Direção: Stuart Gordon
Roteiro: Dennis Paoli, Stuart
Gordon (baseado no conto de H.P. Lovecraft)
Produção: Maurizio Maggi; Michael J.
Mahoney (Coprodutor); Albert Band, Charles Band (Produtores Executivos)
Elenco: Jeffrey Combs, Barbara
Crampton, Jonathan Fuller, Jessica Dollarhide, Massimo Sarchelli, Elizabeth
Kaza
O Castelo Maldito (que foi lançado em
VHS como Herança
Maldita) junta novamente o diretor
Stuart Gordon, em uma adaptação vagamente baseada em um conto de H.P.
Lovecraft, com Jeffrey Combs e Barbara Crampton no elenco, sob produção
executiva de Charles Band, dessa vez não por sua icônica Empire Pictures, mas
pela também incubadora de bagaceiras, Full Moon Pictures. Reconhece toda essa
patota aí em cima né? Os responsáveis por dois dos maiores clássicos de terror
dos anos 80 extraídos das páginas do Rei do Indizível: Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e Do Além. A
única diferença é que este não tem a produção de Brian Yuzna, outro expert no
gênero e em Lovecraft, por assim dizer. O Castelo Maldito é inferior a esses dois longas citados, mas olhe, em termos de
terror nos anos 90, até que se mostra como um filme aceitável, perto de
inúmeras porcarias colossais que eram lançadas. E vai, é sempre bom ver o
Jeffrey Combs atuando, e melhor ainda, uma criatura asquerosa, deformada,
sedenta por sangue, com uma sensacional maquiagem de Everett Burrell (que
trabalhara na equipe de Kevin Yagher e de Stan Winston e tem em seu
currículo Dia dos Mortos, Vamp – A Noite dos Vampiros, Aliens – O Resgate, O Escondido, Dois Olhos Satânicos, a
refilmagem de A Noite dos Mortos-Vivos e
olhem só, Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos) e boa
dose de violência e gore.
Baseado, e de forma não creditada, no conto de dez páginas, “O Intruso” de
Lovecraft, com roteiro de Dennis Paoli (também roteirista de Re-Animator e Do Além, BTW), somos apresentados a um castelo em um
clima todo gótico que remete e muito aos filmes italianos dos anos 60 e 70,
onde a duquesa D’Orsino (Helen String) mantém uma criatura deformada presa em
seu porão, alimentando-a com pão duro embolorado e salame, e flagelando o
monstrengão com chicotadas em suas costas. Depois de mais uma sessão de
esforço, a velha acaba tendo um ataque cardíaco e bate as botas em sua cama.
Eis que John Reilly (personagem de Combs) é parente distante da duquesa e herda
o castelo no vilarejo italiano, onde leva sua esposa, Susan (Barabra Crampton)
e sua filha adolescente, a cega Rebecca (Jessica Dollarhide) para conhecerem
sua nova e lúgubre aquisição. Só que o casal passa por problemas conjugais
sérios, uma vez que a garota ficara cega em um acidente de trânsito provocado
pelo pai bêbado, assim como a morte do filho mais novo deles, JJ. Então é um
verdadeiro martírio a vida de todos os envolvidos, pautada por rejeição,
desconfiança e culpa. A criatura que vivera toda sua vida em reclusão, sem
contato humano, a não ser a duquesa (que descobrimos que na verdade era sua
mãe) que o torturava e o mantinha em segredo, acaba se libertando (de uma forma
bem escabrosa, arrancando o próprio dedão para se livrar das algemas), e então
incrivelmente interpretada por Jonathan Fuller, depois de uma sessão de oito
horas de maquiagem, vai tocar o terror, se esgueirando pelos aposentos mofados
do tétrico castelo, a espreita de vítimas para satisfazer sua sede de sangue,
vingança e um estranho desejo afetivo e sexual mesmo quando descobrimos que
como desgraça pouca é bobagem, ele foi castrado também pela mãe. Depois de uma
briga homérica entre John e Susan, o sujeito fracassado vai parar em um bar e
acaba se engraçando com uma prostituta que leva para o castelo, que será a
primeira vítima da criatura, em uma morte de atrocidade mor, com direito a
mamilo arrancado a dentadas e coisa pior! Com seu sumiço, um policial, Forte
(Luca Zingaretti), se envolve no caso, (até por motivos pessoas) e o advogado
Gianetti (Massimo Sarchielli) tenta chantagear John para se livrar da bolsa da
garota de programa que Agnese (Elisabeth Kaza), sua irmã e criada do castelo,
encontrou por lá como evidência. O que acabará incriminando John como o
principal suspeito. Falando nisso, a tal Agnese será a próxima vítima de
Giorgio e daí pra frente começa a sanguinolência e a contagem de cadáveres, com
o mutante estraçalhando os policiais e tentando abusar de Susan e Rebecca, até
que no último ato, vem a redenção de John no embate final contra o vilão
disforme. O Castelo Maldito é
um filme perverso, cheio de personagens com problemas psicológicos e
desgraças pessoais por todas as partes, climão gótico e litros e litros de
sangue derramado, seguindo já a tradição das fitas dirigidas por Gordon e com o
dedo (podre/de midas) de Charles Band, mas sem o costumeiro humor negro e muito
mais sombrio. Não é um grande clássico do gênero e até meio obscuro e
desconhecido do grande público (pelo menos foi lançado no Brasil em DVD pelo
saudoso selo Dark Side da Works Editora), mas vale uma conferida mesmo
encontrando-se degraus abaixo dos trabalhos anteriores dessa turminha que deu
muitas alegrias aos fãs do horror e do Lovecraft.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/08/655-castelo-maldito-1995/
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