Direção: Fraser C. Heston
Roteiro: W.D. Richter (baseado no livro de Stephen
King)
Produção: Jack Cummins; Gordon Marks (Produtor
Associado); Peter Yates (Produtor Executivo)
Elenco: Max von
Sydow, Ed Harris, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer, J.T. Walsh, Ray McKinnon
Sempre gosto de falar aqui quando uma
adaptação da obra de Stephen King para as telas é boa. E olhe, esse Trocas
Macabras é
boa PRA CACETE, e um dos filmes mais subestimados inspirado nos textos do
Mestre do Terror, perdido entre uma enxurrada de porcaria que era lançado a
rodo desde meados dos anos 80. Além da história ser das mais bacanas,
explorando mais uma vez, a velha máxima de King de colocar pessoas comuns em
situações aterrorizantes, a grande diferença de Trocas Macabras par a maioria dos filmes do escriba do Maine
é o PUTA elenco da produção, diferente de muitos outros estrelados só por
atores “série B”. Temos o espetacular Max Von Sydow como o dono de um
antiquário, Leland Gaunt, que é mais conhecido do fã do horror como o Pe.
Merrin de O Exorcista, que agora está do
outro lado da moeda. Enquanto no clássico absoluto de William Friedkin ele era
o encarregado de tirar o Coisa-Ruim do corpo dos possuídos, aqui ele é o CAPETA
em pessoa. E meu amigo, que interpretação desse senhorzinho! Se o cara já
mandava bem em filmes herméticos de Ingmar Bergman, imagine aqui? Vai de um velhinho
simpático e solicito para um verdadeiro ser maligno, cheio de humor negro,
zombaria e péssimas intenções em um piscar de olhos. Além disse, seu
antagonista é um ótimo Ed Harris como o xerife Alan Pangborn (mesmo personagem
já utilizado em A Metade Negra), que convenhamos, também é um BAITA ator, e
aquela cena de seu discurso final contra os ensandecidos moradores da outrora
pacífica Castle Rock, não me deixa mentir. Fecha aí a trinca com o também
sempre excelente J.T. Walsh como o prefeito corrupto viciado em apostas,
Danforth Keeton III, chamado nas más línguas de Buster, motivo nunca
especificado, mas deduzo eu que por conta de uma sacanagem com seu sobrenome e
de seu humorista Buster Keaton. Bom, como disse aí em cima a trama se passa na
fictícia Castle Rock, pano de fundo de outras histórias de King, como Conta Comigo, A Hora da
Zona Morta, Cujo e
claro, A Metade Negra, que
por sinal, foi lançado no mesmo ano. Gaunt
muda-se para a cidadezinha e abre sua loja de antiguidades, “Objetos de
Desejo”, onde sempre há algum mimo especial para determinado morador, que irá
lhe despertar desejo e cobiça. Ao invés de pagar com dinheiro, verdinha,
bufufa, money, dólar, tutu, ele pede um favor em troca. E aí que os moradores
da cidade literalmente vendem sua alma ao diabo, por um card do jogador de
beisebol Mickey Mantle, uma bonequinha de porcelana, uma jaqueta da época do
colegial, um jogo de corrida de cavalos, e por aí vai. E essa troca irá
desencadear uma série de assassinatos praticados uns pelos outros e o aflorar
de antigas inimizades, jogando cidadão contra cidadão, até o xerife Pangborn
sacar que tem algo de muito errado (e maligno) com Leland, uma vez que ele
descobre no porão da loja que o sujeito esteve sempre presente nos locais de
grandes tragédias e tentará abrir os olhos dos munícipes antes de um pandemônio
ainda maior e mortal e tudo vá pelos ares (literalmente). Tudo isso filmado de
forma fluída por Fraser Clarke Heston, filho de ninguém menos que Charlton
Heston, com algumas cenas de bastante impacto, como a luta entre Nettie Cobb
(Amanda Plummer) e Wilma Jerzyck (Valri Bromfield) duas mulheres que se odeiam,
enquanto toca ao fundo Ave Maria de Franz Schubert, e Leland se deliciando com
o acontecido sentado na frente lareira. Ou quando nos deparamos com a
aterradora cena do cachorro esfolado! Lembro da primeira vez que assisti Trocas Macabras, em uma daquelas
minhas Maratonas Stephen King que rolava durante minha adolescência. O
passatempo era ir até a locadora e alugar uns três VHS de sua obra, e eu fazia
uma verdadeira peregrinação por locadoras do bairro e das proximidades, até
quando me deparei na prateleira com a fita lançada pela Mundial Vídeo e não ter
dado nada (até porque a capa é bem chinfrim), e quando o assisti, já de cara
foi para o ranking dos melhores e até hoje fica esse sensação, como eu disse,
de subestimado, um filme menor. Originalmente, a edição integral do filme feito
para a TV tinha três horas de duração, mas depois foi reduzido para um
lançamento em cinemas pela Columbia Pictures. Eu nunca assisti a esse corte,
mas gostaria muito de fazê-lo,
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/15/643-trocas-macabras-1993/
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