Direção: Ole
Bornedal
Roteiro: Ole
Bornedal
Produção:
Michael Obel; Jesper Boas Smith (Produtor Executivo)
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Sofie Grabol,
Kim Bodnia, Lotte Andersen, Ulf Pilgaard, Rikke Louise Andersson
O filme
com um nome genérico qualquer chamado O Principal Suspeito, com Ewan
McGregor e Nick Nolte no elenco, havia achado um suspense com uma premissa
incrível: um rapaz descola a ingrata profissão de vigia noturno de um
necrotério, e acaba se envolvendo numa trama macabra envolvendo um serial
killer, assassino de prostitutas. Beleza, o filme era bem mais ou menos com uma
história subaproveitada, como acabei constatando. Mas foi-se alguns anos e numa
noite qualquer em algum dos canais Telecine (RÁ!) eu vi esse Perigo na Noite, e
pensei: caramba, ele me lembra muito aquele filme com o Ewan McGregor que
assisti outrora. Pois é, foi quando eu descobri que aquele filme dinamarquês
era o original, dirigido por Ole Bornedal e uma PUTA aula de suspense ao melhor
estilo Hitchcock. Tudo aquilo que o remake (mesmo sendo dirigido pelo mesmo
sujeito) tinha deixado a desejar, esse aqui com seu toque lúgubre e sádico
europeu, deixando o nervo do espectador no fio da navalha, recompensa. Claro
que só muitos anos depois quando o assisti novamente, que fui descobrir que o
protagonista é o Jamie Lannister. Martin (Nikolaj Coster-Waldau) é um estudante
de direito que resolve encarar o trampo citado lá no segundo parágrafo, achando
que terá bastante tempo para estudar, ao substituir um velho decrépito no turno
da noite de um necrotério, que se não bastasse ser mórbido o suficiente, tem
uma história de necrofilia que foi abafada num passado recente, que terá uma
ligação com o plot twist lá no final. Seu melhor amigo, Jens (Kim
Bodnia, ótimo por sinal) é um sujeito meio porra louca que vive fazendo apostas
e desafio com o Martin. Tudo culmina no envolvimento do até então bom moço e
apaixonado por sua namorada, Kalinka (Sofie Grabol) com uma prostituta chamada
Joyce (Rikke Louise Andersson), descolada por Jens em uma dessas brincadeiras
sadias dos dois. Lembra do serial killerque falei? Pois é, aqui nesse
filme ele é MUITO mais do MAL. E no meio de uma sequência de infortúnios,
Martin passa a se tornar o principal suspeito (RÁ!) de seu assassinato, e o comissário
de polícia vivido pelo ator Ulf Pilgaard começa a ficar na sua bota. Como um
bom suspense hitchcockiano, Martin passa a fazer sua investigação própria para
tentar livrar seu pescoço, mesmo após o espectador já descobrir quem é o tal
assassino, depois da fantástica e sangrenta cena de assassinato de Joyce. Bornedal
consegue com seu talento nato segurar o espectador do primeiro ao último ato do
filme, conduzindo algumas cenas de suspense de forma magistral, auxiliado por
uma fotografia soturna e a ambientação pesada do local, expondo cadáveres em
camas geladas a todo momento e salas com restos mortais boiando em tanques que
aguçam os pesadelos de Martin e de quem estiver do outro lado da tela. Isso sem
contar a insanidade e crueza do assassino e seu modus operandi escabroso.
Mas sem dúvida nenhuma, apesar de um excelente filme no todo, se eu tivesse que
escolher um ponto alto, daquele de roer as unhas dos dedos e deixar os nervos
em frangalhos, é a cena em que toca o fatídico alarme dentro da sala do
necrotério, alarme esse que nunca tocou e não deveria tocar de forma alguma,
afinal só tem gente morta naquele aposento, e um Martin de pernas bambas,
apavorado vai investigar, para tomar talvez o maior susto de sua vida. Timing,
atuação, direção e trilha sonora precisas. Caso você tenha assistido a
refilmagem como eu primeiro, e não visto ainda o ótimo thrillerque é Perigo
na Noite, não perca mais tempo e aprecie essa pérola do cinema de terror
dinamarquês. Agora se você apenas assistiu a esse e não viu a versão americana,
bom, você não está perdendo muita coisa e pode ficar do jeito que está.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/05/06/653-perigo-na-noite-1994/
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