sábado, 15 de novembro de 2014

133 1939 REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (REBECCA, EUA)

OSCAR MELHOR FILME 1941

Direção: Alfred Hitchcock
Produção: David O. Selznick
Roteiro: Joan Harrison e Philip MacDonald, baseado no livro de Daphne du Maurier
Fotografia: George Barnes
Música: Franz Waxman
Elenco:
Joan Fontaine …………………. A segunda Sra. de Winter
Laurence Olivier ………………. Maxim’ de Winter
George Sanders ….…………… Jack Favell
Judith Anderson ……………….. Sra. Danvers
C. Aubrey Smith ……………….. Coronel Julyan
Gladys Cooper …………………. Beatrice Lacy
Ainda: Nigel Bruce, Reginald Denny, C. Aubrey Smith, Melville Cooper, Florence Bates, Leonard Carey, Leo G. Carroll, Edward Fielding, Lumsden Hare, Forrester Harvey.

Oscar: David O. Selznick (melhor filme), George Barnes (fotografia)

Indicação ao Oscar: Alfred Hitchcock (diretor), Robert E. Sherwood, Joan Harrison (roteiro), Laurence Olivier (ator), Joan Fontaine (atriz), Judith Anderson (atriz coadjuvante), Lyle R. Wheeler (direção de arte), Hal C. Kern (edição), Jack Cosgrive, Arthur Johns (efeitos especiais), Franz Waxman (música).

É um tanto surpreendente que, apesar da sua longa e prolífica carreira e das várias indicações que receberia, apenas Rebecca, a mulher inesquecível, seu primeiro filme americano, tenha rendido a Alfred Hitchcock um Oscar de Melhor Filme. No entanto, isso talvez sirva mais para indicar o poder de persuasão do produtor David O. Selznick. Ainda colhendo os louros do sucesso de E o vento levou, de 1939, Selznick agarrou a oportunidade de trabalhar com Hitchcock, casando o diretor com a história de fantasmas gótica de Daphné du Maurier. Trabalhando com um grande orçamento, Hitchcock transformou a mansão Manderley ela mesma em um personagem - o que mais tarde serviria de inspiração para a imponente Xanadu de Cidadão Kane. A suntuosa propriedade à beira-mar é o cenário para o tenso romance entre Joan Fontaine e Laurence Olivier. Ele é um rico viúvo que corteja a inocente Fontaine; ela, por sua vez, jamais questiona sua sorte em encontrar um homem tão bom. Eles se casam depois de um namoro relâmpago, porém, à medida que o relacionamento se aprofunda. Fontaine é cada vez mais atormentada pelo espírito da esposa morta - Rebecca. Será o fantasma apenas um delírio da sua imaginação, fruto de uma paranoia, ou alguma força mais nefasta em ação? E o que a Sra. Danvers, uma criada suspeita, tem a ver com os estranhos acontecimentos, se é que tem algo a ver com eles? Rebecca marcou a promissora chegada de Hitchcock à América. Na verdade, ironicamente, o filme derrotou no Oscar o último filme inglês do diretor: Correspondente Estrangeiro. Aqui, todos os seus traços usados à perfeição: temos a sombria e misteriosa história antes da história, as suspeitas mal contidas, o romance de contos de fadas condenado pelo passado invasivo e, é claro, a sensação crescente de traição. No entanto. Rebecca carece do tom jocoso que é a marca registrada de Hitchcock e o filme não possui senso de humor. Essa falta de leveza pode ser creditada em grande parte à natureza ininterruptamente lúgubre e gótica do romance melodramático de du Maurier. A inocente Fontaine é quase levada à loucura pelos segredos que se arrastam em Manderley, porém Hitchcock fica mais que feliz em deixar a tensão crescer e crescer até o apavorante final.
(1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER 133)

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