Direção: Robert
Fuest
Roteiro: James
Whiton, William Goldstein
Produção: Ronald S.
Dunas, Louis M. Heyward, Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson (Produtores
Executivos)
Elenco: Vincent
Price, Joseph Cotten, Peter Jeffrey, Hugh Griffith
O
Abominável Dr. Phibes é praticamente um dos últimos
elos do cinema de terror com o que vinha sendo feito até então nas décadas
passadas, principalmente com relação ao estilo imortalizado pela Hammer Films e
por Roger Corman, antes do gênero entrar de cabeça no pessimismo dos anos 70,
tornando-se de uma vez por todas hostil, cruel e sem esperança, graças a
produções que estavam por vir nessa década. Vincent Price encarna aqui o seu
papel mais conhecido (talvez somente menos conhecido do que sua participação na
música Thriller de Michael Jackson), como um dos mais icônicos vilões do cinema
de horror. E não há outra pessoa no mundo que se encaixaria de forma tão
perfeita na pele do Dr. Anton Phibes, músico profissional, educado em
Heidelberg na Alemanha e doutor em teologia pela Sorbonne, que busca uma
engenhosa vingança contra o corpo médico que considera responsável pela morte
de sua esposa na mesa de operação. Tudo no filme é exagerado e com um delicioso
estilo camp, passando pelos mais variados
tipos de absurdos, como: os métodos de vingança de Phibes, inspirados nas
pragas bíblicas que caíram sobre o Egito, que vai desde gafanhotos, a ratos,
morcegos e um unicórnio de bronze lançado através de uma catapulta bem no meio
das ruas de Londres; o gramofone que Phibes usa para falar através de um
dispositivo ligado diretamente em sua traqueia; Vulnávia, sua excêntrica e
solicita comparsa; a banda de bonecos de corda de tamanho natural que anima seu
covil em art-deco; e claro, os inspetores da
Scotland Yard que investigam o caso, que mais lembram personagens de um quadro
do Monty Python. Isso regado as sessões de órgão onde Phibes executa “War March
of the Priests” de Felix Mendelsohn. Inclusive a última vingança que recai
sobre o Dr. Vesalius, chefe da equipe de operação, é digna da franquia Jogos Mortais, onde ele tem seis minutos para retirar uma chave
colocada dentro do corpo de seu filho mais velho (alusão a maldição do
primogênito), antes que uma traquitana derrube ácido em seu rosto, e ele fique
deformado para sempre, como aconteceu com o louco músico / cientista após um
acidente de carro. E a maquiagem da face deformada de Phibes lembra muito O Fantasma da Ópera de Lon
Chaney (fora as outras homenagens óbvias, como o sofrimento do personagem
recluso e sua aptidão em tocar órgão). Price, mais uma vez, exuberante,
excêntrico, repleto de cacoetes teatrais em sua atuação. Para ganhar ainda mais
publicidade em cima da fita, foi vendido como o centésimo filme do ator. E
olhem só, Peter Cushing foi originalmente cotado para o papel do Dr. Vesalius,
nêmese de Phibes, mas teve de recusar por conta de problemas de saúde de sua
esposa na época das filmagens. Imagine só como seria esse embate entre dois
monstros icônicos do cinema de horror? Outro detalhe é que Robert Fuest, o
diretor do filme reescreveu grande parte do roteiro, onde Phibes originalmente
era mais tirano e abusivo com sua capanga, Vulnavia, tornando-o um personagem
mais simpático, efetuando também drásticas mudanças no final do filme e outras
demais cenas. O Abominável Dr. Phibes é
diversão pura do começo ao fim, com um clima bastante diferente do que vamos
ver daqui para frente, quando o cinema de terror adquire um outro aspecto muito
mais sádico e brutal. O sucesso foi tão grande que ganhou uma continuação no
ano seguinte: A Câmara
de Horrores do Dr. Phibes.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/08/14/238-o-abominavel-dr-phibes-1971/
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