa minissérie. Eu
já falei isso? É uma sequência de vergonha alheia fílmica uma atrás da outra.
Mas claro, que o auge é o BATOM COM RAIO VERDE DESINTEGRADOR usado pela
personagem da outrora estrela pornô dos anos 80, Traci Lords. Mas vou até citar
duas coisas que se destacam, tal qual uma flor que nasce em uma lata de lixo:
as atuações de Marg Helgenberger como Bobbi Anderson, o par amoroso de Gardner,
que é quem descobre a nave alienígena em seu quintal, e de Allyce Beasley como
a policial Becka Paulson, depois que fica louca e mata seu marido infiel (que
dava uns pegas TODA SANTA HORA com a Traci Lords) influenciada por um programa
de televisão (que por sinal, foi inspirado em um conto anterior escrito pro
King, “The Revelations of Becca Paulson”) e vai para o pinel cantando enfiada
em uma camisa de força: “Late last night and the night before, Tommyknockers,
Tommyknockers, knocking at the door”, um poema da infância de King. Aliás, a
palavra “tommyknocker” se refere a uma história folclórica de criaturas que
viviam embaixo da terra e aterrorizavam os mineiros (aqueles que trabalhavam em
minas, não os nascidos em Minas Gerais). Mesmo que você tenha TODO o tempo
disponível no mundo, não o jogue no lixo assistindoTommyknockers – Tranquem as
Suas Portas. Nem se passar naquelas reprises no SyFy Channel. Não vai
acrescentar absolutamente nada na sua vida e também não ficará nenhuma lacuna
cinematográfica insubstituível por não vê-lo. Agora se você já assistiu, como
eu, uma ou até mais vezes na sua vida, olha, meus parabéns.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/09/640-tommyknockers-tranquem-suas-portas-1993/
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