Direção:
Orson Welles
Produção:
Orson Welles, Richard Baer, George Schaefer
Roteiro:
Herman J. Mankiewicz, Orson Welles
Fotografia: GreggToland
Música: Bernard Herrmann, Charlie Barnet, Pepe
Gufzar
Elenco:
Orson
Welles …………………Charles Foster Kane
George
Coulouris ……………Walter Parks Thatcher
William
Alland ……………….Jerry Thompson
Everett
Sloane ……………… Sr. Bernstein
Ray
Collins …………………..James W. Gettys
Ruth
Warrick …………………Emily Monroe Norton Kane
Ainda: Dorothy
Comingore, Agnes Moorehead, Ersklne Sanford, Everett Sloane, William Alland,
Paul Stewart, George Coulouris, Fortunio Romanova, Gus Schilling, Philip Van
Zandt, Georgia Backus, Harry
Shannon
Oscar:
Herman J. Mankiewicz, Orson Welles (roteiro)
Indicação
ao Oscar: Orson Welles (melhor filme), Orson Welles (diretor), Orson Welles
(ator), Perry Ferguson, Van Nest Polglase, A. Roland Fields, Darrell Silvera
(direção e arte), Gregg Toland (fotografia) Robert Wise (montagem), John Aalberg
(som)
Desde 1962, a frequentemente citada lista dos
melhores filmes de todos os tempos feita pelos críticos da revista Sight and
Sound coloca Cidadão Kane, a extraordinária estreia no cinema de Orson Welles,
em primeiro lugar. Em 1998, o American Film Institute o considerou o melhor
filme já produzido. Ele também ganhou prêmios de Melhor Filme do New York Fllm
Critics Circle e do National Board of Review, além de ter conquistado o Oscar de
Melhor Roteiro. A lenda de Cidadão Kane foi em parte alimentada pelo fato de
que Welles tinha apenas 24 anos de idade quando o realizou, mas também pelas
óbvias comparações entre o personagem-título e o magnata da imprensa William
Randolph Hearst, que moveu mundos e fundos para impedir a produção do filme e,
quando não conseguiu evitar que fosse distribuído, tentou difamá-lo. No
entanto, desconsiderando a ridícula pretensão de se eleger qualquer filme que
seja como "o melhor de todos os tempos", Cidadão Kane uma obra de
tremendo interesse e importância por vários motivos. O filme conta uma grande
história: Charles Foster Kane (interpretado de forma brilhante pelo próprio
Welles) nasce pobre, mas enriquece por conta de uma mina de ouro herdada pela
mãe. Na juventude, começa a erguer um império populista jornalístico e
radiofônico, casando nesse ínterim com a sobrinha de um presidente americano e
concorrendo a governador. No entanto, todas as suas ambições de poder são frustradas
e, à medida que este lhe escapa, Kane se torna cada vez mais violento com as
mulheres da sua vida; primeiro com sua esposa, depois com sua amante. Ele morre
praticamente sozinho em seu castelo reconstruído, porém inacabado, ansiando
pela simplicidade da sua infância. Fiel às tradições do populismo do New Deal,
Cidadão Kane exalta o ideal americano de que o dinheiro não pode comprar
felicidade, mas de uma maneira extremamente prosaica, quase ao estilo de
Dlckens. Mais Importante do que o enredo é o fato de o filme começar com a
morte de Kane e com sua enigmática última palavra: "Rosebud". Um
grupo de intrépidos repórteres tenta descobrir seu significado e entrevista uma
série de conhecidos do magnata. O filme não só é contado em flashback, como
cada personagem só conhece o homem através de uma determinada perspectiva, que
é apresentada consecutivamente. A complexidade narrativa do filme - embora
nunca viole a continuidade e a causalidade clássicas de Hollywood - é um
extraordinário tour de force, responsável em grande parte pela afirmação de Paulino
Kael de que a verdadeira genialidade do filme não está nas mãos do
garoto-prodígio Welles, mas nas do roteirista Herman J. Mankiewicz. O
verdadeiro poder do filme, no entanto, está na fotografia: Gregg Toland
desenvolveu uma técnica de profundidade de campo em que o primeira plano, o central
e o último ficam todos em foco ao mesmo tempo, permitindo que o olho do
espectador se fixe em qualquer parte da imagem. Essa técnica foi criticada à
época por violar as regras da fotografia hollywoodiana clássica, pelas quais a
boa fotografia deveria ser invisível. Contudo, a fotografia de Cidadão Kane é impactante
e inesquecível. MK
(1001 FILMES PARA VER
ANTES DE MORRER 141)
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