OSCAR MELHOR FILME 1940
Direção: Victor Fleming, George Cukor
Direção: Victor Fleming, George Cukor
Produção:
David O. Selznick
Roteiro:
Sidney Howard, baseado no livro de Margaret Mitchell
Fotografia: Ernest Haller, Ray Rennahan, Lee Garmes
Musica: Max Steiner
Elenco:
Vivien Leigh…………Scarlett O’Hara
Clark Gable………….Rhett Butler
Olivia de Havilland….Melanie Hamilton Wilkes
Leslie Howard……….Ashley Wilkes
Hattie McDaniel……..Mammy
Thomas Mitchell, Barbara O'Neill, Evelyn Keyes, Ann
Rutherford, George Reeves. Fred Crane, Hattie McDaniel,
Oscars:
William Cameron Menies (Prêmio honorário – uso de cor); David O Selznick (melhor
filme), Victor
Fleming
(diretor), Sidney Howard (Roteiro), Vivien Leigh (atriz), Hattie MacDaniel (atriz
coadjuvante), Lyle R. Wheeler (direção de arte), Ernest Haller, Ray Rennahan
(fotografia), Hal C. Kern James E Newcom (edição), Don Musgrave (prêmio de
inovação técnica)
Indicação
ao Oscar: Clark Gable (ator), Olivia de Havilland (atriz coadjuvante), Max
Steiner (música),Thomas T. Moulton (som). Jack Cosgrove, Fred Albin, Arthur Johns (efeitos especiais)
O
best-seller sobre a Guerra Civil de Margaret Mitchell foi agarrado pelo megalomaníaco
produtor David O. Selznlck, que resistiu à sugestão de escalar Basil Rathbone
como Rhett Butler em favor da única escolha que os fãs aceitariam: Clark Gable.
Depois de caçar talentos no país inteiro e de uma briga de foice em Hollywood
envolvendo cada protagonista feminina em potencial da cidade, Selznlck
contratou a inglesa Vivien Leigh Interpretar Scarlett 0'Hara. Insistindo em que
cada detalhe fosse suntuoso, Selznick usou pelo menos três diretores (Sam Wood,
George Cukor e Victor Fleming), botou fogo nos cenários que haviam sobrado de
King Kong para encenar o incêndio de Atlanta, contratou figurantes suficientes
para reencenar a Guerra Civil e aguardou o Oscar para ser aclamado, Concebido
desde o início para ser o maior de todos os filmes de Hollywood, E o vento
levou permaneceria por décadas a fio como a principal referência para os épicos
cinematográficos. Embora o filme seja monumental o bastante para estar além de
qualquer crítica, a maioria das cenas verdadeiramente excelentes está na
primeira metade, em grande parte dirigida por Cukor, que trouxe seu talento
para o desenvolvimento de personagens e nuances ao material empregando um ótimo
ritmo épico. Fleming, por sua vez, mais conhecido por dirigir cenas de ação
vigorosas, acabou ficando com os trechos mais novelescos, à medida que o
casamento dos protagonistas entra em crise, sofrendo altos e baixos durante o
pós-guerra. Estes, no entanto, são bem menos cativantes do que o romance
dilacerado pela guerra e conturbado que os uniu. O que move a trama é o coração
indeciso de Scarlett, que Leigh interpreta como frívola e depois como
empedernida: ela é tão apaixonada pelo galante Ashley Wilkes (Leslie Howard)
que se casa com vários bobalhões medíocres (e malfadados) quando ele escolhe
ficar com a mais feminina (e malfadada) Melanie (Olivia de Havilland). Rhett Butler,
mais pragmático do que idealista, entra em cena e ela se sente atraída por ele quando
a guerra destrói o estilo de vida sulista. Os dois se casam depois de Scarlett
ter jurado nunca mais passar fome e manter Tara, a fazenda de seu pai,
funcionando apesar dos estragos da guerra. Ela só percebe que ama Rhett de
verdade quando ele a rejeita, gerando o clássico final em aberto em que o
personagem de Gable vai embora ("Francamente, minha querida, estou pouco
me lixando") e ela jura conquistá-lo de volta ("Amanhã é um novo
dia"). Como O nascimento de uma nação (1915), E o vento levou maquiaboa parte
de uma história complexa, mostrando apenas escravos felizes e obedientes e
retratando o envolvimento de Ashley em uma organização nos moldes da Ku Klux
Klan durante o pós-guerra como algo genuinamente heroico (embora malfadado).
Contudo, o ritmo do filme é quase Irresistível e as sequências de Selznlck
estão entre as mais emblemáticas da história do cinema: o zoom out a partir de Scarlett enquanto ela cuida dos feridos,
enchendo de cinza a tela com soldados mutilados; a câmera que corre por entre
as chamas enquanto Atlanta pega fogo; Gable carregando Leigh escada acima para
sombras sensuais. Adornado com o exuberante Technicolor de 1939 - os vestidos
em tons pastel e as paixões em vermelho vivo - e com a retumbante trilha de Max
Stelner, este filme ainda pode ser considerado, com justiça, a última palavra
em termos de cinema hollywoodlano. KN
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