OSCAR MELHOR FILME 1941
Direção: Alfred Hitchcock
Produção: David O. Selznick
Roteiro: Joan Harrison e Philip MacDonald,
baseado no livro de Daphne du Maurier
Fotografia: George Barnes
Música: Franz Waxman
Elenco:
Joan Fontaine …………………. A segunda Sra. de
Winter
Laurence Olivier
………………. Maxim’ de Winter
George Sanders ….……………
Jack Favell
Judith Anderson
……………….. Sra. Danvers
C. Aubrey Smith
……………….. Coronel Julyan
Gladys Cooper
…………………. Beatrice Lacy
Ainda: Nigel Bruce,
Reginald Denny, C. Aubrey Smith, Melville Cooper, Florence Bates, Leonard
Carey, Leo G. Carroll, Edward Fielding, Lumsden Hare, Forrester Harvey.
Oscar: David O. Selznick (melhor filme),
George Barnes (fotografia)
Indicação ao Oscar: Alfred Hitchcock (diretor),
Robert E. Sherwood, Joan Harrison (roteiro), Laurence Olivier (ator), Joan
Fontaine (atriz), Judith Anderson (atriz coadjuvante), Lyle R. Wheeler (direção
de arte), Hal C. Kern (edição), Jack Cosgrive, Arthur Johns (efeitos especiais),
Franz Waxman (música).
É um tanto surpreendente que, apesar da sua
longa e prolífica carreira e das várias indicações que receberia, apenas Rebecca,
a mulher inesquecível, seu primeiro filme americano, tenha rendido a Alfred
Hitchcock um Oscar de Melhor Filme. No entanto, isso talvez sirva mais para
indicar o poder de persuasão do produtor David O. Selznick. Ainda colhendo os
louros do sucesso de E o vento levou, de 1939, Selznick agarrou a oportunidade
de trabalhar com Hitchcock, casando o diretor com a história de fantasmas
gótica de Daphné du Maurier. Trabalhando com um grande orçamento, Hitchcock
transformou a mansão Manderley ela mesma em um personagem - o que mais tarde
serviria de inspiração para a imponente Xanadu de Cidadão Kane. A suntuosa
propriedade à beira-mar é o cenário para o tenso romance entre Joan Fontaine e
Laurence Olivier. Ele é um rico viúvo que corteja a inocente Fontaine; ela, por
sua vez, jamais questiona sua sorte em encontrar um homem tão bom. Eles se
casam depois de um namoro relâmpago, porém, à medida que o relacionamento se
aprofunda. Fontaine é cada vez mais atormentada pelo espírito da esposa morta -
Rebecca. Será o fantasma apenas um delírio da sua imaginação, fruto de uma
paranoia, ou alguma força mais nefasta em ação? E o que a Sra. Danvers, uma
criada suspeita, tem a ver com os estranhos acontecimentos, se é que tem algo a
ver com eles? Rebecca marcou a promissora chegada de Hitchcock à América. Na
verdade, ironicamente, o filme derrotou no Oscar o último filme inglês do
diretor: Correspondente Estrangeiro. Aqui, todos os seus traços usados à
perfeição: temos a sombria e misteriosa história antes da história, as
suspeitas mal contidas, o romance de contos de fadas condenado pelo passado
invasivo e, é claro, a sensação crescente de traição. No entanto. Rebecca carece
do tom jocoso que é a marca registrada de Hitchcock e o filme não possui senso
de humor. Essa falta de leveza pode ser creditada em grande parte à natureza
ininterruptamente lúgubre e gótica do romance melodramático de du Maurier. A
inocente Fontaine é quase levada à loucura pelos segredos que se arrastam em
Manderley, porém Hitchcock fica mais que feliz em deixar a tensão crescer e
crescer até o apavorante final.
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 133)
Nenhum comentário:
Postar um comentário