sábado, 12 de setembro de 2015

#244 1971 ELA MATOU EM ÊXTASE (Sie tötete in Ekstase / She Killed in Ecstasy, Alemanha Ocidental, Espanha)


Direção:Jesús Franco
Roteiro: Jesús Franco
Produção: Artur Brauner, Arturo Marcos, Karl Heinz Mannchen (Produtor Executivo)
Elenco: Soledad Miranda, Fred Williams, Paul Muller, Howard Vernon, Ewa Strömberg, Horst Tappert

Ela Matou em Êxtase é a sublimação entre o diretor Jesús “Jess” Franco, o pai do euro trash e sua principal musa, a atriz Soledad Miranda. Uma história de vingança inspirado por A Noiva Estava de Preto de François Truffaut. Só que esqueça o brilhante diretor francês, substituindo-o pela bagaceira típica de Franco, trilha sonora esdrúxula de Manfred Hübler e Sigi Schwab e frames e mais frames de Soledad nua em pelo (e coloque pelo nisso!). Sabe aquela seriezinha meia boca Revenge, que passa aqui no Brasil no canal por assinatura Sony e a Rede Globo alardeou tanto de ter exibido aos domingos depois do Fantástico? Esqueça! Isso aqui sim é trama de vingança que enche os olhos (não só pela beleza e nudez de Soledad), mas pelo plano arquitetado para assassinar friamente e de forma completamente desequilibrada e estabanada, todos aqueles que fizeram mal ao seu marido. Seguindo o estilo dos filmes de Franco, este cult do diretor espanhol não poupa no sangue, nudez, lesbianismo, erotismo exacerbado e mortes bizarras. Na trama, o brilhante Dr. Johnson (Fred Williams) é execrado por um comitê médico, formado pelos notáveis Dr. Franklin Houston (Paul Muller), Prof. Jonathan Walker (Horward Vernon, de O Terrível Dr. Orlofftambém de Franco), Dra. Crawford (Ewa Stroemberg) e o Dr. Donen (vivido pelo próprio Franco) quando sua pesquisa científica com embriões humanos é rechaçada, acusado de praticar atos contra a ética médica e a humanidade em si. Ainda como se não bastasse, além de bani-lo, os escroques ainda destroem o seu laboratório. O Dr. Johnson fica transtornado, e entra em uma profunda crise de depressão e síndrome do pânico, trancafiado em seu quarto, e nem as carícias de sua esposa, a Sra. Johnson (papel da Soledad Miranda) conseguem animá-lo. Não dá outra, e o Dr. Johnson acaba cometendo o suicídio. É aqui que a Sra. Johnson começa a arquitetar seu plano de vingança, indo atrás de cada um daqueles responsáveis pela morte do marido. O mais engraçado é como TODO MUNDO cai em seus encantos como uns idiotas. É só ela chegar, ficar peladona, que pronto. Já consegue a sua vítima! O primeiro a bater as botas é o Dr. Walker, que tem a garganta cortada e o pau decepado. A vingativa esposa também sempre deixa um bilhete, o que faz os outros três se precaverem, pero no mucho, e desconfiarem da moçoila. A Dra. Crawford é a próxima vítima, que também cai no xavequinho furado da Sra. Johnson, e a leva para o quarto para colar velcro com ela. Essa daqui morre asfixiada com um travesseiro de plástico, que mais parece uma boia de piscina. Com os assassinatos, o Dr. Houston tenta resistir aos encantos da justiceira, mesmo sabendo já quem ela é, mas também não dá muito certo. Afinal, nada que um beijinho e um peitinho de fora não resolva, e ele é morto com uma tesourada. O que não nos deixa escapar é o fato dela matar todo mundo nua, deixar toneladas de impressões digitais em cada corpo e simplesmente a polícia não conseguir encontrar a assassina. Enfim, depois de ter eliminado todos os culpados, o final é completamente insatisfatório e apressado, mas que não compromete a obra. Ela Matou em Êxtase é de uma plasticidade ímpar no que se refere aos nuances e ao estilo Jesús Franco de fazer cinema. Rodado juntamente e com a mesma equipe de seu longa anterior, Vampiros Lesbos, Franco, como de praxe abusa de seus zooms invasivos de forma exagerada e traveste o filme de metáforas revelando personagens hipócritas e amorais que escondem suas perversões por trás da digníssima medicina. Fora isso, é o olhar clínico do diretor espanhol em conseguir captar e extrair toda a beleza hipnótica de Soleda Miranda, com suas tomadas pseudo-eróticas, deslizando como uma ninfa pelas telas. Vale lembrar que este é um filme póstumo da atriz fetiche de Franco, lançado um ano depois de sua trágica morte durante um acidente de carro (alguma premonição macabra com a cena final deEla Matou em Êxtase?). Para os neófitos em sua filmografia, sugiro assistir primeiro Ela Matou em Êxtase do que Vampiros Lesbos, por possuir uma trama mais inteligível, linear e sem todos os abstracionismos e simbolismos do filme vampírico de Franco. Porque apesar de todo o trash, a precariedade cênica e a trilha sonora desconcertante de uma mistura de jazz, funk e disco music que destoa do texto “pesado” da fita, salta aos olhos a atuação de Soledad Miranda e os dotes de Jesús como diretor.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/08/21/244-ela-matou-em-extase-1971/

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