Direção: Vernon Sewell
Roteiro: Mervyn Haisman,
Henry Lincoln, Jerry Sohl (história) (baseado no conto de H.P. Lovecraft – não
creditado)
Produção: Louis M. Heyward,
Gerry Levy e Tony Tenser (Produtores Executivos)
Elenco: Boris
Karloff, Christopher Lee, Mark Eden, Barbara Steele, Michael Gough
Um elenco estelar do cinema de
horror define A Maldição do
Altar Escarlate. Saca só: Boris Karloff, Christopher Lee, Barbara
Steele e Michael Gough. É mole? Ah, e a história é livremente baseada em um
conto de H.P. Lovecraft. Os anos 60 foram um terreno fértil para as adaptações
cinematográficas da obra de Edgar Allan Poe, principalmente durante o
proeminente ciclo dirigido por Roger Corman. Outro escritor do fantástico, H.P.
Lovecraft, também teve alguns de seus contos, de forma mais modesta, adaptados
para a telona. Uma delas dirigida pelo próprio Corman, O Castelo Assombrado, com Vincent Price no elenco (mas que
comercialmente foi enxertado nesse ciclo Poe e vendido como uma adaptação do
escritor de Baltimore), baseado em O Caso de Charles Dexter Ward, e Morte para um Monstro, de Daniel Haller, adaptado de A Cor que
Caiu do Céu, que também trazia Boris Karloff nos créditos. A trama lisérgica,
exagerada, clichê e desconexa de A Maldição do Altar Escarlate foi
escrita por Mervyn Haisman e Henry Lincoln, baseado no conto Sonhos na Casa da
Bruxa, que mais tarde seria novamente adaptado no interessante episódio de
Sutart Gordon para a série Masters of Horror. Gordon por sinal foi um dos
diretores que mais acertaram nas difíceis adaptações de Lovecraft para o cinema
durante a década de 80, vide Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos e Do
Além. Além disso, os temas do longa são muito comuns ao cinema dos anos 60:
bruxaria e seitas satânicas. A década foi terreno fértil para diversos filmes
do gênero, como A Máscara de Satã, Horror Hotel, A Filha de Satã, As Bodas de Satã (quanto filme com satã no título, não?)
e O Bebê de Rosemary, entre outros. A Maldição do Altar
Escarlate é simples, com todos os elementos característicos do gênero, que
tem muito mais peso pela quantidade de figurinhas carimbadas do terror, do que
por sua trama e originalidade em si. Lançado no Brasil pela extinta CIC Vídeo, este
melancolicamente é o último filme de Boris Karloff lançado em vida, que aqui
tadinho, já está bem velho, usando cadeira de rodas e com a saúde já bastante
debilitada. Robert Manning (Mark Eden) está em busca de seu irmão, Peter,
desaparecido misteriosamente, visto pela última vez na cidade de Greymarsh,
onde mandou uma carta em um papel timbrado da casa de Craxted Lodge. Ao chegar
ao local tarde da noite, ele já cai em uma festa de arromba, quase uma orgia na
verdade, ao melhor estilo espírito livre dos anos 60, com jovens dançando,
bebendo, se drogando e fazendo amor. Lá ele conhece e se apaixonada pela
atirada loira Eve (Virginia Wetherell), filha do dono da casa, Morley
(Christopher Lee), que nega Peter ter estado em seu aposento. O solícito Morley
oferece sua casa para Robert, enquanto continua sua busca pelo irmão pela
cidade. Porém Robert todas as noites começa a passar por estranhas experiências
de pesadelos vívidos e alucinações pesadas, parecendo que tomou doses cavalares
de ácido, incluindo participar de um ritual de bruxaria ministrado por Lavinia
(Barbara Steele), uma bruxa verde secular que é ancestral dos Morley, e foi
julgada e condenada há séculos. Quando o especialista no oculto, professor
Marshe (derradeiro papel de Karloff), conta para Robert sobre os rituais
sabáticos realizados no local, ele acaba desvendando os segredos desse culto,
que acontece até os dias de hoje e tem Morley como sacerdote, que busca por
vingança e sacrifícios para seus ritos macabros. Uma curiosidade é que a casa
usada como cenário do filme foi a Grim’s Dyke House, em Harrow Weald,
Middlesex. Esta casa foi a propriedade de William S. Gilbert da dupla Gilbert
& Sulivan, parceria entre o libertista e compositor da era teatral
vitoriana, responsáveis pela realização de diversas óperas cômicas entre 1871 e
1896. A Maldição do Altar Escarlate não traz absolutamente nada de novo, e
chega a ser enfadonho na maior parte do tempo, exceto os momentos brilhantes de
Karloff e Lee em cena, também uma boa ponta do mordomo meio pancada, Michael
Gough, e algum suspense. As cenas surreais do sabá da irreconhecível Barbara
Steele como bruxa, beiram o ridículo com toda sua lisergia e saturação de
cores. Além de fugir muito da ideia original do conto de Lovecraft. Mas ainda
assim, vale uma espiada sem muita expectativa
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/17/216-a-maldicao-do-altar-escarlate-1968/
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