quinta-feira, 7 de julho de 2016

#643 1993 TROCAS MACABRAS (Needful Things, EUA)


Direção: Fraser C. Heston
Roteiro: W.D. Richter (baseado no livro de Stephen King)
Produção: Jack Cummins; Gordon Marks (Produtor Associado); Peter Yates (Produtor Executivo)
Elenco: Max von Sydow, Ed Harris, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer, J.T. Walsh, Ray McKinnon

Sempre gosto de falar aqui quando uma adaptação da obra de Stephen King para as telas é boa. E olhe, esse Trocas Macabras é boa PRA CACETE, e um dos filmes mais subestimados inspirado nos textos do Mestre do Terror, perdido entre uma enxurrada de porcaria que era lançado a rodo desde meados dos anos 80. Além da história ser das mais bacanas, explorando mais uma vez, a velha máxima de King de colocar pessoas comuns em situações aterrorizantes, a grande diferença de Trocas Macabras par a maioria dos filmes do escriba do Maine é o PUTA elenco da produção, diferente de muitos outros estrelados só por atores “série B”. Temos o espetacular Max Von Sydow como o dono de um antiquário, Leland Gaunt, que é mais conhecido do fã do horror como o Pe. Merrin de O Exorcista, que agora está do outro lado da moeda. Enquanto no clássico absoluto de William Friedkin ele era o encarregado de tirar o Coisa-Ruim do corpo dos possuídos, aqui ele é o CAPETA em pessoa. E meu amigo, que interpretação desse senhorzinho! Se o cara já mandava bem em filmes herméticos de Ingmar Bergman, imagine aqui? Vai de um velhinho simpático e solicito para um verdadeiro ser maligno, cheio de humor negro, zombaria e péssimas intenções em um piscar de olhos. Além disse, seu antagonista é um ótimo Ed Harris como o xerife Alan Pangborn (mesmo personagem já utilizado em A Metade Negra), que convenhamos, também é um BAITA ator, e aquela cena de seu discurso final contra os ensandecidos moradores da outrora pacífica Castle Rock, não me deixa mentir. Fecha aí a trinca com o também sempre excelente J.T. Walsh como o prefeito corrupto viciado em apostas, Danforth Keeton III, chamado nas más línguas de Buster, motivo nunca especificado, mas deduzo eu que por conta de uma sacanagem com seu sobrenome e de seu humorista Buster Keaton. Bom, como disse aí em cima a trama se passa na fictícia Castle Rock, pano de fundo de outras histórias de King, como Conta Comigo, A Hora da Zona MortaCujo e claro, A Metade Negra, que por sinal, foi lançado no mesmo ano. Gaunt muda-se para a cidadezinha e abre sua loja de antiguidades, “Objetos de Desejo”, onde sempre há algum mimo especial para determinado morador, que irá lhe despertar desejo e cobiça. Ao invés de pagar com dinheiro, verdinha, bufufa, money, dólar, tutu, ele pede um favor em troca. E aí que os moradores da cidade literalmente vendem sua alma ao diabo, por um card do jogador de beisebol Mickey Mantle, uma bonequinha de porcelana, uma jaqueta da época do colegial, um jogo de corrida de cavalos, e por aí vai. E essa troca irá desencadear uma série de assassinatos praticados uns pelos outros e o aflorar de antigas inimizades, jogando cidadão contra cidadão, até o xerife Pangborn sacar que tem algo de muito errado (e maligno) com Leland, uma vez que ele descobre no porão da loja que o sujeito esteve sempre presente nos locais de grandes tragédias e tentará abrir os olhos dos munícipes antes de um pandemônio ainda maior e mortal e tudo vá pelos ares (literalmente). Tudo isso filmado de forma fluída por Fraser Clarke Heston, filho de ninguém menos que Charlton Heston, com algumas cenas de bastante impacto, como a luta entre Nettie Cobb (Amanda Plummer) e Wilma Jerzyck (Valri Bromfield) duas mulheres que se odeiam, enquanto toca ao fundo Ave Maria de Franz Schubert, e Leland se deliciando com o acontecido sentado na frente lareira. Ou quando nos deparamos com a aterradora cena do cachorro esfolado! Lembro da primeira vez que assisti Trocas Macabras, em uma daquelas minhas Maratonas Stephen King que rolava durante minha adolescência. O passatempo era ir até a locadora e alugar uns três VHS de sua obra, e eu fazia uma verdadeira peregrinação por locadoras do bairro e das proximidades, até quando me deparei na prateleira com a fita lançada pela Mundial Vídeo e não ter dado nada (até porque a capa é bem chinfrim), e quando o assisti, já de cara foi para o ranking dos melhores e até hoje fica esse sensação, como eu disse, de subestimado, um filme menor. Originalmente, a edição integral do filme feito para a TV tinha três horas de duração, mas depois foi reduzido para um lançamento em cinemas pela Columbia Pictures. Eu nunca assisti a esse corte, mas gostaria muito de fazê-lo,
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/04/15/643-trocas-macabras-1993/

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