domingo, 16 de agosto de 2015

#226 1970 O CONDE DRÁCULA (Scars of Dracula, Reino Unido)


Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: John Elder
Produção: Aida Young
Elenco:Christopher Lee, Dennis Waterman, Jenny Hanley, Christopher Matthews, Patrick Troughton, Michael Ripper

Graças a genialidade dos responsáveis por dar e aprovar títulos nacionais aos filmes, Scars of Dracula, virou O Conde Drácula, e assim no mesmo ano de 1970 e aqui na lista do blog, você tem dois filmes seguidos com o mesmo nome: este e Conde Drácula de Jesús Franco. Em comum, apenas que ambos trazem Christopher Lee mais uma vez vestindo a capa e as presas, como o nefasto Conde Drácula. Nesta produção da Hammer, que traz Lee pela quinta vez reprisando o papel (pois antes de O Conde Drácula, ainda foi lançado O Sangue de Drácula no mesmo ano, mas como a minha lista é em ordem alfabética e não por data de lançamento, este post veio primeiro) que o consagrou no gênero, somos brindados com o mais violento e gore filme do vampiro do estúdio inglês. Também não é para menos, já que estamos começando a presenciar a decadência daquela que foi outrora a casa do horror. Isso porque já no começo dos anos 70, o charme dos monstros do estúdio com toda sua aura gótica sobrenatural já havia entrado em baixa, isso sem contar que tanto a exploração da sexualidade feminina quanto a violência gráfica e o sangue vermelho vivo que marcou a Hammar, já havia sido superado por outras produções e novas formas de terror vindo principalmente do mercado americano, fazendo com que os súditos da Terra da Rainha tivessem de correr atrás. E a melhor forma de enfrentar esse gap e tentar trazer o público de volta às salas de cinema, é ao invés de renovar a franquia com novas ideias, manter a mesma coisa de sempre, só que com muito, mas muito sangue. É por isso que O Conde Drácula é considerado o mais violento filme da série. A direção ficou por conta de Roy Ward Baker, que para a Hammer também dirigiu Sepultura para a Eternidade e já se meteu no universo vampiresco em Carmilla, a Vampira de Karnstein. O roteiro é assinado mais uma vez por Anthony Hinds, usando o costumeiro pseudônimo de John Elder, e o grande destaque fica para a maquiagem sanguinolenta da equipe supervisionada por Wally Schneiderman. Christopher Lee faz um Drácula ruim como nunca aqui (no sentido de mal mesmo, cruel, e não de fraca atuação), que volta das cinzas após um morcego gigante (tosquíssimo, que o acompanha o filme todo, assim como outros, pendurados em um visível fio de nylon transparente e que até lembra o podre O Morcego Vampiro da década de 40, com Bela Lugosi) vomitar sangue em seu túmulo. Após a transubstanciação de cinzas para a forma “humana”, Drácula continuará a dar seu expediente de sugar o sangue de belas jovens e tocar o terror nos aldeões. E logo no começo do filme ele já bota para quebrar, quando um grupo de homens locais, munidos de tochas e forcados (ah, vá?) vai até seu castelo para incendiá-lo, Drácula lidera telepaticamente um exército de vampiros que invade a igreja, onde as suas mulheres esperavam em segurança, e promovem um verdadeiro massacre, dilacerando seus rostos, olhos e etc. Hoje estamos acostumados a banhos de sangue sem noção, mas no início dos anos 70, aquela cena era extremamente chocante. Passado algum tempo, um jovem conquistador e encrenqueiro chamado Paul Carslon (Christopher Matthews), ao fugir de policiais por ter transado com a filha do burgomestre, acidentalmente vai parar no castelo de Drácula. Lá, obviamente ele será morto, como acontece com todos os visitantes indesejados do vampiro mor. Seu irmão Simon (Dennis Watermann) e sua namorada, Sarah (Jenny Hanley) mas que também tem uma queda por Paul, preocupados com o sumiço do rapaz, resolvem investigar seu paradeiro e também vão deparar com o terrível Conde e seu ajudante desgranhento, Klove (interpretado pelo eterno Doctor Who, Patrick Troughton), que nutre uma paixão platônica pelo retrato de Sarah, que encontrou nos pertences de Paul. Auxiliado pelo pároco local, Simon tentará destruir o desmorto de uma vez por todas, e ao mesmo tempo, impedi-lo de possuir sua amada e torna-la uma de suas rameiras do inferno, situação de roteiro básica da franquia. Entre as mortes e cenas deveras violentas presentes no longa, vale destacar a cena em que Drácula, emputecido por uma de suas concubinas vampiras tentar sugar o sangue de Paul, aparece e saca um punhal, esfaqueando a garota violentamente (desde quando Drácula usa armas brancas?), que depois, será mutilada (em off screen) por Klove, utilizando cutelos e serras, a fim de dissolver seu corpo no ácido, e também quando o padre é atacado por um morcego impiedoso que investe contra seu rosto, arrancando nacos de carne e deixando-o completamente desfigurado. Mais do mesmo, mas com um Christopher Lee afiadíssimo com toda sua expressão facial, movimentos de corpo, seus longos caninos e olhos vermelhos de fúria e uma boa dose de sangue fazem O Conde Drácula um dos melhores filmes da série, altamente recomendável para os fãs.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/29/226-o-conde-dracula-1970/


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