Direção: Roy
Ward Baker
Roteiro: John
Elder
Produção: Aida
Young
Elenco:Christopher
Lee, Dennis Waterman, Jenny Hanley, Christopher Matthews, Patrick Troughton,
Michael Ripper
Graças a genialidade dos
responsáveis por dar e aprovar títulos nacionais aos filmes, Scars of
Dracula, virou O Conde Drácula, e assim no mesmo ano de 1970 e aqui na lista
do blog, você tem dois filmes seguidos com o mesmo nome: este e Conde Drácula de Jesús Franco. Em comum, apenas que ambos
trazem Christopher Lee mais uma vez vestindo a capa e as presas, como o nefasto
Conde Drácula. Nesta produção da Hammer, que traz Lee pela quinta vez
reprisando o papel (pois antes de O Conde Drácula, ainda foi lançado O Sangue de Drácula no
mesmo ano, mas como a minha lista é em ordem alfabética e não por data de
lançamento, este post veio primeiro) que o consagrou no gênero, somos brindados
com o mais violento e gore filme do vampiro do estúdio inglês. Também
não é para menos, já que estamos começando a presenciar a decadência daquela
que foi outrora a casa do horror. Isso porque já no começo dos anos 70, o
charme dos monstros do estúdio com toda sua aura gótica sobrenatural já havia
entrado em baixa, isso sem contar que tanto a exploração da sexualidade
feminina quanto a violência gráfica e o sangue vermelho vivo que marcou a
Hammar, já havia sido superado por outras produções e novas formas de terror
vindo principalmente do mercado americano, fazendo com que os súditos da Terra
da Rainha tivessem de correr atrás. E a melhor forma de enfrentar esse gap e
tentar trazer o público de volta às salas de cinema, é ao invés de renovar a
franquia com novas ideias, manter a mesma coisa de sempre, só que com muito,
mas muito sangue. É por isso que O Conde Drácula é considerado o mais
violento filme da série. A direção ficou por conta de Roy Ward Baker, que para
a Hammer também dirigiu Sepultura
para a Eternidade e já se meteu no universo vampiresco em Carmilla, a Vampira de Karnstein. O roteiro é assinado mais
uma vez por Anthony Hinds, usando o costumeiro pseudônimo de John Elder, e o
grande destaque fica para a maquiagem sanguinolenta da equipe supervisionada
por Wally Schneiderman. Christopher Lee faz um Drácula ruim como nunca aqui (no
sentido de mal mesmo, cruel, e não de fraca atuação), que volta das cinzas após
um morcego gigante (tosquíssimo, que o acompanha o filme todo, assim como
outros, pendurados em um visível fio de nylon transparente e que até lembra o
podre O Morcego
Vampiro da década de 40, com Bela Lugosi) vomitar sangue em seu
túmulo. Após a transubstanciação de cinzas para a forma “humana”, Drácula
continuará a dar seu expediente de sugar o sangue de belas jovens e tocar o
terror nos aldeões. E logo no começo do filme ele já bota para quebrar, quando
um grupo de homens locais, munidos de tochas e forcados (ah, vá?) vai até seu
castelo para incendiá-lo, Drácula lidera telepaticamente um exército de
vampiros que invade a igreja, onde as suas mulheres esperavam em segurança, e
promovem um verdadeiro massacre, dilacerando seus rostos, olhos e etc. Hoje
estamos acostumados a banhos de sangue sem noção, mas no início dos anos 70,
aquela cena era extremamente chocante. Passado algum tempo, um jovem
conquistador e encrenqueiro chamado Paul Carslon (Christopher Matthews), ao
fugir de policiais por ter transado com a filha do burgomestre, acidentalmente
vai parar no castelo de Drácula. Lá, obviamente ele será morto, como acontece
com todos os visitantes indesejados do vampiro mor. Seu irmão Simon (Dennis
Watermann) e sua namorada, Sarah (Jenny Hanley) mas que também tem uma queda
por Paul, preocupados com o sumiço do rapaz, resolvem investigar seu paradeiro e
também vão deparar com o terrível Conde e seu ajudante desgranhento, Klove
(interpretado pelo eterno Doctor Who, Patrick Troughton), que nutre uma paixão
platônica pelo retrato de Sarah, que encontrou nos pertences de Paul. Auxiliado
pelo pároco local, Simon tentará destruir o desmorto de uma vez por todas, e ao
mesmo tempo, impedi-lo de possuir sua amada e torna-la uma de suas rameiras do
inferno, situação de roteiro básica da franquia. Entre as mortes e cenas
deveras violentas presentes no longa, vale destacar a cena em que Drácula,
emputecido por uma de suas concubinas vampiras tentar sugar o sangue de Paul,
aparece e saca um punhal, esfaqueando a garota violentamente (desde quando
Drácula usa armas brancas?), que depois, será mutilada (em off screen) por
Klove, utilizando cutelos e serras, a fim de dissolver seu corpo no ácido, e
também quando o padre é atacado por um morcego impiedoso que investe contra seu
rosto, arrancando nacos de carne e deixando-o completamente desfigurado. Mais
do mesmo, mas com um Christopher Lee afiadíssimo com toda sua expressão facial,
movimentos de corpo, seus longos caninos e olhos vermelhos de fúria e uma boa
dose de sangue fazem O Conde Drácula um dos melhores filmes da série,
altamente recomendável para os fãs.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/29/226-o-conde-dracula-1970/
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