Direção: Gordon
Hessler
Roteiro: Christopher
Wicking, Tim Kelly (história)
Produção: Samuel
Z. Arkoff, Gordon Hessler, Louis M. Heyward, Clifford Parkes (Produtor
Associado)
Elenco:Vincent
Price, Elisabeth Bergner, Essy Persson, Hugh Griffith, Sally Geeson
Lembra no meu post do primeiro
filme do blog da década de 70, O Altar do Diabo, que eu comecei meu texto falando que a gente tinha saído dos anos 60,
mas os anos 60 não haviam saído de nós? Aqui em O Uivo da Bruxa temos outro exemplo que segue a mesma
estética dos filmes da década anterior, só que mais violento e com mais
peitinhos à mostra. Afinal, a patota envolvida nesta fita, é figurinha
carimbada do cinema gótico de terror que dominou a telona durante todo
os sixties. Gordon Hessler na direção (que dirigiu O Ataúde do Morto Vivo, adaptação de um conto de Edgar
Allan Poe), produção de Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson para a incansável
casa de filmes B, American International Pictures, e elenco liderado por
Vincent Price. Também é inevitável a comparação de O Uivo da Bruxa com
outro filme do ator, também coproduzido pela AIP, com a temática extremamente
parecida: O Caçador de Bruxas. Mas não estou desfazendo do
filme não. O Uivo da Bruxa é bem interessante. Um bom filme, que
tenta respirar na sobrevida desse gênero do cinema fantástico pós O Bebê de Rosemary, e antes do cinema de horror pessimista e sádico
invadir as telas no decorrer da década. Com o público sedento por mais sangue e
selvageria, aquele horror implícito gótico subentendido que fazia sucesso
outrora, agora foi substituído por um menu completo de Grand Guignol, e
isso faz com que O Uivo da Bruxa tenha diversas e impactantes cenas
de tortura (para a época, que hoje é nada para a geração torture porn),
com bastante sangue (na medida do possível), violência física, assassinato,
estupro, nudez, sabás de bruxas e por aí vai. Vincent Price vive o magistrado
Lorde Edward Whitman, que na Inglaterra do Século XVI, empenha-se em exterminar
a prática de bruxaria, mandando garotas, ora inocentes, ora não, para a
fogueira, tortura, linchamento público, e todas essas delicadezas. Tudo anda as
mil maravilhas para o Lorde Whitman e sua família, seus filhos Sean (Stephan
Chase), o filho pródigo, preferido, que ajuda o pai na sua caça às bruxas,
Harry (Carl Rigg), o almofadinha que volta para a cidade natal após estudar em
Cambridge e tem que aguentar a preferência do pai pelo irmão mais velho, e
Maureen (Hilary Heath) que tem um caso às escondidas com Roderick (Patrick
Mower), um empregado da família, que vive na casa dos Whitmans por possuir uma
espécie de “capacidade” de conseguir sempre acalmar a alterada (leia-se xarope)
segunda esposa de Edward, a Lady Patricia Whitman (Essy Persson). Até que o
Lorde Whitman resolve se meter com a bruxa Oona e seu círculo de adoradores das
trevas, interrompendo um sabá e matando alguns dos seus seguidores. Pronto, a
bruxa, em busca de vingança, resolve jogar uma pesada maldição na família,
evocando as forças das trevas e das antigas religiões, transformando Roderick
em uma terrível criatura demoníaca mutante ao seu chamado, incumbindo-o de
matar todos os membros da família. Fora Patricia, que aos poucos vai ficando
mais louca e dando vários vexames em público, constrangendo o marido. A
criatura em si está mais para lobisomem, tosquíssima, fruto do baixo orçamento,
padrão registrado da AIP, mas que nunca aparece em sua totalidade, apenas alguns
violentos ataques em POV e cortes rápidos ao mostrar a face do monstro. Decisão
acertada como sempre, para não cair de vez no escárnio. O filme obviamente
recebeu diversos cortes da censura inglesa, como de costume, por conta de seu
conteúdo violento e os temas pesados que aborda, como bruxaria e satanismo. E
nessa toada, claro que nunca foi lançado oficialmente no Brasil. Afinal, anos
70, ditadura militar. Sabe como é. O Uivo da Bruxa é um filme honesto e
cumpre o que promete. Seu final pessimista e assustador também é muito bacana.
Não há mais nada que falar sobre Vincent Price, que eu não tenha discorrido
nesse blog. Ele é simplesmente O MELHOR e pronto. E esse é o último papel de
horror gótico que ele faria na carreira, o qual ficaria tão marcado. E saiba
você que O Uivo da Bruxa foi selecionado para o primeiro Quentin
Tarantino Film Fest em Austin, Texas, que aconteceu em 1996. E quem somos
nós para não assistir um filme indicado por Tarantino?
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/08/08/234-o-uivo-da-bruxa-1970/
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