Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Produção: Anthony Hinds,
Anthony Nelson-Keyes (Produtor Associado), Michael Carreras (Produtor
Executivo)
Elenco: Peter
Cushing, Francis Matthews, Eunice Gayson, Michael Gwyn, John Welsh
Após os sucessos de A Maldição de Frankenstein e O Vampiro de Noite, o estúdio britânico Hammer escreveu seu
nome para sempre seu lugar na história do horror, transportando para o cinema
colorido os monstros clássicos que outrora pertenceram à Universal, elevando
claramente o nível das produções e imprimindo características únicas e
peculiares que seriam marcas registradas do estúdio. A Vingança de Frankenstein vem para consolidar a franquia da Hammer, trazendo
de volta o galante Peter Cushing no papel principal, e idealizado pelo mesmo
time dos outros dois êxitos do estúdio: O hábil Terence Fisher na direção e
Jimmy Sangster como roteirista, além do produtor Anthony Hinds e produção
executiva de Michael Carreras. A continuação foi lançada um ano depois
de A Maldição de Frankenstein, que ainda trazia Christopher Lee como o
monstro (ele não volta nessa sequência). Uma das grandes curiosidades da Hammer
é que as suas sequências nem sempre traziam coerência com os filmes anteriores,
privilegiando muito mais a liberdade em seus roteiros. Por isso, fatos
ocorridos no filme anterior não encontra continuidade ou respaldo em A
Vingança de Frankenstein. O que vemos aqui é uma história completamente
original, apenas baseada pelo personagem Victor Frankenstein, criado pela
escritora Mary Shelley e reprisado por Cushing, que será o fio condutor de
todas as continuações da franquia. Frankenstein escapa da guilhotina, o qual
havia sido condenado pela prática ilegal de medicina, roubo e mutilação de
cadáver e assassinato, graças a sua fracassada experiência anterior. Ele volta
a praticar medicina na cidade de Carlsbrug, adotando o criativo nome de Dr.
Victor Stein (sério?), levantando suspeitas da aristocrata e enciumada
comunidade médica local por não se juntar a eles e por atender no hospital
público todos os pobres e necessitados. Mas claro que não é uma altitude
altruísta e benevolente do Dr. Frankenstein. Na verdade o hospital público com
todos seus indigentes é o local perfeito para ele dar continuidade em suas
experiências bizarras em brincar com o corpo humano como se fosse partes de
Lego e dar vida a uma criatura através da ciência. O Dr. Hans Kleve acaba
descobrindo a verdadeira identidade do Dr. Stein, e torna-se então seu
ajudante, trocando o vasto conhecimento do cientista pelo seu silêncio, além de
auxiliá-lo nos seus experimentos. Experimento este que irá acontecer com o
pobre Karl Immelmann, que sofre de paralisia cerebral do lado direito do corpo,
e voluntaria-se para ser objeto de teste e ter seu cérebro transplantado para
um corpo saudável construído por Frankenstein. A experiência relativamente dá
certo, até Karl conseguir escapar e começar a enlouquecer, cometendo terríveis
atos violentos e assassinato, principalmente quando sua doença começa a
atacá-lo novamente, até cair morto, não antes de revelar ao mundo a verdadeira
identidade do Barão Frankenstein. Ele e Kleve ainda tentam, sem sucesso,
ludibriar a comissão médica, mas Frankenstein é linchado por todos seus
pacientes do hospital público, até ficar entre a vida e a morte, salvo por
Kleve que realiza uma arriscada operação transplantando o cérebro do cientista
para outro corpo. Mais uma vez a atuação de Cushing é irretocável. Por isso ele
é um dos melhores e mais queridos astros do cinema de terror. Michael Gwynn,
que vive Karl Immelman também tem uma interpretação ótima como o monstro da
vez, em todas as suas facetas, desde a dor do pós operatório, a felicidade em
ter um corpo novo funcional, até sua degeneração física, mais um excelente
trabalho de maquiagem de Phillip Leakey (também responsáveis por outros
clássicos da Hammer), e surgimentos dos instintos assassinos e até canibais
(como a cena em que ele saliva ao ver o corpo de sua primeira vítima no chão)
que começam a tomar conta de seu ser. O final de A Vingança de
Frankenstein é incrível, sendo um dos primeiros finais realmente abertos
de uma franquia de terror até então, mostrando Frankenstein, ou melhor, agora
Dr. Frank (sério, ele deveria começar a ser mais criativo com seus nomes
falsos) e Kleve, no epílogo, em Londres, prontos para continuar suas pavorosas
experiências, com uma deixa escancarada para uma nova continuação.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/03/18/113-a-vinganca-de-frankenstein-1958/