Direção:
John Ford
Produção:
Nunnally Johnson, Darryl F. Zanuck
Roteiro:
Nunnally Johnson, baseado no livro de John Steinbeck
Fotografia: Gregg Toland
Elenco:
Henry
Fonda ……………………… Tom Joad
O.Z.
Whitehead …………………… Al Joad
Russell
Simpson …………………. Pa Joad
John
Carradine …………………… Casy
Jane
Darwell ………………………. Ma Joad
Frank
Sully …………………………Noah Joad
Ward Bond
………………………… Policial
Ainda: Charley
Grapewin, John Qualen, Eddie Quilan, Zeffie Tilbury, Darryl Hickman, Shirley Mills,
Roger Imhof
Oscar: John Ford (diretor), Jane Darwell (atriz
coadjuvante)
indicação ao Oscar: Darryl F. Zanuck, Nunnally
Johnson (melhor filme), Nunnally Johnson (roteiro), Henry
Fonda (ator),
Robert L. Simpson (edição), Edmund H. Hansen (som)
Poucos filmes americanos da década de 30 lidaram
com o sofrimento e os transtornos da Depressão. Hollywood, em sua grande
maioria, deixou que outras mídias, como o teatro, a literatura e a fotografia,
documentassem o desastre nacional. O romance de John Steinbeck As vinhas da
ira, publicado em 1939, foi baseado em uma pesquisa rigorosa, em que o autor
seguiu famílias agricultoras desalojadas de Oklahoma na sua jornada até as
lavouras da Califórnia em busca de trabalho. Apesar das objeções dos
conservadores que controlavam o estúdio, Darryl Zanuck comprou os direitos do
livro para a 20th Century Fox. Ele sabia que John Ford era o homem certo para
dirigir o filme, com sua sensibilidade para com o povo americano e sua história.
Ford também se identificava com o que há de mais doloroso no suplício da família
Joad - não a pobreza aguda, mas o trauma psicológico de quem é arrancado do seu
lar, jogado na estrada, desenraizado. Em uma cena memorável, a Mãe (Jane
Darwell) queima os pertences que não pode levar consigo na noite anterior ao
dia em que precisam abandonar a fazenda. Para o papel do protagonista Tom Joad,
Ford escalou Henry Fonda, que pouco tempo atrás havia estrelado A mocidade de
Lincoln (1939) e Ao rufar dos tambores (1939), dois outros filmes sobre a
história da América, também dirigidos por Ford. Dentre os outros membros da
Sociedade Anônima John Ford presentes aqui estão Russell Simpson como o Pai,
John Qualen como o amigo Mulcy e John Carradine como o pastor itinerante. E,
para o posto de cinegrafista, Ford fez uma escolha inspirada. Gregg Toland capturou
de forma brilhante o olhar documental das fotografias que haviam sido tiradas
da tragédia por fotógrafos contratados pelo governo, como Dorothea Lange. Em nenhum
momento isso fica mais patente do que na sequência em que a família Joad chega
a um acampamento de sem-terra, com a câmera detendo-se nos rostos soturnos dos
ocupantes e nos barracos caindo aos pedaços em que eles vivem. Embora As vinhas
da ira não deixe de mostrar a enormidade do sofrimento dos seus protagonistas,
há uma importante divergência em relação ao livro. No romance de Steinbeck, a
família a princípio encontra condições mais favoráveis em um acampamento do
governo, porém, no fim, se vê reduzida a salários de fome. No filme, ela chega
ao mesmo acampamento mais tarde, de modo que seu progresso se dá em uma curva
ascendente, marcada pela última fala da Mãe: "Nós somos o povo... jamais
deixaremos de existir." EB
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 136)
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